Hunter escrita por Leticiaeverllark, JúMartins


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Sou a Jú! Eu e Let estamos muito felizes e animadas com essa história!

Tive essa ideia e ela como uma boa amiga e perfeita escritora topou e aperfeiçoou essa obra...
Essa fic vem com o intuito de ser algo totalmente diferente do costume, com temas mais sérios e abordagens muito especiais! Prometemos surpreender mais e mais a cada capítulo, estamos dando nosso máximo!

Espero que gostem e apreciem, vamos estar postando sempre que possível e prometemos não demorar nada!
Vou postar os capítulos que já estão prontos de uma vez, espero que gostem.

Espero que gostem, e em homenagem a minha amiga e parceira: Mellarkisses ❤️



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Chegou a diversão?

—Oh delícia hein!

—Vem me assassinar, gatinha!

—Vai cortar a minha garganta ou me marcar como um brinquedo seu?  

 

Soltei um sorriso irônico com o último comentário, tolos achando que é algo banal. Cérebro comuns nunca entenderam.

 

Sei que não fui a única que escutou, o delegado que estava na minha frente parou e sorriu. Ninguém sabe e nunca saberá mas o mesmo me disse que “entendia meus motivos e respeitava pelo que eu lutava, mas assassinato é crime, independente da razão”.

Palavras dele.

—É docinho, para uma mulher pequena como você é impressionante como conseguiu fazer tanto barulho.

Continuamos caminhando, até pararmos em frente a uma enorme porta branca.  Parecia outro mundo comparado pelos bueiros que já passei.

— É aqui que a senhorita irá ficar. - pela primeira vez olhei para o lado, me perdendo em tanta beleza.

 Um homem alto e bem apessoado, a pele tão dourada conseguia facilmente deixar o sol com inveja.

Seus ralos pelos estavam expostos em algumas pequenas partes pelo grosso tecido do uniforme,  seus fios brilham mesmo com a pouca luz que tem nesse buraco, deixando parecer que eram de ouro.

Os olhos azuis esverdeados com toda certeza o deixam sexy, praticamente mergulhando na minha alma, se é que tenho alguma.

 

 Talvez se eu não estivesse nessa situação, ele seria uma das minhas diversões. 

 

Por mais incrível que pareça, me lança um dos sorrisos de canto mostrando algumas covinhas bem charmosas, provavelmente se divertindo vendo quanto tempo estou o observando e nem percebi que já tínhamos passado do portão.

Não podia ficar com raiva de mim mesma por esse momento de fraqueza, estava quase dopada com a injeção que me deram no caminho pra cá. 

Estava agora parada a uma porta com janela transparente e uma fechadura.

 Parecia um hotel, dos dois lados do corredor com  mais dezenas iguais, a única diferença são tantos policiais para uma só garota. 

—Obrigada oficial...? 

—Odair, senhorita - diz abrindo a porta do meu quarto com um cartão, me permitindo pela primeira vez ter uma ampla visão desse pequeno, mas visualmente confortável cômodo.

Ele era composto de uma mesa retangular no canto, dando espaço apenas para três cadeiras. No canto para o final tinha uma porta, imagino ser o banheiro.                                                                                  Ao invés de janelas, tem um enorme closet só com roupas e sapatos, mais na frente alguns puff´s na cor branca.

 

Na verdade aqui TUDO era branco, me deixando com uma leve dor de cabeça.

 

E como se não bastasse estar acorrentada nos pés e mãos, fico ainda mais em contraste com o jeans surrado e velho que estou usando, com uma blusa preta de frio, deixando parecer algumas das minhas tatuagens.

 

Depois do que parecia uma eternidade, dois policiais terminaram de tirar as correntes, dando espaço para conseguir observar o outro lado do quarto.

 

Sentada na cama debaixo de uma beliche, reside uma mulher estranha, mas ao mesmo tempo muito bonita. 

Tão magra e pequena que consegue ter uma aparência quase infantil, se não fosse pelos seus cabelos grandes e desidratados, mas chamando atenção por ter um tom ruivo que parecia estar em chamas, sendo destacado pelo uniforme totalmente branco, como provavelmente seria o meu, dando um ar mais misterioso sobre quem seria aquela menina-mulher na qual iria dividir meu compartimento.

 Seus grandes e verdes olhos me estudam e não encontro medo, mas curiosidade, provavelmente está aqui faz tantos anos que nunca escutou ao meu respeito. 

—Annie? Está tudo bem? 

—Sim, Finnick... eu estou bem.  - um sorriso de canto, meio envergonhada vinha acompanhada de sua pequena fala, mas deixando transcender sua fragilidade nos sussurros - Espera, eu estou? - disse se dirigindo ao que parece a ninguém, deixando o homem que está ainda com a chave do quarto, meio receoso ao sair, provavelmente pela nítida confusão que está entrando em conflito na cabeça daquela mulher.

Mesmo falando com ele ou consigo mesma, seus olhos não se desgrudaram de mim nem por um segundo, se eu não soubesse que é louca, acharia que estava quase encantada por mim.

— Pode ficar tranquila, Cresta. Ela não irá lhe fazer nenhum mal, teremos guardas na porta 24 horas para monitorar sua adaptação, não tem que se preocupar com absolutamente nada. - Uma mulher a informou com uma voz firme, provavelmente para me deixar, no mínimo, intimidada.

Ah, se ela soubesse... Ou talvez saiba, aposto todas as minhas armas que passou em cada comercial de cada cidade.

Precisa muito mais que isso, querida, muito mais.

Pela primeira vez me viro para ela, e sei que é um dos policiais pelo uniforme. 

Seus cabelos escuros deixam os poucos fios tingidos de um vermelhos sangue se destacarem, ela me observa atentamente com os olhos cor de chocolate, tão opacos que desperta curiosidade para entender o que tem por trás daquela carranca.

 Ao perceber meu olhar, solta uma risada um tanto quanto irônica, parecendo querer de alguma forma demonstrar poder.

Em menos de 10 minutos já percebi que a ruiva é quase um mascote, ou seja, não posso mexer nem um fio de cabelo dela.

Não que isso venha ser um problema, ela não faz nenhum pouco o tipo que eu caço, mas é sempre bom estar atenta...  quase 10 anos fugindo me deram experiência afinal, mesmo que tenha parado aqui, não faria nada diferente.

Fui pega porque precisava, eu preciso dar uma vida normal a ele e agora é só isso que me importa.

Mas os instintos não passam, nunca mudam. 

 Mesmo estando em um manicômio.

— Vou chamar a Madge, talvez ela possa te atender mais cedo. - novamente as covinhas estavam lá, mas dessa vez acompanhadas de um belo e doce sorriso, me permitindo observar seus dentes perfeitamente brancos e alinhados.

—Não será necessário, estou bem...  só surpresa, não esperava companhia.- disse em um tom tão baixo que se não fosse o silêncio que agora reinava, nunca conseguiria escutar.

—Qualquer coisa o eu e Mike estamos na porta, Greasy já vai trazer o almoço. - outra voz desconhecida por mim resolveu se manifestar, como se eu nem existisse.

Não me importei, afinal, quase me esqueci das outras 17 cabeças que me cercavam.

—Tudo bem, Bruce, tenho certeza que não será necessário todo esse cuidado.

Deixei que um pequeno sorriso reinasse no meu rosto.

 Para uma mulher problemática ela parece ser bem segura de si.

—Estamos indo, o chefe já virá falar com você Everdeen, ele estava ansioso para te conhecer.- a policial das mechas me informou, olhei para seu uniforme procurando seu nome

MASON. J. 

Interessante.

—Estarei esperando. - me surpreendi quando percebi que essa voz era minha, não falo muito desde o dia em que me pegaram, quase 2 meses atrás. 

Antes do meu julgamento, fui obrigada a ficar em um presídio da cidade onde me entreguei, fui avaliada por psiquiatras de todo mundo, todos maravilhados com as minhas poucas e brutas palavras. 

Até hoje não entendo o fascínio por mim, mas se isso garantia uma pequena renda para a minha família e de quebra ir para um lugar muito melhor do qual eu estava, mexer na minha cabeça era um pequeno preço a se pagar. 

Aos poucos o quarto foi se esvaziando até sobrar somente eu, a ruiva e os dois guardas que estavam em seus postos do lado de fora

Pelo que percebi, somos as únicas com esse ``privilégio´´, tudo isso por puro medo.

 

Ouvi um suspiro alto, como se fosse uma adoração, fazendo-me por impulso virar em direção a criatura que me olhava tão profundamente que me senti, por um momento, quase violada.

—Você é tão linda! - e lá estavam as duas grandes esmeraldas me encarando, como se fosse uma obra de arte.

—Como?

—Oh, perdão. Não me apresentei! - um simpático sorriso pairou em seus lábios finos e ressecados. -Olá, sou Annie Cresta, tenho 26 anos. - deu uma pausa respirando fundo, e me estendendo a mão, a qual não retribui, fazendo com que ela abaixasse sua cabeça com desapontamento, como se eu tivesse feito uma coisa terrível, mas não parou de falar, só que dessa vez, com mais dificuldade, como se as palavras rasgassem sua garganta.

— Morei 22 anos no Canadá, e bem...- um risinho irônico pairou em seu rosto- Os outros 4 aqui. 

Ela parou e me olhou por alguns instantes, percebendo que não ia comentar nada continuou:

—Engravidei com 18 e casei com 19, sabe como é...  família tradicionais e filhos complicados, coloquei barriga e me colocaram um anel.- começou com um pequeno sorriso, mas foi se alastrando tanto que senti um leve medo, e do nada riu de uma forma descontrolada, que quase duvidei que era a mesma menina do tom de voz quase nulo. - Ai me perdoe, não sei controlar minhas emoções, por favor me perdoa. - e em frações de segundos segurava meus pés com força, como se eu fosse sair correndo a qualquer minuto e chorando como nunca vi ninguém chorar antes.

 

Ela era completamente pirada.

 

—Ei garota.- mexi meus pés depois de um curto espaço de tempo para tentar digerir tudo- Annie, certo? 

Sua cabeça virou para mim tão rápido que nem percebi quando comecei a sentir falta do oxigênio no meu corpo, ela me abraçava com força, talvez carente daquele tipo íntimo de contato - Fica calma e me solta. 

Pareceu voltar para seu corpo na mesma hora e me olhou meio abismada e com toda certeza muito confusa.

 -Desculpe, não quis ser grossa. - apenas balançou a cabeça em concordância enquanto sentava em um dos puff´s que tinha no quarto 

—Não, tudo bem...  me perdoe, minha médica sempre pede pra quando eu sentir que estou em um mundo da minha cabeça, falar coisas que sei que são reais, nunca soube controlar minhas emoções,  mas depois do acidente tudo ficou ainda pior, perdão.

Certamente era uma pessoa intrigante, mesmo com tanta maluquice me sentia confortável em sua presença.

O fato de não ter lhe perguntado sobre o tal acidente pareceu ter a intrigado de alguma forma, não que eu não esteja curiosa, longe disso! A Katniss de alguns anos atrás que habitava em mim deu sinal querendo desesperadamente saber mais sobre, só que ela era totalmente louca! E se desse um acesso de raiva ou coisa parecida? Ainda é um terreno desconhecido, não vou me dar o luxo de arriscar.

Annie me olhou com certa curiosidade, como se eu fosse uma mulher de outro mundo. 

E talvez, até eu estaria duvidando se eu realmente era normal, bom, pelo menos normal na medida do possível.

Se levantou e com passos curtos ficou na minha frente, levantou sua mão bem devagar, como se eu fosse um animal morrendo de medo, apenas para mostrar que não ia me machucar. 

Tocou meus cabelos negros presos em uma trança com a ponta dos dedos e me olhou outra vez - Você é de verdade? O que um anjo estaria fazendo em uma prisão? E pior, uma prisão para malucos?

A porta abriu com tanta força que eu teria atirado uma das minhas inúmeras facas nesse momento.

O fato de estar desarmada não era problema, mas o que me fez gelar dos pés a cabeça foi o cheiro da colônia tão familiarizada por mim impregnando o quarto,  levando por poucos minutos a 7 anos atrás, onde por algum tempo fui feliz.

Fui feliz com ele.  

— Annie? - Senti meu coração parar na boca, e provavelmente meus lábios perderam a cor pelo susto, mal posso acreditar...

 Aquela voz... será possível? O universo seria tão filha da puta assim?

Depois do que pareceu uma eternidade, escutei as palavras que mais fizeram meu coração sangrar depois de tantos anos.

 — Pode ter certeza que de anjo essa aí não tem nada.- e mesmo não tendo virado para o observar, sabia que seus olhos azuis estavam faiscando de orgulho por ter, finalmente, conseguido me colocar naquele lugar.

 Senti seu ódio por mim em cada mísera palavra, e mesmo odiando admitir, saber disso doía como o inferno.

 - Vem Cresta, a doutora Undersee está a sua espera. 

Annie olhou pra mim e logo depois para ele, provavelmente sentindo ainda o peso das palavras proferidas.

Ela parecia relutante, não queria me deixasse sozinha com Peeta, era nítido e esse pequeno gesto me ganhou.

Ela não me conhecia, eu a destratei e mesmo assim teve o mínimo do instinto de proteção.

Em um rápido porém preciso movimento peguei sua mão e dei um aperto, com meus olhos banhados pela gratidão, sussurrei:

  - Tá tudo bem, Annie. Quando você chegar conversamos mais, o que acha? 

Senti um aperto mais forte como resposta, e um leve sorriso.

—Ah, sim senhor Mellark, só queria ter certeza que não era mais uma das minhas alucinações, sabe como é…- e girou o indicador ao lado da cabeça, uma clara referência ao seu distúrbio -  Te vejo mais tarde então? 

Dei um pequeno sorriso afirmando, logo depois escutei seus passos até a porta e quando se fechou, senti meu mundo pesando, sabendo que o que me aguarda agora  é pior que qualquer pesadelo que tive nesses anos.

Eu ia encarar a causa deles, a única pessoa que podia ter tornado a minha vida totalmente diferente do que é hoje, e talvez, pensando com meu lado totalmente egoísta, a causa de ser quem sou.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??



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