Tartarus - A Ascensão dos Intrépidos escrita por HellFromHeaven


Capítulo 2
Tartarus




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Escuridão era tudo o que existia, como a verdadeira representação do vazio. Pouco a pouco, a luz começou a surgir e, com ela, sensações. Um turbilhão de sentimentos invadiu suas mentes enquanto seus corpos eram refeitos rapidamente. Porém, não havia dor, apenas uma confusão nauseante provinda de tantas informações recebidas de uma só vez. Assim que sentiram o ar preenchendo seus pulmões, puderam finalmente abrir os olhos. O local era uma ampla planície rochosa, como a base de uma montanha. Seis pessoas estavam ali, de pé, tentando reiniciar seus pensamentos.

A primeira a despertar completamente foi a androide, não era muito alta, e sua pele violeta era marcada volta e meia por divisões de suas peças, linhas quase imperceptíveis a olho nu. Vestia preto, calça, jaqueta e bota, com pequenos detalhes de linhas neon roxo. Seu cabelo arroxeado pendia da esquerda para a direita, onde sua cabeça era raspada. Seus olhos violetas emitiam um fraco brilho e rapidamente analisavam o terreno à sua volta. 

Logo à sua frente havia uma besta com mais de dois metros de altura: uma espécie de touro bípede com polegares nas mãos e botas nos pés. Sua pelagem era ruiva e bem cuidada, vestido apenas com uma calça de couro marrom claro. De sua cabeça brotavam dois enormes chifres negros que pareciam lustrados e muito afiados. Entretanto, seus olhos vermelhos não pareciam hostis e a fera pareceu sorrir amigavelmente, apoiando seu corpo em um martelo de aço quase do seu tamanho. A arma era muito bem trabalhada com algumas inscrições em sua cabeça. 

Em contraste com o enorme minotauro havia uma pequena garota de cabelos longos e rosados. Em seus olhos grandes e cor de rosa era possível notar que ela se esforçava o máximo para não transparecer o medo que sentia. Usava uma saia plissada preta e uma camiseta branca com gola simples e suas feições indicavam que não havia atingido a maioridade. Segurava uma varinha de cabo branco com detalhes dourados e um grande cristal cor de rosa em formato de coração como se sua vida dependesse daquilo. A pobrezinha esboçou o melhor sorriso que conseguia.

Um doce som chamou sua atenção para uma mulher de estatura mediana cuja pele era completamente negra. Ela tocava algumas notas em um violino negro com inscrições vermelhas e brilhantes, afinando o instrumento. Seus olhos cinza claro estavam completamente focados e complementavam o contraste de seus cabelos brancos com sua pele. Possuía orelhas pontudas e dentes afiados, com um sorriso confiante. Vestia roupas de couro marrom escuro e uma capa de um vermelho muito escuro. 

Ao seu lado, um homem alto de pele azulada parecia exalar serenidade de seus olhos azuis escuros. Usava um kimono de tecido leve, azul escuro com pequenas ondas estampadas em um tom mais claro, sandálias de madeira escura e uma espada embainhada em sua cintura. Ele seus cabelos negros, presos em um rabo de cavalo e fitou o céu, pensativo. 

Por último, os olhos biônicos encontraram o vazio no olhar da mulher de pele pálida e cabelos negros longos que carregava uma maleta preta. Vestia um jaleco branco por cima de uma camisa branca e calças pretas. Fora suas orelhas pontudas, nada em sua aparência chamava atenção. Porém, seus olhos amarelos deixavam a androide desconfortável, como se aquela pessoa fosse completamente desprovida de sentimentos. 

Um brilho surgiu no meio deles, forte demais para olhar diretamente. Poucos segundos depois, havia uma pequena esfera azulada flutuante. 

— Bom dia, intrépidos! - sua voz era eletrônica e amigável. - Sejam bem-vindos ao primeiro andar do Tartarus, o local onde os sonhos mais insanos podem se tornar realidade para aqueles que são fortes o suficiente para alcançar o último andar!

— Mas que porra é essa? - indagou a violinista.

— Eu sou AX00234, o assistente deste grupo! Estou aqui para explicar as regras do Tartarus e dos andares. Na verdade, só verão minha forma física agora, pois no restante da jornada manterei contata por meio de seus implantes na mão direita,

Todos olharam suas mãos e notaram um pequeno cristal transparente acima da pele. Ao tocá-lo, surgia uma tela holográfica com várias opções de comandos.

— Podem usar este dispositivo para verificar o mapa do andar, localizarem seus companheiros, reverem as regras do andar, o progresso de suas missões e para se comunicarem entre si. É possível adicionar o contato de pessoas de outros grupos também!

— Nem aqui dá pra fugir de redes sociais. - Disse a androide, desanimada.

— Com o tempo vocês pegam o jeito e, caso tenham paciência, há também um manual nas opções. Basta clicar na tela holográfica.

— É realmente um tipo muito interessante de magia. - Comentou o minotauro, com os olhos brilhando.

— Não é magia, é tecnologia. - Disse a mulher de jaleco branco.

— Exatamente! - Exclamou AX00234. - Agora vamos à regras! Durante os cinco primeiros andares, deverão estar todos juntos para que a porta do próximo andar se abra. Entretanto, há andares onde outros intrépidos podem atacar e matar vocês, como neste andar aqui. Mas não se preocupem! Se morrerem dentro do Tartarus, reviverão em seus mundos de origem. Lembrem-se que precisam do Cupom Escarlate para entrarem novamente. Então tenham cuidado e valorizem suas vidas como se fossem as únicas.

— Poderia ir direto ao ponto, então? - Indagou a androide.

— Sem problemas! Neste andar, tudo o que precisam fazer é chegar até a saída. Há monstros no caminho e é possível que encontrem intrépidos hostis. Desejo a vocês boa sorte e espero que consigam avançar!

A esfera se desfez no ar em meio a um forte brilho azulado. Assim que a luz se dissipou, os seis entreolharam-se dando espaço para um silêncio constrangedor. A androide tomou mais um tempo para analisar melhor seus companheiros antes de tomar a frente da situação. Porém, para sua surpresa, a mulher de jaleco branco andou até o meio do grupo, chamando a atenção de todos.

— Bem, como AX00234 disse, estamos presos uns aos outros por pelo menos cinco andares. Isso significa que seremos obrigados a conviver e a trabalhar juntos. - A mulher olhou para o horizonte e voltou-se para o grupo. - Mas como não temos muito tempo, sejamos breves. Digam o nome e a ocupação. Sou Lana Giften, uma geneticista.

— Gosto de pessoas diretas. - Disse a violinista, tocando dois acordes. - Gertrud Eigyr, sou apenas uma humilde artista em busca de inspiração.

— Gunnar Frey, a seu dispor! - Exclamou o minotauro. - Um ferreiro capaz de forjar armas épicas.

— E muito modesto, pelo jeito. - Disse a androide. - Angelique Tess, investigadora criminal.

— Uma guerreira da justiça, será uma nobre companheira. - Disse o samurai. - Hideki Doraku, apenas um guerreiro tentado reaver minha honra.

— E-eu sou Elulu Chikako e… É, sou uma estudante. Essa aqui é a Diamond, minha varinha mágica.

— Olá minhas queridas pessoinhas maravilhosas! - Exclamou o objeto. - Elulu é tímida, mas é uma ótima garota! 

Todos olharam confusos para Diamond, que flutuava alegremente ao redor da pequena garota que, por sua vez, fitava o chão, forçando um sorriso. Antes que pudessem digerir aquela cena, o céu se tornou escuro. Assim que olharam para cima, avistaram milhares de flechas mergulhando em sua direção. Os projéteis sibilavam enquanto cortavam o vento, mas encontraram com uma barreira de energia negra antes de encontrar seu alvo. Os olhos de Lana brilhavam, com a esclera completamente enegrecida. Pouco depois, as flechas foram consumidas pela energia que se dissipou no ar. 

— Eu disse que a gente tinha pouco tempo. - Disse Lana.

— Você é rápida, mulher da ciência. - Debochou Gertrud. - Parece que nosso amigo ali não ficou muito feliz.

Um homem alto usando uma roupa de couro vermelho escuro, cabelos longos e loiros e olhos vermelhos. Em suas mãos, um arco longo de aço negro. Ele sorria, mas parecia apenas querer mascarar sua raiva. 

— Confesso que estou surpreso. - Disse o homem. - Geralmente isso é o suficiente para pessoas do primeiro andar.

— Só porque essas pessoas não estão mirando direito para o último. - Disse Lana.

— Você parece assustadora, mas é muito legal, tia do jaleco. - Disse Diamond.

— Diamond, fique quieta! - Exclamou Elulu, tentando esconder a varinha.

— Sempre esqueço que admitem crianças. - Disse o homem. - Dá até um pouco de dó-

Um disparo de energia passou poucos centímetros do rosto do homem, que desviou no último instante. Angelique segurava uma pistola de canto alongado e fumegante. Sem esperar, disparou mais algumas vezes e o homem fez o máximo para desviar, se escondendo novamente atrás da rocha.

— É falta de educação interromper as pessoas! - Exclamou o homem.

— É perda de tempo conversar no meio de uma luta.

— Devo concordar com a garota metálica. - Disse Gertrud. - Acho que vou aproveitar para dar um showzinho especial para vocês.

A violinista passou seu dedo pelo arco de metal, deixando um fio de sangue escorrer até as cordas do instrumento, que brilhou, gerando uma aura vermelha ao redor do corpo da artista. Um longo acorde ecoou pela planície, disparando uma onda sonora de energia contra a rocha, partindo-a ao meio. O homem rolou com seu arco em mãos, atirando mais uma torrente de flechas contra o grupo. Porém, com movimentos rápidos, uma melodia aguda e frenética se iniciou, destruindo as flechas e quase atingindo o homem. Ele desistiu de atacar e correu, saltando e se esquivando das ondas sonoras o máximo que podia, mas foi atingido de raspão no braço e largou o arco. Angelique segurou a arma com as duas mãos e ela se transformou em um rifle. Aproveitando a distração, ela deu um único disparo que atravessou o peito do homem. Sem tempo para sentir a dor, seu corpo  foi atingido por três ondas sonoras, virando picadinho. Pouco depois, ele se dissipou como pixels gigantes até não restar uma gota de sangue sequer. 

A música parou e a aura ao redor de Gertrud desapareceu. Ela se virou para todos e fez uma leve reverência, guardando o instrumento em suas costas. O rifle da androide se desdobrou de volta em um pequeno cubo, que ela guardou no bolso. Elulu parecia um pouco chocada com a situação, mas tentava disfarçar. Hideki colocou uma das mãos sobre seu ombro, sorrindo amigavelmente. A garotinha sentiu parte do peso que carregava se esvair e deu dois tapinhas no próprio rosto, assumindo uma expressão motivada.

— Desculpa por ter visto isso, querida. - Disse Gertrud. - Mas tenho certeza de que daqui pra frente as coisas só vão piorar.

— Eu… Eu sei disso. Sabia disso quando saí de casa, mas não vou desistir tão fácil.

— Isso é bom, até porque ainda não podemos descansar. - Disse Lana. 

O chão começou a tremer com o movimento de algumas rochas. Dos buracos gerados pelos ataques de Gertrud, figuras enormes se ergueram. Monstros de três metros de altura, feitos inteiramente de pedra, de costas largas e enormes punhos. Assim que o primeiro surgiu, outras formações rochosas racharam e logo haveriam mais de 10 deles. Hideki sacou sua espada, de lâmina levemente curva, porém grossa, com várias inscrições brilhantes. Segurando-a com as duas mãos, ele saltou e girou seu corpo. Seus braços se esticaram o suficiente para alcançar o primeiro golem, partindo a criatura ao meio. A lâmina emitia um brilho vermelho, como se estivesse fervendo. Retraindo os braços, ele avançou contra os inimigos que surgiam. 

A violinista começou uma nova performance e Angelique sacou novamente seu rifle, se encarregando dos monstros mais distantes. Gunnar não era muito rápido, mas seus golpes eram pesados e seu martelo destruía a rocha como uma faca cortando manteiga. Elulu estava mais tranquila, odiava lutar contra pessoas, mas estava acostumada a enfrentar monstros. A garotinha ergueu Diamond sobre sua cabeça, que permaneceu flutuando e emitiu uma luz cor de rosa que cobriu o corpo da estudante. Uma melodia animada invadiu o ambiente, assim como uma dança de cores e brilhos. Assim que a luz se dissipou, Elulu estava flutuando com a varinha em mãos. Usava um vestido rosa cheio de babados e um decote discreto em forma de coração, luvas brancas com detalhes rosados e sapatilhas cor de rosa com meias calças brancas com estampa de coração. Seus cabelos estavam presos em maria chiquinhas com presilhas de ruby.

— Com o poder do amor, eu irei iluminar as trevas do seu coração! - Gritaram Elulu e Diamond, em uníssono.

A garotinha voou para os céus, de onde podia ver todos os golens. Segurando sua varinha, ela mirou nas criaturas e gritou enquanto disparava corações feitos de energia maciça, causando explosões rosadas. Seus ataques eram acompanhados de acordes doces da mesma melodia que tocava durante sua transformação. Gertrud sorriu e ajustou sua música para acompanhar a garotinha, gerando uma animação inexplicável em seus companheiros.

Dez minutos depois, os inimigos cessaram e o grupo pôde descansar finalmente. Todos guardaram suas armas e Elulu voltou ao normal, acabando de vez com sua música. Só então Gertrud parou de tocar e novamente fez uma leve reverência, sendo aplaudida pela garotinha e pelo minotauro.

— Obrigada, obrigada. Estarei aqui todo dia neste mesmo horário. Deixem suas contribuições com o taverneiro.

— Você é incrível! - Exclamou Elulu, admirada. - Vivia da música no seu mundo?

— Sim e não. Era uma mercenária que vivia matando uns bichos gigantes e bizarros, mas nunca cobrava. Era minha principal ocupação, mas meu dinheiro vinha dos shows em tavernas. Meu mundo é bem zoado.

— Pra mim, a maior surpresa foi você, garotinha. - Disse Angelique. - Com todo esse poder deveria ser mais confiante.

— Eu vivo dizendo isso pra ela! - Exclamou Diamond, orgulhosa. - Mas ela nunca me escuta.

— Ehehe, eu não posso fazer nada. Chiina é bem mais forte que eu, daí é meio difícil evitar a insegurança.

— Sua rival? - Perguntou Lana, enquanto abria sua maleta.

— Não, é minha melhor amiga. Lutamos juntas contra as forças do mal.Se isso fosse uma história, eu seria só uma coadjuvante.

— Provavelmente só você vê desta forma. - Disse Hideki. - Tenho certeza de que Chiina lhe considera uma valiosa aliada.

— Na verdade isso pouco importa, - Disse Lana. - A única forma de alcançar o topo é focar no resultado e ignorar as opiniões alheias. Creio que isso seja mais fácil para mim, já que não tenho sentimentos, mas o básico pode ser aplicado.

— Acho que você está certa… Diz que não tem sentimentos, mas parece uma boa pessoa.

— Não, isso eu nunca fui. Não estou sendo dramática, meus sentimentos são inexistentes devido a uma anomalia em minha alma. Isso é muito útil no meu ramo, já que ética e moral não influenciam meus experimentos.

Um silêncio constrangedor surgiu e a cientista não parecia se importar. Ela tirou cinco pequenos tubos de ensaio da maleta e uma seringa, deixando todos tensos. Ao notar que alguns de seus companheiros estavam prestes a sacar suas armas, Lana suspirou e colocou a seringa no bolso da frente de seu jaleco.

— Acho que deveria ter falado sobre meus sentimentos em outra hora, sinto muito.

— O que pretende fazer com a gente? - Perguntou Angelique.

— Nada que não queiram. Vim até aqui para coletar amostras de seres que não existem no meu mundo. Gostaria de saber se poderiam me doar um pouco de sangue para minhas pesquisas.

— O que fará se não concordarmos? - Perguntou Hunnar, segurando com força no cabo do martelo.

— Nada, só será uma pena. Como disse, estou longe de ser uma pessoa boa. Entretanto, sou incapaz de mentir e odeio confrontos desnecessários. Precisamos conviver por, pelo menos, cinco andares. Não quero que me odeiem, então não vou drogá-los ou coisa do tipo.

— Por que deveríamos confiar em você? - Perguntou a androide, sacando sua arma.

— Porque é muito mais vantajoso para mim ter vocês do meu lado. Sou dona de uma grande companhia, então sei o valor da diplomacia. Nem tudo se conquista pela força. 

A tensão era grande e Angelique ergueu a pistola na direção de Lana. Gertrud sorria, curiosa pelo desfecho. Elulu parecia desesperada, a cientista tinha um ar tenebroso, mas suas palavras pareciam sinceras. Gunnar estava confuso, mas segurava o martelo apenas por precaução. Hideki suspirou e segurou no braço da androide, abaixando-o com calma.

— Ela não está mentindo, posso sentir e creio que você também. - Disse o samurai.

Muito à contragosto, ela o fez. A cientista parecia com os piores criminosos com que já teve que lidar. Sabia que era uma pessoa perigosa, mesmo que seus softwares de análise confirmassem que estava dizendo a verdade. Odiava a ideia de ter que conviver com aquela pessoa, mas não havia o que fazer. 

— Agradeço a confiança. - Disse Lana. - Caso aceitem contribuir com minha pesquisa é só me avisar. Só é uma pena que o corpo do arqueiro tenha desaparecido completamente.

— Você é maluca, mas eu gosto. - Disse Gertrud. 

O grupo começou a se mover antes que aparecesse mais algum inimigo. Ficaram surpresos pelo tamanho do andar, levando horas para encontrar a saída, uma enorme porta de metal negro. À sua frente havia uma grande figura no chão de uma serpente que mordia a própria cauda, formando um círculo. Assim que entraram nele, seus implantes brilharam, assim como esferas translúcidas na porta. Com todos ali, as seis esferas estavam acesas e a porta se abriu, revelando um corredor comprido de paredes negras, iluminado por cristais cilíndricos presos ao teto. Sem pensar duas vezes, todos cruzaram a porta, ansiosos pelos desafios que os aguardavam no segundo andar.

 



As gotas de chuva batiam na grande janela de vidro sem parar fazia dias. Tudo o que iluminava o quarto era uma luminária esférica sobre uma mesa de madeira. Uma garota observava o movimento do exterior, segurando uma xícara de chá fumegante. Era baixa, pele violeta, grandes olhos rosados e brilhantes. Seus cabelos curtos eram rosa choque, assim como a cor dos detalhes neon de suas roupas pretas. Em suas costas, uma espada na bainha, quase do seu tamanho. A porta abriu com força, mas ela continuou parada. Um homem franzino com roupas parecidas adentrou o ambiente, ofegante.

— Chefe! Péssimas notícias!

— Sabe que detesto ouvir notícias ruins enquanto tomo chá. - Sua voz era doce e jovial.

— Eu sei, mas… O pessoal do monitoramento confirmou a entrada de Angelique no Tartarus.

O nome adentrou os ouvidos da garota, fazendo surgir um sorriso em seus lábios. Ela terminou de tomar o chá e colocou a xícara sobre a mesa, virando-se para o homem. Era mais alto do que ela, mas sua presença logo se encolheu com a expressão maliciosa no rosto da garota.

— E como isso poderia ser uma notícia ruim? Prepare uma garrafa das nossas melhores ervas. Encontrar uma velha amiga sempre será motivo para comemorar.

Assustado, ele fez uma reverência e correu para fora do quarto. Virando-se novamente para a janela, a garota deixou escapar um largo sorriso e sacou sua espada. A lâmina de energia emitia um forte brilho rosado, iluminando o rosto de sua portadora que estava muito ansiosa para a batalha que o destino havia lhe reservado.


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