Os tiros foram o suficiente para silenciar todos, aumentando ainda mais o desespero e a aflição.

— Reade? Jane? Weller? Me respondam! Eu ouvi os tiros no local. — Disse Patterson preocupada.

— Patterson aqui é a Tasha. — Disse pelo comunicador. — Preciso de uma ambulância ou de um helicóptero, tem que ser muito rápido.

— Tasha o que aconteceu com vocês? Cadê a Nathalie? — Patterson perguntou desesperada.

Pov Tasha On

Tudo se fez silêncio após os disparos, eu só conseguia ouvir zumbidos. Dentro de mim corria uma a sensação horrível, algo estava pressionando minha garganta e não me deixava respirar, todo meu corpo queimava, eu precisava sair desse pesadelo, mas eu não conseguia gritar, eu não consegui impedir as coisas da forma como aconteceram, eu tentei, mas falhei. Foi tudo culpa minha!

Pov Tasha Off

— Patterson eu preciso de uma ambulância, Reade está ferido. — Ela falou nervosa.

— Calma, por favor eu já estou acionando o resgate. Tasha como está a Nathalie? Me dê notícias da Nathalie! — Falou Patterson muito preocupada.

— Vamos ficar bem! — Tasha deu um longo suspiro.

Todos foram ao hospital, Nathalie foi examinada pelo médico pois tinha alguns ferimentos superficiais e Reade passava por uma cirurgia, o que deixou todos apreensivos. Ele foi atingindo no tórax e não sabiam se o tiro tinha acertado algum órgão vital dele.

— Mãe quero ficar, o Reade salvou minha vida e eu quero estar aqui quando ele acordar. — Nathalie falou enquanto esperavam por notícias.

— Tudo bem. — Tasha consentiu com a cabeça, ela entrelaçou os dedos da filha ao seu. — Vai ficar tudo bem com ele meu amor, o Reade vai sair bem dessa ele é muito forte, vamos rezar para que o tiro não tenha sido nada grave. — Pediu Tasha.

— Porque estão demorando tanto? Porque ninguém diz nada? —Perguntou a garota que estava abraçada a mãe.

— Meu amor vamos ter paciência, não há de ser nada grave.

Tasha estava tentando provar isso pra si mesma, ela tentava se controlar mas no fundo também estava muito preocupada. Mãe e filha permanceram em silêncio até que o restante do team apareceu, todos estavam esperando notícias do Reade quando o médico responsável chegou ao salão onde todos estavam.

— Acompanhantes de Edgar Reade? — Falou o médico em tom apreensivo. — Ele está se recuperando da cirurgia, ocorreu tudo bem, a bala não atingiu nenhum órgão dele, sinceramente o paciente teve muita sorte, as balas tinham veneno nas pólvoras, se tivessem demorado mais ele poderia não ter resistido. — Falou ele deixando os demais assustados. — O único agravante foi ele ter perdido muito sangue, mas em relação a isso já está sobre controle. — Explicou o médico tentando tranquiliza-los.

— Posso vê-lo doutor, por favor? — Perguntou Nathalie se levantando.

— Ele vai acordar em breve, você pode esperar por isso no quarto. — Avisou o médico.

Reade não tinha previsão de acordar, então o restante do time preferiu deixá-lo descansar, quando ele já estivesse melhor para receber visitas eles voltariam.

— Tasha você e a Nathalie vão ficar no hospital? — Perguntou Kurt e ela acenou com a cabeça. — Vamos precisar voltar para o sioc, temos que terminar de preencher os documentos. — Avisou ele.

— Sem problemas, nós ficaremos aqui com ele. — Nathalie respondeu se sentando numa poltrona.

— Vocês duas são as pessoas que com certeza ele vai querer ver quando acordar. — Pontuou Jane olhando para Tasha, fazendo com que ela corasse as bochechas.

— Eu preciso conversar com vocês. — Tasha falou indo para o corredor com o restante do time. — Eu preciso me desculpar por tudo que eu falei, eu estava muito nervosa, mas eu não precisava ter dito tudo aquilo. Vocês são a minha família, eu não deveria ter tratado vocês assim. Me perdoem! — Ela disse e logo foi abraçada por Patterson.

— Hei Tash, nós entendemos, todos nós ficamos nervosos, mas tudo vai ficar bem. — Kurt falou a abraçando também, em seguida foi a Jane e assim eles se despediram.

Ela voltou para o quarto, e folheou uma revista até que Reade acordou e olhou em volta sem lembrar muito o que aconteceu.

— Hey... calma! — Disse Tasha o impedido de fazer movimentos bruscos. — Você não pode forçar muito, acabou de sair de uma cirurgia. — Reade observou o soro da veia e os curativos. — Você levou um tiro, lembra? Agora já está tudo sob controle..

— E a Nathalie? — Perguntou Reade observando o cômodo. — Onde ela está?

— Está bem, ela ... — Tasha foi interrompida.

— Reade você acordou! — A garota o abraçou com cuidado. — Eu fiquei com tanto medo que você se machucasse muito. —Disse Nathalie.

— Estou bem, você é muito corajosa! O que você fez muitas pessoas não teriam coragem, salvou a vida da sua mãe e a minha, eu tive muita sorte de ter você por perto. — Reade falou segurando sua mão.

— Eu faria tudo de novo! — Nathalie falou apertando a mão de Reade. —Eu não posso perder nenhum de vocês, vocês me ensinaram o que é família, e eu não posso imaginar o meu futuro sem que vocês dois estejam nele. — Ela olhou para Tasha que estava com os olhos cheios de lágrimas. — Espero não ter problemas.

— Obrigada Nathalie, foi em legítima defesa. É isso que nós vamos falar! — Disse Reade.

— Reade agora você tem que descansar! Nós vamos ficar aqui se você precisar de algo, eu só vou embora depois que o médico te examinar novamente. — Tasha falou próximo a cama dele.

— Tasha... Eu amo você! — Reade a olhava profundamente. — O que eu fiz foi para proteger vocês, eu espero que você possa entender um dia. —!Ele disse segurando em sua mão.

— Aí Reade... — ela retribuiu com um sorriso mas não conseguia falar nada. Tasha saiu do quarto para ver onde Nathalie estava.

— Mãe você está brava comigo, pelo que eu fiz não é? — Falou Nathalie assim que viu Tasha se aproximar dela.

— Filha você agiu em legítima defesa, se você não tivesse atirado nela, ela teria atirado em mim ou em você. A Madeline não iria medir esforços para me machucar, você e o Reade foram incríveis juntos, mas isso ainda me deixa muito preocupada. — Tasha falou abraçando a filha que tinha lágrimas nos olhos e um ar de medo.

     Naquela noite quando Nathalie viu que Madeline estava com a arma pronta pra atirar na sua mãe após o primeiro disparo ter ferido o Reade ela não teve escolha, pegou a arma que estava no chão e efetuou dois disparos em Madeline, foi instintivo, foi uma defesa. Mas isso deixou a garota abalada, ela tinha medo de não superar isso, porque ela nunca teve a intenção de machucar ninguém, mas aquilo foi necessário.
Nathalie não tinha um instinto de matar, até no dia em que ela conheceu Tasha ela não teria coragem de fazer mal a ela, naquele momento o medo de que isso a predicasse no futuro era tudo que a garota tinha, mas ela também tinha uma mãe incrível que estava ali por ela aconteça o que acontecer, e ela também tinha o Reade e o restante do time, isso fez com que ela compreendesse que ela não estava sozinha, ela tinha uma família.

     Os dias se passaram com Tasha se reversando no hospital para cuidar do Reade, mesmo ele dizendo que não precisava, mas ela queria isso, queria cuidar dele, e no fundo ele estava feliz por tê-la ali. Já estava próximo das 16:00 quando Tasha e Nathalie chegaram ao hospital para vê-lo após um longo dia de trabalho.

— E aí garoto já está pronto para irmos para casa? — Entrou Nathalie brincando.

— Ei garota como foi a consulta? — Perguntou Reade.

— Fala da tortura que vocês querem que eu frequente? — Perguntou a garota de forma debochada.

— NATHALIE... — Tasha lhe repreendeu revirando os olhos.

— Certo, corrigindo! Sobre a consulta com o psicólogo porque vocês acreditam que é o melhor pra mim. Satisfeita dona Natasha Zapata? — Perguntou ela.

— Melhorou! — Disse Tasha entendendo a ironia da filha. — Nós já conversamos sobre isso.

Os três riram da situação, Nathalie era realmente a cópia da mãe, e isso ninguém poderia negar. Patterson também chegou ao hospital, então os quatro conversaram um pouco, Reade queria saber como estavam as investigações e como estava o
andamento do escritório. Patterson chamou Nathalie para comerem algo, querendo deixar o casal a sós.

— Tasha você quer que eu traga algo da cantina? — Perguntou Patterson.

— Não precisa, eu comi um sanduíche antes de vir. — Ela disse.

As garotas saíram do quarto, enquanto Tasha conferia qual remédio Reade precisava tomar.

— Reade, a Nathalie estava conversando comigo sobre você ficar alguns dias lá em casa. — Ela começou a falar um pouco tímida. — Caso você precise de alguma coisa, ela não queria que você ficasse sozinho quando recebesse alta, mas isso é se você quiser. — Disse ela.

— Eu não quero atrapalhar vocês duas, sei que estão resolvendo as coisas com a mudança para Londres. — Disse ele a encarando.

— Não se preocupe, você nunca atrapalha, e eu também ficaria menos preocupada se eu estivesse sempre por perto. — Confessou ela.

— Foi só a Nathalie que teve essa ideia? — Ele perguntou vendo Tasha morder os lábios desviando o olhar dele.

— Suas coisas são essas? — Ela tentou desviar do assunto. — Estou organizando porque o médico mais tarde vai trazer sua alta médica.

— É sim! — Ele riu.

No final da tarde Reade recebeu alta, e foram para casa da Tasha como combinado. Ela tinha organizado o quarto de hóspedes pra ele, deixando mais confortável possível.
Enquanto ele estava no banho ela e a Nathalie preparavam algo para jantarem.

— Porque o quarto de hóspedes? — Questionou Nathalie enquanto cozinhavam.

— Onde você queria que ele dormisse na sala ou na varanda? — Perguntou Tasha, já sabendo do que a filha queria falar..

— No seu quarto! Onde mais ele poderia se sentir em casa? — A garota perguntou de forma irônica.

— Arrume a mesa, vou servir o jantar. — Disse Tasha tentando finalizar aquele assunto.

A garota bufou, fazendo o que a mãe tinha pedido, Reade logo se juntou a elas, tiveram uma ótima refeição entre conversas e risadas, assistiram um filme juntos antes de irem dormir.
Reade apesar de tudo estava bem por está com elas naquele momento, mesmo pensativo sobre Nathalie ir morar em Londres e Tasha passar alguns meses com ela, ele sentiu que poderia ser bom para as duas naquele momento. Então não iria se atrever a pedir para que Tasha ficasse, seria egoísmo da parte dele que ela ficasse longe da filha por todo esse tempo.

Ele conversou com Patterson, iriam organizar um jantar de despedida para as duas, embora seu coração também quisesse fazer as malas ir se mudar para Londres com elas.