Seus Olhos escrita por NessCN


Capítulo 7
Capítulo VI


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus lindinhos. Como vocês estão?
Espero que gostem desse capítulo, teremos mais de Alicia e Matheus nele.



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Junho de 2020

O despertador marcava sete e cinquenta e nove e a jovem que dormia profundamente na cama não se importava com os raios de sol que entravam pela janela e nem se naquele dia era sábado e mesmo assim  seu despertador despertou quando deu oito horas. Ela bateu o calando. Lici respirou fundo na cama e se espreguiçou. Hoje era a festa junina da sua escola e por isso ela estava muito animada de acordar cedo em pleno um sábado. Ela pulou da cama e correu para o banheiro, tomou um banho rápido e voltou para o quarto para se vestir.

A camiseta xadrez e as botas estavam prontas, ela se vestiu, colocando uma saia pois estava calor. Amarrou a camiseta xadrez e deu uma olhada no espelho. Estava a cara da festa junina, ela riu consigo. Arrumou os cabelos em uma maria chiquinha e fez pintas no rosto que estava com as bochechas bem marcadas de blush. Pegou o celular novo sobre a cama e desceu as escadas.

— Que tal? - Ela colocou as mãos na cintura na frente dos pais.

— Está linda. - A mãe disse dando um beijo na bochecha da filha.

Ela se dirigiu até a cozinha.

— Que bom que ela nem sequer lembra de tudo aquilo. - Sua mãe comentou baixinho com o seu pai.

Mas mesmo assim Alicia conseguiu ouvir da cozinha. Eles falavam do que havia acontecido a um mês atrás. A polícia reuniu todas as provas, mas não conseguiu até hoje achar o agressor, porque não existia agressor, mas eles também não descobriram que Alicia havia mentido e também não procuraram mais a família dela. Ela respondeu a todos que perguntavam sobre com a resposta de que não queria falar sobre aquele trauma e assim ninguém perguntava mais nada. E aos poucos a vida dela foi voltando ao normal.

Mas ela nunca mais viu o Matheus também. O que dava um aperto no coração dela, toda vez que pensava nisso. Mas ela resolveu tentar esquecer toda aquela maluquice de viagem no tempo. Ela tratou de afastar esse pensamentos e se concentrou em pegar o leite na geladeira. Ela voltou para mesa e todos comeram em silêncio.

Uma buzina foi escutado do lado fora e Alicia se apressou.

— Beijos. - Ela disse ao passar pela porta.

O carro da mãe da Mel estava parado em frente a casa dela. Ela se apressou e entrou na parte de trás do carro onde estava Bia e Lucas. Mel estava no banco ao lado da mãe dela.

— Vocês estão tão lindos. - Lici comentou.

— Você também, Lici. - Disse Bia.

— Um arraso. - Comentou Mel.

A ida até a escola foi rápida e logo eles estavam fora do carro andando pelos corredores da escola que estava lindamente decorada com bandeirinhas e cheirava a milho.

— Vou comprar uma fichas. - Disse Mel arrastando Lucas consigo.

— Compra pra mim. - Lici entregou o dinheiro a ela.

Lici e Bia foram andando pelos corredores da escola, pelas barracas para ver o que tinha de bom para comer. Uma música de Chitãozinho e Xororó tocava na escola inteira e todos estavam a caráter.

— Ai meu Deus! - Disse Bia parando as duas.

Lici olhou para onde ela olhava e viu o estagiário de professor Marcos, Thiago, estava usando uma camiseta xadrez vermelha e tinha um bigode feito de lápis preto.

— Ele não está um gato? - Perguntou retoricamente Bia enrolando uma mexa do seu cabelo loiro.

— Está mesmo. - Lici analisou ele melhor. - Mas lembre ele é nosso professor.

— Meio. Se eu ficasse com ele, não daria problema, daria? - Bia soltou o braço de Lici e saiu andando em direção ao Thiago.

Lici ficou surpresa, mas já esperava aquilo da amiga que sempre se metia em encrenca. Ela voltou atenção para barracas, torcendo para que a fila do caixa não tivesse grande para ela comer logo um pedaço de bolo de milho.

Ali perto de Alicia a fila do caixa não estava grande, mas havia duas pessoas muito interessada em encontrar ela. Eles chamavam atenção na multidão, pois eram os únicos que vestiam preto de cima a abaixo, mas Lici não prestou atenção neles.

Mel se aproximou da amiga entregando as fichas dela e ela logo tratou de comprar o seu pedaço de bolo de milho. Enquanto saboreava ele, uma pessoa se aproximou deles e surpreendeu a todos quando disse oi.

— Olá. - Responderam Mel, Lici e Lucas.

Thiago estava ali conversando com eles e Mel e Lici só pensavam em onde estava Bia, mas assim que Lici desviou o olhar do estagiário para procurar a amiga ela viu cabelos loiros sumindo com uma menina mais baixa numa sala, a porta se fechou atrás dela. Pelo visto Bia já havia achado alguém para curtir a festa junina.

— Estão bem? - Ele perguntou.

Todos concordaram com a cabeça.

— E você? - Lici perguntou para não ser mal educada.

Ele respondeu que estava bem e começou a puxar assunto sobre alguma série famosa, que Lici ainda não havia assistido, pois foi no mês que ela esteve “fora”. Mas Mel e Lucas conheciam bastante da série e ficaram conversando com ele. Lici ouvia tudo atentamente, para ver se valia a pena ver a série. Mas antes que ela pudesse chegar a alguma conclusão ela viu outro cabelo loiro, que ela tinha certeza que não era da amiga. Lici engoliu em seco e agarrou o braço de Thiago por ser o que estava mais perto dela.

— Está tudo bem, Alicia? - Ele perguntou.

A jovem olhou assustada para ele. Como é que eles haviam chegado ali? Ela estava branca feito um papel e Mel começou a ficar preocupada com amiga.

— Lici, está tudo bem? - Mel se aproximou mais da amiga e pegou na mão dela que estava agarrado ao braço do estagiário.

Alicia afrouxou os dedo em volta do braço de Thiago e deixou a amiga pegar em sua mão. Mas ela ainda não conseguia desviar olhar do casal que estava alguns metros de distância dela. Mas eles sumiram no meio dos alunos.

— Está. - Lici levou o olhar para amiga.

Ela pediu desculpas para o Thiago e começou a procurar pelo casal no meio da multidão, mas não obteve sucesso.

— Atenção! Vai começar a quadrilha. Pegue o seu par! - Gritou alguém no microfone, provavelmente alguma professora.

— Vamos, que somos os noivos. - Mel puxou Lucas consigo.

Thiago olhou para Alicia pensando se fazia o convite para ela, mas antes que ele pudesse tomar a iniciativa uma pessoa apareceu na frente de Alicia a deixando surpresa.

Ela não podia esquecer aqueles olhos cor de mel jamais.

— Vem comigo! - Ele puxou Alicia pelo braço e antes que a jovem pudesse responder, ela já havia ido.

— O que você está fazendo aqui? - Lici perguntou. - E porque está me levando para quadrilha? 

— É divertido, você não vai me tirar essa experiência, vai? - Ele a encarou com os olhos implorando.

Alicia não tinha como negar e quando se viu já estava no meio da quadrilha com todos os outros casais.

— Acho que já viu que não sou o único aqui. - Matheus falou no ouvido de Alicia.

Ela conduzia a quadrilha, até porque ele não parecia dançar muito bem. Mais tão próximo ela percebeu que ele cheirava a hortelã, parecia ter acabado de tomar banho, melhor do que o cheiro que ela lembrava, Matheus percebia que ela cheirava apenas aquele cheiro frutal, de algum perfume talvez.

— Por que eles estão aqui?

Matheus se afastou, assim como todos os homens se afastaram das mulheres para cortejá-las.

— Eles estão atrás de você, eles sabem que você sabe de tudo. - Ele respondeu quando voltou e eles voltaram a dançar juntos.

— Como assim? - Lici perguntou assustada.

— Eles viram você viajando comigo, você é do passado, não pode saber.

— Eles vão me matar? - Perguntou Lici horrorizada.

Dessa vez as mulheres se afastaram dos homens e voltaram algum tempo depois.

— Não, apenas apagar sua memória. - Ele respondeu a tranquilizando.

— Mas então porque você está aqui?

— Você quer me esquecer? - Ele perguntou fingindo estar ofendido.

Mas ela não conseguiu responder pois era hora de trocar e ela se viu dançando com Lucas, enquanto Matheus dançava com uma outra garota. Alicia ficou pensando na pergunta dele. Esquecer de tudo não era um problema, pelo menos ela não ficaria sonhando com aquela sensação de está viajando e nem sendo atormentada por ter mentido para todo mundo. Ela voltou para dançar com Matheus.

— Posso te mostrar outro tempo. Futuro. - Ele sorriu torto.

— Da última vez que viajei com você, minha família acredita que eu fui sequestrada. - Ela respondeu ácida.

— Como assim?

— Você me trouxe um mês depois que eu havia partido.

Eles trocaram de par de novo. Matheus ficou pensando no que ela havia dito, havia causado problemas na vida dela, mas ele não conseguia resistir aquele desejo de convidá-la para viajar de novo. Mas ele não podia, iria se livrar dos guardiões que estavam atrás dela e dele e pronto nunca mais teria que se meter na vida de Alicia. Ele voltou para dançar com ela.

— Sinto muito. Obrigada pela experiência, no futuro não há mais quadrilhas. - Ele sorriu torto e deixou ela sozinha no meio da quadrilha.

Antes que Alicia pudesse pensar em algo sensato ela saiu atrás dele. E o casal que não havia entrado na quadrilha viu os dois e saiu correndo também.

— Matheus. - Ela chamou.

Ele parou e olhou para trás, ele correu até ela e a puxou com tudo colocando ela para trás dele.

— Deixe a em paz, Adriana e Tomás. - Disse Matheus para mulher de cabelos loiros o homem de corte militar.

— Deveria ter pensado nisso antes de querer bancar o viajante do tempo. - Falou Tomás.

— A viagem no tempo é problema meu. - Disse Matheus.

— Deixou de ser só seu a muito tempo. Deixamos você brincar muito já, Mat, olha onde você nos trouxe. - Disse Adriana em um tom de voz mais suave, como se já conhece o jovem a sua frente.

— Dri, você tem que ver. Ela não teve culpa, deixei ela ir. Já se passou mais de um mês, já dá para entender que nada aconteceu no futuro. - Tentou explicar Matheus.

— Por que você quer manter a memória dela? - Perguntou Adriana.

— Não tente entendê-lo. - Falou Tomás bravo.

Alicia olhava para aquela situação toda muito confusa. Eles já se conheciam pelo visto. Mas porque não deixar que eles fizessem o serviço deles, não era algo tão ruim assim.

— Não vou deixá-los tocar nela com essa tecnologia do futuro. Não sabemos o quão isso pode ser prejudicial ao organismo dela que não está acostumado. - Justificou Matheus.

— Pensasse melhor antes de arrastá-la para isso. - Gritou Tomás.

— Você topa outro salto? - Perguntou Matheus para que apenas Alicia ouvisse.

Ela analisou a situação toda, se havia um modo de ela sair daquela situação de outra forma. Mas eles estavam numa rua que havia poucas pessoas, o casal a frente poderia ser muito rápido para fazer o que quisessem com ela. E ela já sabia o suficiente para ter certeza que se fosse preciso derramar sangue, aqueles três ali não pensariam duas vezes. E o que as pessoas pensariam se vissem um assassinato ali?

Ela apertou a mão dele com força. Ele passou o dispositivo para ela. Ela girou com força e a luz violeta fraca ficou forte e começou a envolvê-los. E antes que ela pudesse pensar claramente para onde queria ir, agarrou a mão do Matheus e pensou no futuro dele. 

 


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Cometem ♥
Beijos



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