Missão quase impossível escrita por Kacchako Project


Capítulo 1
Não é impossível... certo?


Notas iniciais do capítulo

Oneshot também postada em meus outros perfis. KillC no spirit e Deathamlfoyy no wattpad.



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— Tem certeza que precisa ir nessa merda?

E pela milésima vez, Katsuki questionava a esposa que, a essa altura, já fechava a mala de viagem. Por mais que estivesse feliz por ela ter sido requisitada a uma missão de alta importancia no exterior, ficar mais de 1 mês sozinho com a filha ainda era um pouco assustador.

Desde que se tornaram pais, há três anos, tudo era flores quando se tratava da família. O casal era admirado pela mídia e amigos, conseguiam se manter longe de discussões e sempre que possível realizavam missões juntos tornando o fanservice muito mais fácil.

Por mais que a gravidez de Ochako tenha sido uma singela surpresa – afinal, sempre se protegeram, mesmo depois do casamento –, Aiko foi uma benção que carregava as melhores qualidades que os pais poderiam ter.

— Espere, espere — a Pro-Hero deixou a mala preta no chão da suíte, se virando com um sorriso brincalhão ao marido — É impressão minha ou está com medo de ficar sozinho com a Aiko?

— Eu? Você só pode estar delirando, Cara de Lua — ele bufou, cruzando os braços e, quando Ochako arqueou as sobrancelhas, se deu por vencido — Não é como está pensando, ok? Só acho que ela ainda é muito pequena e...

— Ela já tem 3 anos, vire homem, Katsuki — Novamente, ela riu se aproximando dele e, antes de selar seus lábios em um breve beijo, deu pequenos tapinhas nos ombros — Não é como se ela fosse pintar seu cabelo ou coisa do tipo. Está até mais controlada do que da última vez em que ficaram sozinhos.

— 'Tá falando do inferno que foi quando aquele projeto de demônio rasgou minha coleção de revistas do All Might e jogou a blusa do meu traje DE TRABALHO no triturador? — sim, esse dia deixou o pai de primeira viagem muito assustado.

Aiko tinha apenas 1 e meio quando Ochako foi a festa de aniversário de uma das amigas depois de Katsuki jurar ser capaz de cuidar bem da menina sozinho. Bom, no fundo ele queria mostrar estar mais responsável, mas, com toda a certeza, a pequena Bakugo veio ao mundo para fazer o pai pagar por todo o mal que ele já fez na infância e adolescência com a personalidade explosiva. Não era como se tivesse parado com tudo aquilo, mas é o que dizem: o casamento muda um homem.

— Já disse para parar de falar essas merdas de apelido — resmungou Ochako puxando a mala para o canto no quarto.

— Ora ora, não foi a senhora que dizia ter parado de xingar? — ele a provocou agora, se aproximando novamente e abraçando a esposa por trás.

— Eu te amo, mas você me estressa — suspirou tocando nas mãos do marido e fechou os olhos sentindo os beijos calorosos em seu pescoço exposto pelo rabo de cabelo.

— Sem chance de deixar essa missão de lado? — mais uma vez ele tentou, agora apertando a cintura da mulher contra seu quadril.

Ochako queria rir naquele momento, só de lembrar em como Katsuki era quando se conheceram na U.A, há quase 7 anos, e vê-lo agora apavorado por cuidar de uma criança chega ser cômico.

Ao se virar, encarou o olhar cortante das íris escarlate a desejando e com um simples toque levitou o corpo do loiro até a cama king onde sempre se amavam. Ela se sentou rapidamente sobre a cintura dele e segurando seus braços para que não se mexesse, sussurrou próximo a seu rosto sem tirar o foco de seus olhos.

— Podemos fazer uma aposta, se quiser — comentou ela inocentemente, mas Katsuki sabia muito bem que aquele olhar gentil tinha segundas intenções bem no fundo.

— Qual seria? — ele perguntou com a voz rouca. Era difícil se segurar para não agarrar a esposa pelo lugar, estando ali em seu quarto, podendo fazer o que bem entenderem era uma verdadeira batalha.

Era nessas horas em que os jovens pais agradeciam pela filha adorar dormir cedo como o pai e ter o sono extremamente pesado como o da mãe.

— Se conseguir passar os 40 dias sozinho com ela, sem pedir ajuda, farei o que você quiser por uma semana.

— Uma semana? — sorriu maliciosamente ao conseguir se soltar das mãos dela e trocou as posições se prendendo entre as fartas coxas — Apostado. Prepare-se para perder, querida.

— Isso é o que vamos ver, querido.

No fim, Ochako sabia que cuidar da pequena Aiko Bakugo era um grande desafio, porque, por trás da face doce e calma que a menina mostrava aos colegas da família, existia uma personalidade hiperativa e exageradamente igual ao antigo Katsuki – sem os palavrões, claro. No mais, não seria uma missão impossível... não é?


[...]


Havia se passado apenas 3 semanas desde a partida de Ochako na companhia de Mina e alguns ex-colegas de classe e Katsuki poderia afirmar estar pagando por todos os pecados que um dia ele e seus antepassados fizeram. Era como se o único momento de paz fosse a noite, quando Aiko se rendia ao sono. Até mesmo a babá que ajudava o casal de heróis desde o nascimento da menina estava surpresa em como ela ficou agitada com a distância da mãe.

Claro que, como um bom pai, Katsuki tentava de tudo para suprir a saudade sendo que ele mesmo estava sentindo muita. Odiava quando precisavam ficar separados. Era como se seu porto seguro estivesse longe o fazendo se agarrar a qualquer acontecimento banal do dia a dia.

Tinha perdido as contas de quantas vezes ligou para Kirishima pedindo ajuda ou apenas para reclamar do quão descontrolada a filha era. O ruivo, por sinal, estava achando cada vez mais divertida toda a situação. Não era como se Eijiro não conhecesse bem a sobrinha. Como os pais dela, sabia sua verdadeira face e talvez, apenas talvez, estivesse mantendo distância da casa do amigo explosivo de propósito.

Era um sábado quando Katsuki acordou com o silêncio suspeito na casa. Já tinha se acostumado a despertar ou por gritos ou por conversas sem sentido que a filha cismava em ter durante a manhã. Não sabia dizer quando foi a última vez em que teve a oportunidade de acordar desse jeito, mas algo não estava certo.

Com as janelas do quarto ainda bloqueando a entrada dos raios solares, o Pro-Hero se sentou sobre os lençóis de seda branca tateando o colchão a procura de seu celular.

10 da manhã e nada da pirralha. Aiko estava aprontando.

Em um só pulo saiu da cama passando rapidamente pelo corredor e enquanto descia as escadas ouviu pequenos sons de risada. Quando constatou que todo o barulho vinha da cozinha recém reformada, Katsuki respirou fundo e, em passos lentos, adentrou no cômodo, dando de cara com a imensidão branca da farinha espalhada por todos os lados. Sem saber qual reação expressar, arregalou os olhos encarando a filha bater palmas sobre uma pilha de farinha enquanto fingia que o era ingrediente era neve.

— Bom dia, papai — Aiko o saudou sorridente batendo mais palmas, se divertindo com a quantidade que se espalhava com ajuda do ar fresco matinal vindo da janela.

— Que porra você 'tá fazendo, pirralha? — ainda desacreditado, chegou perto da garota, observando cada parte de seu corpo sujo — O que pensa que estava fazendo?

— É neve, papai — disse como se fosse óbvio e logo passou a mão no rosto do mais velho, o sujando em seguida — Mamãe tinha proibido papai de falar palavra feia!

— A mamãe tinha proibido a pirralha de brincar com coisas da cozinha e qualquer coisa que não estivesse no seu quarto. Certo? — ergueu as sobrancelhas, vendo a filha sorrir diabolicamente e quando finalmente se sentou das mãos do pai, correu até o arco que dava a sala de estar.

— Entre a Aiko aqui e o papai, mamãe brigaria muito mais com o papai — e após a afronta, gargalhou, correndo pela casa e deixando um rastro de farinha pelo chão.

Primeiro tinha sido os copos quebrado, depois a tentativa de cortar as calças do pai com a enxurrada de glitter que foi espalhada pelos banheiro, isso se não for contar os incidentes que a garota teve e jurou não ter sido sua culpa. Agora, em plena manhã de sábado, a cozinha dos Bakugo estava completamente tomada por farinha.

Para sorte de Aiko, Katsuki não era mais o mesmo do ensino médio. Entretanto, isso não a deixaria a salvo do castigo.

—PIRRALHA, VOCÊ 'TÁ MUITO FERRADA — esbravejou, batendo no mármore branco da bancada, enquanto uma nuvem branca tomava o ar pela pressão — SE SUJAR MAIS A CASA VAI LIMPAR SOZINHA!

— Acho que não, papai — apareceu de fininho na porta e antes que Katsuki pudesse segurá-la, escorreu no chão sujo caindo de joelhos quando viu a filha correr novamente pelo corredor.

Katsuki acabou respirando fundo quando cerrou os punhos no momento em que amaldiçoava a distância que estava da esposa. Daria de tudo para que ela pudesse estar ali. Tentava acalmar todos os nervos que gritavam para que fosse atrás da garotinha, que ria alegremente do pai enfurecido. Contou sei lá quantos números até sentir suas mãos frias novamente e sem resquícios de explosões.

Repassava mentalmente a inútil aposta que tinha feito com a esposa alguns dias antes de sua partida e acabou por se martirizar por querer ganhar. Já tinha em mente tudo o que pediria e, entre elas, estava ver a morena usando somente lingerie enquanto a pequena cria projeto de demônio estivesse com os avós.

— Você não pode matar uma criança, você não pode matar uma criança... — ele repetia a si mesmo ao começar a juntar a farinha —Porra, Ochako, tu só me fode.


[...]


No dia seguinte, após um longo dia correndo atrás da filha que, no final das contas, o convenceu, sabe Deus como a não deixá-la de castigo, Katsuki acordou no sofá da sala de estar completamente jogado do estofada com o cômodo tomado por brinquedos. Sentia uma onda de relaxamento vindo de sua cabeça e arriscava dizer ser exatamente igual ao carinho que a esposa fazia para que ele acordasse.

Sem ao menos perceber o loiro sorriu com a possibilidade da esposa ter voltado mais cedo, mas, quando abriu os olhos, percebeu estar sozinho. Olhou para todos os lados, não notando a presença da filha. Não estava longe, afinal, seu paninho de dormir e o ursinho de pelúcia em homenagem ao antigo herói número 1 estavam bem colocados na poltrona perto da televisão.

Ao se sentar, respirou fundo sentindo um aroma de química invadir seu olfato e logo uma coceira no couro cabeludo que obviamente foi ignorado. Não deveria ser nada.

— Bom dia, papai — Aiko surgiu pulando na poltrona e se acomodou com o ursinho no colo ao mesmo tempo que escondia as mãos.

— Bom dia — disse simplesmente, ainda querendo fechar os olhos, a coceira insistia e notou a filha o olhar fixamente — Perdeu alguma coisa, pirralha?

A pequena Bakugo apenas riu, balançando a cabeça abraçando o ursinho.

— O que foi? — e já suspeitando de algo, Katsuki se levantou, permitindo-se espreguiçar ainda sentindo os olhares observadores da filha sobre si — Vai falar ou vou precisar descobrir sozinho a merda que fez?

— O titio Eijirou estava certo — comentou fingindo pensar enquanto tocava os pequeninos dedos no queixo — Papai combina com cabelo vermelho.

— Como assim cab...

Em poucos segundos, a coceira retornou um pouco mais forte e suas mãos começaram a estalar com as explosões.

A garotinha passou correndo, pegando o celular reserva da família, que gravava por vídeo-chamada a arte da pequena Aiko, enquanto Kirishima ria do outro lado. O Pro-Hero segurava o filho de 1 ano no colo, se divertindo com a cena que se seguiu do velho melhor amigo correndo para o banheiro.

Katsuki socou tão forte a bancada que a pedra antiga se partiu em três pedaços ao ver seus fios do cabelo tingidos de vermelho sangue como os detalhes de seu uniforme. Como não acordou quando isso aconteceu?

Se encarou no espelho ignorando a besteira que fez, enquanto a pia se mantinha presa por um pequeno pano na parede. Seu rosto estava manchado e poderia jurar ter mais de 3 tipos diferentes de justificar a morte prematura do amigo, pois acreditava fielmente ter sido ideia dele. Pobre Katsuki, às vezes se esquecia que a filha era um poço de ideias brilhantes sobre si.

Tateou o próprio short de dormir, pegando em seguida o celular, o qual dormira em seu bolso. Passou por todas as chamadas perdidas e notícias entrando rapidamente na conversa com a esposa e mesmo lutando contra sua vontade de ganhar a aposta, tinha que pedir ajuda ou surtaria. Quando soube que seria pai pensou que seria tudo um mar de rosas... pobre Ground Zero.

— Foda-se a aposta, espero que me dê ótimas dicas de como não matar aquela pirralha — ele resmungava no áudio e, assim que enviou, bloqueou a tela, se encarando novamente no espelho no exato momento em que a pia caiu por completo, fazendo com que o cano d'água o molhasse — Ochako, é melhor nunca mais me deixar sozinho com essa garota.

— Distância desgraçada — o homem pensou ao som de risadas da filha pelo corredor.


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Notas finais do capítulo

Oii, tudo bom?

Aaaa minha primeira fanfic para o KacchakoProject, não nego estar nervosa hihihi...
"Missão quase impossível" está dentro do tema bimestral - distancia. Espero de verdade que gostem, amei muito escrever ela porque talvez (apenas talvez) uma das situações tenha acontecido comigo. Enfim kkkk
Não se esqueçam de comentar, até a próxima ❤


AVISO
?” Oneshot também postada em meus outros perfis. KillC no nyah e spirit.
?” Não esqueçam de visitar o perfil do projeto para mais fanfics de bakuraka!!


CRÉDITOS
?” Betagem por @tratie_is_life
?” Capa por tracyz