Sign of the times escrita por hrhbruna


Capítulo 8
Capítulo 08


Notas iniciais do capítulo

Olá,

Quero agradecer a todos que favoritaram e estão acompanhando a história. Mas se possível, deixe seu comentário para que eu saiba se essa fanfic faz sentido ou não para você! Não deixe de pontuar para quais direções você acredita que essa história seguirá.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791883/chapter/8

Uma das tarefas mais chatas que Daphne exercia em seu papel de Monitora era aplicar detenções. Diferente da maioria de seus colegas sonserinos, ela não sentia o menor prazer em desperdiçar seu precioso tempo assistindo grifinórios tolos polir os troféus, lavar as comadres da enfermaria ou, no caso daquela noite, limpar os caldeirões ao estilo trouxa.

Enquanto esperava o imbecil que tinha conseguido detenção na primeira semana de aula, Daphne fazia o relatório de monitoria que deveria apresentar aos monitores-chefe até o fim da semana. Além disso, quando terminasse, aproveitaria que estava na sala de Snape e adiantaria seu trabalho como Assistente II, já que no dia seguinte ela começaria a treinar o novo Assistente I.

O Prof. Snape não havia a dito quem ele havia escolhido como seu novo pupilo. Ela não conseguia pensar em nenhum aluno brilhante no quinto ano da Sonserina, então, concluiu que só poderia ser alguém de outra casa. Talvez alguém da Corvinal.

O som de passos que se aproximavam da sala do diretor da Sonserina fez Daphne erguer os olhos do pergaminho. A figura alta e esguia de um rapaz com cabelos muito rebeldes e olhos verde Avada Kedavra, passou pela porta. Como de costume, Potter trazia em si um ar despreocupado (e dessa vez um forte cheiro de fumo).

— Você fuma, Potter? — perguntou em tom direto.

— Boa noite, Greengrass. Sim, eu fumo.

— É um hábito nojento.

— É uma vida nojenta. — Harry respondeu com simplicidade. — Então... limpar caldeirões? O de sempre?

—x-

— O de sempre? — Harry quis saber

— O que seria o de sempre, Potter? — Daphne retorquiu. — Felizmente eu não estou acostumada a receber detenção.

— Claro. — Harry revirou os olhos.

Não estava exatamente de bom humor, porque havia seguido Draco Malfoy até o corujal e o viu despachar uma carta. Infelizmente, Harry não tinha a mira tão boa quanto gostaria e a coruja de Malfoy conseguiu se safar de seus feitiços para capturá-la.

Sabia que estava sendo observado por Daphne enquanto limpava os caldeirões sem magia. Harry nunca havia recebido uma detenção aplicada pela Sonserina, mas certamente era bem melhor que ouvir Snape fazer observações maliciosas a cada vez que Harry terminava de limpar um caldeirão.

Daphne ficou a maior parte do tempo calada, sentada a mesa do professor de Poções e escrevendo alguma coisa que parecia importante. Volta e meia a bruxa errava alguma coisa, xingava baixinho e então retomava seu trabalho.

Mesmo cansada, ela era definitivamente uma mulher muito bonita. Encantadora, Harry diria.

Os cabelos caíam como uma cortina dourada em seu rosto, ela tinha o nariz pequeno e delicado, a boca pequena e os dedos também eram delicados. Harry que estava acostumado a ter nariz e mãos grandes, não podia deixar de se sentir absolutamente admirado pelo tipo de beleza diferente que Daphne tinha.

— Posso ajudar, Potter? — Daphne quis saber, sem sequer levantar o rosto do relatório.

— Sinta-se livre para devolver minha varinha se quiser. — respondeu em tom de traquinagem.

— Depois que todos os caldeirões estiverem limpos, você talvez tenha sua varinha de volta, Potter. — Daphne o olhou pela primeira vez e havia um brilho zombeteiro em seu rosto, mas de forma alguma maldoso, e sim divertido.

Ela tinha senso de humor, Harry percebeu.

Hermione provavelmente teria o repreendido se ele pedisse sua varinha de volta, ainda que em tom de brincadeira. Harry gostava de mulheres que apreciavam uma boa risada.

E Harry, aparentemente, tinha uma coisa por garotas loiras e bem nascidas.

Que absurdo, pensou consigo mesmo em tom sarcástico. Logo ele, tão revolucionário e a frente de seu tempo.

— O que você está fazendo? — perguntou despretensiosamente, enquanto limpava o terceiro caldeirão.

— Monitorando sua detenção.

— Sim, claro. — revirou os olhos. — Mas em que está trabalhando? É algum artigo ou coisa assim? Sei que você é assistente do Snape.

— Sim, eu sou Assistente II do Prof. Snape, Potter. — Daphne corrigiu-o.

— Harry. Se você vai me aplicar uma detenção, nada mais justo que possa me tratar pelo primeiro nome. — disse imediatamente. — Godric. Eu gostaria de ter colocado as luvas...

Daphne riu baixinho quando viu Harry erguer sua mão cheia de sumo de alguma coisa que os primeiranistas tinham usado naquela tarde.

— Bem... para sua sorte, o sumo de mandrágora não é venenoso. — Daphne informou-o. — Mas você talvez queira colocar as luvas para os próximos. Pode haver um pouco de veneno de cobra em outros caldeirões...

— Droga. — Harry murmurou. — É a cara do Snape.

— Você deve estar se esquecendo que o Prof. Snape — ela enfatizou a titulação do chefe de sua casa pela segunda vez. — Não é mais o professor de Poções. Isso é obra do seu querido Slug.

Agora havia um tom ressentido em sua voz e Harry sorriu ao se lembrar da primeira aula de Poções e de como Daphne havia o abordado ao final, acusando-o de ter trapaceado de alguma forma.

— Eu ainda não engoli aquilo, Potter. — ela o avisou, como se tivesse percebido que ele estava pensando em sua abordagem. — Sei que você trapaceou.

— Eu te disse para provar. — Harry deu de ombros. — Mas bem, deixe-me perguntar algo, por que Snape me mandou limpar caldeirões e por que ele continua sendo o orientador dos Assistentes? Não deveria ser Slughorn?

— É claro, mas o velho Slug está... bem, muito velho. E ele está cansado. De acordo com ele, só está aqui por um favor ao seu bom amigo Dumbledore. — Daphne revirou os olhos. — Suponho que também tenha muitos afazeres com seu clube de favoritos.

— Você está nesse clube. Não deveria ficar murmurando.

— Eu não estou no clube exatamente por escolha própria, mas é verdade que o meu pai sente muita admiração pelo Prof. Slughorn e acredita que ele poderia me apresentar para as pessoas certas. — Daphne explicou em tom ainda aborrecido.

Harry compreendeu-a. Daphne estava focada em fazer um bom trabalho, mas vivia sendo atrapalhada por ser quem era e exercer algo que as pessoas esperavam de alguém como ela.

— Lamento, Greengrass. — Harry disse.

— O quê?

— Lamento que você não tenha chance de fazer suas próprias escolhas. — Harry explicou.

It’s a man man’s world. — Daphne cantarolou.

Surpreendeu por ouvi-la citar uma musica trouxa, mas percebeu que Daphne, talvez, não fizesse ideia de que aquela não era uma canção mágica.

Quando havia terminado o último caldeirão, ele pigarreou e despertou Daphne de uma soneca que a sonserina estava tirando em cima de seus próprios braços. Harry quase lamentou ter que acordá-la, já que aquela era uma soneca que a garota parecia precisar.

Monitora, Assistente, irmã dedicada, filha adorada. Supôs que, tal como ele, Daphne não tivesse muito tempo para se dedicar aos hobbys e prazeres que a maior parte dos seus colegas tinha.

 — Sua varinha. — ela disse, coçando os olhos. — Pode ir.

— Vou esperá-la. — Harry informou. — Vou lhe acompanhar até a sala comunal da Sonserina.

— Não há necessidade. Fica há uns cinco minutos... — Daphne respondeu, guardando seus materiais.

— Eu insisto. — Harry enfiou as mãos nos bolsos. — Permita-me ser o cavalheiro dourado que fui criado para ser.

Mesmo com sono, Daphne conseguiu rir e ela disse que tudo bem, desde que ele carregasse sua mochila.

Harry concordou e se adiantou para a mochila da garota que estava decididamente pesada. Apontou a varinha para a bolsa e murmurou o feitiço que sempre via Hermione utilizar na própria pasta.

— O feitiço vai enfraquecendo com o tempo. — Harry disse ainda carregando a mochila. — Mas você pode usar o feitiço ‘attenuare’.

— Eu nunca ouvi falar desse feitiço. — Daphne disse.

— Você não teria. Minha mãe ensinou a Hermione. — Harry explicou. — Minha mãe era uma CDF e andava muito curvada por conta da vasta quantidade de livros que carregava na mochila. Ela criou esse feitiço em seu ano de NIEMs, porque havia travado as costas no quinto ano por causa dos NOMs.

Eles riram pela imagem de uma Lily Potter de 15 anos com as costas travadas. Daphne o agradeceu pela dica e o pediu para parabenizar sua mãe.

— Não acredito que uma garota de dezessete anos criou um feitiço tão útil e simplesmente nunca disse a ninguém. — bufou Daphne.

— Não é exatamente legalizado. — Harry explicou. — Então não diga a ninguém que foi minha mãe que o criou.

— Relaxe, Potter. Sua mãe acabou de me salvar de uma hérnia.

O trajeto para a sala comunal da Sonserina era, literalmente, cinco minutos. Harry estendeu a mochila para Daphne quando os dois pararam em frente a pedra que ele sabia que estava escondida a entrada para o salão luxuoso que Salazar havia construído para seus alunos.

— Entregue. — disse. — Boa noite, Greengrass.

— ‘Me chame de Daphne. — ela disse com simplicidade. — Você não pode agir como um cavaleiro da armadura dourada, me trazer até meu salão comunal, carregar minha mochila e continuar a me tratar pelo sobrenome. Você me deve mais que isso.

— Bem, você pode cobrar sua dívida a qualquer momento, Greengrass. — Harry sorriu provocativo. — Fique à vontade.

            Daphne bufou e revirou os olhos, mas Harry viu que os lábios dela estavam esticados em divertimento.

— Vá logo, Potter. Antes que ganhe outra detenção. — Daphne instruiu-o.

— Relaxe, Greengrass. Eu não vou a tantas detenções como você pensa. Sou particularmente bom em não ser pego.

A garota já estava passando pela abertura na pedra.

— Boa noite, Potter. — ela gritou antes de desaparecer e deixar um Harry com um sorriso para trás.

Noite interessante, ele pensou ao girar os calcanhares e sair assobiando pelas masmorras.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sign of the times" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.