MeliZoe e os Olimpianos escrita por Zoe


Capítulo 23
Morri??


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥ !



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Quando acordei a primeira coisa que fiz, instintivamente, foi colocar a mão na minha cabeça. A última coisa que senti foi um raio passando bem no meio dela, e se eu estava viva todo o resto deveria ser um sonho.
Provavelmente eu ainda estava na árvore, amarrada, olhando o acampamento de longe e tudo fora só um pesadelo. O topo de minha cabeça doía, mas eu não estava morta.
Abri os olhos e eu estava na tenda hospitalar do acampamento. O alívio de acordar ali dessa vez foi muito maior do que da última. Mal tive tempo para ajustar meus olhos à luz e recebi um abraço de alguém que pulou em cima de mim.
“Pensei que você ia morrer... Vamos ter que conversar sobre suas estratégias de luta.” A voz era de Vanessa. Ela se afastou um pouco e sorriu para mim. Estava aparentemente bem, limpa, com os cabelos cacheados presos em um coque e uma blusa do acampamento maior que seu tamanho.
Atrás dela estava, de pé, Silvia. Ela limpava o rosto, como se estivesse chorando, mas ainda era uma das mulheres mais lindas que eu já vi. Pensei que ela era mais linda do que a própria Afrodite, mas nunca me atreveria a dizer isso, pois temo suficiente pela minha vida no momento.
“O que aconteceu? Não deu certo?” Eu pergunto a ela preocupada, minha voz está fraca e eu imagino que se acordei viva aqui é porque meu plano não deu certo e agora temos que nos preparar para uma guerra contra os seres misticos.
“Se o seu plano era quase se matar invocando um raio para cair no meio de sua cabeça, sim, deu certo.” Vanessa me responde com um tom de repreensão em sua voz. 
“E atingiu o satiro?” Eu pergunto a ela. Pois se eu estou viva ele pode estar também e eu fiz tudo isso para nada.
“Atingiu Yulio.” Silvia foi quem me respondeu, sua voz estava fraca e falhando também. 
“E eu não morri?” Pergunto a elas assustada e confusa. Claro que eu não morri, estou aqui. Será que filhos de Deméter tem um dom incrível de sobreviver a raios?
“Você... morreu. Mais ou menos.” Vanessa me responde toda emblemática, como uma boa filha de Atena.
“Deveria ter morrido, mas não morreu.” Silvia completa.
“Acho que porque o raio foi divido por 3. Se fosse apenas os dois, teriam morrido.” Vanessa disse, como se tivesse tentado fazer as contas antes.
“Três?” Pergunto confusa. Esperei para que todos se afastassem justamente para não matar mais ninguém. Aparentemente sou mais burra que eu pensei.
“Gavin... Se jogou no seu lugar quando viu seu plano. O raio ainda atingi você, mas desviou um pouco de energia para ele.” Silvia me conta, como se não fosse nada.
“Mas ele sobreviveu?” Eu pergunto a eles desesperada. Não acredito que eu matei Gavin. Não pode ser. 
“Sim, esta na cama ao lado, bobinha.” Vanessa me responde e aponta para a maca do meu outro lado.
Olhei para meu lado esquerdo e ali estava Gavin, desacordado e babando. Estranhamente, ainda cheirava a açafrão. Me perguntei se algum dia conseguiríamos tirar esse cheiro dele.
“Matheus e Dimitri chegaram lá um pouco depois de nós. Quando você caiu, todo o céu se abriu e Matheus correu para te socorrer.” Silvia me conta a história sorrindo um pouco agora.
“Acho que Gavin ficou com ciúmes...” Vanessa começa e Silvia a interrompe no meio de sua frase.
“Pare com isso, ele estava desacordado.” Silvia diz com seu habitual mau humor, Vanessa ri e da um soquinho em seu ombro.
“No fim, os deuses apareceram. Zeus deu sua benção para Apolo te curar. Deméter levou Yulio.” Vanessa continua, com a voz mais forte e parecendo mais confortável agora.
“Ganhamos carona com Atena para chegar até o acampamento.” Silvia completa a história da amiga, se sentando ao meu lado. “Matheus não queria ficar para trás, mas precisava tratar dos outros feridos no local.”
‘Desde que voltou não tem saído do seu lado. Vanessa ri um pouco e aponta para trás de Silvia.
As garotas se moveram um pouco e vi um Matheus dormindo em uma das macas. Seu rosto parecia tão sereno quanto eu lembrava e ele sorria até ao dormir.
“Atena destruiu sua flauta dessa vez.” Vanessa me explica, mas parece que não conta tudo que aconteceu. “Atena nos explicou que a flauta fora alterada com magia. Marsias, o primeiro satiro, não estava louco quando desafiou Apolo, apenas gostava do som. Dessa vez, alguma magia negra fez com que o som da flauta influenciasse a quem a ouvisse a fazer seus desejos mais sombrios. Por isso os sátiros atacaram os olimpianos. A musica não criava loucura, apenas trazia a tona desejos profundos.” A garota continuou sua explicação.
“Hecate queria ficar com a flauta para estuda-la. Mas Atena preferiu os desintegrar.” Silvia me informou.
“Não confiaria em um mundo onde aquelas coisas existem.” Eu disse a elas e as duas sorriram. “Há quanto tempo estou aqui?”
Voce esta desacordada a quase uma semana agora. É a primeira vez que abre os olhos.” Vanessa me diz.
“Me sinto bem agora... Não posso voltar para meu chalé? Não gosto de ficar na enfermaria.” Eu pergunto a elas. Realmente, o local não é muito aconchegante e até um pouco frio.
“Fico muito triste de ouvir isso.” Era a voz doce e suave de Matheus, que enchia meu ser de calor.
“Vamos jantar e dar a vocês alguma privacidade.” Silvia disse, levantando rapidamente.
“Não posso ir jantar?” Eu pergunto a ela e ela ri para mim.
“Posso trazer comida aqui pra você se estiver com fome.” Vanessa é quem me responde, dando de ombros.
“Deixa pra lá.” Eu digo a elas e as duas garotas começam a ir embora.
“Ness... Atena chegou a explicar porque tudo isso aconteceu?” Eu levanto a voz para chamar a atenção de Vanessa.
“Não. Mas algo grande esta pra vir. Os deuses não nos disseram, mas podemos sentir.” A filha de Atena me responde e dá de ombros novamente.
“Não seria a primeira vez que eles escondem algo assim de nós...” Silvia completa a fala da amiga novamente.
E foram embora.
Matheus sentou na minha cama e se inclinou para me abraçar.
“Sei que todos a dizem isso mas... Santo Zeus, ninguém a deveria deixar entrar em batalha.” Encostou no meu rosto. “Pedir para um raio cair sobre sua cabeça?” Passou a mão para meu braço. “Lutar com romanos? Deixar um cão infernal te morder?” E pousou sua mão sobre a minha. “Deixar monstros te cozinharem? Sinceramente, Luna...
"Bom, estou viva, então não fiz de tudo errado. Eu digo, ficando um pouco irritada com todos questionando minhas estratégias. Podem ser loucas, mas eu ainda estou viva e isso significa que algo deu certo. E salvei nossas vidas algumas vezes também. 
“Fez tudo certo. Mas se fizesse com mais cuidado seria bom para meu coração.” Ele me deu um sorriso torto e meu coração começou a bater como asas de beija-flor no meu peito. Seus olhos pareciam a única coisa que eu podia ver. Então fiz a coisa mais inteligente que pude pensar.
“Se você se exercitar mais, ao invés de ficar preso aqui, seu coração vai se acostumar com a adrenalina.” Ele se afastou de mim e colocou as mãos em seu joelho.
“Sim, claro. Vou tentar me dedicar mais aos treinos esse ano.” Ele parece um pouco chateado e continuou se afastando. Sinceramente, não sei o que acontece quando estou perto dele, parece que meu cérebro desliga e eu fico com a inteligência de uma ameba.
“Você ri dormindo.” Eu digo a ele tentando melhorar o clima.
“Voce chora.” Ele sorri um pouco para mim e eu procuro a mão dele para segurar.
O garoto se deitou ao meu lado, na minha maca, e respirou fundo. Não conversamos mais, ficamos assim por alguns minutos até eu adormecer novamente. Parecia o lugar mais seguro para dormir ali.


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Notas finais do capítulo

Opa pessoal... Chegando ao fim. Estou feliz e triste hehe. Como se sentem sobre uma continuação? Já tenho a história pronta aqui, só escrever...
Comentem! Amo vcs ♥



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