Seus Olhos escrita por NessCN


Capítulo 29
Capítulo XXVIII


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vocês estão? Espero que gostem do capítulo de hoje.
Fica a dica de música para este capítulo. E se puderem depois, pesquisem a letra, tem total sentindo com este capítulo.
Runaway - Aurora



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Abril de 2021

Alicia se levantou da cadeira e guardou o livro na bolsa. O livro estava interessante, mas ela precisava começar a se arrumar. Ouvia o barulho de vozes femininas vindo do andar de baixo da sua casa e sorriu consigo ao lembrar que as amigas pediram para ela não descer de jeito nenhum. Provavelmente as meninas estavam fazendo um chá de bebê com sua mãe, estava cedo para aquilo, mas elas estavam animadas. E Alicia fingiria surpresa.

Quando contou aos seus pais que estava grávida não esperava todo o apoio que viria. Eles não gritaram, apesar que ela ouviu naquela noite eles discutindo em seu quarto, mas disseram que iam apoiá-la e dar todo o suporte possível. Mas a obrigaram ir atrás de Matheus, para que ele assumisse as responsabilidades de pai. Ela fez, logo depois que ele mandou uma mensagem para ela dizendo onde estava. Ela não queria ir até lá, mas era necessário. Falou para ele que ele podia negar a paternidade e sumir, mas ele não quis. Ele estava tão empenhado, quanto ela, em dar um futuro melhor para aquela criança.

Ela suspirou. Queria que as coisas com ele fossem diferentes, mas não seguiram o planejado.

Ele disse a ela que o eus do futuro deles haviam dado outro dispositivo para ele viajar e encontrar ela. Ela começava a se perguntar se aquilo que estavam fazendo agora também não fazia parte do futuro. Mas já estava cansada de ficar se perguntando o tempo todo se toda ação sua já estava predestinada. Iria ficar louca daquele jeito.

Ela resolveu trocar de roupa e colocar um vestido tubinho, que marcasse mais sua barriga. Era pequena ainda, mas o vestido marcava um calombinho, como ela costumava chamar.

— Alicia. - Bia apareceu em seu quarto. - Vem!

— Eu sei o que vocês estão aprontando. - Ela disse sorrindo.

— Não seja sem graça. Finja surpresa. - Bia murmurou e puxou a amiga.

Quando elas chegaram no andar de baixo, Alicia quis chorar com a decoração que elas planejaram. A sala tinha uma mesa com um bolo de fraldas e um de verdade decorado com as cores azuis, rosa e violeta. Era incrível como elas haviam pensando naquele cor e como fazia sentido para o filho dela. A decoração era meio estrelada, com tules nas cores azuis, rosas e violeta que desciam pela parede até o chão e estava recheado de estrelas douradas.

— Está lindo, meninas! - Ela sorriu de orelha a orelha. - Obrigada.

— Sabíamos que ia gostar. - Disse Bia.

— Eu amei. - Alicia não conseguia conter o sorriso.

— Que bom. Eu ajudei. - Uma voz masculina foi ouvida e Alicia viu Matheus surgiu no meio das mulheres.

— Então a cor violeta deve ser por sua causa. - Ela riu contido.

— Acho que faz total sentido para ele. - Matheus sorriu.

— Como você sabe que é ele? Ele ficou o tempo todo se referindo a ele, como se já soubesse que é um menino. - Disse Mel revirando os olhos.

Alicia olhou para Matheus o repreendendo, mas ele deu de ombros.

— Pai deve sentir essas coisas.

— O que faz aqui? Não precisava vim. - Alicia disse ao se aproximar dele.

— É meu filho e concordamos que eu participaria ativamente da vida dele.

— Eu só esperava que você não levasse a sério. - Alicia revirou os olhos.

— Eu já disse que sinto muito pelo o que disse. Eu já amo essa criança, assim como você. - Ele tentou pegar nas mãos dela, mas ela recuou.

— Venham tirar fotos, pais. - Disse Bia perto da mesa.

Alicia olhou para Matheus e revirou os olhos mais ainda. Não queria tirar foto. Mas Bia estava tão animada perto da mesa e a jovem pensou que seria desperdício aquela decoração toda. Tiraram algumas fotos, com todos os amigos e familiares. E foi bem difícil contornar a mãe de Alicia quando perguntou onde estavam os pais de Matheus. Quando acabaram tudo, Alicia decidiu ir para fora tomar um ar.

Ela respirou fundo quando já estava fora de casa.

— Alicia. - Uma voz masculina chamou ela.

Ela bufou pensando que seria o Matheus, mas quando levantou o rosto viu Pedro a sua frente.

— Pedro? - Ela ficou surpresa.

— Que sorte te ver aqui. - Ele se aproximou dela.

Antes que Alicia pudesse ver e reagir rápido, viu Pedro tirando o dispositivo do bolso e o rodando. Ele pegou na mão dela a puxando com força e a luz os envolveu, levando eles para um tempo que ela não sabia e quis gritar, mas quando viu seus pé já estavam sobre o chão de novo e ela olhava em volta perdida.

— Você ficou louco? - Ela gritou com Pedro.

— Desculpa, Ali. Mas é preciso. - Ele soltou a mão dela.

— Porque você me trouxe aqui? - Ela questionou atônita.

— Eu não teria coragem de matá-la, mas se você viver no passado, seu filho nunca matará meu pai. - Ele explicou.

— Isso é impossível. - Alicia olhou desesperada.

— Não, o poder sobe a cabeça de Felipe até ele matar o meu pai que o ajudou a fazer o dispositivo.

Alicia chorou desesperada. Como o meu filho pode fazer algo assim? Onde eu irei errar na criação dele?

— Eu sei, mas aqui nada disso acontecerá e podemos fazer um futuro melhor para o Felipe. - Pedro sorriu para ela.

— Podemos?

— Sim, eu posso assumir a paternidade dele. Eu me apaixonei por você, Alicia. Não era pra ser assim, mas aconteceu.

— Se apaixonou? - Alicia se sentia cada vez mais confusa.

— Sim, quando te conheci queria que você se apaixonasse por mim para nunca ter essa criança, mas não deu certo. Mesmo assim você ainda se deitou com o Matheus. - Seus olhos exalavam fúria e loucura. - Pensei em matá-la, mas sabia que não teria coragem, porque comecei a gostar de você. Então tive esta brilhante ideia.

Alicia engoliu em seco. Aquilo não podia está acontecendo. Era demais para ela ter que assimilar tudo aquilo. Nem o Pedro havia sido verdade em sua vida, havia sido apenas uma armação da vingança dele. E agora ele pedia para cuidar do filho dela. Alicia riu de desespero.

— Você enlouqueceu. - Ela parou de ri e o olhou séria.

— Eu sei, parece loucura. Mas entenda, meu amor. - Ele pegou na mão dela.

Alicia olhou seus dedos entrelaçados com nojo. Mas antes que pudesse soltá-los, ela respirou fundo e sorriu.

— Eu entendo. Podemos fazer isso dar certo. - Ela se esticou na ponta dos pés e o deu um beijo rápido.

Quando se afastou ela sorriu para ele.

— Ótimo. Estamos nos anos 50. Achei que iria gostar e já temos uma casa. - Pedro começou a andar e a puxou consigo.

— Uma casa? - Alicia riu desconfiada.

— Você vai amar. É linda! - Pedro sorriu para ela.

Alicia sorriu para ele de volta. Imaginando se ele era capaz de ler os pensamentos dela e se descobriria o que ela estava planejando.

Eles não andaram muito para chegar até a casa e Alicia quase caiu no chão quando viu que a fachada da casa era igual a sua em seu tempo. Só mudava a cor, ali ela era rosa.

— Você tá brincando comigo, né? - Ela olhou para Pedro.

Ele balançou a cabeça em negativa e sorriu de canto para ela, mostrando as covinhas.

Isso fica cada vez pior e insano. Pensou Alicia.

— Vamos? - Ele puxou o braço dela antes que ela respondesse.

As coisas na casa continuavam quase as mesma, a disposição dos móveis eram iguais, mas antigos. Não haviam porta retratos pela casa mostrando a infância de Alicia. Nada ali representava a antiga casa dela.

Ela suspirou. Ficou com saudades da mãe.

— Tudo bem? - Pedro perguntou.

Ela apenas fez que sim com a cabeça.

— Vou tomar um banho. - Alicia soltou a mão dele e subiu as escadas.

— Estamos no quarto principal. - Gritou Pedro do andar de baixo.

Alicia suspirou. Só precisava esperar um pouco. Ela entrou no quarto que era de seus pais, havia apenas uma cama de casal no meio e um guarda roupa ao lado. Pegou uma toalha no guarda roupa e se dirigiu para o banheiro. Não demorou muito no banho e quando voltou teve que colocar um vestido rosa rodado. Ela parecia uma típica mulher dos anos 50. Odiou o reflexo no espelho.

Quando terminou de se arrumar, decidiu esperar no quarto. Até que Pedro surgiu dizendo que o jantar estava pronto.

— Você está linda. - Ele disse.

Alicia forçou um sorriso. E desceu com ele. O jantar parecia muito bom e estava com um cheiro delicioso, mas a jovem pensou que ia morrer se comesse aquilo. Ela não conseguia confiar nele de nenhuma maneira. 

— Estou um pouco enjoada. - Mentiu.

— Você quer que eu faça um chá para você?

— Não precisa. É só eu deitar, que passa.

Pedro assentiu e ficou a mesa terminando o jantar. Alicia subiu e resolveu ir até onde era o seu quarto.

Sua surpresa foi imensa que ela pensou que seus olhos iam sair da órbita quando arregalou. Seu quarto estava decorado para um bebê. Tinha tons de azul e cremes é vários ursos pelo quarto. O berço de madeira clara estava colocado onde ficava sua cama e havia uma comoda da mesma cor no local do guarda roupa. As janelas estavam cobertas por uma cortina branca. Era lindo. Pensou a jovem, mas não conseguia imaginar seu filho ali, crescendo ali. 

— Ele é louco. - Ela concluiu.

Voltou para o quarto dos seus pais e se deitou na cama, ela adormeceu. Mas acordou quando Pedro se juntou a ela e não conseguiu dormir mais. Ela não aguentava ficar ali, quando ele dormiu. Alicia se levantou e foi ir dormir no sofá da sala, onde mal conseguiu dormir também. 

Ela queria sua casa de volta e sua vida de volta, uma vida antes de conhecer tudo aquilo, mas colocar a mão sobre sua barriga, ainda pequena, ela pensou numa vida que não daria para viver sem o filho. E bem ela não queria sua vida de antes, só queria uma vida que não tivesse mais surpresas insanas. 

 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Já estamos na reta final. Deixem suas opiniões e teorias do que vai acontecer com Alicia e Pedro.
Espero que tenham gostado ♥



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