O imponente dragão de argila planava no ar carregado por ventos alísios soprantes, fazendo com que o voo dos amigos fora tranquilo. Depois de três horas voando sobre as dunas douradas do País do Vento finalmente pousaram sobre os descampados cobertos por uma gramínea verde viva, que anunciava a chegada ao País do Fogo. Deidara ajudou os ninjas da Folha a descerem de seu dragão e os fitava com um olhar tristonho que circundava seus lindos olhos azuis delineados.

— O que foi, Deidara?_ perguntou Tenten, notando a expressão de tristeza no rosto do rapaz.

— Sabe, eu não queria admitir isso mas, vou sentir falta de vocês hm. Mesmo tendo vontade de explodir vocês de um em um minuto, eu me diverti hm.

— Ei, não fique assim meu jovem!_ falou Guy, com sua voz motivadora _ A vida pode ser incerta pois não sabemos o que esperar do amanhã mas, enquanto o hoje existir, meu jovem, você deve queimar com a chama da juventude!

— Guy sensei, é o poder da juventude que nos faz voar cada vez mais longe!_ falou Lee, ainda em transe por ter sobrevoado o deserto nas costas do dragão de argila.

— Não liga pra eles, Dei! São dois malucos hehehe!_ falou Tenten, observando a cara de confuso do ninja da Akatsuki _ Mas, não fique triste. Vamos nos encontrar um dia, com certeza! Você sempre será bem vindo na minha loja!

— O papo tá bom mas eu e Shino temos que ir agora._ Falou Kiba, colocando sua pesada mochila nas costas _ Vamos para a aldeia da Pedra ver o jogo dos Folhagens contra os Rockstars.

— Interessante hm? Vocês vão perder de 3 a 0, isso sim!

— Claro que não, nosso time é o melhor! Vocês jogam tudo na retranca!_ falou Shino, ajeitando seus óculos no nariz.

De Repente, o clima melancólico de despedida se transformou em uma profunda discussão  calorosa sobre futebol. Lee e Guy também entraram na conversa, deixando Tenten alheia aos diversos gols, passes de bola, penaltis roubados e escalações de jogadores, coisas que ela não fazia ideia do que se tratavam.

Quando os ânimos voltaram a se acalmar, Deidara saltou sobre o dorso do dragão e levantou voo, acenando com um sorriso largo no rosto para seus amigos abaixos de si, que ficavam cada vez menores à medida que a escultura de argila ganhava altitude. Assim que já não era mais possível visualizá-los em meios as densas florestas do País do Fogo, o sorriso de deidara sumiu de seu rosto, que foi novamente tomado pela expressão tristonha de antes.

— Tenho que voltar pra casa..._ suspirou pesadamente, infeliz.

O ninja loiro pousou seu dragão na frente dos portões da Akatsuki, fazendo com que o animal desapareceu numa nuvem de poeira. Ao adentrar em sua casa, se deparou com Konan, Karin e Suigetsu conversando em uma mesa, enquanto Juugo, o “grandalhão bobão”, como Deidara o chamava, tirava fotos de pássaros que cantarolavam alegres nas copas das árvores.

— Dei, você chegou!_ Falou Konan, dando um abraço no amigo _ Olha o que eu comprei, Dei! Você sabe o que é isso, né?_ Disse mostrando uma maleta de maquiagens douradas, com uma infinidade de utensílios para se criar um “make” perfeito.

— Uau, Konan! Você conseguiu comprar a maleta das Kardachas!_ respondeu o loiro, com olhos brilhantes de emoção.

— Mandei o Pain madrugar na fila para comprar pra mim! Mas, como sei que ele não gosta que você fale de maquiagem, separei a sua cor favorita para você! E não fala que fui que te dei não, tá?

— Konan, você é a mulher da minha vida hm!_ falou Deidara, dando um beijinho carinhoso na bochecha da amiga _ Mas, posso pegar mais uma? Vou querer essa roxinha, pode ser?

— Claro, Dei! Mas, me diz, você nunca foi de usar sombra roxa! Mudou de gosto, é?

— Não, essa daqui eu quero dar de presente para uma amiga que, assim como eu, queria comprar essa maleta.

Deidara colocou a pequena embalagem com a sombra roxa dentro de um passarinho de argila, que se lançou ao ar, batendo suas asas freneticamente.

Dei: Só a Konan pra me fazer feliz nesse lugar hm…

— Deidara Sempaaaaaaaaiiiiiiiii! _ falou uma voz estridente, saindo da casa e percorrendo o gramado até o encontro deles.

— Tobi, seu estúpido! Meu dia tava tão bom sem ouvir sua voz de gralha de Chernobyl! Vou te explodir seu miserável hm!

— Aaaah não Senpai, eu estava com saudades de você e assim que me recebe é?_ Falou Tobi, se encolhendo no chão como se fosse uma criança medrosa.

— Agora essa máscara laranja horrorosa sente saudade é? Agora sim que vou fazer churrasquinho de Tobi hm!

Dei: Acho que não é só a Konan que me faz feliz aqui hm..._ pensou, fazendo um leve rubor subir por sua delicada face.

— Karin, você está linda!_ falou Suigetsu, observando Karin passar um  delicado batom avermelhado em seus lábios._ A cor do batom combina com seus olhos.

— Você acha mesmo? Será que o Sasuke vai gostar?_ respondeu a Uzumaki, com as bochechas coradas ao pensar em seu amado Uchiha.

— Aaaf...não sei..._ murmurou Suigetsu, dando de ombros quando a amiga mencionou o nome do odioso Uchiha.

Kakashi observava o céu através da janela da sala do Hokage. O homem estava exausto daquilo tudo, daquela sala, dos diversos rolos de pergaminhos que deviam ser lidos por ele mas, que apenas continuavam intocados ali na mesa, servindo como peso de papel para os diverso relatórios que preenchia. Para piorar sua situação, Naruto estava ali tentando se concentrar na leitura de um livro grosso, sem sucesso.

— Ei, Kakashi sensei… vamos largar essas coisas chatas pra lá e ir comer um delicioso ramen!_ falava seu ex aluno, tentando de qualquer maneira se livrar de suas obrigações.

— Nada disso, Naruto.Você não quer se tornar um hokage? Então para isso terá que estudar bastante, não basta ser apenas forte.

— Aaah tá bom..._ grunhiu o Uzumaki, retornando a exaustiva leitura a respeito das centenas de leis do País do Fogo.

Kakashi: Preciso arrumar um futuro conselheiro para ele, eu já estou velho e cansado. Só quero me aposentar e ler meus livros em paz. Ainda mais agora que, finalmente Icha Icha vai ganhar uma série na Konohaflix! - sorriu ladino por debaixo da máscara

Como num passe de mágica, um ninja da ANBU surgiu na sala, fazendo Naruto ter um sobressalto e derrubar todos os livros e pergaminhos que estava estudando no chão.

— Senhor Hokage, Shikamaru Nara regressou de Suna e já se encontra na Aldeia. Devo chamá-lo para ir de encontro ao senhor?_ falou o ninja trajando uma máscara de gato, fazendo uma reverência respeitosa.

— Que ótimo, chame-o pra mim por favor! E Naruto..._ virou- se para o Uzumaki que ajeitava todo atrapalhado os pergaminhos na mesa _ Você foi salvo pelo gongo, está livre de seus estudos por hoje.

— Valeu Kakashi sensei! Eu tô faminto! Vou comer todo o estoque do Tio do ramen!_ Saiu correndo pela porta, fazendo seu antigo sensei rir por debaixo da máscara. Mesmo com quase vinte e cinco anos de idade e se preparando para tornar o sétimo Hokage, Naruto mantinha seu jeito extrovertido e molecão de sempre.

Shikamaru coçava a nuca e bocejava, praguejando mentalmente o que o Hokage queria com ele. Estava quase fechando os olhos, largado em sua cama quando o desgraçado do ANBU apareceu, trazendo uma mensagem do líder da vila. A viagem de volta a Folha o deixara exausto e, seus únicos pensamentos eram a respeito de Temari Sabaku. Aquela despedida fria, típica dela, o fazia suar frio. Será que Temari ainda iria viajar com ele, mesmo depois daquele fatídico momento no quarto dela?

— Tudo é complicado demais..._ suspirou, enquanto dava batidas na porta da sala do Hokage, recebendo um educado “entre por favor” como resposta.

— Olá Shikamaru!_ falou Kakashi animado _ Não quero me estender muito pois hoje estreia o primeiro episódio de Icha Icha e não quero perder um segundo sequer…

Shika: Velho pervertido!

— Bom..._ suspirou, assumindo um tom mais sério _ Quero que você seja o conselheiro de Naruto quando ele assumir o cargo de Hokage.

— Eu!? Mas, eu só sou um preguiçoso, como o senhor quer que eu assumo isso assim do nada!? Tem caras melhores que eu, como o Shino e o Sasuke..

Shika: Mais responsabilidades, que saco! Nunca vou ter sossego nessa vida!

— O Shino vai assumir como professor das crianças na Academia Ninja. Já o Sasuke, até eu mesmo já pensei nele mas, acho que os outros paises nao aceitariam tão bem ter um renegado como conselheiro do Hokage. Nossas alianças diplomáticas iriam por água abaixo.

— Saco...mas hein, por que tem que ser eu?

— Ora, Shikamaru é porque mesmo você sendo um preguiçoso e desleixado de uma figa, você é calmo e inteligente. Pensa antes de fazer as coisas, é analitico e perpicaz, bem diferente do Naruto, que é impulsivo e cabeça oca! Você seria um equilíbrio perfeito para ele, ainda mais que são amigos. Você seria a razão que contrabalanceia a emoção dele. Tipo Yin e Yang, entendeu?

— Não sei se quero, tá bem?_ falou o Nara, descansando as mãos nos bolsos _ Não me sinto pronto para assumir uma responsabilidade tão grande na vida. Naruto sempre quis ser reconhecido e respeitado, já eu só quero ficar no meu canto, observando as nuvens enquanto jogo shogi.

— Bom, tudo bem!_ falou o platinado, sorrindo gentil _ Vou te dar um crédito por você estar cansado da viagem pelo deserto porém, quero que você reflita e guarde isso com carinho._ continuou o sensei, puxando uma folha que continha um formulário de inscrições para o cargo.

Shikamaru pegou o papel, soltando o ar de seus pulmões em tom de preocupação. Sentiu seus ombros tensos e sua cabeça latejar só de olhar para as pequenas letras daquele  formulário. Fez uma reverência e se virou para sair da sala.

— Independente de sua decisão, pode acreditar que Asuma está orgulhoso do homem que você se tornou._ Falou Kakashi, observando Shikamaru sair da sala.

Ao ouvir essa frase do Hokage, os lábios de Shikamaru se abriram num orgulhoso sorriso, enquanto guardava o papel com cuidado em seu bolso.

Kankuro saiu de mais uma reunião com os detestáveis anciãos da Areia. Estava zonzo pois, Baki teria que trabalhar por dois meses inteiros como o chefe da guarda e, apenas se passaram quinze dias daquela tortura, ouvindo aquele homem se esbravejar gritando pelos corredores estreitos da Grande Barreira, fazendo com que a enxaqueca se tornasse uma companheira diária e incômoda. Andando trôpego da exaustão diária  pelos corredores do palácio se deparou com Temari, Matsuri e Yukata conversando animadas em uma mesa. O mestre das marionetes sentiu novamente a enxaqueca martelar em sua cabeça pois, aquelas duas meninas mais jovens conseguiam ser tão irritantes quanto seu velho chefe.

— Só quero que tenha uma coisa em mente, Temari..._ falou Matsuri, dando uma piscadela para a Sabaku _ Cueca box preta da Calvin Kunai!

— Do que vocês estão falando?_ Resmungou Temari, se afastando das meninas esquisitas, que davam risinhos mal intencionados.

Tema: Quanto mais eu conheço essas garotas, mais acho que elas são retardadas!

— Hihihihihihi!_ riam Matsuri e Yuka, observando a mais velha sumir pelo corredor, pisando firme.

— Ei, suas enxeridas… vocês viram o Baki por aí?_ Perguntou Kankuro, reclamando mentalmente por ter que conversar com aquelas duas fofoqueiras.

— Sim, ele saiu da sala._ respondeu Matsuri e, com um sorriso debochado completou _ já você, Kankuro, saiu do armário.

— Ai miga, te amo ahahahahahahahaha!!_ gargalhou Yuka.

— Ei, que merda vocês estão falando hein? Não aconteceu nada disso que vocês estão pensando, suas fujoshis idiotas!_ rosnou o mestre das marionetes perante as gargalhadas das duas amigas.

— Mas hein… o que vocês andam falando de mim por aí hein? Sabem que se isso chegar nos ouvidos do meu chefe e dos anciãos, vou ter que usar aquele casaco ridículo de nuvens vermelhas né?_ Kankuro suava frio, só de pensar em ser expulso da vila e ir morar com Deidara e aquele bando de malucos que se chamavam de Akatsukis.

— A gente não contou pra ninguém, oras! Temos muito trabalho a fazer, não somos que nem você que só fica brincando de bonequinhas enquanto seu irmão rege e a Vila e sua irmã prepara o exame chunnin!_ Falou a loira, se divertindo em atazanar aquele imbecil.

—Verdade Matsuri, não somos que nem essa gentalha que fica zanzando pelo shopping!

— Ei, eu trabalho sim, tá legal? Eu fico na Grande Barreira agora, não estou mais aqui no palácio!

— Hahahahahahahaha, foi rebaixado! Mas também, quem mandou transar na sala do Kazekage!

— Ei, não transei com ninguém! Isso tudo é fruto dessas cabeças vazias aí que nem vento tem! E falem baixo vocês duas!_ rosnou Kankuro _ Quer saber, eu não sou o único que vou me dar mal nessa história toda!

O irmão de Gaara sabia que aquelas duas comiam doces e liam revistas escondidas dos chefes durante o trabalho, o que era expressamente proibido pois, ali na Areia, o trabalho era algo profissional, não tendo brechas para distrações bobas. Porém, as duas eram jovens e imaturas, de vinte anos de idade, e tudo era chato e sem graça para as duas rebeldes. A única coisa que importava eram suas revistas coloridas e os suculentos doces.

— Bom, isso aqui vai ser confiscado e, a partir de hoje, vou revistar todo dia essas gavetas ok?_ falou o rapaz abrindo uma gaveta do arquivo e retirando uma resma de revistas._ Onde estão as guloseimas hein? Não adianta esconder nada de mim, que eu vou achar!

— A gente comeu tudo já!_ respondeu Yuka, quase chorando por ver suas revistas sendo retiradas do esconderijo secreto que mantinha com sua amiga.

— Po Kankuro devolve nossas revistas, a gente não vai ler mas não!_ falou Matsuri desesperada pois, aquelas leituras eram sua única distração naquele trabalho torturante.

— Isso é por terem me tratado mal, na próxima vez tenham mais respeito com Kankuro Sabaku, ok?_ falou o mestre das marionetes, dobrando a esquina e sumindo pelos diversos corredores do palácio, carregando consigo as preciosas revistas.

— Nunca vamos ter respeito por você, seu feioso! Já seu irmão, a história é outra né?_ respondeu Matsuri, se entregando a seus devaneios românticos por Gaara.

Kiba e Shino caminhavam animados pela vila após voltarem do jogo de futebol. Estavam extasiados e a todo momento relembravam os lances do incrível jogo histórico, no qual os Folhagem viraram o jogo, terminando o placar em 5 a 4* sobre o forte rival, a equipe dos Rockstar.

— Será que aquele jogo existiu ou foi um genjutsu que nós caímos e não sabemos?_ perguntou Shino, ainda não acreditando que seus óculos escuros presenciaram dias atrás.

—Se foi um genjutsu, eu não quero sair dele não! Nós estávamos perdendo de 3 a 0 no primeiro tempo, como nosso time virou e ganhou até agora nao to acreditando!

— Aquele gol de falta rasteirinha...eu chorei, cara!

— E o último gol, gritei tanto que até agora estou rouco ai ai!_ falou Kiba, sentindo sua garganta arranhada por causa dos  estridentes gritos de gol que dera no momento da virada de seu time.

Os amigos pararam em frente a loja de Tenten, um pouco trêmulos com um papel em mãos. Parecia que a aura energética de felicidade que os rodeava por causa do êxtase da partida de futebol se fora, dando lugar ao desespero.

— Tá na hora de falar pra ela, cara. Se a gente morrer hoje, morreremos felizes!_ falou Shino, remexendo a fatídica folha de papel em suas mãos.

— Sim, morremos após uma virada história! Obrigado, Shino Aburame, por ser meu eterno companheiro de time e meu melhor amigo. Espero que possamos nos encontrar na grande mesa dos reis em Valhalla** e desfrutar de um bom hidromel e cerveja gelada!

— Obrigado você também, Kiba Inuzuka, por me proporcionar inesquecíveis momentos de aventura, emoção e acima de tudo, ser meu amigo futeboleiro. Hinata, Kurenai e Mirai, nunca nos esquecerá de nós. Estaremos em Valhalla as guiando e protegendo dos males mundanos deste plano terreno hostil.

— Só lembra de não mencionar nada sobre ele e o Shikamaru lá na sala, hein? Por que aquilo não estava em nosso script, né?

— Sim, melhor esquecer que aquilo existiu..._ falou o Aburame, todo sem graça lembrando da constrangedora cena dos dois amigos de cuecas largados na sala.

Os dois deram um forte aperto de mão, respiraram fundo e adentraram na loja.

Tenten estava no balcão da loja encarando uma folha de papel em branco, com a mão no queixo pensativa. Aproveitava que era sexta para escrever mais uma história para a revista de fanfics pois, o movimento da loja nos dias de sexta eram muito baixo e ela passava o dia quase todo ali sozinha. Chamava por sua personagem escritora, NetNet Mita mas, parecia que a inspiração não viera abençoá-la naquele momento.

— Merda, cadê a inspiração...só porque estou com tempo livre hoje ai..._ murmurou consigo mesma, enquanto brincava com o lápis por entre os dedos.

Porém, os barulhinhos dos guizos em sua porta a trouxeram de volta a realidade ali presente. Ao olhar para o suposto cliente, se deparou com seus amigos Kiba e Shino, que a olhavam com uma expressão de constrangimento e nervosismo, o que era muito curioso para eles pois, estavam sempre alegres e prontos para zoar qualquer pessoa que aparecesse.

— Tenten, precisamos contar algo para você!_ falaram os dois juntos, como se estivessem ensaiando uma peça teatral.

Depois daquela frase, Kiba e Shino confessaram nos mínimos detalhes suas fofocas a respeito da mestra das armas e de Kankuro. Contaram a ela sobre espionarem eles nos arbustos enquanto conversavam no lago, sobre  o correio do amor, mostrando a ela a folha com o texto que escreveram juntos. Além disso, falaram do plano de ir no mercado com Kankuro e Deidara, onde transformaram o ninja da areia em um gato, a até chegarem no ocorrido no meio do mato, onde observavam o casal de amigos em meios aos cumes encrespados das montanhas do deserto.

— Tudo é verdade, Ten. Não estamos mentindo em nada aqui. Como prova não temos apenas essa folha, mas também temos isso..._ falou Shino, sacando os dois besouros transmissores do bolso._ A Temari acabou matando um deles mas, consegui fazer o backup do áudio em outro da mesma espécie. Não está com uma qualidade boa mas, dá pra ouvir a conversa de vocês.

— Além disso, tínhamos um vagalume projetor também continuo Kiba _ Mas o idiota do seu amigo sobrancelhudo Rock Lee, derrubou aquele maldito caderno no fogo, chamuscando todo o bichinho!

— Mas...por que vocês fizeram isso?_ perguntou Tenten, tão confusa em sua mente que parecia ter sido lançada no olho de um furacão.

— Bom, fizemos isso porque o Kankuro é nosso amigo, sabe? Mesmo com a zoação e tudo o mais, queríamos ver o sucesso de nosso amigo. Afinal, somos todos solteiros né?

— Ele nos deu esperança, sabe? Mesmo ele, eu e o Shino sermos inexperientes e desconhecer o amor, o nosso idiota de cara pintada foi lá e encarou. E com uma ajudinha nossa, se assim posso dizer!_ sorriu Kiba, com o ego inflado.

— Nós ajudamos ele sim, o Kiba tem razão. Ele não chegaria até onde chegou sem nossa ajuda. Somos fofoqueiros, chatos e intrometidos mas, só queremos que vocês dois sejam felizes juntos, se der tudo certo.

— Agora Tenten..._ falou o Inuzuka, levando as mãos ao alto, sendo imitado pelo Aburame_ Pode nos cortar em dois com sua Espada Sagrada! Faça com que paguemos todos os pecados por espionar a vida alheia! Não estamos mais com medo!_ Ambos respiraram fundo e fecharam os olhos.

Todavia os dois sentiram ser envoltos numa espécie de abraço aconchegante. E, ao abrirem os olhos, se depararam com Tenten, que os abraçava, afundando seu rosto no casaco de ambos.

— Tá tudo bem, eu não vou matar vocês. Na verdade, vocês até me inspiraram em escrever uma história. Obrigada por despertarem a NetNet Mita novamente.

Kiba e Shino suspiraram aliviados por não terem sido assassinados ali. Mas, como os dois amigos adoravam viver correndo riscos, se aproximaram de Tenten sorrindo, com a costumeira cara de espiões da vida alheia reativada novamente.

— Maaaaaas...nos diga Ten, o que aconteceu depois que fomos pegos hein?_ Falaram os amigos praticamente juntos.

— Só saberão quando eu terminar de escrever a história! Tchauzinho pra vocês!_ falou a morena, empurrando os dois fofoqueiros para fora da loja, fechando a porta em seguida.

Tenten fechou a loja e foi para sua nova casa. Como o aluguel ficou muito caro, e ela pretendia guardar o dinheiro para gastar nas próximas viagens que pretendia fazer algum dia, a jovem decidiu ir morar com Sakura, Tsunade e Shizune. O quarto em sua nova morada era bem menor mas, mesmo assim se sentia confortável nele.

Quando as outras três mulheres estavam dormindo, Tenten pegou seu bloco de notas e começou a escrever sua história, mergulhada em lembranças. Sua mente viajou para a primeira vez em que se viram e riu de lembrar do rapaz saindo da loja correndo, todo esbaforido e vermelho, passando pelos fatídicos momentos do calor infernal da velha van que sacolejava pelas dunas do deserto.

Ten: Não deu certo mas foi divertido - pensou, não conseguindo esconder o sorriso sincero que surgiu em seus lábios.

As gravações do besouro de Shino a ajudaram bastante, pois conseguia discorrer tudo o que sentia e ouvia na folha de papel. Sobre a escrivaninha, estava a pequena caixinha de sombras das Kardachas, que Deidara lhe dera, junto com um fofo bilhete.

“ Tenten, minha amiga diva das facas tudo! Assim que eu vi, já lembrei de você. Que você possa se sentir mais linda do que já é com essa make bafônica! Arrasa no carão e quebra esse salto!

Foi um prazer ter te conhecido, beijos e um cheiro do DeiDei.”

Shikamaru abriu um olho vagarosamente enquanto escutava o barulho estridente e insuportável de seu despertador que pulava na cabeceira de sua cama. Deu um forte tapa no aparelho a fim de desligá-lo e voltar a dormir seu preciosos sono porém, se lembrou de que dia era aquele: O dia de sua viagem com Temari para as termas!

O rapaz levantou rapidamente, tomou um banho e comeu um café da manhã com torradas e um belo gole de um café preto e forte. Deu um beijo na testa de sua adormecida mãe e deu um sorriso respeitoso para o retrato de seu pai, colocado delicadamente sobre uma estante na sala. 

O jovem Nara caminhava com as mãos no bolso pelas ruas desertas e silenciosas da vila, com os primeiros raios de sol a esquentar-lhe a face. Iria esperar a moça na estação de trem porém, o rapaz não sabia se a ninja da Areia viria a seu encontro após a desastrosa noite e a despedida fria. mesmo assim, Shikamaru sentou no desconfortável banco da ferroviária, encarando os pombos que ciscavam um pedaço parco de pão caído no chão. Pegou o formulário para o cargo do conselho e o leu umas duzentas vezes, sem saber ao certo o que queria.

 Ele considerava Naruto um irmão e moveria céus e terra para ajudá-lo a se tornar um Hokage respeitável por todos. Porém, não imaginava o ajudar como seu braço direito, talvez a autoridade mais importante da vila abaixo apenas do grande líder. Sua alma de preguiçoso já reclamava só de pensar nas diversas horas de trabalho que teria, dos inúmeros documentos que tinha que assinar e das infinitas responsabilidades que aquele cargo possuía.

— Que cansativo...mas que saco!_ suspirou pesadamente e, a fim de tentar não pensar naquele empecilho, guardou o papel delicadamente na mochila.

O manipulador das sombras se espreguiçou no desconfortável banco de madeira e ficou observando o vai e vem dos passageiros nos trens que iam e vinham para Aldeias distantes, à medida que os ponteiros do relógio giravam e o sol se erguiam no céu, o local ficará abarrotado de gente, com diferentes compromissos e afazeres.

Mesmo estando mergulhado num mar de passageiros apressados e imerso num burburinho incessante, o ninja da Folha se sentia solitário. Queria poder trocar todas aquelas pessoas ali presentes por ela, apenas ela seria capaz de tirar a solidão de seu interior. Apenas ela...mas será que ela realmente viria?

Shikamaru encarou o velho relógio que entoava um incômodo tic tac na parede encardida da ferroviária e teve um sobressalto. Apenas faltava dois minutos para seu trem chegar na estação e nenhum sinal de Temari por ali. Nara suspirou um pouco tristonho pois, iria sem ela. Não teria a mesma graça mas, ele gastara dinheiro com aquelas passagens e desperdiçará parte de seu sono acordando cedo.

Mas, antes que sua esperança morresse por completo, olhou em meio a multidão de passageiros, ouvindo passos apressados, que incrivelmente se sobressaiam por sobre as conversas e o estridente ranger das engrenagens dos trens. Ao levantar seu olhos castanhos claros, não conseguiu conter o animado sorriso que se originou em suas bochechas coradas.

Tenten suspirou fundo, jogando o corpo para trás em sua cadeira. Gastara mais de  cinco madrugadas mal dormidas para terminar de escrever sua história e ainda não pensara num título adequado.

— "Aventuras no deserto"... hmmm muito cafona, parece nome de filme da sessão da tarde! "Dunas do amor"...também não...hmmm…" dei uma sarrada sem querer querendo nele na van" também não! Aaaah meu deus, que nome eu coloco nisso!?

A jovem matutava mordiscando a borracha da ponta de seu lápis. Como escrevera diversas lagunas e nao achara um título adequado para sua fanfic?

Mergulhada em pensamentos a jovem fitou sua pulseirinha da Pandara que jazia delicada sobre sua mesa. Observou os pequenos penduricalhos delicados e, um lhe chamou sua atenção: o brasão símbolo da aldeia da Areia.

Ten:Posso colocar algum título com areia no nome...areia,areia,hmmmm…

— Sand's Love? Sand's Love é perfeito!_ exclamou a jovem animadíssima, repreendendo a si mesma pois não queria acordar Tsunade que dormia no quarto vizinho ao seu.

Escreveu lindamente o título de sua fanfic no cabeçalho da folha, juntamente com um "Fim" em letras garrafais se sentindo orgulhosa pois, mesmo não sendo soberba como Kiba, ela considerou sua gostaria muito boa. Mesmo que fosse algo mais leve ao se comparar a seus contos eróticos que escrevia, Tenten se divertiu escrevendo e torcia para que seus fiéis leitores gostaram tanto quanto ela.

Arrumou os papéis na escrivaninha e amanhã bem cedo iria publicar na revista. Desligou a luz do quarto e, antes que pudesse se entregar ao sono se afundando em meio a suas almofadas na cama, vislumbrou uma pequena sombra a entrar pela janela aberta de seu quarto.

A jovem já pegou uma kunai e acendeu a luz, pensando em encontrar algum inimigo invasor. Porém, era apenas um majestoso gavião marrom, que a encarava com olhos amarelados vivazes. O coração da menina acelerou em seu peito assim que visualizou o emblema da Areia estampado num fino tecido que cobria o pescoço da ave. Em uma das pernas do animal, Tenten pegou um pequeno pergaminho, fazendo com que o gavião emitisse um pio e saísse voando noite adentro, batendo suas poderosas asas que perfuravam o ar.

A mestra das armas ninja se sentou novamente em sua escrivaninha e abriu delicadamente o pergaminho. Assim que visualizou uma letra um pouco pequena mas bem desenhada e bonita, que lhe era familiar, não consegui conter  a felicidade, dando uma risada em seu quarto. Com certeza a senhora Tsunade iria repreendê-la por aquilo mas estava tão feliz, que nem se importava com o sermão da Sennin.

Segurando a carta contra o seu peito, pegou novamente seu lápis e desenhou uma caprichada interjeição ao final da história.

                                               "Fim?"

*Me inspirei no jogo “ Flamengo x Santos” de 2011, onde o placar foi de 5 a 4 para o Flamengo, numa virada histórica. Ronaldinho Gaúcho jogava pelo Flamengo e Neymar, ainda uma revelação, jogava no Santos.

** É um majestoso salão da Mitologia Nórdica onde os gloriosos guerreiros mortos em batalhas iam.