I Swear I'll Behave escrita por Coraline GD


Capítulo 22
Last Firts Kiss




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— Pai! Chega! – como eu disse, a responsabilidade de consertar aquela merda ainda era minha, mas eu precisava agir de forma adulta pelo menos uma vez. – Tá bom? 

— Hannah, você não sabe o que...

— Sei sim, pai. Fui eu quem inventou essa história de primo.

— Você o quê?

— Sim, eu inventei essa história. Eu menti. Agora, temos que resolver isso entre nós dois. O Harry não tem nada a ver com isso.

— Não é o que me parece. – meu pai estava à beira de um colapso nervoso. Acho que ele só não saiu mais do lugar por não saber o que fazer, colocar Harry ou eu pra fora de casa. Talvez.

— O Harry vai embora e nós vamos resolver isso, sozinhos. – essa era a parte que mais me doía.

— Gen! – protestou Harry. – Eu não vou te deixar aqui sozinha!

— Ela não está sozinha garoto!

— Pai! – olhei pra ele séria. Já estava difícil o bastante segurar o choro e ele não estava ajudando. – Harry, a casa é dele. E não acho que ele queira você aqui e eu... Quero que você se sinta bem onde estiver. Comigo.

— Gen, eu quero ficar do seu lado. O que acabamos de falar...

— Eu sei, Harry. – sorri pra ele, mas deixei uma lágrima escapar. Ele a limpou com o polegar. – Mas, você mesmo disse que não começamos isso do jeito certo. Eu preciso consertar algumas coisas e preciso da sua ajuda também. Só que não desse jeito.

— Certo. – disse ele, relutante. – Eu vou sair, porque você pediu e eu entendo o que disse. Não sou tão bem vindo aqui.

Ele olhou para o meu pai, que estava de braços cruzados, esperando aquela cena acabar como se fosse o final de uma novela mexicana barata. E obviamente não fez nenhuma objeção à sua partida.

— Vou pegar minhas coisas no quarto. – disse ele, me deixando sozinha na sala com meu pai.

— Estou muito decepcionado com você Hannah.

— Pai, por favor. Eu sei que não tenho direito de pedir nada, mas, só me dá um minuto. – respirei fundo e abracei o corpo, sentindo um frio repentino. – Por favor.

Diante do silêncio dele, entendi que tinha permissão. Saí dali e fui atrás de Harry, que já puxava sua mala pelo corredor. Me atirei nos braços dele e deixei saírem as lágrimas que tanto me esforcei para segurar.

— Hey. Você sabe que isso não é um adeus. – balancei a cabeça concordando, enquanto molhava a camisa dele com meu choro descontrolado. – Olha aqui pra mim.

Entre lágrimas e soluços, tentei me concentrar nas palavras dele.

— Eu amo você. Não vou te deixar escapar tão fácil. – chorei ainda mais por saber disso. – Vou fazer o que eu puder para ficarmos juntos, de verdade, logo.

— Harry...

— Você quer casar? Podemos ir e casar agora!

— Não seja bobo! – só ele pra me fazer rir numa hora dessas.

— Você não quer casar comigo? – que pergunta!

— A gente nem está namorando ainda. – ressaltei, enxugando os olhos com as costas das mãos.

— Eu amar você não resolve isso?

— Nem vou te responder isso.

— Tudo bem, cuido disso em breve.

— O quê? Por quê?

Ouvi a voz do meu pai me chamar da sala e Harry segurou minha mão, a beijou e fomos juntos até a porta da frente.

— Tchau, meu amor. Minha Gen. – disse ele, ao meu ouvido.

— Tchau, Hazz. – ele beijou minha bochecha e saiu. Scott já estava à sua espera no carro, acho que ele tinha ligado pra ele do quarto.

Foi muito difícil vê-lo partir assim. Mesmo sabendo que não estávamos terminando e com esperanças de que nos veríamos em breve. Depois de passar esse tempo com ele, ainda que poucos dias, sentia que não queria mais ninguém na vida além dele. Digo, ninguém mais com quem eu quisesse me relacionar. Nós dois éramos perfeitos juntos. E é isso que eu quero pra minha vida. Sem dúvida.

Voltei para a sala com o coração doendo e a garganta seca. Tudo que eu menos queria era discutir com meu pai agora, mas ele parecia bem disposto ao contrário.

— E agora, você vai me explicar o que aconteceu? Ou é pedir demais?

Eu poderia inventar mais mentiras, dizer que ele entendeu errado, ou que eu só fiz o que achei certo. No entanto, nada disso estaria próximo da verdade. Que eu tinha feito merda e fui egoísta, só pensando no que eu queria e não me importando em como conseguir isso.

— Se eu dissesse a verdade, você teria olhado para a cara dele? – lógico que não.

— Isso não vem ao caso Hannah. – eu me sentei no sofá do lado oposto ao que ele estava, não tinha forças para aquilo e muito menos para ficar de pé. – A questão é: por que você mentiu? Por causa de um moleque qualquer...

— Ele não é um moleque!

— Ah, e você quer que eu acredite nisso depois que ele entrou na minha casa fingindo ser alguém que não era e estava tramando sei lá o que com você? Pelas minhas costas?

— Eu o convenci a fazer isso. – expliquei, envergonhada e lembrando de quando Harry ficou chateado por isso. – Era o único jeito.

— Jeito de quê?

— De poder ter ele aqui, perto de mim.

— Pelo amor de Deus, Hannah! Enfiar um garoto desconhecido dentro de casa? – ele gritando dessa forma, até me fazia questionar o que eu vivi nos últimos dias. – O que deu em você?

— Eu cresci, pai! Foi isso! – respondi, tentando não alterar o tom de voz.

— Agindo dessa forma?

— Você não entende? Quando foi que você me deixou namorar ou quis saber se existia alguém na minha vida? Daqui a pouco eu tô indo pra faculdade e você acha que tudo que eu preciso é um livro e um computador!

— Você precisa cuidar do seu futuro...

— E o Harry faz parte dele!

— Desde quando vocês... O que vocês... – pelo olhar dele, eu podia perceber as engrenagens funcionando e como consequência, a mente dele gerando as piores possibilidades possíveis entre eu e Harry. Não que ele estivesse cem por cento errado, mas de forma alguma eu ia colocar mais lenha na fogueira.

— Eu sei que eu errei. Me desculpe por isso, eu sinto muito por mentir pra você. Mas eu não estou arrependida.

— Como você pode dizer uma coisa dessas?

— É... A-a verdade.

— E o que aconteceu ontem à noite? – ele não podia esquecer isso? Diante dessa crise toda? Não, claro.

— Ontem... A festa estava chata, nós brigamos com Dom – o que não deixava de ser verdade. – e depois fomos embora.

— O que o Dom tem a ver com isso? Eles se conhecem?

— Não exatamente.

— Eu pensei, que... Você e o Dom...

— Por favor, pai. O Dom é um idiota. Um idiota narcisista. Só você não percebe isso. – ele precisava saber disso.

— E depois?

— O que tem depois? – por favor, não me faça dizer mais.

— O que fizeram depois que saíram de lá?

— Fomos para outro lugar. – suspirei e encarei a janela, iluminada pelo sol forte da tarde.

— Eu... Não acredito que está acontecendo isso. – voltei a olhar pra ele, com lágrimas nos olhos de novo. – Eu nem reconheço mais você...

— Pai... – me levantei e pensei em ir até ele, que cruzou os braços e se afastou devagar.

— É melhor você ir para o seu quarto. Se não for pedir muito.

Ele estava de costas e assim continuou. Essa não era a discussão madura que eu pretendia ter, mas qual é? Meus nervos estavam à flor da pele. Eu só conseguia pensar no Harry e em manter o controle para não gritar feito uma adolescente histérica, pedindo pra ele me deixar viver e não fazer tempestade em copo d’água. No momento, seria uma batalha perdia, pois ele se mostrou bastante indisponível pra me ouvir, quanto mais me entender. Nessas horas que eu gostaria de ter uma mãe.

Deixei-o sozinho e fui para o meu quarto, subi as escadas devagar e fechei a porta assim que entrei. Me joguei na cama e deixei correr livremente as lágrimas que eu havia me esforçado para segurar. Minutos depois, ouvi o som de mensagem do meu celular e corri para olhar, na esperança de que fosse Harry. E era, mas não com notícias muito boas.

Hazza: baby, sinto muito pelo q aconteceu. Seja forte, logo estaremos juntos. Lembre-se q eu te amo ♥

Uma mensagem de Rachel:

Rach: amiga... Meus pais ligaram perguntando sobre essa história de primo :o Me fala o q houve!!! Pfv!

Uma mensagem de Niall:

Ni@ll: preciso falar com vc! Quando estiver on me avisa! Xoxo

Uma – acreditem se quiser – de Dom:

Desconhecido: Hannie! É o Dom! Espero q esteja bem... Ontem à noite foi incrível! Talvez pudéssemos repetir a dose ;) O q acha?

Mas é muita petulância... Apaguei a mensagem dele na mesma hora. Não respondi a Niall, porque não sabia exatamente que horas estaria em condições. Disse a Rachel apenas que tudo tinha dado errado e o plano já era, mas que eu tinha dado um jeito e mandei um coração para Harry, dizendo que estava com saudades. Ao que ele me respondeu imediatamente:

Hazza: Tb estou morrendo de saudades... Preciso te dizer algo, mas espero q entenda q não há o q eu possa fazer

Gen: o que aconteceu???

Hazza: nada demais, só q vou precisar viajar

Gen: p onde? qt tempo?

Hazza: coisas de trabalho, UK. Não devo demorar mais q alguns dias...

Gen: :’( o q eu vou fazer sem vc aqui?

Hazza: continuar linda e chutando o traseiro de qq babaca q se meta com vc

Gen: é um começo, mas mesmo assim...

Hazza: amor, preciso ir agora. Prometo q mais tarde nos falamos!

Gen: ok, até

Hazza: te amo!

Gen: te amo ♥

Mas a vida é uma droga mesmo. Sempre dá pra piorar. Rachel voltaria no início da próxima semana, mas até lá eu estaria sozinha. Sem ela, sem Harry e com o mau humor do meu pai, o qual eu ainda não sabia como iria reagir daqui pra frente.

Tomei um banho, coloquei um pijama confortável e passei o resto do dia no quarto. Sem sinal de vida do meu pai. Não me chamou pra almoçar, jantar, ou sequer avisou que iria sair. Dormi até umas oito da noite, desci para pegar água e algum biscoito, quando percebi que ele não estava. Respondi a mensagem de Niall, dizendo que estaria on-line agora até mais tarde e tentei me concentrar em outra coisa que não fosse os problemas recentes. Comecei a organizar as coisas para quando as aulas retornassem e o meu planejamento para a faculdade, que agora era mais importante do que nunca.

Ni@ll: hey! Como vai?

Gen: indo, e vc?

Ni@ll: não parece bem...

Gen: alguns problemas, nada d+.

Ni@ll: pode falar comigo se quiser, tb sei ficar sério ;) rs

Gen: nunca disse o contrário! Vc é ótimo! Mas não quero falar sobre problemas...

Ni@ll: ok. Good things! Semana q vem vai estar ocupada?

Gen: deixa eu conferir minha agenda... hahah.. não sei, pq?

Ni@ll: queria te convidar p ver um jogo de baseball...

Gen: O QUE?

Ai cacete! Por que eu enviei mensagem gritando?

Ni@ll: não gosta de baseball?

Gen: não, quer dizer, sim... quer dizer, pq tá me convidando?

Ni@ll: só achei q seria legal e vc é uma boa companhia ^^

Gen: ah... não, tá. Não tem problema. Eu preciso resolver umas coisas e te falo

Ni@ll: ótimo! :D

Gen: até o fim da semana te confirmo, ok?

Ni@ll: perfeito!

Ai... Perfeito me lembra de Perfect, que me lembra... Celular tocando e...

— Harry!

— Baby, pensou que eu tinha esquecido de você?

— Claro que não. – só ele pra trazer um pouco de luz nesse momento.

— Eu sei que as coisas aí não devem estar fáceis, mas... Preciso me despedir de você direito.

— Que droga... Não usa essa palavra...

— Tudo bem, digamos então que eu preciso... Ter o prazer da sua companhia de novo, antes de me ausentar por um curtíssimo período de tempo.

— Melhor...

— Podemos aproveitar que seu pai não está em casa?

— Sim, mas... O quê? – saltei da cama em um pulo e fui até a janela, procurando por ele.

— Pode vir abrir a porta para mim? Nos fundos?

— Já estou aí!

Larguei o telefone e corri escada abaixo, me jogando nos braços dele assim que o avistei. Horas parecem dias quando o assunto é ficar longe dele. Só Deus sabe como eu passaria os próximos! O levei para o meu quarto e tranquei a porta em seguida. Tinha quase certeza de que meu pai não me procuraria hoje, mas apenas por segurança, se ele resolvesse ir, precisaria bater.

— O que faz aqui? Você é maluco! Eu te amo! – aproveitei para beijá-lo o máximo possível.

— Eu vim por você. E para resolver um assunto pendente.

— Que assunto, Harry? Fala logo! Não gosto desse suspense...

— Hey! Confia em mim, ok?

— Tá, mas...

— Gen!

— Tá bom!

— Te trouxe uma coisa, mas... Só posso dar se me responder uma coisa antes.

— Eu aceito! – qualquer coisa.

— Mudou de ideia sobre casar? – perguntou ele, brincando.

— Claro, seis filhos e a gente não fala mais nisso! – respondi, entrando na brincadeira.

— Prefiro sete, mas vamos deixar esse assunto para mais tarde?

— Se você diz...

— Gen, eu tô me sentindo muito mal por ter que te deixar agora, mesmo que por pouco tempo. Depois dessa confusão toda...

— Harry, não...

— Espera, deixa eu terminar senhorita! – balancei a cabeça concordando e revirando os olhos. – E não quero que pense que estou desistindo de você nem nada. Também vou sofrer muito por ficar longe, mas espero que saiba... Que vou pensar em você a cada segundo do meu dia.

Ah... Tem como não amar esse garoto?

— E por isso, como prometi, vim resolver pelo menos uma parte do problema. Sei que ainda não tivemos um encontro de verdade, e eu espero poder corrigir isso um dia, mas por ora... Você quer namorar comigo?

MEU DEUS! Essa não era uma boa hora para xingar, mas eu não consegui acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo!

— Então, Gen? Aceita?

 


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