That's alright, that's ok escrita por RosaDWeasley


Capítulo 6
Oceano


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi Oi meus amooores!

Eu juro que eu achei que não ia mais conseguir postar, que vida enrolada eu hein!!

Mas aqui estamos nós no penúltimo capítulo???

Pode chorar já? HAHAHAHA :'(

Eu queria dedicar essa história a idealizadora do projeto 'Junho Scorose', Miss A.

Muito obrigada por me convidar, estou muuutio feliz de ter conseguido participar, achei mesmo que não conseguiria e finalizar a história está sendo um presente.
Pra mim é uma honra ter tantas pessoas talentosíssimas como as autoras do projeto lendo uma fic minha, dá um nervoso sabe... hahaha

E eu também dedico essa história a você, tão subjugado pela timidez, e a você que sofre com toda a ansiedade que permeia o nosso ser...

Gente, de verdade, obrigada, estou muito feliz.

Esse capítulo tem muito amor e dedicação para vocês.

Boa leitura mores :)



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Acordar na enfermaria não era novidade para ela, mas acordar na companhia de Albus, fez um aperto no seu peito surgir, o primo tinha uma postura de apreensão, braços apoiados nas pernas, rosto entre as mãos enquanto olhava para o chão e se balançava, havia somente ele ali, o que tornou tudo mais estranho, não que estar na ala hospitalar fosse algo corriqueiro para ela, durante aqueles seis anos naquela escola, foram poucas as visitas, mas sempre que se fazia necessário estar ali, ela estava com Lily, os outros apenas faziam uma visita, mas quando se viu em crise, a última coisa que ela queria era o falatório de Lily na sua cabeça.

— Al? – chamou o primo que a olhou devagar, como quem olha para uma porcelana e sorriu.

— Oi Rosita, como você está? – ela fez uma careta em resposta.

— Enjoada e com dor de cabeça.

— O que houve para você ter a crise Rose? – ele perguntou e a prima apenas negou com a cabeça, Albus insistiu – Você havia combinado de se encontrar com o Scorpius, depois de te trazer aqui fui no dormitório e ele estava transtornado, vocês brigaram?

— Acabou Al, só isso que você precisa saber, não quero que essa história influencie na sua amizade com ele – ela estranhou a dificuldade em chorar, ela queria chorar, mas não conseguia, foi aí que notou o pequeno frasco transparente, que infundia um líquido diretamente na sua veia.

— Mas você é minha prima Rose.

— E ele é seu melhor amigo, chame a Madame Pomfrey pra mim por favor – pediu segurando o equipo para impedir que a infusão continuasse. Assim que a enfermeira apareceu retirou de Rose a medicação, que como a garota suspeitava era um calmante, mas Pomfrey garantiu a grifinória que ela permaneceria ali na enfermaria em observação, Rose concordou, não queria mesmo voltar para o seu dormitório.

— O que o Scorpius fez? – Albus perguntou assim que a enfermeira os deixou a sós novamente.

— Nada Albus, a culpa foi minha, se ele não quiser falar, tudo bem, mas eu também não quero – ergueu a mão assim que o primo fez menção de confronta-la – preciso ficar sozinha, volte para o dormitório.

Sem ter muito como contestar a prima Albus se levantou e se despediu dando um beijo na testa da garota, diferente dos primos, que normalmente brigariam com ela para ficar ali lhe fazendo companhia a noite inteira, Albus sabia que a prima era muito mais forte do que aparentava e que acima de tudo, precisava de espaço.

Demorou mais de uma hora para que ela conseguisse, finalmente, chorar. Tentar aos soluços tirar aquela angústia do seu peito, aquele aperto que a sufocava e deixar os sentimentos lhe tomarem, estava acima de tudo, triste, acreditava que havia perdido Scorpius para sempre.

A manhã seguinte foi particularmente cheia de pressa, foi liberada antes do café da manhã da enfermaria e correu para a sua casa arrumar as malas para partirem, era hora do recesso de natal, lá fora tudo estava tomado pela neve e ela precisava arrumar os alunos do primeiro ano para a viagem de volta.

Quando todos estavam na plataforma de embarcação foi que Rose o viu, havia olheiras abaixo dos olhos, mas a raiva que ela achou que encontraria no seu olhar não estava ali, Rose só reconhecia a tristeza, Scorpius estava triste acima de tudo.

Depois de acomodar as crianças os monitores foram dispensados para o trem, logo Rose procurou o vagão onde sua família estaria, encontrou, ele e Scorpius, passou reto e se sentou ao lado do irmão que guardava para ela o lugar costumeiro ao lado da janela, onde se acomodou e passou a viagem toda ali, meio alheia a conversa que rolava e evitando olhar na direção do loiro a todo tempo.

Scorpius estava acima de tudo, arrependido. Sabia que pegou pesado com ela, deixou se levar pela própria frustração, saber que a autoria das cartas era dela o deixava feliz e ansioso ao mesmo tempo, estava mesmo gostando de Rose, na verdade achava que sempre gostou da garota, por isso sempre prestou tanta atenção nela. A frustração aparecia porque se ele não tivesse pego o livro, talvez ela nunca lhe contasse e isso o incomodava bastante, junto com o fato dela nem olhar para ele.

Quando o trem chegou a estação King Cross eles se arrumaram para descer, Scorpius não foi na frente, como sempre fazia, esperou pela ruiva que se assustou ao vê-lo parado na frente dela – precisamos conversar.

Rose apenas assentiu, sabendo que traria atenção maior se fizesse um escândalo que não queria falar com ele, como era sua vontade.

Quando finalmente estavam sozinhos Scorpius tomou coragem para falar – Rose, me desculpa... – começou incerto, a menina não o olhava e já estava vermelha.

 - Desculpar? Pelo que? Eu ter sentimentos por você ou você me tratar igual lixo ontem? – ironizou com raiva, aquilo era novo até para ela, normalmente ela não sentia tanta raiva, mas naquele momento ela estava com muita raiva do loiro – Ou melhor! Desculpar você pela decepção de ser EU a autora das cartas?

— Pega leve tá legal Rose?! Eu não achei certo você me esconder esse tempo todo mesmo que a gente tivesse se aproximado nos últimos meses – respondeu sério e irritado com a ironia dela, nada que tivesse intimidado a ruiva que riu irônica.

— Você não achou certo eu não falar sobre uma coisa que dizia respeito apenas a mim? Incrível não?! – ironizou com a sobrancelha arqueada e Scorpius estava em partes em choque, não imaginava aquela reação dela, mas ao mesmo tempo não esperava outro tratamento, sendo que ele mesmo havia falado muitas ruins.

— Rosie – suspirou frustrado, o trem apitou dando o primeiro aviso para descerem – eu só queria me desculpar da forma como falei com você ontem ok?! Me desculpa por ter agido feio um babaca com você.

— É só isso? – ele assentiu – ótimo! Não! Eu amo você Scorpius, descobri que era verdade no primeiro beijo, te amo de todo o meu coração, mas isso não dá o direito de aceitar qualquer coisa de você, não dá o direito de você falar o que quiser pra mim, mesmo com raiva, mesmo chateado, você nem me ouviu! – suspirou indo até a porta, antes de sair deu uma última olhada para o loiro – Eu não te desculpo e peço que você respeite a minha decisão – falou e o loiro apenas assentiu cabisbaixo, ela saiu do trem para encontrar seus pais, não chorou, o que era um alívio até pra ela.

Scorpius por sua vez, sentou-se novamente nos bancos da cabine e pela primeira vez desde que se envolveu com alguma garota, chorou, tinha a cabeça entre as mãos enquanto as lágrimas pingavam no chão. Quando se é adolescente parece que todos os sentimentos são dobrados e no momento ele se sentia a pior pessoa do mundo, o que não era comum para ele, na verdade ele se orgulhava de ser alguém que as pessoas normalmente enviavam mais sorrisos do que ofensas, mas ali, depois da forma como agiu com Rose ele achava mesmo que era o pior cara do universo.

O trem apitou a última vez e Scorpius alcançou a estação, imaginando que encontraria seu pai e sua mãe estranhos um com o outro, ou apenas encontraria um dos dois para depois ver o outro, mas para a surpresa e total alegria do garoto ele viu o casal junto, Draco tinha o braço envolvendo a cintura de Astória, mas não era algo apenas para a sociedade ver, ele falava algo no ouvido dela e ela ria, concordando e falando também, as alianças estavam ali, eles exalavam sintonia e paixão, e Scorpius correu até eles, abraçando os dois ao mesmo tempo, não haveria divórcio, sua família estava a salvo, enfim.

**♥**

Era véspera de Natal, a Toca estava lotada, como sempre, as mulheres estavam na cozinha, falando sem parar enquanto auxiliavam a matriarca a fazer todos os doces e refeições possíveis para aquela grande família, as “crianças” estavam jogando quadribol com os homens e Gina, no quintal, deixando mais espaço e um pouco mais de silencio dentro da casa. Rose não quis assistir o jogo dessa vez, Lily andava estranha e só naquela manhã elas já haviam se estranhado duas vezes, não queria brigar com a prima, então preferiu ficar com as mais velhas dentro da casa.

— Está tudo bem filha? – Havia sido dado a Hermione e a filha a tarefa de arrumar a enorme mesa de jantar e a ministra aproveitou a oportunidade para falar com a filha.

— Porque não estaria? – desconversou.

— Oras Rosie, eu sou sua mãe, você não está normal desde que chegou – franziu o cenho preocupada enquanto via a menina continuar sua tarefa desviando seus olhos dela – é por causa das aulas?

— Tá tudo bem com as aulas mamãe, os professores não reclamam de mim

— Não, não, estou dizendo das suas aulas, as que eu pedi para Mcgonagall – explicou e a menina suspirou.

— Mãe porque fez aquilo?

— Porque você precisa deixar essa timidez de lado para fazer o que quer que seja da sua vida e quando Lily me mandou a carta dando a ideia eu me amaldiçoei por nunca ter tido essa ideia antes...

— Espera! – a menina interrompeu a mãe – está me falando que essa ideia foi da Lily? – estava chocada, por assim dizer.

— Sim, ela não te falou? Eu bem que queria os créditos, mas... – logo Rose não ouvia mais o que a mãe falava, foi como se a ultima peça do quebra-cabeça tivesse sido encaixada, deixando claro toda a imagem, as cartas roubadas de dentro do seu malão e pior, entregues, o pedido inesperado de Mcgonagal, sua prima sempre muito animada com tudo o que se tratava de Malfoy e ela. Rose entendeu e tomada pela fúria e totalmente vermelha deixou a mãe falando sozinha e partiu para o quintal, onde o grupo se encontrava no chão enquanto bebiam um chocolate quente e riam entre si, Rose se aproximou indo diretamente para a prima e lhe dando um belo tapa no meio da cara que fez voar seu chocolate quente, quase sujando Hugo.

Lily a olhou chocada enquanto segurava o rosto que ardia – Porque fez isso?

— FOI VOCÊ! – foi a única resposta de Rose antes de partir pra cima da prima novamente, causando uma gritaria tamanha que fez as mulheres se aproximarem do grupo, demorou um pouco até que Ron, Harry, James, Hugo e Albus fizesse alguma coisa, mas quando eles resolveram separar as duas, Lily já estava descabelada e toda arranhada – FALA LILY LUNA! FALA A VERDADE!

— FUI EU! – ela cuspiu enquanto a prima era segurada pelo pai e James e todos a olhavam confusos, Ron procurou respostas nos olhos de Albus mas o menino apenas encolheu os ombros, tão perdido como todos os outros – É isso que você quer ouvir? Pois bem – ela se desvencilhou dos primos e irmão que a seguravam para falar – fui eu! EU vi você chorando depois que ele chegou para nos apresentar a Hannah, vi que você escrevia algo, procurei no seu malão no outro dia e encontrei uma caixa enfeitiçada, cheia de cartas para ele – Rose a olhava incapaz de acreditar – olha, devo admitir, foi quase impossível quebrar o feitiço que a fechava – riu amarga com a lembrança – só que entregar as cartas não adiantaria de nada, por isso eu invadi a sala do professor Binns e da professora Vector e zerei a prova do Scorpius e enviei a carta a tia Mione sugerindo que você desse aulas para te ajudar na sua timidez – se distanciou mais um pouco quando a prima tentou avançar sobre ela mais uma vez, sendo impedida pelo pai e ainda a segurava.

— PORQUE VOCÊ FEZ ISSO?! ELE DESCOBRIU E ME ODEIA AGORA, TÁ FELIZ?! – Rose estava ensandecida de raiva da prima, Albus tinha entendido tudo e olhava incrédulo para a irmã.

— VOCÊ NUNCA TERIA CORAGEM – berrou de volta – Eu nem sei como você foi escolhida para grifinória – Lily não viu, mas a frase fez a maioria dos adultos abrir a boca em choque e Gina enrijecer o maxilar -  O que você acha que ia acontecer? Malfoy ia viver e seguir a vida dele e você seria mera espectadora esperando que um milagre acontecesse e finalmente ele olhasse para você? Era isso que você queria? Ele nunca ia enxergar alguém que se esconde atrás de livros, timidez e foge o tempo todo de sentir, ele nunca te NOTARIA! – as palavras machucaram Rose, mas quando você é agredida, não liga muito pro sentimento de ninguém, e a prima estar com raiva apenas deixava Lily com mais raiva ainda.

— Não se meta na minha vida! Já é um grande favor que você faz! – se desvencilhou do pai e correu para dentro da casa, as lágrimas chegaram junto com o sufocamento da avalanche de sentimentos, já tão conhecido por ela, correu mal ouvindo os chamados da sua mãe que lhe seguia, ela queria sumir, acabar com aquilo, se sentia traída e humilhada por quem sempre foi sua melhor amiga, quem sempre esteve ao seu lado.

Roxanne e Dominique seguiam Hermione e também gritavam chamando-a, mas Rose foi mais rápida, pegou a chave do carro dos pais e ao montar no veículo saiu em disparada, os soluços chegaram junto com o alívio de estar sozinha e em silencio, pisou no acelerador, bendita sejam as leis trouxas que permitem que se dirija aos 16 anos e bendita seja sua mãe que achava que ela precisava aprender sobre os dois mundos.

Era um alívio estar só, dirigia sem ruma a princípio, depois de um tempo pegou uma rota que lhe traria ao menos, tranquilidade.

**♥**

Pela janela Hermione olhava os cunhados e sobrinhos, Gina estava vermelha e falava e gesticulava numa bronca sem fim na filha, Harry estava apenas cabisbaixo ao seu lado, ele nunca havia sido bom nessas coisas de bronca, mas dessa vez a morena sentiu um aperto no peito, porque havia decepção nos olhos do amigo. James e Albus abraçavam a irmã, talvez temendo que a mãe também batesse na garota, Lily chorava incansavelmente, implorando que qualquer um lhe perdoasse, contudo, enquanto Rose não voltasse, talvez ninguém o fizesse.

— Que presente de Natal – a voz irônica do marido a fez virar-se, ele que estava tão animado, como sempre ficava quando os filhos estavam em casa, agora tinha uma expressão cansada no rosto, a ministra apenas o abraçou, tendo a cabeça apoiada no seu peito.

— Mãe a Rose fugiu de casa? – Hugo perguntou chamando a atenção dos pais, Hermione o chamou para um abraço.

— Não meu bem, eu sei que ela volta, só não sei quando – suspirou sendo abraçada forte pelo filho, nem ela entendia o turbilhão de sentimentos que habitavam a filha, apenas tentava ajudar, sabia, por conhecer a filha o suficiente, que ela precisava de um tempo, se duraria um dia ou uma semana, Hermione não dava pra prever, mas Rose precisava ficar sozinha.

— É perigoso Hermione – Ron anunciou o obvio e ela assentiu, pedindo calma, tentando não surtar.

**♥**

Assim que Albus abriu o portão daquela mansão ela arqueou a sobrancelhas surpresa, o menino apenas lhe sorriu – amigos são bem-vindos - explicou e a morena assentiu.

Teve um breve arrepio ao passar novamente por aqueles jardins, mas logo seu coração, até então apertado, se acalmou, nem os jardins pareciam com o que ela se lembrava, sua colega de ministério havia mudado aquele lugar.

Bateram na porta e aguardaram, era tarde, mas era véspera de Natal, Albus assegurou que estariam todos acordados. Quando Astória abriu uma brecha da porta com o rosto totalmente confuso, seus olhos logo se arregalaram em reconhecimento, abrindo totalmente a porta.

— Ministra? – a voz dela chegou a sala de estar onde pai e filho se encontravam e ambos se olharam confusos.

— Me desculpe o horário Astória, não quero atrapalhar -  pediu a morena.

— Não é incomodo algum, nós já ceamos, estávamos apenas conversando na sala.

— Ministra? Albus? Aconteceu alguma coisa? – a voz rouca de Draco se fez presente, pai e filho a olhavam confusos.

— É obvio a resposta de vocês, mas por acaso Scorpius, você não sabe onde Rose está? – perguntou e o menino negou com a cabeça olhando totalmente confuso para o amigo.

— Todo mundo já sabe de tudo – Albus começou a explicação – sobre vocês, as cartas, as aulas, só que – olhou para a tia que assentiu para que o menino continuasse – da pior forma possível, Rose descobriu que foi Lily quem armou tudo.

— Lily? Porque ela faria isso?

— Não foi por mal, foi para ajudar Rose – quem falou foi Hermione – ela já está sofrendo demasiado com todo o castigo colocado por Gina.

— Mesmo assim, ela descobriu as cartas, roubou, zerou a sua prova e sugeriu em uma carta para a minha tia que Rose dessa aulas – Albus suspirou incomodado, não estava dando pra acreditar naquela história ainda, sua irmã realmente tinha passado dos limites – foi Lily quem te entregou as cartas de Rose.

Aquela história, por mais louca que fosse, fazia total sentido na cabeça de Scorpius e de repente sua mente ligou o alerta para outra questão; porque eles queriam saber o paradeiro de Rose.

— Onde está Rose? – perguntou aflito olhando do amigo para a ministra o os dois apenas negaram.

— É justamente por isso que estamos aqui, Rose pegou nosso carro e saiu dirigindo, o celular ficou na Toca, mas até agora ela não voltou pra casa – Albus explicou.

— Minha esperança era que você soubesse onde ela poderia estar – Hermione continuou – Vocês se aproximaram Scorpius, ela nunca confidenciou nada para você? Nunca disse algum lugar que ela gosta muito?

— Humm... Acho que não, ela só me falou uma vez que gosta muito da França e do Brasil, ela conseguiria sair do país? – perguntou mas Hermione negou.

— Não tem o suficiente pra isso, deixo mil libras no porta-luvas para emergências, junto com o documento de todos, mas os passaportes não ficam ali.

— Mas ela vai voltar, Rose não tem nada de rebelde, porque vocês não esperam? – Scorpius sugeriu, mas tia e sobrinho se olharam como se tentassem decidir o que dizer, Draco que olhava a situação calado se agitou.

— Hermione o que está acontecendo?

— Nada demais – suspirou – a questão é que nós somos marcados, pelo fim da guerra e principalmente por Harry ser um auror, você sabe Draco, o mau do mundo não acabou porque Voldemort se foi – ele apenas assentiu – tememos porque ela está sozinha, sem varinha, sem comunicação e ainda desligou o GPS do carro para não ser encontrada. Temos medo por sua segurança, temos medo por suas crises também.

— Eu tenho medo que ela faça uma besteira – Albus disse e a tia apenas assentiu, tendo um copo com agua entregue por Astória que perguntou pela primeira vez.

— Que tipo de besteira querido?

— Que se suicide – Scorpius sentiu uma dor no estomago ao ouvir as palavras do amigo, começou a se sentir completamente responsável pela garota.

— Ela não fará isso Albus! – falou no seu tom mais “ministra” possível, o menino apenas concordou – Bom, desculpem vir até aqui e interromper o Natal de vocês, obrigada por nos receberem, mas temos que ir, vamos começar a procurar por ela.

Scorpius que estava totalmente atônito com a notícia olhou para os pais e Draco entendeu concordando – Vai. Pode ir com eles, você já é adulto afinal.

Scorpius abraçou os pais e pegando seu casaco seguiu para fora da mansão com seu amigo e a ministra.

**♥**

Eles aparataram na Toca, onde se dividiram em procurar Rose, alguns aparatando em lugares diversos do país, outros de carro e foi assim que ele se viu dentro do carro de Harry Potter com Albus na direção e ele no banco do carona, James e Hugo estavam no carro de Jorge e quando se dividiram para ir, Scorpius achou melhor seguirem para sudoeste.

— Porque você acha que Rose pode estar no chalé das conchas? – Albus perguntou intrigado.

— Não acho que ela pode estar ali, mas nos arredores – explicou – Rose gosta do mar e você me disse uma vez que lá era solitário.

Fazia total sentido, por isso arrumando o GPS do carro Albus acelerou pela estrada, avisando a família apenas que iriam para o sudoeste.

**♥**

Ela havia comido fast food, sorrindo ao lembrar que sua avó jamais aceitaria aquilo como comida, os sentimentos confusos já tinham ido embora, os olhos permaneciam inchados e a tristeza ainda anuviava sua mente, dirigiu até o vilarejo vizinho da casa dos seus tios, pelo simples fato de que gostava de estar ali, a casa mais próxima estava longe demais para vê-la aquela hora da noite, ela parou o carro próximo a um penhasco, embaixo havia praia e mar, pegou dois cobertores do porta mala onde sua mãe sempre deixava e se enrolou.

Sentou-se e esperou, soube que era meia-noite quando no vilarejo ao longe ela pode ver fogos alcançarem o céu, sorriu, estava tranquila, não odiava a prima mais, mas sabia que a amizade quebrada talvez nunca mais retornasse a ser a mesma, uma conversa, talvez, tivesse resolvido tudo sem precisar daquele circo.

Ela sabia que a família devia estar preocupada, mas não conseguia voltar, era gente demais, abraços demais, falatório demais, no geral ela gostava, mas quando sua cabeça doía e estava triste, ela queria distancia de todos e agradecia sua mãe só ter tido ela e seu irmão de filho, não sabia como aguentaria uma casa muito barulhenta.

Acabou se trancando no carro e dormindo no banco de trás quando o sono a atingiu em cheio. Acordou com o sol esquentando seu rosto, já estava alto, o que indicava não ser tão cedo, ao girar a chave do carro o painel indicava oito da manhã, seu estomago roncou e ela pegou o pacotinho de batata que havia comprado, se enrolou novamente no cobertor e desceu do carro, estava tão frio quanto o dia anterior, mas aquela vista a fez sorrir, era impagável ver aquilo, o céu azul, o mar, o sol que derreteu um pouco na neve no chão, deixando tudo mesclado entre branco, verde e terra, era tão bonito ali, ela sorriu, em paz, decidiu que voltaria para casa, mas não iria mais para a Toca, de jeito nenhum, já bastava ter que conviver com Lily em Hogwarts, ela merecia um tempo.

— Rosie? – a voz rouca a fez pular

— Scorpius, o que está fazendo aqui?! – se assustou ao ver ele andar até ela.

— Sua família está te procurando por todo o país, ainda bem que eu lembrei que você gosta do mar – ele sorriu para o rosto confuso dela e olhou o horizonte – agora eu entendo o porquê.

— O que você está fazendo aqui? – ela queria, mas não conseguia desgrudar o rosto dele e sentia aquela angustia tomar seu corpo novamente, não queria mais conflitos, com ninguém.

— O óbvio você não acha? Não dava pra deitar na minha cama e dormir sabendo que você estava por aí, sem varinha, sem celular, sozinha... – ele pegou o celular do bolso avisando Albus que tinha a encontrado e voltaria com ela.

— Não aconteceu nada, tá tudo bem, pode voltar embora – respondeu azeda, olhando o horizonte também.

— Me desculpa Rosie? – perguntou e ela suspirou.

— Se é disso que você precisa pra ficar em paz, eu te desculpo, não estou mais com raiva, agora pode ir embora – o olhar fixo no horizonte e a ironia daquela frase a fez morder o lábio para segurar uma risada amarga. Não estava mais com raiva? Não. O desculpava? Claro. Era uma idiota? Com certeza.

— “Ser amado por ti, o teu alento.  A bafejar-me a abrasadora frente! Em teus olhos mirar meu pensamento. Sentir em mim tu’alma, ter só vida. P’ra tão puro e celeste sentimento: Ver nossas vidas quais dois mansos rios. Juntos, juntos perderem-se no oceano..” – ele riu e Rose ofegou sem ar – eu só decorei uma parte – virou para ela e segurou seu queixo, Rose se deixou ser virada para ele, Scorpius acariciou a bochecha dela, se aproximando mais e enrolando seus cabelos nos seus dedos – Eu reli todas as cartas, me toquei que o perfume nelas é o seu, acho que minha mente sempre soube, eu revivi todos os momentos que tive com você nesses anos e me pergunto como eu fui estúpido em não ver – eles se encaravam nos olhos agora, céu cinzento no oceano intenso – eu sempre fui atraído por você, eu te queria por perto, mas não conseguia te chatear com a minha presença por tempo demais, parecia que você não me queria por perto e eu aceitava, mas quando você precisava da ala hospitalar eu era um dos primeiros a chegar para ver como você estava, quando você me deu aulas eu conheci uma menina incrível, mas não fiquei surpreso, já sabia que você seria assim, eu me apaixonei pela menina das cartas, queria saber quem era, mas quando eu te beijei pela primeira vez eu quis que a menina das cartas nunca aparecesse, por meu coração queria você Rose Weasley, ele pertence só a você, me perdoa por favor, me aceita na sua vida – passou o polegar sobre as lágrimas – me deixa tentar fazer dar certo – pediu em um sussurro, o rosto muito próximo, a ruiva já tinha os olhos fechados, o mente inebriada pelo perfume do loiro o coração apertado e aos saltos, implorando pra que ela cessasse o sofrimento.

— Tudo bem – sussurrou para logo em seguida ter os lábios cobertos por um beijo sedento, cheio de saudade e paixão.


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Notas finais do capítulo

Vocês já perdoaram os erros? Escrevi e postei. Aqui funciona assim! HAHAHAHA.

O que acharam? Cometem muuuuito!!

beijooos