Amália e Kyle chegaram no baile junto com as gêmeas e seus pares, com Jasmin um garoto chamado Richard e com Sarah um chamado Leo. As gêmeas logo se animaram ao vê-los e começaram a falar rapidamente, animadas, enquanto completavam as frases uma da outra.

Não demorou muito para que Alexa e Adrian, que juravam estar indo juntos apenas como amigos, chegassem. Logo, o grupo todo estava reunido. Tanto Richard quanto Leo conversavam alegremente com todos e não tardaram a entrosar no grupo.

Decidiram tirar uma foto de todos juntos.

— Certo, preciso que o da ponta direita chegue um pouco mais perto. – Disse o fotógrafo, sinalizando para Richard, que se aproximou um pouco mais de Adrian. – Perfeito! Digam xis!

Após todos aprovarem a foto, resolveram entrar de uma vez no baile.

— Certo, precisamos achar uma mesa para deixar nossas coisas e fazer de ponto de encontro. – Amy disse, procurando algum espaço livre ao redor do salão.

— Céus, eu quero muito ir dançar! – Sarah disse animada, chacoalhando o corpo.

— Garotas, vocês viram aquela mesa? – Alexa disse impressionada, apontando à mesa com comidas e bebidas da festa.

— Eu queria ir no banheiro, verificar como está minha maquiagem. – Jasmin disse apontando ao outro lado do ginásio, onde estavam as placas dos sanitários.

— Ali! – Kyle exclamou apontando a uma mesa vazia, ele e Amy se adiantaram naquela direção, fazendo o grupo os seguir.

— Minnie, sua maquiagem está perfeita, por favor, não se importe com isso. – Alexa disse revirando os olhos. Jasmin fez um biquinho, mas logo se animou com sua irmã, agitando todos para que fossem dançar.

Todos soltaram algumas coisas sobre a mesa.

Alexa agarrou a mão de Amy.

— Vem comigo pegar um ponche. – Ela não perguntou, foi mais como uma ordem. – Garotos, esperem aí! – Ordenou mais uma vez. Kyle e Adrian apenas assentiram.

— Você está mesmo com sede, hein! – Amália exclamou, rindo um pouco.

— Desembucha tudo! – Alexa falou enquanto pegava um copo vazio e ia até a bacia 0do ponche.

— Tudo o quê? – Amy se fez de desentendida.

Alexa a olhou ironicamente. Amália riu nervosa.

— Estamos namorando. – Falou rapidamente, com um riso.

Alexa gritou de felicidade, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor e ficando vermelha por isso.

— Eu sabia que tinha alguma coisa a mais! – Alexa disse, o tom de voz mais baixo agora. – Ele olha para você igual um idiota apaixonado.

— Não, ele não faz! – Amy reclamou, mas tinha um tom de riso na sua voz.

Alexa olhou para trás, localizando onde estavam os amigos, Amália a copiou e percebeu que Kyle a encarava do outro lado do salão.

— Sim, ele faz. – Alexa riu.

Amália sorriu e corou um pouco, abanando ao namorado. Lex suspirou.

— Vocês são tão perfeitos, sabe? – Ela sorriu. – Eu fico toda derretida.

Amy apenas sorriu sem graça, então resolveu tirar o foco da conversa de si.

— Mas então... E você e Adrian?

— Sério? Até você com isso, Amália Beatrice? -Alexa perguntou parecendo irritada. Amy apenas riu.

— Só para confirmar, calma...

Lex mandou um olhar irritado, mas revirou os olhos e riu depois, mostrando que não estava brava.

Voltaram à mesa com algumas comidas e dois copos de ponche.

— Onde estão os outros? – Alexa disse se sentando e começando a comer.

— Foram dançar, Sarah estava bem animada. – Adrian disse, enquanto roubava um canapé do prato de Lex.

Amália bebeu uns goles do ponche e devolveu o copo à mesa.

— Vamos? – Indagou a Kyle, estendendo sua mão num claro sinal de que queria dançar.

Ele logo aceitou o convite e os dois foram em direção à pista de dança. As músicas que tocavam eram animadas, no estilo discoteca. Não demorou muito para que as gêmeas os achassem e logo os levassem para sua rodinha. Alguns outros alunos do colégio estavam no grande grupo. Amália reconheceu dois amigos de sua irmã, Jéssica e Mike. A garota parecia muito mais animada que o garoto, que olhava ao redor como se procurasse por algo.

Amy permitia-se dançar alegremente junto das amigas e do namorado. Ela e Sarah giravam uma em torno da outra, divertindo-se.

Duas ou três músicas depois, Alexa e Adrian se juntaram ao grupo. As quatro amigas tentavam imitar algumas coreografias de suas artistas preferidas, mas quase sempre acabavam se atrapalhando nos passos de dança.

— Amy, vem comigo no banheiro? – Sarah perguntou se aproximando da amiga, Amália assentiu e elas rumaram juntas até a toalete, do outro lado do ginásio.

Amy aproveitou que estava lá e aliviou suas necessidades, saindo e lavando suas mãos logo em seguida. Esperou Sarah por pouco tempo, acompanhando com o olhar o momento que ela conferia sua maquiagem e seu cabelo no espelho. Amália já havia conferido e estava tudo nos conformes.

— Sabe, eu acho que realmente gosto do Leo. – Falou casualmente enquanto se olhava no espelho.

— Sério? -Amy perguntou surpresa. – Caramba, fico muito feliz por você, Sarah! De verdade!

As amigas sorriram.

— Kyle me pediu em namoro hoje. – Amália contou de repente, as bochechas avermelhando um pouco.

— Não brinca! – Sarah falou animada. – E você aceitou?

— Sim! – Amy disse sorrindo.

Sarah pulou nos braços da mais alta.

— Ai, meu coração derreteu agora. – Falou ao se soltar. Amália apenas sorriu.

— Vamos, antes que seu acompanhante e meu namorado estranhem nossa demora. – Declarou, enquanto puxava a amiga para fora do banheiro.

Desviaram de algumas pessoas com uma certa dificuldade, já que todos dançavam animadamente, e finalmente chegaram até seu grupo.

Kyle sorriu para Amália quando a viu e ela logo foi para seu lado. O círculo deles havia aumentado durante esse tempo e a garota já não reconhecia uma boa parte dos colegas.

Dançou mais uma infinidade de músicas animadas até que a primeira nota da música seguinte se fez presente, completamente diferente das anteriores. Amália reconheceu a música assim que ela começou, era de uma de suas bandas preferidas afinal.

— Karma Police. – Ela falou para Kyle que a olhava sugestivamente. – Radiohead. – Ela sorriu, lembrando de todos bons momentos que vivera enquanto ouvia aquela música.

Seus pais adoravam a banda, fora com eles que aprendera a gostar daquelas músicas.

— É uma música lenta. – Kyle apontou e Amy apenas assentiu. – Dar-me-ia a honra de dançar contigo?

Amália sorriu em resposta e envolveu os braços ao redor do pescoço do namorado, que envolveu sua cintura. Eles se mexiam em um ritmo lento e em sintonia. A música mexia com os sentimentos mais profundos de Amy e a saudade dos pais a assolou com força naquele momento. Ela encostou a cabeça no peito do namorado, para que ele não percebesse as lágrimas que se formavam em seus olhos. Quando a música acabou, eles continuaram naquele abraço, até que a próxima começou, ainda lenta, ainda Radiohead.

No alarms and no surprises

(Sem sustos e sem surpresas)

No alarms and no surprises

(Sem sustos e sem surpresas)

No alarms and no surprises

(Sem sustos e sem surpresas)

Please.

(Por favor)

Suspirou fundo com a melodia e Kyle percebeu seu movimento.

— Está tudo bem? – Perguntou com cuidado.

— Está sim. – Ela falou com um sorriso triste. – É só que essa era a música preferida da minha mãe. – Explicou. Kyle a olhou com carinho.

— Você quer sentar um pouco? – Perguntou preocupado.

Amália ponderou a pergunta.

— Essa música, essa banda, eu não posso afastar isso de mim. – Ela falou, os olhos marejavam de novo. – Essa lembrança é eterna, eles são eternos, a banda e as músicas são eternas. Isso tudo faz parte de quem eu sou. Não posso ignorar isso, apenas abraçar e seguir minha vida.

— Você é muito forte, Amy. – Kyle disse com admiração. – Não conheço ninguém nessa escola que seria tão forte quanto você está sendo agora.

Amália negou.

— Todos temos monstros na nossa vida. – Ela explicou. – Alguns são maiores, outros mais fracos, mas todos nós temos uma luta diária para estarmos de pé todos os dias. Para respirar, para abrir os olhos, para sentir nosso coração bater. Todos nós temos que disponibilizar muita foça diária para continuarmos esperançosos. Por isso a esperança é sempre a última que nos deixa, porque é ela que carrega a maior parte de nossa força vital. Quando ela se vai, não temos mais porque respirar, abrir os olhos ou sentir nosso coração bater. Tudo se torna um breu, vazio, sem razões para a existência.

Kyle, a sua frente, piscava um pouco mais rápido. Para espantar as lágrimas, Amy percebeu.

Ele a beijou com carinho, sendo prontamente correspondido.

— Você é a melhor, Amy. – Falou com devoção ao se separarem.

Ela apenas sorriu e o beijou mais uma vez, aproveitando aquele momento tão calmo para ambos.

O resto do baile passou tranquilo, com Amy dançando com Kyle, com as amigas, com Adrian em um certo momento e acompanhando Alexa na mesa de comes e bebes. Meia noite estavam todos na mesa. Leo bocejava, enquanto Sarah já cochilava apoiada em seu ombro.

Estava sentada ao lado de Kyle, que acariciava as costas de sua mão com seu polegar. Amália não conseguiu reprimir um bocejo de cansaço. Kyle a olhou e sorriu, estavam todos cansados, haviam dançando muito afinal.

— Sarah, acorde! – Jasmin disse cutucando a irmã. – Papai está chegando!

Sarah abriu os olhos um pouco desnorteada, mas assentiu. Despediram-se de todos e saíram do ginásio.

Amália sentiu inveja delas, que logo poderiam chegar em casa e dormir.

— Vamos? – Kyle perguntou baixinho em seu ouvido. Amália se apaixonou ainda mais naquele momento.

— Vamos! – Falou, já se levantando.

Adrian e Alexa já se arrumaram para sair também, então se despediram de Leo e Richard e saíram juntos do ginásio. Despediram-se no estacionamento e foram cada um para um carro.

Amy entrou no caroneiro do Chevette Hatch de Ky, e logo eles foram em direção à casa dela.

Despediu-se dele com um selinho demorado.

— Vejo você segunda? – Ele perguntou.

— Com certeza. – Ela sorriu ao responder. Saiu do carro e foi direto até a porta da casa.

Ao abri-la, virou para trás e abanou ao namorado. Entrou em casa e fechou a porta. Respirou fundo. Com cuidado para não acordar Charlie e Bella, subiu as escadas. Foi até o banheiro e lavou seu rosto, tirando a maquiagem. Penteou seus cabelos, escovou os dentes e voltou para seu quarto.

Tirou seu vestido e colocou um pijama confortável. No momento que deitou sua cabeça no travesseiro, apagou.

Acordou com o telefone da casa tocando incessantemente. Abriu os olhos e percebeu que não era muito cedo, ainda estava escuro do lado de fora.

Respirou fundo enquanto o telefone tocava e teve um pressentimento estranho. Talvez fosse coisa de sua cabeça, mas o toque parecia urgente, como se pedisse para ser atendido. Expulsou uma quantidade razoável do sono de seu corpo, saindo da cama e descendo as escadas. Escutou quando Charlie saiu de seu quarto, de pijama.

Puxou o aparelho do gancho e falou com a voz ainda sonolenta.

— Alô?

— Amy? Céus, Amy, aconteceu uma coisa horrível. Você e Charlie precisam vir à Reserva o mais rápido possível. – Ela reconheceu a voz de Quil do outro lado da linha. – Nós não sabemos o que está acontecendo. – Ele começou a falar rápido, dificultando o entendimento de Amália.

— Quil, espere, espere. Respira. – Ela falou, o sono dando total espaço ao nervosismo. – O que aconteceu?

— O Sam – Quil disse nervoso. – Ele sumiu.