Sua Pele É Minha Tela escrita por eMeoonbird
Notas iniciais do capítulo
Essa fic foi originalmente postada no social spirit no dia 24/12/19.
Eu amo demais essa fic, diria até que é meu xodózinho
Espero que vocês gostem, a
Aang sempre teve a mania de desenhar fora do papel.
Quando se distraía nas aulas, as mesas sempre pareciam mais interessantes para marcar com traços de seu lápis do que a última folha do caderno. Ou às vezes quando tinha uma caneta em mãos durante a educação física, a camisa do uniforme acabava sendo sempre usada para fazer uns grafites interessantes, que normalmente faziam o professor brigar consigo.
No entanto, seus desenhos mais bonitos eram sempre os que fazia na pele dos outros no intervalo das aulas, enquanto tentava usar o tempo para distrair sua mente das matérias do dia e comia o lanche dos seus amigos.
Quando ele era lembrado disso, parecia que seria só questão de tempo até que trocasse as canetas por agulhas de tatuagem.
— O que você tá fazendo?
— Estou desenhando — ele retrucou, sem perder o foco do traço que fazia. Os ombros à sua frente se ergueram ao acompanhar a inspiração que seu quadro humano fez numa tentativa de não falar nada irônico.
— Eu sei que você tá desenhando, estou sentindo isso — resmungou Zuko, e mesmo que ele estivesse de costas para si, Aang conseguia ver o costumeiro biquinho que dominava os lábios dele quando se frustrava com algo pelo reflexo do espelho. — Quero saber o que é.
— Ah — foi tudo o que tinha sido capaz de dizer, parando o que fazia para poder observar o esboço que tinha feito.
E se ter o hábito de desenhar fora do papel já não fosse peculiar o suficiente, os melhores desenhos de Aang eram feitos na pele dos outros — e suas maiores vítimas sempre eram seus amigos e familiares. Sorte a deles que o jovem não era um tatuador naquela época.
E embora seja algo meio estúpido, afinal ele desenhava todo dia nos corpos de outras pessoas, ele tinha um favoritismo sem igual pela pele do namorado quando a inspiração surgia e o desejo de desenhar lhe tomava ao ponto de fazer seus dedos coçarem.
— Ainda não me falou o que está desenhando — Zuko moveu a cabeça para o lado, de forma que conseguia ter uma pequena visão de Aang com os pincéis na mão e sua expressão de descontentamento.
— Não se mexe — foi o resmungo que ouviu ao que sentia a mão quente do outro virar seu rosto de volta para o reflexo do espelho.
Ele resolveu não perturbar mais o tatuador, afinal, sabia que ia acabar vendo o desenho quando estivesse pronto de qualquer jeito — infelizmente, Zuko não tinha dominado a arte de se ter paciência, por isso acabava querendo saber o que o outro planejava quando pintava em sua pele antes de estar pronto.
Ele conseguia sentir as cerdas macias do pincel passando por suas costas, assim como a tinta gelada de vez em quando tocando a sua pele quente, indicando que Aang estava pintado uma parte "branca" de sua tez.
O silêncio que tinha se instalado entre eles não demorou a ser substituído pelo baixo cantarolar do tatuador numa música que só ele conhecia.
Zuko se deixou relaxar ao fechar os olhos e deixar o zumbido tranquilo tomar sua mente, lhe distraindo de sua curiosidade em saber o que estava a ser desenhado em suas costas.
Ele só percebeu que tinha entrado em transe quando sentiu os dedos finos do tatuador tocando o desenho que tinha feito, seguindo um caminho levemente familiar com seus dígitos que dava uma vaga sensação de que Zuko sabia o que tinha pintado nas costas.
Foi ao virar levemente o rosto para trás que ele viu o pincel antes usado em suas costas, agora em cima do papel que estava sob o colchão para impedir de sujar o lençol e o olhar orgulhoso e brilhante do namorado.
Aang não demorou muito ao encarar de volta, abrindo o pequeno sorriso que tinha nos cantos dos lábios em um que mostrava seus dentes dianteiros — aquele sorriso infantil e animado que ele nunca perdeu, entretanto raramente usava na rotina dos dias.
E sem nem ver a reação que isso causava no outro — uma falha nos batimentos cardíacos e duas bochechas quentinhas e vermelhas —, o tatuador pegou o espelho que estava largado pelo colchão e posicionou de forma que desse para ver pelo reflexo de um no outro o desenho que Aang tinha feito em suas costas.
A imagem pintada na pele clara era tão bonita que as palavras pareciam ter perdido o significado para Zuko, já que se encontrou inicialmente sem ter o que dizer.
Aang tinha um sorriso satisfeito no rosto, daqueles que só subiam um pouco dos cantos dos lábios enquanto observava a expressão dele e a obra de arte que tinha feito.
Eram dois dragões, circulando um bloco de rocha cilíndrico que parecia um penhasco. Eles se enroscavam na pedra, de forma que a cor de suas escamas era a única coisa que diferenciava ambos.
Um era vermelho, quase magenta e tinha detalhes prateados, já o outro era azul, num tom escuro parecido com o royal que tinha presença de tons brancos em certas partes.
Ambos eram dragões ocidentais, já que tinham um desenho reptiliano, assim como possuíam um ar levemente divino — como se soubessem de coisas que mortais não sabiam.
Era interessante como os desenhos de Aang conseguiam trazer um pouco de vida consigo, de forma que sempre tinham um quê a mais.
— Vou querer que você tatue este em mim — foi a primeira coisa que disse durante o tempo que ficou analisando a pintura em suas costas.
Ao voltar o olhar para o espelho, Zuko conseguiu ver o momento em que as bochechas do outro começaram a pegar a cor vermelha.
Um pequeno sorriso se ergueu no canto direito de seu rosto. Ele não entendia o motivo de Aang sempre ficar envergonhado quando ele reagia assim.
Afinal se seu namorado tinha o estranho hábito de desenhar fora do papel, Zuko tinha uma estranha mania de querer os designs dele em sua pele.
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Essa belezinha foi betada pelo meu amigo maravilhoso @narukitty muito obrigado pela betagem, você é um anjo nene.
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