Fora da Lei escrita por Neline


Capítulo 6
Fugindo


Notas iniciais do capítulo

Certo, agora podem me cobrar posts frequentes, já que as reviews aumentaram o/

Enfim, está ai. Enjoy ;*



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Estávamos no quarto. Eu não queria abrir os olhos. Não queria acordar. Queria apenas ficar deitada, com os dedos dele percorrendo minhas costas.

- Você está acordada? - escutei ele falando, porém a voz dele era pouco rouca, pouco fria.

- Sim. Apenas... não quero abrir os olhos. - Ele tocou meus cabelos.

- Deveria. - Eu me mexi, desconfortável, me virando para ele.

- Eu tenho medo. Medo de encontrar uma expressão facial que me machuque. - Ele ficou em silêncio, e, depois de um tempo, me senti obrigada a abrir os olhos. A expressão dele realmente foi a que eu esperava: fria e ilegível. - Eu sei o que você está pensando. - Falei com um pouco de pesar na voz.

- Fale. - Ele falou ainda com a mão em meus cabelos.Ele já estava vestido, e eu suspirei.

- Está pensando em como vai lidar com isso. - ele franziu o cenho. - Sua mão vai estar manchada do meu sangue, logo. Como você pretende lidar com isso? - Ele olhou para os lençóis por um momento, como se digerisse o que eu falei.

- Da mesma maneira que sempre lidei. Como o profissional que eu sou. - ele se levantou.

- Isso quer dizer... me matando? - Falei um tanto indignada, enquanto ele calçava os sapatos.

- É para isso que eu fui pago, não? - Eu mordi o lábio inferior.

- Então por que não o fez ainda? - Silêncio. - Para poder me usar? - Mais silêncio. ele não olhou para mim.

- Você entende as coisas rápido. - e saiu do quarto. 

 

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Sim, aquilo machucou. e depois de três dias, ainda machucava. Eu estava lá, deitada na cama, quase da mesma maneira que ele me largou. Não sentia fome, ou animo. Serena está do meu lado agora. E eu apenas não consigo sorrir.

- Você precisa comer ou vai morrer de fome. - Suspirei.

- Eu vou morrer de qualquer maneira, certo? - Ela deixou o prato sobre a minha cama.

- Eu ainda não posso acreditar que ele fez isso. - Pausa. - Quer dizer, não seria a primeira vez, mas eu realmente pensei que com você ia ser diferente. - Eu gargalhei sarcasticamente.

- Pensou errado, ao que parece. - Olhei para o chão enquanto ela saia do quarto, rápida como um raio.

Ela voltou, menos de dez minutos depois e colocou algo debaixo da televisão. Eu a olhei, assustada. Os olhos dela eram firmes assim como a postura.

- O que... - Ela me interrompeu.

- Essa é a chave da saída de incêndio. Daqui 20 minutos vai ocorrer a troca de seguranças. Saia nesse meio tempo e conseguirá fugir com tranquilidade. - Franzi o cenho.

- Mas por que você está fazendo isso? - Ela sorriu, de uma maneira amigável.

- Se Chuck puder suportar você morta, eu não posso. É uma das poucas boas amigas que eu consigo em anos. Não vou te deixar morrer. -  Não pude deixar de sorrir

- Mas e Chuck? Ele vai te matar! - Ela fez um gesto com a mão e sorriu.

- Ele não ousaria encostar em mim. - Ela me abraçou. - Cuide o relógio. Quando ela saiu do quarto, eu poderia jurar que era a ultima vez que eu veria Serena.

 

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3 meses depois... 

 

- Blair, tem certeza que não se lembra de nada? - Eu maneei a cabeça.

- Não Nate. Apenas do cativeiro ser imundo. - Menti. Eu não podia contar nada a policia. Me sentia em divida com a S., portanto, omiti todos os fatos. Estavamos com mais um corpo. As caracteristicas? Tiro certeiro na testa, dedos dos pés cortados... Eu imaginava Chuck a matando. Ela devia ter imaginado que era um anjo, antes dele atirar e perceber que ele é o diabo.

- Bem, os assassinatos continuam. - Ele falou, com um tom de pesar. O telefone dele tocou. Atendendo, vi ele suspirar. - Bem, temos um roubo na esquina da Quinta Avenida com a Rua 33. - Continuei olhando para o corpo. 

- Tudo bem, pode ir. - Nate arqueou uma sobrancelha.

- Não posso lhe deixar sozinha amor. - Ele falou, enquanto me beijava. Eu sorri. Ele era tão meigo e preocupado.

- Eu ficarei bem. Tenho uma arma esqueceu? E sei puxar o gatilho. Ande, eu vou cuidar de tudo por aqui. - O tranquilizei, enquanto ele me beijava novamente.

- Qualquer coisa, me liga. - Assenti silenciosamente, me agachando perto do corpo. De dentro do bolso, tirei um distintivo. Suspirei. ele continuava na mesma linhagem de crimes: agentes policiais.

- Então aquele é o seu namoradinho? - Congelei. Nenhum músculo do meu corpo respondia sobre o efeito daquela voz. Com muita dificuldade, tirei a arma do bolso.

- Não, ele é meu namorado. Com sorte, será meu noivo em breve. - Acalme-se Blair, não deixe esse riso irônico mexer com a sua cabeça. Apenas continue mirando a arma

- Não parece o tipo que sabia tratar uma mulher na cama. - Ele disse, dando mais alguns passos em direção a mim.

- Nunca lhe disseram que esses são os melhores? - Ele pôs a mão no bolso. - Hey hey, nada de por essa mão suja nesse bolso sujo. - Ele sorriu.

- E o que você vai fazer, me matar? - Ele disse, ainda com a mão no bolso. Sim, eu deveria matar ele, mas naquele momento, eu simplesmente não lembrava como se puxava o gatilho. Ele puxou do bolso um cartão. - Toma. Ai tem o endereço do apartamento, o meu telefone e o telefone da S. - Ele riu. Provavelmente da minha cara de espanto. Espere, meu sequestrador-e-quase-assassino está me dando o cartão dele? É tipo como o Bin Laden mandando um cartão de Feliz 4 de Julho para o George Bush! 

- E o que lhe garante que não vou entregar isso para a policia? - Ele sorriu.

- Pelo mesmo motivo que você não me matou ou não me entregou para a policia anteriormente. - Ele falou dando as costas. - Porque você me ama. - Eu fiquei ali, estática, engolindo as palavras e vendo ele se afastar.

 


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? -q

Revieeeews

XOXO. Neli ;*