Faunt; Terror Nacional escrita por P B Souza


Capítulo 3
Tech-bot


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao único capítulo nos EUA da história!
Aproveitem bem NY, ela está prestes a mudar para sempre :)



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Central Park. Nova Iorque, Estado Unidos da América.

19:00 (GMT -4), Quinta-feira, 14 de agosto de 2014.

Era começo de noite quando o avião aterrissou no aeroporto internacional de LaGuardia. Ernesto atravessou o complexo viário Triborough na Randall's Island em um taxi amarelo até a ilha de Manhattan, na quinta avenida, na altura do Museu Guggenheim. Ali havia um prédio com fachada espelhada, escrito verticalmente do térreo até o sexto andar, em letras minimalistas, finas, iluminadas com LED branco “Techboot”. O prédio tinha quinze andares e não aparentava muita diferença de qualquer prédio na ilha, não era um arranha-céu ou um marco da cidade; na verdade quase ninguém parava para olhar aquela construção.

Ele desceu do taxi e olhou para o taxista, que havia sido pago em antecedência. Por Matthew.

Então caminhou para a entrada do prédio, buscando no seu bolso sua carteira. Tirou o crachá, do tamanho de um cartão de crédito, cromado, com sua foto gravada em baixo-relevo no metal, e um número de série embaixo da foto. A porta de entrada, automática, lhe abriu caminho para o hall. Havia dois seguranças em uma cabine de vigia de um lado, um lustre de cristais no formato de triângulos espelhados, lançando cores em pilares para o teto, criando um desenho de luz, um afresco tecnológico mostrando nada menos que a criação de adão, porém no lugar de adão estava um exoesqueleto metálico e rodeado de robôs menores estava o criador daquilo tudo; Cormack no lugar de Deus. Nada menos que o egocentrismo megalomaníaco de um visionário.

Ernesto encostou seu crachá no leitor, e a catraca com abas de vidro se abriu, deixando-o entrar no setor privado do prédio.

Abandonando o a criação luminosa do homem que almejava o posto de deus, Ernesto caminhou ao elevador. E invés de alçar-se aos céus, usou sua digital para liberar o painel de touch do elevador, aonde selecionou a descida. A caixa metálica afundou no chão, indo além da terra, mergulhando até debaixo dos encanamentos da própria cidade. Parou por um segundo, e começou a deslizar horizontalmente. Aquele não era um elevador comum.

A Techboot era uma empresa de viés bélico, mas também civil. A marca da empresa estava presente nas casas de setenta por cento dos americanos que consumiam bens tecnológicos, e de cinquenta e um por cento da população mundial com renda superior ao mínimo de cada país aonde a empresa atuava. Os exércitos de doze países compravam tecnologia Techboot, desde aprimoramentos de seus serviços até encomendas completas, com exércitos inteligentes. As guerras do futuro não serão nuclear, mas artificiais.

O elevador apitou requisitando uma última validação de segurança assim que chegou ao destino. Ernesto colocou os olhos frente ao painel de touch, aonde duas pequenas câmeras efetuaram o reconhecimento de retina. Só então a porta do elevador se abriu.

Estava embaixo do central park, sob mais de três milhões de litros de água do Jacqueline Kennedy Onassis Reservoir. Aquela instalação sequer era listada nos documentos da cidade, havia uma permissão presidencial, mas apenas. Sequer existia na planta original do próprio prédio.

— Mr. Ernest. — O guarda de confiança de Cormack cumprimentou Ernesto, baixando o celular, ele maneou a cabeça para o homem enquanto passava pelas turbinas de refrigeração do laboratório mais à frente.

— Ele tem melhorado?

— Nem de saúde nem de humor. — O homem respondeu arrumando o quepe, então voltou a erguer o celular e despausar o seriado que assistia. Conforme Ernesto caminhava ouviu a voz familiar. Está assistindo Bill Maher. Os funcionários da Techboot quase todos compartilhavam das mesmas crenças e humor áspero de seu empregador, de tal forma quase todos viam o talk-show da HBO sempre que podiam.

E ali embaixo, sendo o protetor do tesouro, não havia muito o que fazer, então assistir algo era uma boa saída para matar tempo.

O corredor que tinha o som do maquinário ficou para trás quando Ernesto entrou no laboratório fechando a porta atrás de si, ouvindo as válvulas de pressão selar o ambiente ele sentiu-se seguro, isolado, até mesmo esquecido do mundo. Nenhum som externo entrava ali, nem saia.

— Doutora Eva. — Ernesto passou pela mulher no computador e foi direto para a cabine de isolamento.

— Ele está dormindo.

— Eu tenho notícias mais importantes do que o sono dele. — Ernesto respondeu para Evangeline.

A doutora usava um jaleco branco e prendia seu cabelo em um coque com uma presilha dourada. A parte direita de sua cabeça, pouco acima da orelha, não tinha cabelo e ostentava uma cicatriz grotesca de onde pequenas pontinhas metálicas eram visíveis. Seus experimentos quando lhe tiraram as cobaias.

Ernesto parou na porta selada da câmara de bioestase controlada, olhou o símbolo de radiação colado à porta e lançou um olhar para Evangeline e pensou na história daquela mulher para chegar até ali. Evangeline Runsteinn era escocesa, formada em biomedicina, focou seu estudo em técnica para cura do câncer, mas acabou caindo em desgraça quando descobriu um tumor cerebral em si mesma. Àquela altura Runsteinn já praticava procedimentos considerados antiéticos, o que lhe custou o cargo e credibilidade, até ter sua licença médica revogada em todos os países aonde um dia pudera exercer a profissão, incluindo nos Estados Unidos. Como uma médica de capacidade indubitavelmente única, Evangeline caiu nas mãos do mercado negro, sempre mantendo um código de ética próprio, nunca salvou a vida de criminosos ou ditadores, e muitos milionários que surgiam em seu caminho pedindo por salvação não precisavam lhe pagar nada; ela preferia fazê-los doar grandes quantias para ONGs ou ajudar orfanatos, ou qualquer serviço humanitário.

Ela sabia que o dinheiro não lhe seria útil, pois a própria Evangeline estava morrendo. E usou dos seus estudos preliminares para prolongar sua vida. No ramo que estava conheceu todo tipo de gente. Não foi difícil encontrar aqueles que trabalhavam com tráfico de conteúdo nuclear.

Era aquilo que estava na cabeça dela, protegido por placas de chumbo enriquecido com nanotecnologia que saiam pela própria pele, em difusores de calor, emitindo ondas de radiação para dentro do seu crânio, lhe causando dor imensurável de tempo em tempo, mas garantindo que as células não se proliferassem de maneira descontrolada... pelo menos não tão descontroladamente, não tão rapidamente. Ela nunca conseguiu encontrar a cura, mas encontrou um retardador melhor que qualquer outro. O problema; a radiação matava tanto quanto o câncer. Era uma balança aonde câncer e radiação pesavam em perfeito equilíbrio, o dia que um pesasse mais, ela morria.

E não apenas ela.

Ernesto olhou pela pequena janelinha para o corpo de Cormack, deitado em uma cama em uma cela como em uma prisão. As luzes no teto da câmara de bioestase eram alaranjadas, emitindo radiação controlada. Ele bateu no vidrinho, então apertou o comunicador.

— Vem aqui fora. Preciso te contar como foi a viagem. — Disse, então soltou o botão do comunicador e recuou de volta para os computadores aonde Evangeline estava.

Paul Cormack era um americano comum, nasceu pobre e destinado a morte, filho de uma mãe fumante, ele foi prematuro em tudo, desde o nascimento com seis meses até largar a escola com quatorze anos. Frequentava escondido as aulas de robótica na Universidade de Nova Iorque, e ajudava o pessoal da limpeza em troca de comida e do silencio deles quando ele se escondia em seus carrinhos de lixo para se esgueirar em alguma palestra.

Cormack teve o momento de sorte no qual se agarrou quando um professor lhe notou, questionou sua presença e lhe ofereceu mais que um lugar na sala. Foi com dezessete anos que teve a primeira crise respiratória. Sempre foi magro, mas até então julgava ser pela falta de boa alimentação, descobriram então os canceres.

Os tratamentos, um atrás do outro, não eram uma cura, apenas abrasivos. Cormack soube aos vinte anos que iria morrer antes dos trinta. E aos vinte e dois anos abriu uma companhia com o dinheiro do professor que lhe deu abrigo, e morrera atropelado por um ônibus escolar com freio quebrado, tamanho infortúnio.

Tudo fora um golpe, em vários níveis. Cormack sabia que o testamento do professor lhe incluía, mas ele sabia que não sobreviveria para ter aquele dinheiro. Aproveitando de brigas de casais, ele cortou os freios de um ônibus para causar um acidente que mataria uma menina, incriminando o namorado dela (que na ocasião tinha negado ir ao passeio) que estava desconfiado da mesma o estar traindo. E, por consequência, o professor foi pego no meio de tudo isso, quando na verdade o acidente fora planejado desde seu início e o assassinato da menina nunca existiu, porém ainda hoje o namorado estava preso, e o professor enterrado.

Cormack não se sentia culpado, pois sabia que aquelas três vidas eram pífias. A menina nunca seria nada, cursava gastronomia, de forma que seu impacto no mundo nada mudaria. O menino era um bufão, sem futuro algum além de um trabalho de escritório e suicídio aos quarenta anos. E o professor era um homem bom, mas incapaz de fazer real mudança no mundo. Mas ele? Cormack sabia que ele não estava ali em vão. Sabia que sua existência não era acaso, e tinha ideias; tantas ideias!

Só precisava do dinheiro para iniciar seus planos, e então... O mundo seria seu, antes de sua inevitável morte.

Cormack criou sua companhia e investiu o dinheiro que recebeu com sagacidade, multiplicando-o, comprando companhias menores, fundindo-as umas às outras, aumentando seu império de brilhantismo tecnológico. E com vinte e nove anos sumiu.

Sua condição era tão crítica que não conseguia mais andar por muito tempo, ou falar demais, quão menos dirigir sua própria empresa. Tornou-se um ermitão recluso, e começou a buscar formas de evitar o fim, mas não havia método convencional e aceito pelas organizações de saúde capaz de salvá-lo. Cormack sempre soube; a inovação era por si só mal vista até que não sobrasse alternativa. Assim conheceu Evangeline nos círculos mais excluídos da medicina convencional, e ambos nutriram um pelo outro imediato apreço e respeito, pois ambos dividiam a mesma condição.

Evangeline, porém, era uma médica formada em biomedicina com noções básicas de robótica, aprendidas por necessidade quando precisou fazer o implante que lhe salvara a vida, no próprio crânio. E Cormack precisava do mesmo implante, mas para todo seu corpo. Eram dezessete tumores espalhados pelo corpo todo, crescendo, lhe comendo dia após dia. Evangeline sabia o que fazer; chamou o homem que fez o implante para ela; Chamou Ernesto.

Ele conheceu Evangeline no marcado negro, quando viu a situação da mulher, prestes a morrer, criou um esboço de um protótipo que poderia mesclar-se ao estudo da própria Doutora Eva. E juntos eles fizeram o implante, trocando a placa craniana por uma placa de chumbo contendo a radiação em um cérebro em decomposição.

Cormack precisava do mesmo, em escala muito maior. Evangeline sabia como cuidar da parte biológica, mas foi Ernesto quem solucionou o problema de escala.

A porta da câmara de bioestase se abriu quando a radiação emitida cessou. E de dentro do quartinho uma perna metálica surgiu. Um exoesqueleto abraçava o corpo de Cormack, como uma armadura, linhas metálicas e placas de chumbo ligadas em pistões e engrenagens, rangiam a cada movimento, a cada passo. Pequenos feixes luminosos alaranjados surgiam quando os injetores laser disparavam cargas de radiação contra o tecido de Cormack, injetando radiação direto aonde as células estavam se multiplicando de forma descontrolada. Nas costas, o exoesqueleto tinha um chip implantado, como um cabo USB, ligado diretamente ao sistema nervoso dele, alimentado pela nanotecnologia, que repassava ao exoesqueleto a situação biológica do corpo do usuário, para que os feixes de radiação fossem disparados nos locais exatos, retardando o efeito do câncer quase que por completo. Enquanto dentro daquela câmara de bioestase, ou usando o exoesqueleto, Cormack não morreria. Mas também não seria curado.

— Pelo seu olhar, fracassou. — Cormack falou, rolando os olhos vermelhos para os monitores, aonde informações em tempo real sobre seu corpo eram mostradas. Ele era um saco de pele envolto nos ossos, esquelético, calvo, já parecia estar morto — Conseguiu ao menos roubar o vírus ou a pesquisa? Qualquer coisa?

— Jonas não vai compartilhar o SVM comigo, não depois do que eu fiz. — Ernesto disse com certo pesar. Podia ter outros objetivos agora, mas ainda nutria por Cormack um respeito e admiração que provavelmente nunca tivera por ninguém. Ele me acolheu quando ninguém mais o faria. Eu devo muito a Cormack, mas ele me deve o mesmo tanto.

A cura era o Soro Viral Mutagênico de Jonas. Se tivesse uma amostra estável, com o dinheiro da Techboot, recursos ilimitados, unidos ao brilhantismo biológico de Evangeline e dos pesquisadores da OBLT, Ernesto não tinha dúvidas; eles curariam não apenas o câncer. Eles curariam o mundo. Mas Jonas é teimoso e orgulhoso demais.

— A viagem foi improdutiva, nesse quesito. — Ernesto foi até um dos computadores, e começou a digitar, abrindo guias no sistema de configurações. — Ele ainda guarda rancor por eu ter buscado compradores...

— Não importa sua história aqui. — Cormack balbuciou, cansado, em seu exoesqueleto emitindo flashes alaranjados a todo momento. — O que importa é a minha cura. A terei de qualquer jeito. Aonde esse indivíduo mora? Doutora Eva, você ainda tem contato com aquela milícia?

— Jonas não anda por aí com o SVM no bolso. E mesmo que o fizesse, eu não deixaria que vocês o ferissem para tê-lo. — Ernesto disse dando um “enter” no que digitava, e o monitor ficou negro, apenas com uma barra de carregamento se completando. — A OBLT quem detém o soro viral agora, se o quiser poderia comprar a companhia, ela vale pouco mais que a metade da Techboot. Mas duvido que te vendam ela, não quando se tem a cura de todas as doenças. Se eles anunciarem o soro, imagina o valor daquela empresa?

— Por que está se gabando de seu fracasso? — Evangeline perguntou, abismada, olhando para Ernesto.

— Apenas apontando o óbvio. — Ernesto ouviu o bip sinalizando que estava encerrado. O computador então soltou um pequeno disco metálico. Era um HD com um backup de dados. — Eu pensei bastante... E o futuro não está aqui, escondido em um porão. Cormack, não é nada contra você, admiro muito o homem que você é, mas isso aqui é muito maior que um homem e uma mulher doente.

— Eu não consigo mexer o esqueleto...

— Eu desativei o exoesqueleto. — Ernesto disse apontando para o computador, então todas as telas se apagaram. — E desativei os sistemas de refrigeração do reator nuclear.

Ernesto disse e então os dois, Eva e Cormack, cruzaram olhares sem entender, a confusão foi tanta que a resposta pareceu uma pergunta inocente e não uma indagação digna de quem estava prestes a presenciar uma tragédia.

— Por quê? — Cormack franziu sua testa ossuda sem entender.

— Sem refrigeração o reator...

— Vai explodir. — Ernesto interrompeu Evangeline e Cormack. Evangeline correu até os computadores, mas Ernesto se colocou na frente. — Eu não quero ter que fazer isso. Por favor, não me obrigue...

— Sai da minha... — Evangeline ignorou, avançando contra Ernesto, mas ele não ameaçou em vão. Com o braço esticado, agarrou Evangeline e a jogou para o lado, fazendo a médica titubear com o empurrão, seu coque se desfez e o cabelo preto e ondulado caiu sobre o rosto, se segurando na borda de uma mesa com tubos de ensaio e ferramentas ela retomou seu equilíbrio. A doutora agarrou um bisturi, pronta para se virar contra Ernesto, e quando o fez viu apenas o cilindro vermelho.

A pancada a jogou contra o chão, caindo inconsciente, junto do extintor que Ernesto soltou. O bisturi caiu aos pés de Cormack, que abaixou a cabeça olhando para a lâmina, o corpo tentou se mexer, mas o exoesqueleto era pesado demais até mesmo para um homem saudável mover.

Ernesto olhou para a cena com lamentação balançando a cabeça, vendo a derrota de Cormack quase como uma lastima. Não é pessoal.

— Você me disse quando eu cheguei que a Techboot estava destinada a entrar para a história. Eu estou colocando essa companhia na história! — Ernesto se aproximou de Cormack e olhou o homem nos olhos. Não sentia pena, embora sentisse dó. Cormack fizera o mesmo com seu professor anos atrás, e agora experimentava do mesmo veneno. — Não adianta fazer força, o exoesqueleto está desligado. Os sistemas de segurança estão rodando em loop, e como você não queria provas que esse lugar existisse... Bem, ninguém sabe o que está prestes a acontecer. A Techboot vai entrar para a história hoje, e será história amanhã. Mas o fim do seu império vai ser a escada para nascimento de algo muito mais bonito, de algo muito mais útil.

— Por que você está fazendo isso? — Cormack perguntou, o rosto em uma feição torta de dor e esforço de quem ainda tentava sair de sua prisão de metal, mas mais que isso; a radiação não estava vindo mais, suas células estavam descontroladas.

— Eu ainda não sei ao certo. — Ernesto abriu um sorrisinho bobo então. — Mas a proposta foi muito melhor que a sua. Entre curar um homem-morto e governar o novo mundo... Cormack, eu sou como você, e você é como seu professor. Eu te admiro, mas você é obsoleto, tudo o que eu preciso... — Ernesto então pegou o HD. — É sua herança.

E com isso saiu andando.

Abandonando uma doutora inconsciente e um bilionário adoecido preso em uma armadura desabilitada enquanto o reator nuclear sob os pés deles superaquecia. Assim como aquele reator, muitas reações estavam acontecendo por toda a cidade. Nova Iorque estava prestes a ver algo imensuravelmente grande acontecer, o mundo estava prestes a ver. Era uma reação em cadeia literal. Um evento que desenrolaria outros mil, como uma reação nuclear só fazia expandir até consumir tudo!

*****

Matthew estava no Park Hyatt hotel. No 70° andar, em um bar junto de dois homens.

Não estava olhando para a vista do Central Park, mas ainda assim viu. O reservatório que fora criado artificialmente para levar água para os habitantes da cidade nas décadas passadas explodiu, seus mais de três milhões de litros d’água subiram ao ar junto de uma bola de luz.

No bar do arranha-céu, os hospedes se viraram abrindo as bocarras em pavor. Então a explosão chegou até eles, menos de dois segundos. As vidraças do prédio tremeram, algumas trincaram. As pessoas se abaixaram, amedrontadas demais com a ameaça que o terrorismo representava para os americanos.

Matthew tomou um gole do seu gim. Olhou para os dois homens que estavam sentados com ele. Pode sentir o calor da radiação. Aquele reator era pequeno, não contaminaria ninguém, mas a explosão ainda assim destruiria muito.

— Você é um homem louco! — Um deles disse. O outro parecia mais sensato, manteve-se calado.

— Em breve a ONU vai receber um vídeo dos autores desse atentado terrorista. O primeiro de uma onda. Em breve a Brizain Foundation chegará para limpar a bagunça. — Matthew então puxou um cartão pessoal de seu bolso e entregou para o primeiro homem, puxou outro e deu para o segundo. — Tenho certeza de que vocês saberão o que fazer quando receberem as ligações do comitê!

Matthew sorriu para os dois, então olhou para o parque. A área devastada era enorme, a água engolindo as árvores, a cratera, os prédios ao redor caindo. Os museus destruídos no processo. O terrorismo renascido.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Não deixe de comentar, e até o próximo :)



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