After the storm escrita por Dyanna Pereira


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Espero que gostem dessa história. Não esqueçam de deixar seu comentário no final. Boa leitura!



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Acordo com o barulho estridente de meu despertador e tateio as cegas por meu celular no criado mudo, apertando o botão de desligar. Olho para o lado e solto um suspiro. Eu já estava acostumada a acordar sozinha, mas era sempre frustrante não encontrar Harry ali. Levanto e arrumo a cama, esticando os lençóis e batendo os travesseiros. Tiro minha camisola, jogando a mesma na cama enquanto caminho até o banheiro. Entro no chuveiro e deixo que a água gelada relaxe meu corpo. Enquanto tomo banho, penso em qual roupa vou usar hoje. Eu gostava de não precisar usar um uniforme em meu emprego, mas ter que ficar montando looks todos os dias me tirava do sério. Me enrolo em uma toalha e caminho até meu closet. Decidi vestir uma meia-calça de algodão, uma saia lápis, blusa social e meus louboutis. Tudo preto, exceto a blusa, que é branca. Desço as escadas com a agenda de meu celular aberta, verificando quais os compromissos do dia. Preparo um sanduíche na cozinha e bebo um copo de suco de laranja. Lavo a louça e guardo a mesma. Depois pego meu blazer preto e meu sobretudo, minha bolsa, as chaves de casa e do carro e caminho até a garagem, destravando o carro e saindo do condomínio. Faço uma maquiagem leve pelo caminho, entre os sinais vermelhos e o trânsito caótico do horário de pico.

São sete e meia da manhã e só os seguranças se encontram na redação quando eu chego. Sou editora chefe de um dos jornais mais famosos de Londres. Sou responsável basicamente pelas publicações no geral. Meu editor, o Sr. Pattinson, deixa dicas em minha sala na noite anterior e eu presto atenção nas notícias veiculadas pela manhã, para assim decidir qual será a pauta do dia. Minha sala possui duas televisões, que passam o dia inteiro ligadas nos dois canais mais assistidos pela cidade. Abro meu notebook para analisar o material que me foi enviado pela seção de cultura. Coloco meus enormes óculos de graus. Hoje é quinta-feira, então eles já começam a preparar os eventos culturais que a cidade irá receber no final de semana. Corrijo alguns erros de ortografia, confirmo algumas informações e dou o "ok". Abro minha agenda e faço uma nota sobre o visual da página, para opinar na reunião. Parto para a próxima matéria, repetindo todo o processo. Ouço uma batida na porta e falo alto para que entrem, sem tirar os olhos da tela de meu notebook.
— Com licença, Sra. Potter. A sala de reunião já está pronta, mas gostaria de passar algumas informações para a senhora.- minha assistente é baixinha, tem o cabelo curto e loiro. Ela é jovem e bem estilosa, do tipo que combina xadrez com estampa floral e fica bonita assim mesmo.
— Olá, Amy. Pode falar.- levanto de minha cadeira e começo a separar tudo o que vou precisar para as reuniões do dia.
— Sua advogada ligou para confirmar a reunião de amanhã.
— Hermione? Diga que sim.- ela anota algo em seu tablet enquanto eu visto meu blazer, colocando meu celular em um dos bolsos.
— Aquela repórter da Vanitty Magazine ligou de novo. Queria saber se sua agenda já estava livre, mas eu disse que não, como a senhora pediu.
— Aquela megera não desiste mesmo, hein? Quanta incoveniência.
— Ela disse que o senhor Potter sempre aparece para alguma coletiva de imprensa e que a senhora, como repórter, deveria aparecer mais nos holofotes.
— Claro que o Harry aparece em coletivas de imprensa! Ele é uma figura pública, é o CEO da Potter Company. Que inferno.- dou um leve batida em minha mesa, minhas bochechas pegando fogo.
— O que digo caso ela ligue de novo?
— Seja criativa e mantenha ela longe de mim. Não vou dar entrevista para uma fofoqueira de plantão. Algo mais?
— Por enquanto só isso, Sra. Potter.
— Ótimo. Obrigada, Amy.- ela assente e sai, deixando a porta aberta para que eu saia também.

Encho meu copo térmico de café antes de ir para a primeira reunião do dia. Todos os responsáveis das seções do jornal sentam e começamos a falar sobre a pauta do dia, design das páginas e assim, depois de uma hora, chega ao fim a primeira reunião do dia. Agora são nove e meia, e faço anotações em meu notebook enquanto a sala se enche mais uma vez. Já não sei que horas são quando a quinta reunião acaba. Retiro meus óculos e esfrego os olhos, me espreguiçando em minha cadeira de rodinhas. Ouço uma batida na porta e me arrumo na cadeira.
— Pode entrar.- Amy coloca a cabeça para dentro da sala, depois entra.
— Sra. Potter, vim perguntar se a senhora quer que eu traga seu almoço aqui hoje. Já são duas da tarde.- arregalo os olhos ao escutar minha assistente, dando um leve tapa em minha testa. Procuro meu celular em meu blazer, desbloqueando a tela. Duas chamadas perdidas de Neville e uma mensagem de texto de Harry. Abro o SMS.

Não me espere para o jantar. Participarei de uma coletiva com a impressa, chegarei tarde.

Harry James Potter

Solto um suspiro, me sentindo tão frustrada quanto quando acordei. Amy me olha, as sobrancelhas erguidas. Abro um sorriso, afastando aquela sensação. Ele não ia estragar meu dia.

— Obrigada, mas marquei de almoçar com um amigo. Volto assim que terminar.- ela assente e eu caminho em direção a minha sala, colocando minhas coisas sobre a mesa enquanto disco o número de meu amigo. Ele atende no primeiro toque.
— Ei, pimentinha! Desistiu de almoçar comigo e esqueceu de me comunicar? - pimentinha era meu apelido no colegial, mas Neville gostava de viver no passado.
— Me desculpe, Nev. Fiquei presa em umas reuniões e não vi a hora passar. Você já chegou? - pergunto enquanto coloco minha carteira em meu bolso, já saindo de minha sala em direção a rua.
— Cheguei sim, a uns trinta minutos atrás.- o segurança abre a porta para que eu passe e eu agradeço, parando para analisar a cena que presencio. Neville está encostado em seu lamborghini, usando roupas sociais perfeitamente passadas. Ele sorri quando me vê e caminha em minha direção, me dando um abraço apertado, tirando meus pés do chão.
— Olá, Sr. Longbottom. Como você está elegante.- ele abre a porta do carro para mim e eu entro, colocando o cinto de segurança.
— Você também está linda, Gina. Que tal irmos naquele bistrô aqui perto? Tenho alguns projetos para conferir depois do almoço, o tempo é curto.- concordo com a cabeça e ele da partida no carro.

Neville é um dos arquitetos mais famosos aqui de Londres. Sua presença é sempre muito requisitada, então com o passar dos anos, nossos almoços passaram a ser assim, rápidos. Nós nos conhecemos desde pequenos. Íamos para o mesmo colégio e também éramos vizinhos. Uma vez nos beijamos, depois nos encaramos com cara de nojo. Naquele dia descobrimos que nunca poderíamos ser mais que amigos. Um tempo depois, lhe apresentei uma de minhas melhores amigas, Luna. Vou ser madrinha do casamento dos dois. Depois de quinze minutos, estacionamos na frente do restaurante. Meu amigo abre a porta do carro para mim e estende seu braço, me guiando até a recepção. Uma moça loira e de peitos grandes sorri para nós dois.
— Boa tarde, mesa para dois? - encaro seu crachá: Lola. Isso é nome ou apelido?
— Sim, por favor. A mais discreta que tiverem.- Neville odeia paparazzi tanto quanto eu, o que é engraçado para uma jornalista. Lola nos guia até uma mesa redonda, que fica num canto mais discreto do restaurante. Nós nos sentamos e um garçom aparece logo em seguida.
— Boa tarde, eu me chamo Brad e vou ser o garçom de vocês nesta tarde. Gostariam de algo para beber?
— Vou querer um drink sem álcool de frutas vermelhas, por favor.- ele assente enquanto me entrega o cardápio.
— Pode me trazer o mesmo. Estou dirigindo.- Neville revira os olhos e eu rio, o garçom se retira.
— O que vai pedir para comer? - olho distraidamente para o cardápio.
— Vou querer um filé. Luna está me obrigando a fazer dieta agora que falta pouco para o casamento.- ergo as sobrancelhas, encarando Neville.
— Ela me disse que você estava fazendo por conta própria.
— Bom, ela mentiu, a danadinha.- o garçom volta com nossas bebidas e eu escolho um ravioli de massa verde.
— Não acredito que vocês vão se casar, estou tão feliz por vocês.
— Vamos nos casar por sua culpa. Eu já te agradeci por ter me apresentado a mulher da minha vida?
— Hum, acho que não.- seguro meu drink e dou um longo gole.
— Obrigado, pimentinha. Mas chega de falar de mim, como está o seu casamento com o famoso Harry Potter? - apoio meu queixo em minhas mãos, ponderando minha resposta. Não vejo necessidade de mentir para meu amigo.
— Bom, a aliança continua no meu dedo, então eu acho que ainda estamos casados.
— Problemas no "paraíso"? - ele faz aspas com os dedos e eu reviro os olhos. Quando Harry e eu nos casamos, uma revista de adolescentes fez uma matéria a respeito dizendo que vivíamos no paraíso.
— Você não devia acreditar em tudo que lê por aí. Hoje em dia, grande parte do que se é  publicado é fake news. Acredite apenas na sua amiguinha aqui, eu sempre tenho a notícia verdadeira.- jogo meu cabelo por cima do ombro e ele ri, balançando a cabeça.
— Então, o cobiçado Harry Potter não funciona tão bem assim. Eu sempre soube.
— Desde que Tiago resolveu se aposentar e Harry assumiu o comando da empresa deles, ele não é mais o mesmo. Eu não o vejo mais, Neville. Ele sai de casa ás cinco da manhã e só volta ás dez da noite. Até nos finais de semana ele trabalha!
— Gina, você precisa ser compreensiva. Imagina a responsabilidade que ele está tendo agora. É o negócio da família que ele está tocando. E a Potter Company não é qualquer coisa, você sabe.
— Mais compreensiva, Neville? Só se eu virar uma santa. Tenho que parar pra pensar muito para poder lembrar qual foi a última vez que transamos.- o garçom chega nesse momento com nosso almoço, o que me faz corar. Neville segura o riso, agradecendo ao garçom. O cheiro de meu ravioli invade minhas narinas e só então percebo o quanto estou faminta. Começo a atacar meu prato.
— É, realmente nós temos um problema. Deixar uma mulher sem sexo pode ser muito perigoso.- ele da um longo gole em sua bebida e eu suspiro.
— Eu amo o Harry, mas parece que eu não existo mais para ele.
— Então converse com ele, Gin. Você mesma me ensinou que nós devemos dizer o que sentimos. Não deixe coisas bobas acabarem com o casamento de vocês.

Não falo mais nada sobre meu casamento pelo resto do almoço. Ele me conta um pouco mais sobre os preparativos do casamento, o quanto está nervoso. Bebemos mais dois drinks e depois de muita insistência, deixo que Neville pague nossa conta. Ele me deixa no trabalho uma hora depois de nosso almoço e antes de entrar no carro, beija minha mão e me olha nos olhos.
— Vou estar sempre aqui por você, pimentinha.

Subo para minha sala e passo no banheiro para escovar meus dentes e retocar a maquiagem. Não tenho mais reuniões por hoje, então fico em minha sala pelo resto do dia resolvendo outros problemas. Faço um coque em meu cabelo, mordendo a ponta da caneta enquanto tento fazer umas contas do orçamento do jornal. Uma batida na porta me desconcentra e eu peço que entre, um pouco irritada. É Amy outra vez e está tão branca que me assusta. Suas mãos tremem segurando seu tablet.
— Sra. Potter? - sua voz sai rouca e eu coço minha cabeça.
— O que houve, Amy?
— Por acaso a senhora não entrou no site da Vanitty depois do almoço, entrou? - ergo uma das sobrancelhas, confusa.
— Não, por que? - ela caminha lentamente até minha mesa, colocando seu tablet em minhas mãos.
  Minha boca fica seca quando vejo as fotos que estão ali. Neville e eu, de diversos ângulos diferentes. Tem fotos nossas no restaurante, Neville beijando minha mão, eu segurando seu braço. Em negrito, no alto da manchete, a seguinte frase:

Ainda que a traição agrade, o traidor é sempre odiado.


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Notas finais do capítulo

Vish... situação complicada a da nossa amiga, hein? Aguardo vocês no próximo capítulo!



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