MeliZoe e os Olimpianos escrita por Zoe


Capítulo 7
Todos tentam me ajudar


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, revisei o capitulo e quando fui postar ele sumiu... Tempos estressantes. Se verem um erro me perdoem por favor! E avisem!
Boa leitura ♥



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Luna não descansou durante a noite. Mesmo que estivesse cansada e sua garganta e olhos ainda doíam. Pensou na profecia o tempo todo. Tentou ignorar o fato de ela ser cortada no meio. Precisava escolher dois de seus amigos para a acompanhar. Nem os conhecia tanto assim para fazer essa escolha. Sentiu que precisava de ajuda.

Durante a madrugada, saiu com passos leves do chalé. Isso era uma infração, mas precisava conversar. Ainda não tinha se mudado para o chalé de sua mãe, mas pensou que agora seria o melhor horário. E Dimitri provavelmente a melhor pessoa para a tarefa.

Passou pelo chalé 13 e seus amigos dormiam na porta. Queria perguntar o que estava acontecendo mas não se sentia como parte do grupo suficientemente para isso.  Andou devagar levando sua mochila um pouco mais pesada do que quando chegou no acampamento.

Entrou devagar no chalé com tomateiros nas escadas. Se assustou quando achou Dimitri sentado no chão olhando a lareira.

“Me perguntei quando você se mudaria.” Ele parecia muito triste.

“Preciso da sua ajuda... Não sei o que fazer”

“E mesmo assim, você é a escolhida.”

Tentei não me ofender pelo comentário e sentei ao lado dele.

“Quer ajuda em quem escolher e depois comentamos sobre o que levar?” Apenas assenti. Ele se mexeu para ficar na minha frente.

“A preferida provavelmente é Atena... André é o conselheiro do chalé, mas Vanessa é melhor no combate. É interessante ter alguém que é mais que teórico em uma missão já que vocês provavelmente vão encontrar muitos monstros.” Ele parou para olhar para as chamas da lareira.

Estremeci com o pensamento de encontrar muitos monstros. Mal havia me recuperado do ataque de hoje. Com certeza não estava preparada para outro amanha. Pensei qual seria a media de vida de semideuses.

O acampamento só tem adolescentes então talvez os deuses façam tantos filhos para colocar no lugar daqueles que morrem antes dos vinte.

“Na guerra ou no amor... Provavelmente são Ares e Afrodite. Nunca aconselho levar filhos de Ares em missões, eles normalmente não pensam muito antes de agir e essa parece uma missão de Atena. Filhos de Afrodite podem ser útil desde aprenderam a manipular a nevoa e usar o charme. Mas nem todos conseguem. Silvia é a conselheira do chalé e bem talentosa com a nevoa.”

“Voce pode ignorar essa parte e levar Hadassa. É a mais talentosa em missões do acampamento. Filha de Hefesto, maravilhosa com maquinas e aprendeu alguns truques de magia com o namorado que é filho de Hecate. Desde que chegou no acampamento acompanha todas as missões que consegue e sempre volta como a salvadora do grupo... Montando um autônomo no ultimo minuto.”

“Se você quiser focar na parte da musica e da loucura pode levar um filho de Apolo. São músicos e curandeiros natos. Como o Matheus. Ele é um ótimo guerreiro e ter um curandeiro nas missões é sem bom.”

Ele não mantinha contato visual enquanto falava. Olhava para as chamas e pensei ter visto uma lagrima escapar de seus olhos. Não perguntei nada sobre, não achei que seria o momento ideal.

“E Laura? Ela me acolheu quando cheguei...” Ele finalmente olhou nos meus olhos e pensou por alguns segundos antes de falar.

“Laura... Não é uma escolha popular em missões. Ela mesmo deve te contar isso. Tudo que eu posso dizer é que é mais perigoso que seguro quando ela esta presente.”

Ele provavelmente notou minha feição assustada quando sorriu de forma reconfortante para mim novamente.

“A missão é sua... Escolha pessoas que você pode confiar e que sabe que te ajudarão. Ser bom em combate é bom, ser bom em estratégia é ótimo, e tente escolher alguém entre quem te criticaria sempre e quem te apoiaria. Extremos são negativos. Idade não significa nada aqui.”

“Muito obrigada Dimitri... Não saberia o que fazer sem sua ajuda aqui. Não só agora.” Sorri de volta para ele e tentei parecer natural.

“Tudo bem, eu seria um péssimo monitor se não te ajudasse de toda a forma possível. Siga seus instintos e você saberá o que fazer.”

Senti que esse seria o final da conversa, mas não sentia sono ainda. A situação toda parecia impossível. Eu nem compreendia direito o que estava acontecendo e o que eu deveria fazer na missão.

Fui até uma das beliches que estava vazia e peguei os cobertores. Os joguei perto da lareira e me deitei perto a Dimitri. Não conversamos mais. Tentei dormir mas não conseguia parar de pensar no que aconteceria no outro dia. Quando os galos começaram a cantar, cochilei.

Sonhei com um menino-monstro-bode, que aqui eles chamavam de satiros. Ele estava tocando uma flauta e dançando em meio a muitos outros de sua espécie. A musica parecia uma antiga cantiga indígena e era extremamente envolvente. Instintivamente, comecei a dançar junto com os satiros. Quando a flauta parou de tocar, todos pararam de dançar e marcharam para leste.

“Encontrem o resto do exercito! Em duas semanas chegaremos no President e os olimpianos se arrependeram de nos tratarem como escravos! A natureza não responde a ninguém!”

O satiro que gritava era o que tocava a flauta, seus chifres eram maiores que o dos outros e seus olhos escorriam ódio. Ele se virou em minha direção e sorriu.

Acordei suando e sozinha.

Olhei ao redor , mas Dimitri não estava no chalé. Levantei e comecei a arrumar minha mochila. Não tinha a aberto desde que chegara ali a poucos dias. Tirou as ervas que já estavam mortas dali, colocou suas lembranças de aventuras encima da cama. Deixou a adaga e seu livro. Percebeu que não tinha muitas coisas e decidiu colher algumas ervas e frutas para levar na viagem depois do banho.

Quando saiu do banheiro o chalé ainda estava vazio. Tentou não pensar que Dimiti estava a evitando. Ele merecia muito mais a missão. Não entendia porque ela era a escolhida sendo que não era boa em combate e com certeza não era boa em estratégias.

Colocou a calça jeans e camisa do acampamento que ganhara (ainda não sabia de quem). Prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo alto, pegou sua mochila e sua lança de madeira e saiu do chalé.

Ali mesmo, em seu entorno, nasciam inúmeras plantas espontâneas que tem propriedades medicinais. Luna se ajoelhou no solo e colheu algumas. Perdeu a noção do tempo enquanto estava ali, sempre tinha gostado das tarefas que a obrigavam fazer na escola rural que estudou. Claro que o entusiasmo da menina a capinar o lote era visto como desrespeito e acabava em punição.

“Parece que você não precisa da minha ajuda...” A voz de Matheus encheu seus ouvidos e ela se virou e o abraçou. Quando percebeu sua atitude quase que involuntária a garota corou. “Ahn... Pensei em te ajudar com medicamentos, mas parece que você tem tudo sobre controle. Mesmo assim trouxe ambrosia e alguns sanduiches para você levar. E alguns dracmas.”

“Dracmas?” Ainda havia tanto desse mundo que eu não conhecia e logo antes de uma missão esse fato a assustava.

O menino mostrou um saquinho com algumas moedas de ouro estranhas. Luna lembrou que já tinha visto esses antes e desviou o olhar rapidamente.

“Sim, sim... Na verdade, eu tenho alguns... Encima da minha cama. Eu... Achei em algum lugar na floresta.” Ela não sabia porque mentiu, mas não gostava de pensar em como conseguira as moedas.

“Oh... Tudo bem.” Ele guardou o saquinho no bolso e deixou suas mãos repousarem ali. “Não sei o quanto Dimitri te mostrou do chalé, mas ele tem uma horta ilegal de ervas venenosas.” Ele voltou a sorrir e apontou para o fundo do chalé. Começamos a andar nessa direção. Parei para admirar alguns girassóis e um se virou para Matheus. Olhei para ele em procura de explicação e ele deu de ombros.

“Acontece as vezes... Filho de Apolo, sabe? Alguns o conhecem como deus-Sol.” Ele continuou andando. “Sabe a história de como surgiram os girassóis?”

“Imagino que não foi com a evolução?” Perguntei sarcasticamente e ele riu alto.O som de sua risada era como uma das melhores sinfonias de Beethoven.

“Não, não... Uma ninfa aquática chamada Cintia se apaixonou por Apolo, mas ele não correspondia o amor e isso a deixava doente. Ela ficou durante 9 dias sem comer ou beber, apenas chorando e acompanhando o movimento do Sol. Finalmente, seus pés de enraizaram e seu rosto se transformou numa flor. Ainda acompanha meu pai.” Ele olhava para o ceu e me perguntei se ele já conhecera ou conversara com seu pai.

“Pensei que plantas fossem a minha coisa.” Ri e balancei algumas ervas em minhas mãos. "São minhas flores favoritas." Ele deu de ombros novamente.

“Nem sempre... Como nem sempre musica é a minha coisa. De Apolo, quero dizer. Essa missão procurando a musica que enlouquece... Não é dele. É Atena. Embora ele tenha punido cruelmente o satiro que começou tudo isso.” Ele terminou a frase em um tom sombrio e eu quase não quis perguntar sobre o que estava falando.

“Então essa flauta já apareceu antes? A história poderia me ajudar?” Eu sôo um pouco desesperada, mas não consigo me conter. Preciso do Maximo de ajuda possível.

“Acredito que não... Mas é melhor você entrar na missão com toda informação que puder. Atena inventou a flauta e tocava o instrumento pelo Olimpo... Aqui as histórias mudam, alguns dizem que foram Afrodite e Demeter, outros dizem que foi um cupido... O importante é que alguém riu do rosto de Atena enquanto tocava pois suas bochechas ficavam cheias. A deusa se irritou e jogou a flauta do Olimpo. Marsias, um satiro, a encontrou, e quando ouviu seu som desafiou o próprio Apolo para um duelo. Ele perdeu, claro, ninguém vence os deuses... Meu pai o esfolou vivo. A flauta foi esquecida. Pã teve outros problemas maiores.” Quando ele parou de falar, estávamos na parte de trás do chalé e eu podia ver uma variedade enorme de plantas venenosas. Perto de uma enxada se encontrava algumas luvas e outros utensílios de jardinagem.

Luna ficou em silencio enquanto cortava algumas folhas e as guardava em pequenos frascos que encontrara por ali.

“Dimitri fez um trabalho perfeito com o jardim.” Comentou sem graça.

“Os deuses podem parecer cruéis de inicio... Mas melhora. Você se acostuma.”

“A falar de empalar seres vivos como se fala de café da manha?” Percebi o tom agressivo que estava usando e me arrependi assim que acabei minha frase. Pensei que ele iria embora, mas ao invés disso me abraçou.

Foi um abraço estranho e desajeitado, mas também caloroso e seguro. Meus olhos se encheram de água de novo. Viver em sociedade trazia muito mais emoções de mim do que eu imaginava.

Ele se afastou depois de um tempo e sorriu envergonhado.

“Laura quer conversar com você antes do café. Posso te acompanhar até o chalé 13.”


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo inicialmente tinha 3 mil palavras. Achei muito longo e cortei em 3. Espero que gostem.
Comentem! Amo vcs



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