Seus Olhos escrita por NessCN


Capítulo 13
Capítulo XII


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vocês estão? Espero que bem.
Como será que esta nosso, Matheus?



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Novembro de 2020

Alicia não saiu de perto de Matheus durante seu tempo no hospital. Disse a ele que ela ficaria de guarda caso aparecesse alguém, o que fez ele rir, mesmo com dor, ao imaginá-la lutando contra os guardiões. Mas ela o ignorou e ficou as duas noite no hospital ao seu lado, sem se importar com o resto. Seus pais a vieram ver e trouxeram mudas de roupas limpas para ela e insistiram que ela fosse para casa, mas mesmo assim não quis voltar e disse que só sairia dali com Matheus.

Até que havia chegado o dia de ele ir embora. E o médico foi bem específico em dizer que ele precisava ficar de repouso para ombro se recuperar bem. E Alicia insistiu que ele iria para sua casa e ficaria lá o tempo que fosse necessário, mesmo ele dizendo que não e falando que aquilo traria problemas para eles. Ela não se importou, ele só precisava ficar bom, era a única coisa que importava a Alicia.

Matheus se viu no carro dos pais dela e se perguntava se estava fazendo a coisa certa. Ele sabia que precisava se recuperar, mas quanto tempo mais ele ficava naquele tempo era mais fácil dos guardiões o acharem e na casa de Alicia ele só traria problemas para ela.

— Você nem pense ir a outro lugar. Ou eu faço outro corte em seu ombro. - Alicia ameaçou cravando a unha na mão dele. Como se fosse capaz de lê os pensamentos dele.

— Ai! - Matheus levou a mão a boca.

Seus pais se entreolharam no banco da frente. Eles não quiseram encher a filha de perguntas no hospital, mas ela insistiu que ele era apenas um amigo que havia se metido em uma briga para ajudar outro cara. Ela havia explicado que ele não tinha família ali e que era mais seguro que ele ficasse em uma casa com ajuda. Eles não perguntaram onde ela havia conhecido ele.

Eles chegaram na casa e Alicia o levou até o quarto de hóspedes. Sua mãe havia arrumado tudo e até colocado um cheiro de erva-doce no quarto.

— Essa será sua casa, por enquanto. - Alicia apresentou o quarto.

Havia apenas uma cama de casal arrumada com lençóis azuis no meio do cômodo e uma cômoda a frente na cor branca.

Matheus se ajeitou na cama. Alicia sentou ao seu lado, na ponta.

— Como isso aconteceu? - Ela estava tentada a querer saber disso desde o início, mas não quis incomodá-lo no hospital.

— Outros guardiões me acharam e ao tentar me levarem de volta eu acabei com o ombro assim e eles provavelmente saltaram de volta com os ferimentos. - Explicou.

— O que são guardiões? E porque você não saltou também?

— Guardiões são as pessoas do meu tempo que guardam os dispositivos e cuidam de pessoas, como eu, que tentam viajar no tempo. Eles não tem muito serviço, mas digamos que estou dando bastante ultimamente. - Ele sorriu torto. - Eu não conseguia saltar, pois ainda não tinha dado o tempo e decidi vim vê-la.

— Você sumiu por 4 meses. - Alicia o encarou, vendo naqueles olhos cor de mel um pedido de desculpas.

— Sinto muito. Foi bom aquele salto com você, mas era arriscado levá-la sempre comigo.

— E você decidiu partir sem se despedir. Muito gentil da sua parte me mostrar as maravilhas de viajar no tempo e depois me largar por aí. - Alicia o olhou decepcionada e ameaçou se levantar.

Antes que ela pudesse se levantar de fato, Matheus agarrou sua mão a impedindo.

— Eu senti sua falta e não teve um dia que não pensei em você, mas era pela sua segurança e segurança do seu futuro. - Seus olhos cor de mel traziam verdade, Alicia percebeu.

— Eu pensei em você todos os dias. - Ela se aproximou dele.

Suas respirações se encontravam e Alicia conseguia sentir seu hálito quente tão perto. Conseguia olhar aqueles olhos cor de mel ao distinguir pontos verdes no meio deles. Conseguia ver o quanto seu rosto havia envelhecido desde a última vez que se viram. O que será que ele havia visto?

Matheus encostou no rosto dela com os dedos. Encarando aqueles olhos verdes tão de perto e se imaginando como teria sido se a levasse para todos os outros lugares que conheceu e todos os anos que viu. Ela adoraria. Pensou.

— Alicia. - Ele sussurrou o nome dela no meio deles.

Antes que Alicia pudesse sequer pensar melhor, analisa todas as situações e possíveis reações a aquela ação, ela se viu beijando-o. O beijo que ela sonhara durante algumas noites e desejará tantos dias ao longo daqueles meses. Era o beijo que seu corpo pedia e sua boca desejava mais que tudo, ela não podia mais controlar aquilo, não com aquela distância tão mínima entre eles. E com ele sussurrando seu nome como se implorasse para ela fazer aquilo.

Matheus sentiu aquele beijo em cada parte, não queria perder aquilo que imaginou tantas vezes fazendo. Sua mão deslizou pela nuca dela a puxando para mais perto, ela não resistiu e se entregou como se tivesse imaginado aquilo tanto quanto ele.

Até que ele despertou e a afastou para longe. Aquilo era errado.

Alicia o olhou surpresa pela reação e se levantou da cama.

— Mas que droga. - Disse.

— Desculpa. - Ele abaixou o olhar.

Alicia o olhou mais confusa ainda. Não entendia tudo aquilo, afinal ele queria também e parecia está gostando tanto quando ela. Mas ela não ficou ali para ouvir ele falar mais nada, saiu do quarto enfurecida e bateu a porta com tudo ao passar por ela. Ela se encostou a porta fechada e deslizou por ela até sentar no chão.

— Mas que merda. - Sussurrou ao enterrar a cabeça nos joelhos.

— Está tudo bem, filha? - Sua mãe apareceu no corredor.

Alicia olhou para ela querendo chorar, mas se conteve.

— Está tudo ótimo. - Ela se levantou. - Inclusive, está tudo tão perfeito que não entendo como existem pessoas tão idiotas no mundo.

A última parte ela falou bem alto, para que Matheus pudesse ouvir. Ele ouviu tudo analisando cada palavra que ela dizia e se perguntava se precisava realmente ser daquela forma. Ele suspirou e fechou os olhos.

Alicia saiu batendo o pé e fechando a porta do seu quarto com um barulho enorme. Matheus se encolheu no seu quarto ao ouvir a porta bater. Ela realmente estava furiosa.

— Lici. - Sua mãe apareceu no quarto.

Alicia levantou o olhar para ela sem paciência.

— Se precisar conversar, eu estarei aqui. - Elena se aproximou da filha e deu um beijo na sua testa.

— Está tudo bem, mãe. Só um mal entendido. - A jovem forçou um sorriso.

Sua mãe sorriu afetuosamente e saiu do quarto. Alicia decidiu tomar banho, afinal fazia dias que não tomava um banho decente. De baixo do chuveiro ela se permitiu ficar pensando em tudo que acabava de acontecer. Ela já havia se apaixonado algumas vezes e se permitido namorar, mas não entendia bem o que acontecia com ela e o Matheus. Ele era o cara incrível que aparecia e ficava com aquele sorriso torto a provocando, mas também era quem a irritava profundamente e tinha a tirado da zona de conforto. Seria ele só uma admiração ou novidade que ela havia confundido com paixão?

Ela não sabia responder a si, só ficava mais em dúvidas ainda, porque não entendia o que estava acontecendo consigo e como havia permitido que a situação chegasse àquele ponto, para não ser correspondida. Era arriscado demais. Mas ela sentiu da parte dele reciprocidade, isso era outra coisa que ela não conseguia entender. Assim como tantas coisa em Matheus.

Ela desligou o chuveiro e se enrolou na toalha. Por um lado ela entendia tudo de ruim que podia acontecer com o beijo e todos os medos que Matheus poderia ter. Mas então porque se entrega mesmo que por um breve tempo e pedi a ela, assim como ela desejava, por aquilo?

A jovem suspirou agarrando seu colar e olhando seu reflexo no espelho. Ela não queria mais entender aquilo.

Jogou sua toalha em cima da cama e vestiu uma roupa confortável.

— Ali, desça. - Seu pai gritou do andar de baixo.

Alicia suspirou pesado. Não queria jantar e ver o Matheus. Maldita hora que ele foi para casa! Ela mordiscou a bochecha e pensou, mas seu pai gritou de novo a chamando e ela desistiu da ideia de não ir. Haviam feito uma promessa de ano novo, tinham que se esforça para cumprir. Ela desceu a contra gosto e viu o Matheus sentado ao lado do seu pai.

Sua mãe havia pedido pizza e o cheiro de queijo exalava pela casa. Alicia suspirou feliz e se sentou à mesa. Sua mãe ficou a encarando, mas não disse nada. Seu pai se serviu de um pedaço de pizza e logo em seguida foi sua mãe. Alicia fez o mesmo e por último foi Matheus.

— Matheus me contou que já viajou para muito lugares. - Seu pai comentou sorrindo para esposa.

— Que legal, e para quais locais você já foi? - Sua mãe levou a pizza a boca arrancando um pedaço.

Alicia olhou a situação com muita atenção. Sorriu de leve e disse, antes que pudesse medir as consequências.

— É Matheus, diga para onde já foi. - Ela tinha um tom ácido na voz.

— Vários lugares do Brasil e da Europa. - Matheus comentou sem graça e se serviu de pizza.

— Ele já foi a França, Alemanha. Fez o mochilão pela a Europa, disse que eu adoraria. - Gustavo comentou todo feliz.

— Sim, é uma experiência incrível. - Matheus sorriu.

— Sério? Que legal. E por que você não conta das aventuras que teve no tem… AI! - Alicia gritou ao sentir um chute em sua canela.

Ela fuzilou Matheus.

— Tudo bem, Ali? Sentiu alguma dor? - Seu pai a olhou preocupado.

— Não, tudo bem. Apenas alguém que pisou no meu pé.

— Foi sem querer. - Matheus apressou-se em dizer.

Alicia terminou o jantar em silêncio, enquanto seu pai e Matheus trocavam várias ideias sobre viagem.

Por fim, a jovem decidiu subir para o seu quarto. Ainda era cedo para dormir e provavelmente aquela hora ela estudaria um pouco para o vestibular que se aproximava, mas não estava com cabeça para pensar em nada daquilo. Decidiu deitar na cama, para ver se conseguia dormir, mas não ficou nem 10 minutos na cama e ficou inquieta. Se levantou e ficou andando de um lado para o outro do quarto até tomar a decisão de ir ver Matheus.

Assim que chegou a sua porta, ainda ficou indecisa se batia na porta ou não, mas quando viu que saia uma luz violeta da porta, se apressou em abrir ela mesma. E viu Matheus rodeado pela aquela luz violeta.

E da mesma forma como havia agido nos últimos tempos, não pensou muito e se jogou contra ele, agarrando o seu pescoço. Eles saltaram e quando caíram no chão em alguma rua escura, Matheus a olhou confuso.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Me digam o que mais gostaram ou o que mudariam.
Vejo vocês no próximo ♥



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