Os Mistérios do Amor escrita por AmanteSolitária


Capítulo 10
A luz que ecoa da janela


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores!
Esse capítulo é mais curtinho, mas é um dos meus preferidos! Aquece meu coração.
Espero que gostem!
Beijinhos



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Dias depois, estava no meu quarto tocando um pouco de teclado, quando ouvi a voz de Cameron. Me levantei e fui até a janela ver o que estava acontecendo:

Mas silêncio! Que luz se escoa agora da janela?- Com estava escorado no parapeito da janela, virado para o meu quarto.- Será Julieta o sol daquele oriente? Surge, formoso sol, e mata a lua cheia de inveja, que se mostra pálida e doente de tristeza, por ter visto que, como serva, és mais formosa que ela. Deixa, pois, de servi-la; ela é invejosa. Somente os tolos usam sua túnica de vestal, verde e doente; joga-a fora.- Ele olhou para mim - Eis minha dama. Oh, sim! é o meu amor. Se ela soubesse disso! - Murmurei qualquer coisa, entrando na cena com ele.- Ela fala; contudo, não diz nada. Que importa? Com o olhar está falando. Vou responder-lhe. Não; sou muito usado; não se dirige a mim: duas estrelas do céu, as mais formosas, tendo tido qualquer ocupação, aos olhos dela pediram que brilhassem nas esferas, até que elas voltassem. Que se dera se ficassem lá no alto os olhos dela, e na sua cabeça os dois luzeiros? Suas faces nitentes deixariam corridas as estrelas, como o dia faz com a luz das candeias, e seus olhos tamanha luz no céu espalhariam, que os pássaros, despertos, cantariam.- Apoiei a mão no rosto.- Vede como ela apoia o rosto à mão. Ah! se eu fosse uma luva dessa mão, para poder tocar naquela face!

— Ai de mim! - Retruquei.

— Oh, falou! Fala de novo, anjo brilhante, porque és tão glorioso para esta noite, sobre a minha fronte, como o emissário alado das alturas ser poderia para os olhos brancos e revirados dos mortais atônitos, que, para vê-lo, se reviram, quando montado passa nas ociosas nuvens e veleja no seio do ar sereno.

— Romeu, Romeu! - Disse, dando a minha fala. -Ah! por que és tu Romeu? Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.

— Continuo ouvindo-a mais um pouco, ou lhe respondo?

— Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título. Romeu, risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.

— Sim, aceito tua palavra.- Nos encarávamos e não líamos os roteiros.- Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado. De agora em diante não serei Romeu.

— Quem és tu que, encoberto pela noite, entras em meu segredo? - Retruquei.

— Por um nome não sei como dizer-te quem eu seja. Meu nome, cara santa, me é odioso, por ser teu inimigo; se o tivesse diante de mim, escrito, o rasgaria.- Pela forma como falava, quase podia acreditar que realmente era Romeu.

— Minhas orelhas ainda não beberam cem palavras sequer de tua boca, mas reconheço o tom. Não és Romeu, um dos Montecchios? - Me sentei no parapeito, imitando-o.

— Não, bela menina; nem um nem outro, - Ele fez uma pausa para lembrar o texto, saindo do personagem. - se isso te desgosta.

—Estou impressionada, Cameron. - Ele sorriu. -Para alguém que não queria o papel principal, vai sei um Romeu incrível.- Eu sei, me fragilizei. Um cara gato como o Cam, apesar de odioso, recitando Romeu e Julieta na sua janela não é algo fácil de se ignorar.

—Essa é a cena mais difícil, na minha opinião.- Ele respondeu, desviando do elogio.

—Concordo, mas o que você queria? - Perguntei, prendendo o cabelo.- É uma das melhores cenas da história do teatro.

—Eu realmente quero fazer isso direito, sabe?- Ele passou as mãos pelos cabelos.- Além de precisar muito da nota, sei o quão importante isso é pra você. - De onde saiu aquilo? Estávamos ligando para os interesses um do outro agora? Desde quando ele se preocupava com o que eu me importava?

— Quando quiser bater o texto comigo, é só me avisar, não precisa gritar na minha janela.- Respondi rindo.

—Você realmente tem prazer em estragar o charme e espontaneidade das minhas ações, não é? - Ele respondeu piscando, com um sorriso de lado.

Não faz isso comigo, Cameron. Não me quebra desse jeito. -Pensei.- Você sendo gato, legal e jogando charme pra mim não vai dar certo. O que você está pensando, menina? Você tem um namorado e está muito bem, obrigada. Assim que terminar a peça vocês vão voltar a se odiar e é melhor estar preparada para isso.

 

Voltamos a cena do começo e batemos os textos até o final da peça antes de irmos dormir.


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Notas finais do capítulo

Ponto de virada, né produção?
Quero MUITO saber o que estão achando!



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