I Swear I'll Behave escrita por Coraline GD


Capítulo 20
Gotta Be You




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791482/chapter/20

A situação parecia ficar cada vez pior. Os poucos convidados que estavam próximo à piscina, logo estavam aglomerados em volta dela. Assim como os que estavam dentro da casa e agora saíam para ver o que era aquela agitação do lado de fora. Tudo aconteceu muito rápido e saiu de controle de uma forma que eu mal podia imaginar. Não queria ficar igual uma louca gritando por Harry, mas a segunda opção parecia bem pior. Chamar o meu pai. Que a qualquer minuto chegaria ali.

Enfim, como atitudes idiotas e impensadas são o meu ponto forte, fiz o que tinha de fazer. Tirei os sapatos e pulei atrás dele. Bastou um minuto para Harry perceber onde eu estava e largar daquela briga estúpida. Ele não só, não ia querer que eu me machucasse, como também não ficaria nada feliz com as pessoas me vendo com o vestido molhado e colado ao corpo. Ele deu um impulso para trás e se afastou de Dom, vindo em minha direção.

— Você está maluca! – gritou ele. E não foi uma pergunta. – Anda, vamos sair daqui logo. Antes que eu acabe com esse babaca!

Em reposta, eu apenas cuspi uma quantidade considerável de água e me apoiei nele.

— Isso ainda não acabou! – gritou Dom, às nossas costas. – Ela vai ficar comigo de novo e você vai ver!

Harry parou no lugar onde estava, a poucos centímetros da escada e olhou para trás. Eu apertei o braço dele, impedindo que se afastasse, mesmo estando indignada com o que aquele cretino estava dizendo. Eu não fiquei com ele!

— Ela nunca vai ficar com você seu filho da puta!

Agora, imagina a minha surpresa ouvindo ele xingar pela primeira vez. Por minha causa. Deus que me perdoe por fazer aquele garoto pecar!

— Vamos logo, Hazz. – falei, puxando o braço dele novamente.

Subimos a escada da piscina e nos encaminhamos depressa para a porta dos fundos. De jeito nenhum que eu ia passar por dentro da casa, pingando daquele jeito, e correndo o risco de ser barrada pelo meu pai. Lá fora, demos a volta e logo estávamos na rua principal. Harry caminhava a passos largos e eu correndo atrás dele, mal conseguia acompanhar. Mesmo correndo o risco de pisar em qualquer coisa e esfolar o pé, ainda assim era melhor andar descalça do que tentar correr com aquele salto.

Paramos diante de um carro e ele abriu a porta pra mim.

— Entra.

Demorei um segundo para reconhecer o carro e o motorista ao volante. Era Scott, o segurança que me ajudara outro dia a encontrar o quarto de Niall, e o carro ainda era aquele alugado por Harry quando chegou aqui. Eu só não sabia o que ele estava fazendo aqui.
Entrei no banco de trás e Harry veio em seguida. Sentou do meu lado e pediu para Scott seguir para o hotel. Que hotel? Surpresa: eu também não sabia. Tudo que eu sabia era que o momento estava crítico demais para o meu gosto e até agora nenhum de nós tinha dito uma palavra a respeito. Observei quando ele tirou a camisa ensopada e a torceu, pela janela do carro.

— Para onde estamos indo? – tá, eu ouvi, para o hotel seja lá qual for, mas precisava falar alguma coisa.

— Hannah... – ah meu pai... Só falta ele achar que aquela situação foi culpa minha. – Eu tenho que te levar pra casa, eu sei. Mas agora... Eu preciso que você fique comigo. Tudo bem?

— Sim. – o que mais eu poderia responder? Ele finalmente estava olhando pra mim. Não só olhando, havia uma intensidade, uma energia diferente, que não estava ali antes. E eu simplesmente estava presa aquele olhar e tudo que ele pedisse.

Chegamos a um hotel perto do centro da cidade. Saímos do carro e Scott permaneceu lá. Harry segurou minha mão com firmeza e entramos. O lugar era simples, porém bem organizado e as paredes claras davam impressão de que era novo em folha. Mesmo com a placa da recepção informando que estavam ativos há uns quinze anos. Fomos até o elevador e ele apertou o botão que levava ao oitavo andar.

Dentro do elevador, Harry passou as mãos pelos cabelos úmidos, encarando o espelho e depois olhou pra mim parecendo mais angustiado do que nervoso. E só naquela hora eu percebi que havia uma marca roxa começando a tomar forma em seu olho direito e um arranhão pequeno no queixo. Me aproximei para tocar seu rosto e ele segurou minha mão antes que o alcançasse. Beijou minha palma, meus dedos e me puxou para perto de si. Colando nossos corpos e me beijando com intensidade, como se aquele fosse nosso último encontro.

Correspondi ao beijo dele e passei os braços em volta de seu pescoço, trazendo-o mais para perto, se é que era possível. No minuto seguinte a porta do elevador se abriu e ele nos levou para fora, ainda sem interromper nossos beijos e continuamos nos agarrando em frente a uma porta, que eu supus ser a do quarto dele, por mais algum tempo.

— Vamos entrar? – perguntou, com a boca a meio centímetro da minha.

Apenas confirmei com a cabeça e ele enfiou a chave na porta, destrancou e me puxou para dentro. Assim como a entrada do hotel, o quarto não era luxuoso. Era até pequeno, em comparação com o que eu vira em Denver. De qualquer forma, não tive muito tempo para reparar em nada, pois assim que entramos, Harry trancou a porta e retomou o que começamos no elevador.

Nós meio que tropeçamos até a cama e caímos sobre ela. Senti os lábios dele deslizarem do meu queixo até a clavícula e percorrerem o mesmo trajeto do outro lado, enquanto eu suspirava e apertava suas costas nuas. Uma de suas mãos traçou o contorno das minhas curvas até chegar à barra do vestido azul, seus dedos subiram gentilmente o tecido úmido até parar a uma distância insegura o suficiente para eu esquecer o que estávamos fazendo.

— Gen... – ele inspirou fundo e soltou o ar devagar. – Desculpa, eu...

— Harry, não precisa se desculpar. – falei, puxando ele de volta e mostrando que não precisava parar, e sim continuar. Por tudo que é mais sagrado!

— Não era isso que eu tinha planejado pra nós. Pra você. – ele se levantou e sentou na cama, me fazendo sentir um frio repentino. – Não tem que ser desse jeito.

— Não Harry! – ai caramba! – Desse jeito é... É perfeito. Eu preciso de você.

Com muito custo, levantei da cama e fiquei de pé, de frente para ele e puxei o zíper lateral do vestido. Tive mais dificuldade para tirar do que esperava, a coisa estava úmida e parecia colada em mim com fita adesiva! Mas por fim consegui, sem interrupção dele, que deve ter ficado pasmo com minha atitude maluca, deixei o vestido jogado no chão e fiquei apenas com meu modesto conjunto de calcinha e sutiã branco com listras azuis na sua frente. Meio que tremendo de frio, meio de emoção, não sabia ao certo qual era maior.

— Gen... – ele segurou minha mão, sem tirar os olhos de mim e demorou mais um pouco até encontrar palavras. – Eu queria poder dizer que você deve esperar. Que talvez não estejamos prontos, afinal. Que poderia ter feito diferente...

— Mas? – perguntei, sentindo um arrepio percorrer todo o meu corpo quando sua outra mão pousou de leve na minha cintura.

— Mas, não consigo fazer isso. – ele enlaçou seus braços em volta da minha cintura e me puxou de volta para a cama.

O que eu dizia mesmo sobre fazer “aquilo” com o senhor Harry Styles? Sem estarmos oficialmente namorando ou algo parecido? Isso mesmo, também esqueci. Por que eu simplesmente não posso, não quero e não vou negar que eu amo esse garoto pra cacete! Não importa o que vai acontecer daqui para frente, quer dizer, mais ou menos, porque eu vou lutar para ficar com ele e principalmente para fazê-lo admitir o que sente por mim. O que eu acho que sente. Bom, lá no fundo eu sei.

Não adianta ficar escolhendo um momento certo com ele. Por que com Harry absolutamente tudo parece certo. Certo e perfeito. Eu quero sempre mais dele. Mais dos seus beijos, do seu sorriso, da sua alegria contagiante, das suas mensagens no telefone, das suas caretas de surpresa e da sua paixão. Quando nos conhecemos ele me pediu para deixá-lo fazer parte do meu mundo, mas a verdade é que ele não esperou minha permissão para fazer isso.

Eu poderia ficar aqui filosofando por horas, mas vamos nos ater ao que importa e aproveitar. Aproveitar esse momento, esse quarto, esse cara maravilhoso e fazer de conta que somos apenas nós dois no mundo agora.

***

Luz do sol. Hum. Ótimo, hoje não é dia de trabalho. Se fosse já teria ouvido a voz do meu pai. Estava pensando no que meu pai iria fazer para o café da manhã quando senti uma mão em minha barriga e abri os olhos, a tempo de ver Harry se aproximar e me abraçar pelas costas. Ele ainda dormia e seu semblante era lindo de se ver. Tão sereno e perfeito. Exceto por aquele roxo no olho que... Roxo...

A briga dele com Dom voltou a minha cabeça como um raio. Eu senti o ar faltar quando pensei em como meu pai deveria estar furioso agora. Mais uma vez eu dormi fora de casa sem avisar. Por causa de Harry. Não que ele precisasse desse detalhe. Agora sim eu só ia sair de casa quando entrasse para a faculdade, daqui há seis longos meses. Ou mais. Eu não tinha o que inventar para ele, não mais. Ia dizer o que? Que fui sequestrada? Junto com Harry? Que me perdi no caminho de casa? Por favor. Eu precisava e ia, encarar a situação de frente e ver no que dava.

— Já acordada? – sussurrou ele ao meu ouvido, enquanto eu roia freneticamente uma unha mal pintada.

— É... – ele tirou gentilmente minha mão da boca e beijou a ponta dos meus dedos. Depois me virou de frente para ele. Claro que o fato de estarmos nus, mesmo embaixo das cobertas, me deixou um pouco vermelha, mas vamos em frente, não é Gen?

— O que foi? Está arrependida? – aqueles olhos verdes, sérios, a essa hora da manhã era muita covardia comigo.

— Não! Claro que não! – toquei o rosto dele, com cuidado para não encostar no olho machucado e dei um selinho nele. – Foi uma noite incrível.

— Eu não fui tão cavalheiro quanto gostaria...

— Harry, claro que foi. Não me arrependi agora e nem nunca. Foi perfeito e, bom, podemos falar disso depois? – deixa eu me recompor gente? Meu coração estava a mil, por ter ele ali perto daquele jeito e por ter que ir para casa enfrentar a fera.

— Claro. Desculpe. – disse ele, me abraçando apertado.

— Está me esmagando! – falei, sorrindo.

— Eu posso! Porque você é minha e eu quero você assim... Bem coladinha comigo!

Não pude deixar de sorrir com aquela afirmação. Mal sabia ele o quanto era verdadeira.

— Mais que possessivo!

— Em relação a você, eu posso começar a ser.

— Veremos!

Começamos a nos beijar e eu senti que as coisas tomariam outro rumo, um que não me permitiria voltar para casa pelas próximas duas ou três horas. Não que eu quisesse, mas precisava.

— Hazz, eu preciso ir.

— Nãooooo... – choramingou ele, me prendendo embaixo de si na cama.

— Siiiiim. – respondi, fazendo um biquinho de tristeza. – Você sabe que meu pai deve estar louco a essa hora.

— Ah, por um segundo esqueci do senhor Mark. – disse, encostando sua testa na minha. – Acho que precisamos encarar a fera, né?

— É, não tem jeito.

— Ou... Podemos fugir para a Inglaterra e ligar para ele de lá. O que acha? – há! Como nunca pensei nisso antes?

— Acho que eu sou menor de idade, pelos próximos meses e esse plano não vai dar muito certo. – falei, rindo da cara animada dele. – Fora, que é meu pai.

— Eu sei. Tentei.

Ele me deu um longo beijo e se levantou, com dificuldade.

— Vou tomar um banho antes de irmos, ok?

— Claro. – quem era eu para discutir. Tudo que eu podia fazer era observar. Observar aquela obra de arte divina que era o Harry...

— O que foi? – perguntou ele, com um olhar curioso.

— Nada, nada.

Nada que eu gostaria de compartilhar em voz alta, isso sim.

Meia hora mais tarde, um vestido lindo amarrotado, um salto na mão e um cabelo mal preso depois, saímos do hotel para encontrar Scott. Harry me emprestou um casaco, pois estava esfriando lá fora e eu lembrei que precisava conversar com ele sobre a noite passada, ou melhor, sobre o pré-hotel. Só não sabia por onde começar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Swear I'll Behave" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.