Stiller than in the heavens of hollow flowers. escrita por themuggleriddle


Capítulo 1
stiller than in the heavens of hollow flowers


Notas iniciais do capítulo

Ontem (13/06) foi o dia em que eu escolhi como aniversário do Tom Riddle Sr, um personagem que eu não escrevo faz muito tempo e pelo qual ainda tenho muito carinho. Então decidi escrever algo baseado em um headcanon aleatório que me surgiu faz pouco tempo e inspirado em parte por um prompt escrito pela Laura (eurus, aqui no Nyah).



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My shy hand shades a hermitage apart,
O large enough for thee, and thy brief hours.
Life there is sweeter held than in God's heart,
Stiller than in the heavens of hollow flowers.
(...)
Thither your years may gather in from storm,
And Love, that sleepeth there, will keep thee warm.

— Wilfred Owen, My Shy Hand.

 

 

 

I love all things that pass: their briefness is
Music that fades on transient silences.
Winds, birds, and glittering leaves that flare and fall—
They fling delight across the world; they call
To rythmic-flashing limbs that rove and race...
A moment in the dawn for Youth's lit face;
A moment's passion, closing on the cry—
'O Beauty, born of lovely things that die!
 - Siegfried Sassoon, Vision.

 

***

 

 

Peço desculpas pela demora para responder. Infelizmente, o Tom que chegava trinta minutos adiantado para todas as aulas não existe mais, afinal, é fácil perder a noção de cedo ou tarde depois de ficar tanto tempo sem sair de casa, ele escreveu debaixo do sol preguiçoso da tarde, quase escondido em meio às rosas de sua mãe. Dezessete anos depois e aquela carta, amarelada e cheirando a papel velho, ainda conseguiu fazer a caneta de Tom tropeçar nas palavras e manchar o papel com a escrita apressada. Ele provavelmente não receberia uma resposta (não que ele merecesse uma). Talvez aquela carta nem fosse lida e talvez por isso tivesse sido tão fácil a escrever.

O envelope ainda lacrado foi encontrado dentro de uma caixa em um dos armários do escritório de seu pai, junto com outras cartas e telegramas de avisos quanto a faltas nas aulas e reprovações em matérias da faculdade. Coisas endereçadas a Tom que nunca chegaram em suas mãos por conta de diversas razões como uma bruxa e a neurastenia. Ele o encontrou enquanto buscava os barbitúricos que seus pais guardavam tão bem: nunca em grande quantidade no mesmo lugar, para não correr nenhum risco; era quase uma brincadeira de caça ao tesouro procurar por eles quando Thomas e Mary não estavam em casa ou quando ficava com vergonha de admitir que precisava da sedação forçada que cada um daqueles comprimidos lhe proporcionava.

A carta não o acalmou como os remédios fariam, pelo contrário: o deixou agitado, com os dedos tremendo e os pensamentos a mil durante toda a noite, mas substituiu a ansiedade agonizante por uma que chegava perto de ser boa. Tom virou a noite alternando entre olhar para o teto e andar pelo quarto enquanto pensava em respostas. Mil ideias surgiram e novecentas e noventa e nove foram descartadas até o amanhecer, e ainda assim, a única resposta que parecia viável foi completamente abandonada ao encostar a caneta no papel.

Ele não vai ler de qualquer jeito, pensava Riddle toda vez que sua mão borrava a tinta ainda molhada. Pensar assim o incentivava mais a falar do que qualquer olhar condescendente dos médicos ou dos pais. Apesar de saber que ninguém leria aquela resposta, ainda havia coisas que ele não ousou colocar no papel: Merope e magia e poções do amor. Ele podia falar sobre um surto inespecífico que o fez se afastar da universidade e sobre como ele havia sentia falta de ar cada vez que pisava fora de casa, mas a razão de tudo isso acontecer ainda era algo que ele queria manter para si, mesmo sabendo que ninguém leria.

***

Remetente: Professor James E. Collerman, Departamento de Língua Inglesa do St. John’s College. St Giles, Oxford.

Destinatário: Thomas F. Riddle, Rise Lane, Little Hangleton, Beverly.

Sua mãe perguntou se ele estava bem, havia ficado pálido de repente. Sim, estava tudo bem, disse Tom enquanto engolia a torrada e o ovo. O pai o observou em silêncio por cima dos óculos de leitura, acompanhando os movimentos quase erráticos quando ele saiu da mesa carregando a xícara de chá.

Enquanto lia a resposta que nunca deveria ter chegado (afinal, a carta enviada era uma carta para ninguém, como Tom havia repetido para si mesmo dezenas de vezes), Riddle sorriu como sorria quando recebia um bilhete na sala de aula. Charles tinha muito medo de ser pego passando bilhetes e Tom era muito avoado para sequer pensar em passar um. James era inquieto e gostava discutir as aulas, fosse com comentários sobre a matéria ou pequenas caricaturas dos professores ou personagens sobre os quais estudavam.

James foi compreensivo. Perguntou se ele estava bem e disse que não havia problema com a demora, chegou a pedir desculpas por não escrever mais (Tom riu para não se deixar chorar). Contou sobre o que estava fazendo e o que havia feito nos últimos treze anos (estudou Língua Inglesa, analisou poemas, correu atrás de poetas que haviam sobrevivido à Grande Guerra) e descreveu os colegas de trabalho. Falou sobre a guerra atual, sobre como, com certo alívio, percebeu que exército algum o aceitaria por conta da asma. Depois pareceu ficar envergonhado e tentou justificar o próprio alívio.

Caro James, Riddle escreveu. Relembrou as trocas de bilhetes, o salgueiro sob o qual eles costumavam sentar para ler e os livros os quais liam. Riddle se afundava em contos de fadas, os quais achava um tanto melancólicos, e histórias de fantasia, as quais achava incrível (Hoje, ele escreveu, acho que os contos de fadas talvez não sejam tão estranhos e melancólicos, e a fantasia talvez não seja tão incrível. Nem todo bruxo é um Merlin querendo ajudar). James gostava de poesia e tinha uma fixação pelos poemas que chegavam da guerra. Ele gostava que Tom desenhasse nos seus livros. Eu desenhava soldados muito mal e você sempre os queria bonitos. Você pediu para eu fazer um com os nossos rostos, para ver como iríamos ficar quando nos chamassem. Eles tinham treze anos e a guerra terminou antes que eles completassem quatorze, mas naquela época parecia muito plausível que fizessem meninos pré-adolescentes se alistarem. O desenho foi feito na contracapa do livro de latim, Tom lembrou. Em algum lugar, em algum mundo paralelo, estamos juntos desbravando as trincheiras do latim.

Tom escreveu e escreveu e escreveu. Também desenhou. Encontrou um exemplar de uma coleção de poesias onde havia uma foto de Wilfred Owen e desenhou o retrato do poeta. No fim, encarou o papel por longos minutos, sabendo que queria escrever mais, mas não sabendo se tinha coragem de fazer isso. Assinou a carta. Colocou-a no envelope.

No dia seguinte, pouco antes de Frank, o jardineiro, sair para o vilarejo, Tom abriu o envelope e continuou, não com um post scriptum, mas como uma continuação apressada feita antes que o arrependimento batesse: Queria que você pudesse estar aqui. Little Hangleton não é grande coisa, mas os campos são bonitos e as charnecas do norte não são muito longe. Você poderia ler a sua poesia triste de guerra e poderíamos nos imaginar no lugar dos autores, como fazíamos na escola. Você poderia fazer piadas sobre o meu cabelo (que está terrível) e eu posso te mostrar a coleção de livros russos dos meus pais (poesia soviética!). Podemos pintar. Eu não sei escrever como Owens ou Sassoon, mas posso pintar o que eles escreveram. Podemos fingir ser soldados no meio do livro de latim, escrevendo e pintando os horrores da guerra contra as declinações.

***

Para alguém que queria conhecer o mundo, Tom Riddle tremia demais cada vez que chegava a um lugar diferente sozinho. Londres, apesar de tumultuada e facilmente associada à memórias ruins, lhe era conhecida e grande o bastante para ser possível desaparecer no meio das outras pessoas. Havia todo tipo de gente em Londres, então ninguém prestava muita atenção em um homem aleatório que pudesse ter uma crise de choro no meio da rua. Oxford era menor e não muito conhecida.

A perna de Tom não se aquietou durante todo o tempo em que esperou ser chamado pela secretária do departamento de Língua Inglesa do St. John’s College. De onde estava, conseguia ver o reflexo de si mesmo no vidro da janela e, apesar de estar melhor do que quando tinha vinte e um anos, ainda parecia errado. O rosto era magro demais, as olheiras eram fundas demais e os olhos estavam arregalados demais. O colarinho engomado da camisa o sufocava e mais de uma vez ele pensou em ir embora. Deixar que James se lembrasse dele como o colega para o qual ele lia poesias debaixo do salgueiro, não como um homem assustado sempre a beira do choro.

***

Eles não ficaram no pub por muito tempo. James disse que ainda não gostava de voltar para casa na escuridão do apagão. Tom agradeceu em silêncio e o seguiu sem questionar.

James Collerman havia se saído bem. Os cabelos continuavam acaju enquanto os de Tom já estavam salpicados de fios brancos. Riddle se pegou notando que as bochechas dele ainda exibiam covinhas quando ele sorria, mesmo depois das feições terem perdido a suavidade da infância e adolescência. Ele morava sozinho (“Muito tempo lendo e escrevendo, fazendo aulas. Não sobra muita hora vaga para conquistar garotas”), um pouco afastado do centro da cidade. O jardim era bonito e a casa era cheia de estantes entupidas de livros.

Eles se serviram de bebida e se sentaram na sala, conversando, lembrando de Eton, discutindo o que havia acontecido com cada um de seus colegas e professores. Depois de alguns copos, James havia adquirido a confiança de um ator e passou a imitar o professor de latim, completo com os tiques de linguagem e os gestos tão conhecidos dos alunos de Eton, todos um pouco exagerados em nome da diversão. Em Tom, a bebida teve o efeito de fazê-lo repetir poemas e citações e canções. Por fim, desabaram na poltrona grande e confortável, rindo através de lágrimas divertidas. Eles riram, riram, riram, apoiando-se um no outro, a mão de James agarrando a de Tom em um aperto forte e a levando até o peito, segurando-a ali como se fosse algum bicho de pelúcia querido. As risadas foram perdendo a intensidade a medida que eles se cansavam e afundavam mais na poltrona, mas James mantinha a mão do outro aninhada contra si, os dedos a acariciando de um jeito quase disfarçado.

Riddle olhou para os dedos deles entrelaçados e então para a janela grande que deveria dar para o jardim e a rua, mas que estava coberta por um blackout como toda janela da Grã-Bretanha estivera desde o início da guarra a partir do momento que o céu começava a escurecer. Uma risada fraca escapou quando Tom se pegou pensando que era a primeira vez que uma janela vedada lhe inspirava algum tipo de conforto. Aconchegou-se melhor ao lado do antigo colega.

“Pensei que não fosse vir,” disse James, depois de um momento de silêncio.

“Pensei em sair de fininho enquanto esperava te chamarem na universidade,” Riddle confessou. “Fugir de volta para Yorkshire antes que você me visse.”

“Você sempre foi um dos garotos mais bonitos da nossa sala, Tom, não precisa ter medo.” O professor riu, mas parou ao ver que a risada não foi correspondida.

Tom só notou que estava chorando quando sentiu os dedos do outro homem em seu rosto. Descobri assim que existem vários tipos de choro. Acho que o meu preferido é o choro gritando. Sabe, quando a coisa é tão forte que as lágrimas não saem sozinhas? O grito vem junto? Gritos e soluços. Você chora com o corpo inteiro até cansar, Riddle havia escrito na carta que não devia ter sido lida por ninguém. Por outro lado, o choro mais útil é o choro silencioso. Quando você está triste e cansado e assustado e tudo é demais, mas você controla mesmo assim. Quando as lágrimas vêm, elas são silenciosas e em lugares inapropriados. Na beira da praia, na janta em família, na visita ao vilarejo. Na sala de estar de um antigo colega, na frente de alguém que você quer agradar, ele pensou enquanto desviava o olhar e sentia o rosto esquentar.

James não perguntou se ele queria falar sobre o que havia acontecido ou podia estar acontecendo. Ele esperou, deslizando a mão do rosto para os cabelos do outro e os afagando. Quando Tom manteve o silêncio, apenas ergueu a mão que ainda segurava e pressionou o dorso dos dedos desta contra os lábios. Hesitante, do mesmo jeito que Riddle caminhava cada vez que tinha que atravessar o portão de casa.

Talvez fosse o tempo longe de qualquer pessoa, pensou Riddle ao abrir a mão e a apoiar no rosto do homem. Talvez, ele continuou matutando enquanto sentia a aspereza do prelúdio de uma barba contra a palma da mão, fosse a diferença gritante para com as coisas que ele associava à Merope: as linhas fortes da mandíbula, a largura do corpo, o cheiro não adocicado... Talvez ainda fosse a memória das horas passadas debaixo do salgueiro, desenhando em livros de latim e poesia em troca de um sorriso, e a lembrança de como havia sido inusitado e estranho o afastamento mútuo depois de mais ou menos um ano de admiração juvenil. Tom não sabia decidir qual era a razão exata para não se afastar, mas sabia que ela existia em algum lugar entre a carência, Merope e a saudade.

***

Ele havia se afastado por medo. Essa foi a explicação murmurada por James enquanto mantinha os braços ao redor de um Tom cansado e um tanto surpreso. Com treze anos, James Collerman ficava encantado observando a pintura de São Sebastião na sala de estudos e não era por conta da história ou do significado religioso do mártir. Com quatorze, ele buscava nos desenhos de Tom (e no desenhista) o mesmo êxtase que encontrava em alguns poemas e que por anos não soube explicar de onde vinha. Pouco antes de fazer quinze anos, o Sr. e a Sra. Collerman fizeram comentários nada discretos sobre um conhecido da família, um jovem artista sensível e talentoso, tão doce, tão educado, uma pena ser um maricas. Eles também diziam que o filho era doce e educado, talvez até demais, e quando viram os desenhos feitos por Riddle, falaram o quão talentoso e sensível aquele colega devia ser. Adolescentes podem ignorar tudo o que os pais falam, mas James não deixou passar o uso dos mesmos adjetivos e do mesmo tom de voz condescendente.

Então ele se afastou. Menos bilhetes, menos encontros sob o salgueiro, menos poesias lidas e, assim, Tom se tornou mais próximo do garoto com quem dividia o quarto no dormitório. São Sebastião, ele pensou, não parecia ser uma grande ameaça, sendo ele um quadro e James um garoto de carne e osso, mas Tom Riddle era de carne e osso também e a carne é fraca e tentadora.

“São Sebastião?” Riddle perguntou e o outro riu, apertando o abraço e escondendo o rosto nos cabelos de Tom por um momento.

“Você é o artista aqui. Não me diga que nunca notou os São Sebastiãos nos quadros? Eles são as garotas pin-up dos esquisitos.”

Eles riram e Riddle fechou os olhos. Uma mão havia ido para os seus cabelos, afagando-os devagar, instigando-o a relaxar. Prestou atenção na sensação de braços ao redor de si e pernas enroscadas nas suas. Era estranho, mas não ruim como esperava, como os pesadelos o faziam se lembrar. Era um pouco como um cobertor pesado sobre si no meio de uma crise de pânico. Mesmo com a gola da camisa o pinicando no pescoço e a cama desconhecida sendo um tanto macia demais, Tom admitiu, com um suspiro de alívio, que aquilo era confortável e bem-vindo.

“Me desenha de novo?” James perguntou, a voz já embargada de sono e os dedos se mexendo mais lentamente em seus cabelos. “Como você fez no livro de latim.”

“Quem você quer ser dessa vez? Owen ou Sassoon?”

“Pelo meu tamanho, não tem dúvida de que sou Owen.”

“Mas Sassoon continua vivo, Owen não.”

“Você está vivo. Sobreviveu às flechas como Sebastião, não?”

Na escuridão do quarto (abençoadas fossem os blackouts da guerra), Tom imaginou São Sebastião com cabelos acaju e olhos verdes e covinhas nas bochechas.


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Notas finais do capítulo

1) Tradução livre: Minha mão tímida protege um refúgio-/ Grande o suficiente para ti, e teus breves momentos. / A vida lá é mais doce que no coração de Deus,/Mais calma que no céu de flores (...) Ali seus anos podem se proteger da tempestade, / E o Amor,que ali dorme, o manterá aquecido.

2) Tradução livre: Eu amo tudo que é passageiro: a brevidade é / Música que desaparece em silêncios fugazes. / Vento, pássaros, e folhas brilhantes que se tornam alaranjadas e caem- / Elas espalham prazer pelo mundo; elas chamam pelos membros rápidos e rítmicos que perambulam e correm... / Um momento no alvorecer para o rosto iluminado da juventude / A paixão de um momento, (...)! (O final não consegui traduzir de jeito nenhum, desculpe)

3) Neurastenia: usado pela primeira vez em 1829 para descrever fraqueza dos nervos, era o diagnóstico de muitos soldados que voltavam da guerra com o que hoje a gente conhece como transtorno de estresse pós-traumático (TEPT/PTSD).


4) Wilfred Owen: poeta e soldado durante a Primeira Guerra Mundial, morreu aos 25 anos em 1918, uma semana antes do fim da guerra. Em 1917, ele passou alguns meses no hospital Craiglockhart na Escócia, onde foi tratado para PTSD. Owen era homossexual em uma época em que isso era crime na Grã-Bretanha.

5) Siegfried Sassoon: poeta e soldado durante a Primeira Guerra Mundial, morreu aos 80 anos em 1967. Em 1917, ele publicou uma Declaração contra a continuação da guerra e por isso foi mandado para o hospital Craiglockhart na Escócia, onde passou alguns meses e onde conheceu Wilfred Owen. Sassoon era bissexual, tendo vários casos com homens e casando em 1933 com Hester Gatty.

6) São Sebastião: santo padroeiro dos arqueiros, soldados, atletas, da proteção contra a peste, da cidade do Rio de Janeiro, entre outros. A história dele não tem nada de queer, mas ele foi "adotado" como ícone LGBT entre os santos por uma razão muito simples: as imagens dele são sempre feitas com muito homoerotismo.



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