Provar escrita por Clarisse Hugh


Capítulo 1
Cinco vezes p.a. - Região Sudeste


Notas iniciais do capítulo

A música é "Garota Nacional" do Skank e eu a devo ter ouvido umas seiscentas vezes enquanto escrevia hahah
Já achava o clima da música muito a cara de Poseidon e, assim que inventei um plot, não pude mais parar de pensar nela de modo que aqui está.
Espero que gostem ;)



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— Vamos depressa, seus molengas! Eles já estão abertos e eu não quero que a gente tenha que sentar em mesas separadas outra vez!

A loira trajando uma jaqueta cor-de-rosa cheia de lantejoulas não era exatamente uma visão difícil de se acompanhar, mas, ainda assim, foi surpreendente a velocidade com que saltara do vagão e disparara pelas escadas tão logo este fez sua parada na estação Japão-Liberdade.

Os demais componentes do grupo apressaram-se a segui-la, deixando para trás a linha azul do metrô e encaminhando-se para aquela região sempre tão colorida e movimentada.

Era final de tarde de uma sexta-feira, a estação mais fria já dava sinais de proximidade e as lanternas japonesas características iluminavam o caminho daquela descida, assim como os letreiros acesos das lojas de importados e produtos de beleza. Em breve alcançariam a altura em que os barzinhos e rodízios de comida oriental começavam a surgir.

— Já que a princesa tá com pressa, aproveito para deixar claro desde já que é bom que vocês peçam uma porção de batata-frita no instante que a gente chegar, porque eu tô com fome e vocês sabem que não gosto do peixe cru fresco de vocês. – Hermes declarou, enquanto seguiam pela rua em direção ao estabelecimento escolhido pela maioria semanas antes.

— Não esquenta, te entendo. Eu bem comeria um BK agora... – Ares recebeu um olhar gélido da namorada. – Se minha gata não tivesse tão ansiosa para chegar logo, claro. Vamos pedir assim que entrarmos.

Os amigos compartilharam uma risada e logo viram-se diante do karaokê. O estabelecimento estava dividido em três ambientes: o andar superior, onde podia-se reservar uma sala exclusiva e privativa para convidados; o térreo, local em que se acomodavam as pessoas que tinham ido até lá apenas pelo rodízio japonês; e, por fim, o subsolo, para onde o grupo se dirigia.

Aquele era o espaço mais divertido da casa. Pôsteres, quadros e luzes de neon davam o clima do ambiente. Havia mesas dispostas para que os clientes se acomodassem e consumissem as porções e drinks, mas na hora de cantar todo mundo participava. Você colocava seu nome na lista de espera e aguardava sua vez de subir ao palco.

Se era para pagar mico em público, era para ser em grande estilo.

Pegaram suas comandas e localizaram uma mesa capaz de comportar a todos, no canto direto, próxima ao tablado em que se subia para se apresentar. Perfeito.

Afrodite acomodou sua bolsa na cadeira a seu lado e checou o celular, impaciente. Bufou, frustrada e acabou decidindo por mandar um áudio:

— Já chegamos, miga. Estamos na mesa 12, não demoooore. E você sabe que está me devendo um dueto de “Bop to the top”, não é? Nem tente fugir. Beijinhos...

— A sua pré-adolescência não termina nunca, Dite? Quem vai ser a condenada que você vai obrigar a cantar High School Musical com você?

— Há há há, muito engraçado, Artie. Só porque tá namorando um guitarrista agora deu pra julgar o gosto musical alheio, é?

— Ei, ei, ei. Não tenho nada com isso! – Apolo defendeu-se, com bom-humor.

O garçom se aproximou para anotar os pedidos de comidas e bebidas da mesa e eles interromperam a conversa por um instante enquanto indicavam os itens desejados.

Humpft. Te perdoo só porque sei que foi brincadeira. E a “condenada” é a cabeça oca da Atena, que resolveu ir para casa guardar os livros da faculdade e trocar de roupa antes de vir pra cá. Eu falei que fazer as anotações no próprio celular num único dia não a iriam matar, mas vê se ela me escuta...

— Quer dizer que a loira também vem? – Poseidon acrescentou, como quem não quer nada. – Achei que finalmente tinha me livrado dela quando não apareceu no ponto de encontro. Sabe como é, né? Toda perfeitinha, nunca se atrasa...

— Eu não entendo de onde vocês tiram tanta implicância um com o outro, sabia? Se eu não te conhecesse diria que está caidinho por ela. – A loira aproveitou o timing perfeito do garçom e deixou que o efeito de sua frase perdurasse enquanto eram servidos.

— Você e essa sua cabecinha romântica só podem ter perdido um parafuso. Ares, tem notado outros sinais de loucura ou foi só esse lapso mesmo?

— Pode me zoar o quanto quiser, querido. Mas tenho certeza que nossa professora de literatura do 1º ano concordaria comigo que tem coisa aí...

— Como se a dona Penélope batesse muito bem da cabeça. – O moreno murmurou, antes de dar um gole em sua cerveja.

A verdade é que ele até gostava da estudante de letras sabidinha. Desde que estudaram juntos no colegial, se fosse sincero. Mas sempre foi tão natural implicar com suas manias e posturas tão corretas que acabaram caindo naquela “inimizade” confortável e não pararam mais. Era mais fácil assim, quase como uma persona que interpretavam.

Era o que esperavam deles. Deste modo jamais faltava assunto, já que sempre podia soltar com um comentário sarcástico para esquentar os ânimos e, pelo menos, sempre dava boas risadas quando a deixava vermelha de raiva com suas provocações.

Os primeiros minutos daquele encontro comemorativo passaram-se depressa. Apolo e Artemis folheavam incansavelmente o cardápio das músicas, fazendo uma lista enorme de possibilidades para cantarem; Afrodite já sabia as suas de cor, então aproveitava seu tempo com carinhos trocados com seu namorado; seu irmão Hades e Perséfone estavam no mesmo clima de romance e Dionísio parecia tentar vencer a timidez com um copo de vinho para soltar-se e finalmente tentar algo mais com Ariadne. Hermes fazia alguma palhaçada que arrancara gargalhadas de Héstia e Hefesto. Poseidon também rira, embora estivesse um pouco aéreo.

— E aí? – Hermes questionou, ansioso e agitado como sempre. – Já falamos como está a faculdade, comemos alguma coisa e tal. Posso colocar nossos nomes na lista já? O que estamos esperando?

— A estraga prazeres da Atena, provavelmente. – Respondeu o moreno, distraidamente.

— Pois não serei mais um empecilho para sua alegria, Poseidon. Acabei de chegar.

O rapaz de olhos verdes empertigou-se na cadeira por um instante antes de virar-se e se deparar com uma visão do paraíso.

(Ou do inferno, provavelmente, para lhe tentar).

Atena tinha os cabelos soltos, descendo levemente ondulados até o meio das costas. Trajava um vestido preto simples, mas que parecia delinear cada centímetro do corpo sensual que ele não fazia ideia de quando ela havia adquirido e que parecia evitar mostrar. Talvez ela apenas o tivesse poupando de um ataque cardíaco, veja só.

Engoliu em seco e forçou-se a retomar o controle das próprias cordas vocais:

— Pois finalmente! Algum problema com o conceito de pontualidade, senhorita perfeição?

— Apenas me reservei o direito de uma entrada triunfal. – A loira completou enquanto cumprimentava os demais amigos. – E obrigada pelo elogio, você também não está nada mal.

— Eu não... – Poseidon começou a protestar, quando deparou-se com a piscadela dela antes de dar-lhe um beijo na bochecha. Era melhor calar-se antes que ela o fizesse corar, por deus.

Quando ela ficara assim tão... provocadora? Sagaz? Irresistível?

○●○●○●

Já era início da madrugada quando Poseidon teve sua ideia.

A noite estava mais que agradável, entre recordações e novidades compartilhadas pelos velhos amigos, mas o moreno não conseguia evitar desviar o olhar para a loira belíssima que sentara-se a duas cadeiras de distância do outro lado da mesa.

Todos já haviam cantado pelo menos uma música e ele fuçava a listagem de canções despretensiosamente quando deparou-se com uma em específico que ascendeu-lhe uma possibilidade em sua mente.

Talvez a frase de Afrodite houvesse se impregnado entre seus pensamentos, quem sabe a aura de Atena simplesmente tivesse ainda mais radiante naquela noite ou possivelmente ele só cansara-se de esperar. Esperar que o que sentia fizesse sentido e não fosse apenas mais um de seus arroubos impulsivos. Esperar que ela lhe desse algum sinal mais contundente. Esperar que a vida tomasse a decisão por ele, fluindo como a água, sem que precisasse se arriscar.

Ora, aquele não era o homem que reconhecia em si e, por isso mesmo, decidiu que já era mais do que hora de agir.

Levantou-se com a desculpa de ir ao banheiro, mas, no caminho de volta à mesa, Atena notou que ele parara um instante para acrescentar seu nome na lista de espera.

○●○●○●

Poseidon disparou para o palco, animado e enérgico, assim que seu nome foi chamado pelo funcionário do karaokê responsável por controlar as entradas das músicas. O moreno era todo impulsividade, como de costume, e sentia a pulsação acelerada através do zumbir ritmado nos ouvidos quando teve de indicar qual faixa da extensa lista do cardápio desejava cantar. Apesar de não discernir muito bem qual impulso lhe motivava naquele instante e saber ser perfeitamente capaz de lidar com tudo como se fosse apenas mais uma das constantes brincadeiras entre os dois, isso não impediu que seu estômago desse uma desconfortável retorcida quando o microfone lhe foi entregue.

— Arrasa, garanhão!

O grito de Hermes sobressaiu-se ao burburinho do lugar, seguido por assovios incentivadores cheios de troça provenientes de Ares, Apolo e companhia. A contagem regressiva de cinco segundos começou na tela onde poderia acompanhar a letra da canção escolhida e ele teve tempo apenas para direcionar um largo sorriso para a mesa em que seus amigos estavam sentados antes que as primeiras batidas soassem através dos autofalantes.

Iria se divertir, fosse como fosse. Estava na hora do show.

Hey, come down! – começou com empolgação, incentivando as pessoas próximas ao palco a cantar junto ou bater palmas no ritmo, usando de todo seu carisma natural e entregando-se à vibe animada da música, dando início a sua performance com direito a todos os maneirismos onomatopeicos que recordava da versão original.

Encontrou-se no centro do palco sem ligar para a atenção que gradualmente ganhava, como se aquele espaço fosse absolutamente confortável e indubitavelmente seu, balançando o corpo no compasso dos acordes.

Não ligava para os holofotes em si, só queria o foco de um único alguém.

Aqui nesse mundinho fechado ela é incrível, com seu vestidinho preto indefectível. – Como estudante de Letras, Poseidon esperava que ela fosse boa em ler subtextos, mas para ter certeza de que entendia bem o que aquilo significava ele pronunciou o verso seguinte sem desviar-lhe o olhar— Eu detesto o jeito dela, mas pensando bem, ela fecha com meus sonhos como ninguém. Oooh!

A mesa 12 foi à loucura. Fosse pelas doses de álcool já ingeridas, pela exasperação frente a uma inimizade inexplicável que já se arrastava por anos ou um misto dos dois, seus amigos pareciam não saber se berravam em aprovação, batiam no tampo do móvel a sua frente ou fitavam-no em incredulidade. Isso sem contar as meninas, que davam pequenos gritinhos e pareciam incentivar aquela espécie de correio elegante musical, dando suaves cutucões em Atena.

Como que indiferente à comoção que causara, o moreno apenas fez sinal para que seus colegas o acompanhassem naquela parte da música, ao que foi prontamente atendido por Hermes, Dionísio e Apolo, que não perdiam uma oportunidade para aprontar:

—  Beat it laun, daun daun, beat it loom dap'n daun, beat it laun, baun baun!

— Conhece-te a ti mesmo e eu me conheço bem. Sou um qualquer vulgar, bem, às vezes me esqueço e finjo que não finjo ao ignorar, eu sei que ela me domina no primeiro olhar. Ooooh!

Poseidon fazia caras e bocas, além de executar os passinhos de dança mais ridículos com a segurança de que continuaria extremamente charmoso embaixo daquela luz neon. Como que a provar o ponto para si próprio, ele aproveitou o respiro enquanto as vozes de seus companheiros soavam para ofertar uma piscadela travessa ao público, arrancando suspiros do grupo de garotas sentadas próximas de onde estava. Em sua visão periférica pôde ver Atena revirar os olhos e uma satisfação ainda maior o tomou antes de prosseguir para o próximo verso.

Eu... quero te provar. – Estendeu as palavras, como a faixa pedia, mas também como um convite explícito e direto endereçado para a dona dos olhos mais azuis e encantadores que já se deparara na vida. Se ela dissesse “não”, seria um pé na bunda histórico, mas ele tinha certeza de que valia o risco — Sem medo e sem amor, uooh! Quero te provar.

— Você é um panaca exibido, Poseidon. – O amigo mais velho dirigiu o comentário ao tablado onde o estudante de engenharia cantava, sem fazer esforço ou aumentar muito a voz. Sabia que seu timbre rouco chegaria aos ouvidos do moreno e sua teoria foi confirmada quando este apenas sorriu-lhe e deu de ombros – Custava chegar nela como um cara normal?

— Ares! – Afrodite ria do comentário enquanto fingia repreender o namorado ao dar-lhe um tapinha falso no braço esquerdo.

— Ué, vai me dizer que eu tô errado? Quase seis anos de palhaçada pra ele me fazer esse showzinho na maior cara de pau?

— Tô contigo, cara. – Hades expressou concordância, sem conter as gargalhadas – Meu irmão é mesmo um pateta.

Com o alto da maturidade de seus 22 anos, Poseidon deu-lhes o dedo do meio e preparou-se para o que ele considerava ser o clímax da canção.

(E a epítome de seus próprios sentimentos por aquela mulher insuportavelmente perfeita).

— Por quê? Porque ela derrama um banquete, um palacete. Um anjo de vestido, uma libido do cacete. – Ele fingiu abanar-se com a mão que não estava ocupada segurando o microfone enquanto mordia o lábio inferior, esperando contribuir com o estereótipo sexy-zoeiro-despretensioso que tentava interpretar— Ela é tão, tão vistosa, que talvez seja mentira. Quem dera minha cara fosse de sucupira.

Cara de pau, foi do que Ares lhe chamara há poucos segundos e, de fato, isso exemplificava bem como o jovem se comportava naquele momento. Despido de qualquer vergonha, ele cantava com todo seu descaramento peculiar e Atena só ria, junto aos outros, observando-o por cima da borda de seu copo de caipirinha de morango que ela fazia questão de bebericar.

Okay, sua cabeça ainda não fora arrancada dos ombros então estava tudo certo.

Conhece-te a ti mesmo e eu me conheço bem. Sou um qualquer vulgar, bem, às vezes me esqueço. E finjo que não finjo ao ignorar, eu sei. Que ela me domina no primeiro olhar, oooh!

Beat it laun, daun daun!

Beat it, loom, dap'n daun

Beat it laun, baun baun!

A melodia contagiava e Poseidon não era um cantor tão ruim assim, ainda que estivesse apenas se divertindo, sem fazer o mínimo esforço para soar bem, então não foi surpresa quando as pessoas começaram a se levantar de suas cadeiras para mexerem seus corpos juntamente com o entusiasmado intérprete.

— Vem, vamos dançar!

E não é como se Atena fosse ser capaz de negar qualquer coisa que fosse à incansável Afrodite, ainda mais quando esta contava com o apoio de Perséfone, Artemis, Héstia e Ariadne. Deste modo, após um (fraco) protesto inicial, a garota cedeu aos pedidos e puxões de suas amigas, encaminhando-se para a pequena “pista” formada bem em frente ao tablado central.

— Eu... quero te provar. Sem medo e sem amor. Uooh! Quero te provar. – Fazendo valer todo e qualquer xingamento que Atena já lhe dedicara desde que se conheceram, ele ignorou completamente o fato de que ela provavelmente já estava suficientemente ciente de que a música era dedicada para si e fez questão de apontar um dedo para si próprio, só para depois dirigi-lo diretamente para ela e finalizar com um mover circular que indicava “depois”. – Eu... quero te provar. Cozida a vapor. Uooh! Quero te provar.

Abusado até o último fio de cabelo.

E, por falar nos fios, como que a demonstrar na prática a afirmação meio distorcida no intervalo antes da repetição do primeiro verso, ele bagunça despretensiosamente os próprios fios castanho-escuros, quase negros, enquanto vocaliza:

— Ela zomba, zomba, zomba, do meu cabelo.

Você é um atrevido, sabia? – Atena finalmente lhe fala, mas seus lábios exibem um sorriso de canto e ele sente como se o peso do mundo fosse tirado de seus ombros. Uma cachoeira de sentimentos fluindo em si.

Alívio. Felicidade. Carinho.

Em resposta, no entanto, ele apenas gargalha e gesticula um beijo estalado.

Aqui nesse mundinho fechado ela é incrível. Com seu vestidinho preto indefectível. Eu detesto o jeito dela, mas pensando bem. Ela fecha com meus sonhos como ninguém.

Atena revira os olhos pela letra, pela confiança absurda que aquele pedaço de homem parecia transbordar, pelo gesto delineando uma silhueta feminina que ele fez ao cantar a parte sobre o vestido apenas para lhe provocar e, principalmente, porque no fundo achara genial da parte dele conceber um jeito assim tão próprio de esclarecer-lhe que a confusão de irritação, atração e... algo mais que sentia era a mesma que reconhecia em si.

Eu... quero te provar. Sem medo e sem amor. Uooh! Quero te provar. – Poseidon inclinou-se em sua direção neste último verso. Não desceu do tablado, mas deixou o rosto à centímetros do seu, perscrutando-a com seus olhos verdes cheios de malícia tanto quanto uma felicidade genuína transbordante, que não podia ser copiada por mais ninguém. — Eu... quero te provar. Cozida a vapor. Uooh! Quero te provar.

A loira revirou os olhos mais uma vez, apenas para na sequência puxar a gola de sua jaqueta jeans em direção a um beijo arrebatador. Como tudo envolvendo os dois, até mesmo aquele encontro de lábios e línguas pareceu um misto de provocação e disputa.

Soltaram-se quando o ar faltou-lhes, inebriados com a celebração incentivadora dos clientes do karaokê. Afrodite, por exemplo, só faltava desmaiar. Presenciava aquela cena de perto, respirando bem curto, e tinha certeza de que ia ter um ataque. Atena arqueou a sobrancelha esquerda, indicando que Poseidon detinha os olhares do salão e, portanto, ainda tinha uma apresentação para encerrar.

Ele terminara a última linha cantada antes do beijo e já não dava a mínima para qualquer que fosse o final apropriado daqueles últimos acordes. Deu um grito de excitação no microfone que causou uma explosão de riso nos presentes, antes de devolvê-lo rapidamente para o funcionário do local, descer correndo os poucos degraus e tomar Atena em seus braços para mais um toque de sua boca viciante.

— Você é um idiota, Poseidon.

— Tenho quase certeza de que você adora...

Ela gargalhou e entrelaçou as mãos atrás da nuca do mais alto, gostando do quão confortável aquela nova dinâmica lhe parecia.

— Sem medo e sem amor, hum?

— Bom... a gente pode trabalhar nesse último, caso queira, loira.

O neon próximo à porta piscava “LOVE” em letras garrafais e, com relação àquela discussão em particular, eles provavelmente terminariam em concordância.

Beat it laun, daun daun!

Beat it, loom, dap'n daun

Beat it laun, baun baun!


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Notas finais do capítulo

A vontade que eu tô de ir em um karaokê depois disso não tá escrita hahah
Beijinhos ♥