Noite de Sexta-Feira - CIP escrita por Casais ImPossíveis


Capítulo 1
Capítulo Único - Noite de Sexta-Feira




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Era uma daquelas maravilhosas noites de sexta-feira em que os pais tão rígidos de Rarity estavam de bom humor o bastante para deixá-la chamar uma amiga para passar a noite em sua casa. E a escolha não foi difícil, embora fosse estranha porque AppleJack era sua melhor amiga, mas também era o seu completo oposto.

— Hoje eu num vou deixar ocê escolher o filme, ocê é muito frouxa. — disse a loira, que se recusava a tirar o chapéu mesmo já estando de pijama.

— Querida, eu apenas não gosto dos mesmos festivais de sangue que você e a louca da Rainbow Dash chamam de filme. — Rarity se defendeu enquanto observava apreensiva a amiga procurar um filme na internet para as duas poderem assistir na cama.

Firme de terrô é legal. E é mió que esses clichê puro que ocê curte. É a mesma história cum a mesma mocinha inocente e o mesmo cara mala, só muda os atô e as atriz.

— Me desculpe por ser uma adolescente normal e gostar de romantismo barato e fofo.

— Tanto faz! Hoje nós vai ver terrô e pronto, então senta aqui e fica quetinha.

Como já era de costume quando assistiam filmes no notebook, Rarity sentou entre as pernas de AppleJack para ficar mais fácil de ambas verem. O filme era A Hora do Pesadelo 5 – O Maior Horror de Freddy.

Enquanto a cowgirl ria de se acabar nas cenas de “terror” toscas, a aspirante a estilista gritava e cobria o rosto com o cabelo.

— Pelo amor de Deus, Rarity! Como que ocê tem medo de um filme fraquin desses? — perguntou rindo quando o filme acabou. — Eu butei logo o pió da franquia que só serve como comédia. Magina se eu colocasse o 3 que tem umas morte bem mais inventiva ou o 7 que tem uma pegada mais realista. Ocê ia ter um infarto aqui e agora.

— Nunca mais eu deixo você escolher o filme, sua insana. — exclamou irritada.

Num disse que ocê é frouxa. — a cowgirl continuou a debochar em tom divertido. — Como eu sei que ocê num vai dormir tão cedo, nós podia brincar do jogo das pergunta.

— Que jogo das perguntas?

— É quinem uma prosa normal, eu pergunto e ocê responde depois vice-versa. Só que diferente de uma conversa, não pode mudar de assunto nem se negar a responder.

— Eu não sei se é uma boa ideia, Apple querida. — Rarity sorriu meio nervosa, claro que elas eram melhores amigas, mas ninguém sabe 100% de ninguém.

Aaara! Ocê é medrosinha demais, Rari. Bora logo brincar. Eu até deixo ocê começar.

— Aff! Você é muito chata! Tá bom, deixa eu pensar. Hmmmm... Ah! Você é virgem ou só preferiu ficar quieta sobre isso?

Ara! É claro que eu sou mesmo virgem. Quer dizer, fora oral. Ocê sabe que se eu num fosse mais teria contado pr’ocê, pra Rainbow e a Flutter.

— Okay. Sua vez de me perguntar.

— Afinal, ocê perdeu bv na festa de aniversário da Trixie cum o irmão da Twi ou na festa na piscina da Pinkie cum aquele baterista gatinho da banda do Flash Sentry?

— Porque todo mundo acha que eu peguei o irmão da Twilight? Ele é legal e tals, mas... Sei lá, não rola, seria estranho. — Rarity fez cara de nojo um instante e só então continuou. — Enfim... Eu fiquei com o baixista da banda do Flash na festa na piscina da Pinkie, não sei porque o boato que se espalhou desse dia é que eu tinha ficado com o baterista. Ok, eu também peguei ele, mas foi meses depois desse evento.

— Nossa. Eu ia morrer sem saber disso.

— Agora é minha vez. Como foi o seu primeiro beijo?

Aaara.

— O que?

Ocê tinha que falar isso bem assim?

— O que tem de mais? — Rarity ergueu uma sobrancelha, confusa com aquela reação.

Ocê podia me perguntar quem foi o primeiro menino que eu beijei ou coisa assim. Agora ocê me apertô sem me abraçá. — a loira resmungou, levemente desconfortável.

— An? Como assim? — o ditado caipira não a ajudou em nada a entender, na verdade até a deixou mais confusa.

— Eu quero dizer que ocê me butou numa situação complicada.

— Por quê?

— É que pra contar esse causo, primeiro eu tenho que dizer que o meu primeiro beijo num foi com... Um cara. — AppleJack revelou, corando tanto que nem seu forte bronzeado pelo trabalho duro na fazenda debaixo de sol disfarçava.

— Tá me zoando, né querida? — Rarity riu em uma mistura de choque e incredulidade.

— Não, eu to falando sério mesmo. — admitiu demonstrando uma timidez que a amiga nunca tinha visto antes. — Na verdade, foi assim: Sabe a Sunset Shimmer?

—Claro que sei. Não tem alma viva em Canterlot High que não conheça a maior Queen Bitch e Sapa Alpha da escola, até porque ela não é só popular, é capitã do Time de Softbol.

— Pois é... Só que no dia que isso aconteceu, num devia fazer nem duas semana que eu tinha entrado pra Canterlot High. Eu dicidi tumar um refri porque o Big McIntosh demorou pra me pegar, na verdade ele me esqueceu na escola por três horas nesse dia, mas enfim... Eu acabei derramando um pouco na camisa, aí fui pro vestiário butar uma ropa limpa e a Sunset Shimmer tava lá. Eu já sabia quem ela era, só num sabia que ela era lésbica, então quando percebi que ela tava olhando pra eu cum uma cara de quem tava pensando besteira, eu decidi brincar cum ela falando “Ocê gostou do que tá vendo?”

— Pera, o que ela tava fazendo na escola? — Rarity interrompeu, processando devagar as informações.

— Sabe que eu nunca tinha me perguntado isso? Mas ela é atleta, né? Devia ter treino.

— É, deve ser. Nem sei porque perguntei isso. Vai continua, querida. — pediu, curiosa e até meio empolgada para terminar de ouvir.

— Todo mundo da escola sabia que ela era sapatão, então acho que ela achou que sabia também, então soou como convite. Ela veio pra cima d’eu cum aquele sorrisin cínico típico dela, me puxou pela cintura e falou assim “Gostei demais”. Depois ocê já deve saber o que aconteceu.

— Nossa. E você retribuiu? — Rarity estava mais envolvida até demais pela história.

— De primeira eu num fiz nadinha, fiquei só cos oião arregalado. Só que a boca dela era tão macia e gostosinha, sabe? Eu acabei retribuindo sim.

— Ai que babado.

— Pra um primeiro beijo foi bem bão, viu? Depois disso nós ainda ficou umas dez, onze vez pelas festa por aí e nos santo atraso do Big Mac. — comentou com um sorriso saudoso, como se falar sobre a transportasse de volta para o momento das lembranças.

— Mas pera. Você é... Você é... Tipo...

— Lésbica? Eu não uai. Gosto dos menino, mas beijar as menina é bão demais da conta. Ninguém divia morrer sem experimentar. Por isso que de vez em quando eu provo de novo. — murmurou rindo descontraída.

— Tá falando sério? — Rarity arregalou os olhos, chocada.

— Vai dizer que ocê nunca beijou uma menina? — AppleJack ergueu uma sobrancelha mais como insinuação do que dúvida.

— Claro que não.

Ara! Como assim? Eu acabei de contar o meu causo pr’ocê, pode contar o seu. Eu sei que todo mundo faz essas coisa escondido, mas agora que ocê sabe de como foi comigo, tá tudo tranquilo pra eu saber d’ocê.

— Eu juro, Apple querida: Eu nunca fiquei com nenhuma menina. — afirmou, olhando-a nos olhos.

AppleJack encarou as íris azul escuras de Rarity por alguns segundos antes de se dar por convencida, então balançou os ombros e disse. — Pois divia. É bão demais da conta.

— Duvido. Beijar garotos lindos e fortes sentindo a barba rala roçando no rosto é muito gostoso pra beijar meninas conseguir competir.

— Ah, mas compete. Compete cum força. — a cowgirl sorriu com um brilho de desafio no olhar. — Se ocê tiver corage eu mostro pr’ocê aqui e agora.

— O que!? — Rarity colocou a mão sobre o peito como se estivesse ofendida. — Para de falar besteira.

— É sério. Vem cá. Se ocê num gostar, num gostou e pronto uai. Mas eu duvido que ocê não vai gostar.

— Você falando desse jeito tá me deixando curiosa. Isso é muito estranho. Eu sou hetero caramba. — enfatizou mais para si mesma que para a amiga.

Uai, eu já falei que eu sou também. Só variar de vez em quando não vai te transformar em lésbica dum dia pro otro.

— Aff! Vem aqui logo. — Rarity se deixou vencer pela curiosidade e ela mesma puxou a cowgirl pela nuca, selando seus lábios.

AppleJack não se fez de rogada, enterrou uma mão no cabelo de Rarity e com a outra a puxou pela cintura, deixando seus corpos mais próximos, então a beijou com vontade domando a língua dela com a sua de um jeito intenso e ao mesmo tempo delicado, deixando bem claro quem estava no comando.

Ao se separarem já sem ar, a aspirante a estilista permaneceu encarando a melhor amiga por longos segundos enquanto tentava recuperar o fôlego.

— Ok. Beijar meninas é mesmo surreal. — admitiu finalmente parando de ofegar. — No melhor sentido possível da palavra.

— Foi o que eu disse, uai. — AppleJack respondeu rindo.

— E se esquecermos o jogo e focarmos em algo mais físico essa noite, Apple querida? — propôs com um olhar malicioso e tom de voz sugestivo, mas logo mordeu o lábio denunciando seu receio.

— Só se ocê, Rarity Diamond, admitir que quer essa caipira gostosa. Com toda as letras. — exigiu com um sorriso provocante e desafiador.


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