Coração escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oieee
Muito Obrigada pelos comentários. Fiquei muito feliz em saber que estão gostando da fic. Logo os responderei.
Bjinhos.



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Capitulo 2

— Eu? – Edward a indagou no mínimo curioso com a fisionomia espantada de Bella. Será que ela estaria mesmo esperando alguém?

Talvez sem querer tenha atrapalhado algum flerte dela.

 E pra piorar seu corpo agora estava todo aceso. Foi um erro tocá-la, ter deixado transparecer o quão interessado ficou nela.

Parecia ter sido eletrocutado quando seu corpo encostou-se ao dela. Ela era quente e muito perfumada.  Seu cérebro trabalhava a mil por horas só imaginando o que falar para prender um pouco mais a atenção daquela desconhecida e conhecê-la um pouco mais.

Deu graças por estarem na rua e poder sentir o ar gelado para refrescar sua cabeça.

Mas o que poderia fazer? Tudo aconteceu quando ela deitou a cabeça no ombro dele. Não esperava que ela reagisse dessa forma.

E agora ela o estava encarando como um monstro de 7 cabeças e não alguém que a tivesse ajudado.

— Desculpe ter me metido. Eu não sabia que estava esperando alguém de verdade. – tentou se desculpar – Achei que aqueles rapazes a estavam incomodando e por isso...

— Quê? Não...não estava...- Não estava esperando ninguém. É que não pensei que você estivesse...- disse confusa - Deixa pra lá. – deu um sorriso sem graça - Obrigada por ter me ajudado lá dentro.

— Imagina. Não foi nada. – respondeu meio de mau humor. Ele sabia que isso se devia aos impulsos frustrados de seu corpo, além  de que quando encarou a tal moça sob a luz do poste, constatou que de fato ela era muito mais bonita do que esperava.

Seus olhos eram castanhos com cílios grossos e abundantes. Lábios fartos numa boca delicada. Perfeitos para beijar.

— Deixe eu me apresentar. – ela conseguiu dizer quando o silêncio estava desconfortável. - Meu nome é...Isabella. –  achava melhor não passar grandes detalhes sobre sua identidade e por isso não disse o sobrenome.

— Meu nome é Christian Korbs... – lhe estendeu a mão.

Achou melhor dar um nome falso, como de praxe.

Ela ficou olhando para a mão dele, e  hesitando se deveria ou não pegá-la. Optou por sim. Não iria mesmo voltar a ver aquele homem. Que mal faria? 

Edward notou que ela não havia se interessado por ele a partir do momento em que hesitou segurar sua mão.  Devia achá-lo um maníaco, um seqüestrador... Não quis sequer dizer seu sobrenome.

E daí, qual o problema nisso?

Ele não estava nem aí mesmo.

Até nos Estados Unidos, o nome Masen, e a fortuna da família, era tão conhecida que só em saber que ele era um deles, bastava para surgir um interesse repentino das pessoas e começarem a tratá-lo de maneira diferente.

Por experiência própria, notava como muitos viam no nome Masen imagens que lhes garantiria uma boa vida para sempre. Portas abertas para os negócios, bolsas de valores em crescimento contínuo e muitas mulheres achavam que teriam um cartão de crédito sem limites, um futuro de luxos e confortos, bastando apenas mexer as peças do jogo corretamente.

Ele sabia que ela estava sendo forçada a lhe apertar a mão, por mera educação e logo a soltou, tornando o contato o mais breve possível. Ela estava disposta a seguir seu caminho e dessa forma não haveria chance deles se reencontrarem novamente.

Só que ela continuava ali, parada. Olhava de um lado para o outro, vasculhando a rua como se procurasse por alguém.

Droga. Como ele pode se enganar tanto? Ela estava mesmo esperando por alguém. E isso doeu nele muito mais do que imaginava. Não queria que ela estivesse esperando ninguém.

Pensou que a estivesse ajudando. Que o tal namorado fosse mesmo de mentira. Uma desculpa para fugir daqueles imbecis no bar.

A verdade é que ele estava mais interessado naquela mulher do que imaginava. Queria aquela mulher para si e estava preparado para fazer qualquer coisa para tê-la com ele por mais um tempo.

— O namorado que você disse lá dentro...existe mesmo?

Isabella o olhou meio descrente com a pergunta. Ela já tinha negado anteriormente. Por que ele continuava insistindo nisso?

— Não...não. – Balançou a cabeça e uma mecha dos cabelos negros cobriu uma parte do seu rosto. – Eu só estou vendo se aparece algum táxi. – ela colocou a mecha para trás da orelha. A chuva fina que caía, cintilava com os pequenos diamantes presos em seu cabelo. Ao menos para ele, era essa impressão que tinha.

Aquilo de alguma forma o hipnotizou e ele deu um passo para mais perto dela sem perceber, para ver melhor. Ela por reflexo deu um passo para trás, se afastando dele.

— Desculpe. – ele disse quando percebeu o que fez sem querer. – Tinha algo em seu cabelo e eu só...- sua voz foi morrendo aos poucos, sem graça.  - Eu posso lhe dar uma carona para onde quiser. – tentou desconversar. De fato, queria mesmo levá-la. Assim saberia um pouco mais sobre a estranha.  

— Não se preocupe. Já ocupei demais seu tempo. – ela negou e para um bom entendedor, isso significava que ela queria manter distância entre eles.

Um táxi apareceu de repente como se um portal mágico tivesse sido aberto naquele momento e cuspido o veículo na rua. Isabella ao perceber, correu com o braço estendido dando sial, mas já era tarde demais. O carro estava muito próximo dela e passou por uma poça d`água a molhando dos pés a cabeça.

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Ela não acreditava que aquilo estava acontecendo com ela. Ficou ali, sem reação, como um pinto ensopado no lixo, olhando o táxi se afastar.

— Eu posso lhe dar uma carona para onde quiser. – ouvi- lo repetir exatamente o que acabara de dizer, fez Isabella corar da mais pura vergonha e humilhação. Com o resto de dignidade que lhe restava, endireitou a postura. Passou levemente a mão sobre a roupa, tentando tirar os vestígios de lama. Passou a mão no cabelo agora mais molhado  e se virou para ele.

Ao encará-lo, percebeu a  tensão em seu maxilar e seus olhos negros acesos, Isabella entendeu que ele estava se sentindo mais humilhado que ela. Mas como podia? Só porque recusara sua carona? Ela o havia insultado com sua recusa? Também parecia que ele estava com raiva. Algo dizia que ele não suportava aquela rejeição e que de alguma forma o tinha atingido em cheio.

— Eu estava apenas tentando não tomar mais do seu tempo. – ela achou melhor se explicar para ele. Não que de fato se importasse, mas como ele já a havia ajudado anteriormente.

— Um pouco tarde para isso, não acha?

— humm... o que quer dizer?

— Bem, a situação na qual você se meteu aqui... — Apontou com a cabeça para o bar enfumaçado e barulhento. — Não sei se pode dizer isso já que de algum modo usei um pouco do meu tempo com você.  – Isabella interpretou a ênfase na frase como provocação.

Empinou o queixo, com os olhos semicerrados.

— Eu não sabia que aqueles babacas agiriam daquele jeito e nem pedi sua ajuda. – Ao dizer as palavras, se arrependeu no mesmo instante. A boca de Christian se abriu num O.

“Ingrata e mal educada”. Edward pensou. Mas por algum motivo essa nova faceta na moça, chamou ainda mais sua atenção.

 Se possível para Isabella, ele lhe parecia mais irritado e humilhado do que a primeira vez.

— Só lhe ofereci uma carona. – ele grunhiu.  

A resignação no tom de sua voz indicava que ele estava usando as últimas reservas de paciência.

— Desculpa. Eu não quis parecer... — ela começou a dizer, mas ele saiu caminhando, ignorando-a.

— Tudo bem. – ele disse parando de repente e se virando para ela. – Só fui criado para não deixar mulher nenhuma correr riscos se eu puder evitar.

Agora foi a vez de Isabella fazer uma careta.

“Não bastava ser belo, ainda era um cavalheiro.”

— Então, me ajude a conseguir um táxi, por favor. – pediu forçando um sorrindo que acabou deixando transparecer suas covinhas. Torcia para ele não discutir, pois também estava cansada, molhada e doida para chegar em casa.

— Não. – ele respondeu, frio, curto e grosso. – Eu já disse que a levo onde quiser.

Isabella fechou os olhos, contando até dez mentalmente ao tentar imaginar no que daria aquilo. Mesmo que a tenha ajudado, ele não passava de um estranho. E não queria nem pensar no que o pai acharia ao vê-la chegar em casa em um carro estranho, com um homem desconhecido. E queria pensar menos ainda no que seu tal futuro noivo, acharia.

Não.

Não iria pensar nisso.

Tudo o que ela mais queria, era uma noite tranquila. Talvez uma noite louca com as amigas, sem responsabilidades, própria para sua idade. Que pudesse deixar sua mente oca, sem pensamentos que a levassem ao terrível futuro que a aguardava.

Isabella nunca conseguiu viver assim, nem quando usufruía de sua liberdade.

A liberdade da juventude.

 Então por que estava achando que podia viver isto agora, só por esta noite?

—Tudo bem. Eu mesma arrumo um táxi então. – se afastou de um jeito mal criado não ligando mais se ele a acharia uma mal agradecida.   Mas estava tão perto do meio-fio da calçada  que acabou pisando em falso.

Teria se estabacado em outra poça se o homem ao seu lado não tivesse agido por reflexo tão rápido e a puxado de volta, de encontro ao seu peito.

— Isabella, cuidado! Está bem? – ele perguntou, sua voz urgente. Num piscar de olhos ele estava atrás dela, segurando seu braço e assim tendo evitado uma nova queda.

Ao sentir o hálito quente em sua nuca, ela lutou contra a vontade de fechar os olhos e aproveitar o momento. Ela agora não sabia o que responder. Estava com a cabeça girando e pior ainda devendo dois favores para o tal Christian.

Ele a havia agarrado de um jeito bem junto dele, com parte de seu corpo encostado ao dela. Seu coração batia em seu ouvido.

Parecia um déjavu.

Do mesmo jeito como estavam agora, era como estava havia alguns minutos. Quando ele veio por trás dela no bar.

O sangue de Isabella começou a esquentar outra vez como reação àquela proximidade. Ela estava em seus braços, sentindo seu calor e sua força fazendo toda sua coerência ir por ralo abaixo. Seu coração estava disparado, como o dele.

“ Que merda!” – pensou .

Ele era tão quente e aconchegante que ela sentia que tinha voltado para casa. Talvez nem ela soubesse que estava tão insegura, tão fragilizada a tal ponto de estar tão entregue a um desconhecido.

Era como se ela sempre tivesse estado ali. Como se aquele fosse o lugar dela de verdade. O lugar onde mais queria estar no mundo. Virou seu corpo, ficando de frente para ele e com o movimento de aconchego típico de uma criatura frágil em busca de proteção, ela se aninhou, afundando o rosto na parte da frente de sua camisa, as mãos deslizando debaixo de seu casaco, agarrando-lhe a cintura com os braços.

Sentiu que ele a segurou com mais força ainda, inclinando a cabeça morena e aproximando tanto seu rosto do dela que ela pôde sentir aquela barba que começava a crescer roçando na delicada pele de seu rosto.  Sua boca era muito suave e quente em seu pescoço, na base da orelha e se arrepiou com o suspiro fundo que ele deu ao sussurrar com a voz rouca de encontro ao ouvido.

—Coração, não vá, fique! – tentou dizer o mais casual que conseguiu. - Quero que você fique. – falhara miseravelmente. Sua voz parecia estar implorando.

— O quê? – ela perguntou insegura não entendendo direito o que ele havia dito.

Ela tentou olhar para o rosto dele, para ver se conseguia ler a resposta em sua expressão, mas quando levantou a cabeça ele abaixou o rosto e seus lábios se encontraram num beijo quente e tão inesperado quanto desejado, que a fez sentir um formigamento pelo corpo todo.

“Como isso foi acontecer?” Foi a única coisa que ela conseguiu pensar antes do curto-circuito que se deu em seu cérebro, que a fez esquecer a pouca razão que ainda tinha e se entregar de corpo e alma àquele beijo.

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A boca daquele homem era pura sedução. Nunca tinha beijado alguém daquele jeito, daquele modo. Se viu enfeitiçada por um único beijo, fazendo-a se derreter em seus braços.

Os lábios de dela se entreabriram, encorajando-o a continuar. Sua língua invadiu sua boca e ela gemeu baixinho, um som de total entrega e rendição, tornando-se apenas uma mulher reagindo a um homem. Algo de muito sensual se desenrolou dentro do corpo de Isabella, e ela sentiu a umidade intensa que se formou entre suas coxas.

O  vento estava mais violento e gelado, as luzes da noite e sons tornavam-se mais intensas e altas conforme a escuridão da noite ia ganhando mais espaço. Mas nada disso era capaz de fazer com Isabella prestasse atenção. As mãos fortes de Edward seguraram uma mecha que lhe caiu sobre o rosto e então seus dedos adentraram o volume por baixo de seus cabelos.

A chuva começou a cair mais forte, mais fria, mas nem ele ou ela perceberam, tão perdidos estavam, imersos em um mundo onde nada lhes atingiam.

Alguém assoviou ao longe seguido de: “ Procurem um motel!”

E eles começaram a se afastar, lenta e relutantemente, com olhos abertos, arfantes, olhando um para o outro com rostos levemente deslumbrados, cientes do fogo primitivo que se acendera entre os dois.

— Eu... — Isabella começou a falar, mas sua voz falhou quando ela realizou o que havia acabado de acontecer. Seu rosto ardia de vergonha. Jamais se sentira assim antes. Não diria isso a ele. Não queria que ele soubesse como era imatura nesses assuntos entre um homem e uma mulher.

Então era isso. Eram assim as relações entre homens e mulheres. Era daí que vinham palavras como desejo e paixão, era isto que estava por detrás destes termos.

Até então ela não sabia o que queriam dizer.

Até então. Mas agora era tarde demais, ela pensou amargamente, sentindo pontadas nos olhos avisando das lágrimas.

Agora que ela já tinha um destino infeliz à sua espera.

Agora que ela sabia que estes prazeres e esta felicidade lhe seriam negados para sempre.

“A não ser por esta noite.”

A frase ecoou em sua mente lhe trazendo sonhos e esperanças que ela jamais ousou pensar antes.  

“ Só esta noite.”

Sentiu o corpo estremecer só em pensar nos tipos de sonhos nunca antes imaginados.

Ele entendeu errado seu tremor e a abraçou de modo protetor, ficando de costas, na direção do vento para que batesse em suas costas largas e a protegesse do frio.

— Coração? — o homem chamado Christian chamou suavemente, fazendo-a perceber que já devia estar a um bom tempo em silêncio.

O calor de seu corpo ainda a envolvia. Já não a segurava com tanta força, mas seus corpos ainda se tocavam e ela sentiu na altura do ventre a pressão firme que vinha dele, demonstrando além de palavras o desejo contido naquele beijo.

O mesmo desejo que havia no beijo dela. Sua boca ainda formigava. Seu desejo ainda pulsava em seu sangue e fazia estremecer todos os seus nervos.

Ele a queria tanto quanto ela o queria.

Mas ela acabara de conhecê-lo. Não poderia...

— Não vou lhe fazer mal. — A voz rouca e grave transbordava desejo. Tão rouca e tão grave que ela ficou chocada de pensar que podia causar esta reação em um homem, menos ainda naquele homem. Tão alto e imponente, um deus grego. — Juro que você vai estar bem ao meu lado, prometo...

O coração de Isabella parecia prestes a atravessar o peito, batendo descompassado e selvagem, e ela quase entrou em pânico ao perceber o que estava pensando em fazer. Mas a dor do desejo ainda latejava em seu corpo e não a abandonaria assim, do nada.

Se ao menos isto tivesse acontecido antes, se ela tivesse conhecido Christian antes, com mais calma para se conhecerem.

Mas não.

Isso seria desejar o impossível. Seu destino fora selado e ela não tinha alternativa a não ser seguir o caminho que lhe designaram. O caminho que ela, forçadamente, aceitou seguir.

Não tinha escolha senão aceitar.

A partir de amanhã, tudo seria diferente. A partir de amanhã, sua vida não seria mais sua.

Isabella mordeu o lábio inferior, deixando marcas arredondadas na carne rosada.

Amanhã.

Ela chegou a pensar em fugir, mas não tinha como. Não haveria oportunidade. Muita gente dependia dela. Dependia que ela tomasse a decisão certa, mesmo que não fosse o certo para ela. Ela não podia fugir e deixá-los desamparados.

“Mas você ainda tem a noite de hoje”. – a vozinha martelou em sua mente.

Só por hoje ela podia escapar de tudo que a aprisionava. Podia escapar para um mundo de fantasia e sensualidade. Um mundo tão irreal que ela nem conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo com ela.

 Um mundo no qual, ao menos uma vez na vida, pela primeira e última vez, apenas por algumas horas, ela poderia experimentar ser ela mesma, mesmo que com um estranho, mas que tinha despertado nela o ápice da paixão e sedução que até então não conhecia.

Uma das coisas mais difíceis de aceitar em relação a este casamento com Carlisle Masen era o fato de sua indesejada noite de núpcias vir a ser sua primeira vez na vida. Era virgem, pois nunca conhecera um homem que despertasse desejo a vontade de mudar esta situação.

Até agora.

Agora não conseguia nem pensar na idéia de perder a virgindade com aquele

homem de mais de sessenta anos, que seria seu primeiro e único homem.

Ela podia ter aquela noite.

Ele nem precisava saber seu nome.

E amanhã o mundo se fecharia para ela novamente, como a gata borralheira vendo sua linda carruagem se transformar numa abóbora.

Mas ela teria aquela noite.

Se ao menos ela conseguisse reunir forças para respondê-lo. Se ao menos tivesse

a coragem de dizer...

— Isabella? -Seu nome soou mais áspero em sua língua agora, com aquela impaciência rude e aquele sotaque devastador parecendo diferente e estranho. Seu nome também soou diferente. — Não vai me responder?

Isabella engoliu em seco, se esforçou para manter o controle e ganhar forças. Então ela sentiu aquela mão de dedos longos tocando seu queixo e puxando seu rosto levemente para cima para fazê-la olhar em seus olhos. E os olhos pretos dela mergulharam na escuridão profunda dos olhos dele.

Ele abaixou a cabeça lentamente e sua boca se encaixou delicadamente à dela.

Desta vez o beijo não foi selvagem e derramado como o de momentos antes; desta vez foi suave, lento e de uma ternura tocante. Ela sentiu como se sua alma fosse sair do corpo e então recomeçou a tremedeira, fazendo-a se apoiar nele, carente da força que nele sobrava.

— Então...responda meu coração — ele sussurrou em uma voz grave e encorpada. — Você vai ou fica?

“Meu coração”, Isabella pensou, inebriada.

Ninguém jamais a chamara de coração. Ou a fizera sentir algo como aquele beijo.

De repente havia apenas uma resposta possível.

Aquela noite tinha de ser sua. Ela podia até se arrepender depois, quando tivesse de encarar a realidade. Mas estava certa de que arrependimento maior ela sentiria se dissesse não a ele.

Então ela levantou a cabeça e o beijou novamente, respondendo com carícias, apesar de ciente da necessidade de usar palavras.

— Sim, — ela arfou suave e confiantemente. — Eu vou ficar.  Mas quero pedir algo antes.


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