Fora da Lei escrita por Neline


Capítulo 15
Jantando




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-Estou preocupada com Carrie. Acha que ela vai ficar bem? - Perguntei pela décima vez, enquanto mais dedos tamborilavam sobre a mesa. 

- Serena vai cuidar bem dela. Fique tranquila. - Chuck disse, dando de ombros. Ele parecia incrivelmente relaxado. Normal. Ninguém ali parecia desconfiar da arma em seu casaco, do número de pessoas que ele já havia matado. Percebi que de 5 em 5 minutos, ele olhava para os lados de uma maneira discreta. Só precaução, eu esperava.

- Serena sabe cuidar de cadáveres, não de crianças. - Murmurei mal humorada, enquanto nossa torta de camarão chegava. Ele ignorou meu comentário enquanto o garçom se retirava, e deu uma garfada na sua comida.

 - Já sabe o que fazer sobre Smith? - Dei de ombros.

- Vai ser difícil. Não posso distribuir os retratos falados do ex-dirigente do FBI que simplesmente desapareceu e dizer que ele assassinou o garoto. Existe gente antiga no meu distrito, algum deles vai acabar lembrando sobre cinco anos atrás. - Falei lhe lançando um olhar acusador. - Vou ter que juntar um grupo pequeno e de confiança para caça-lo, sem dar muitos detalhes. 

- Ou pode deixar comigo e a minha equipe. Nós vamos dar um jeito. - Chuck deu de ombros, despreocupado. Eu o encarei. Sabia o "jeito" que eles dariam no Smith. Como agente da lei, eu deveria ser contra. Mas era a segurança de pessoas que eu amava que aquele homem ameaçava. Se ele estivesse mesmo observando Chuck, logo chegaria a Carrie, e esse pensamento me dava arrepios.

- Tenho que tornar o assassinato do garoto um arquivo morto, então. - Conclui, sem  precisar que ele me dissesse isso.

- A família vai protestar um pouco, mas diga que as investigações estão sendo encaminhadas internamente...

- Para não fazer alarde na imprensa. - Completei com ele, enquanto riamos. - Papo clichê, mas funciona. - Eu o encarei, com calma, olhando cada linha de expressão. Quase deixei me distrair pelos traços familiares daquele rosto, mas algo queimava no fundo da minha mente e me manteve despertar. - Você tem que começar a me falar sobre a série de assassinatos que eu estou investigando. 

- Você está certa em dizer que é algo maior. Na verdade, é algo muito maior. - Ele parou, colocando algumas garfadas de comida na boca e mastigando lentamente. Esperei que ele continuasse, mas não aconteceu.

- E...? - O pressionei um pouco. Ele sorriu.

- É só o que eu vou lhe dizer,por enquanto. - Deu de ombros. - Eu meio que... estou nessa jogada. - Deveria ter ficado surpresa, mas não fiquei. Chuck Bass sempre estaria em algo grande. Senti uma pontada de culpa. Ele havia confessado um crime que eu estava investigando, na minha frente, e eu, ao invés de prendê-lo, estava comendo minha torta tranquilamente. Ao invés de mata-lo, tinha uma filha com ele. Era extremamente irônico que o que costumava ser mais importante na minha vida (ou seja, meu trabalho) tivesse virado só um detalhe bobo diante daqueles olhos gélidos e aquele sorriso torto.

- Procurando alguma coisa? - Perguntei, percebendo que seus olhos esquadrinhavam o ambiente. 

- Não. Me certificando de que nada estánosprocurando. - Chuck me respondeu com um sorriso travesso. 

- É. Talvez não tenha tanta gente te procurando aqui quanto havia no buraco em que você se enfiou por esses anos todos. - Ele me encarou, confuso, e eu sorri. - Me refiro as suas vadias. - Ele gargalhou abertamente, e eu quase o acompanhei, mas mordi meu lábio. Algumas pessoas nos olharam, principalmente mulheres. Enquanto a maioria voltava sua atenção para a comida novamente, algumas fixaram seus olhares em Chuck, estampando o sorriso de putas no rosto. Revirei os olhos para cada uma delas.

- Você tem razão. Muitas mulheres me procuravam. Menos a que eu queria que o fizesse. - Ele piscou para mim, e eu entreabri a boca de espanto.

- Eu lhe procurei por cada canto da América, e todos os países que eu achei que você pudesse estar! - Ele gargalhou ainda mais.

- Que ótimo. Pelo menos minhas habilidades de me esconder continuam perfeitas. - Eu continuava fuzilando as vadias com o olhar, compenetrada na minha missão de fazer com que cada uma delas desviasse o olhar dopai da minha filha. - O que você tanto olha? - Ele perguntou seguindo meu olhar. 

- Suas fãs. - Murmurei mal humorada, enquanto revirava os olhos. Ele sorriu para mim. 

- Tanto faz quantas delas estejam olhando para mim. Eu estou olhando para você, e só para você.- Levantei o olhar, enquanto ele apoiava os cotovelos na mesa, inclinando seu corpo para perto de mim. Eu sorri. OS lábios dele encontraram os meus, e o que era para ser um beijo calmo, delicado, se transformou automaticamente em selvagem. Ele quase esbarrou em um copo, e eu percebi que ali não era o lugar, o afastando. - Desculpe. - Ele murmurou, com um sorriso travesso, como se não estivesse nenhum pouco arrependido.  - É que faz tempo. - Reconheci aquele olhar. Maneei a cabeça, e voltei a comer.

Ele passou o braço pela minha cintura, me guiando para fora do restaurante. Me senti bem, portanto não falei nada. Olhei para algumas garotas que me fuzilavam com os olhos e sorri. 

O caminho até o meu apartamento fui tão silencioso quanto o trajeto do elevador. Entramos na sala, e eu joguei minha bolsa no sofá.

- Carrie? Filha,está ai? Serena? - Eu gritei, sem resposta. Meu coração parou na garganta.

- Serena levou ela para meu apartamento. - Chuck falou da porta. Eu o encarei.

- E você só me diz isso agora? Eu quase tive um infarto! - Ele me ignorou, cruzando a sala a passos largos. Antes que eu pudesse pensar, ele já tinha colado nossos corpos, e me beijava. Eu tinha que admitir: senti falta daquilo. Com os poucos que passaram pela minha cama nesses últimos anos, nunca foi a mesma coisa. Ele foi me guiando pelo corredor, sem nunca desgrudar nossos lábios, abrindo porta por porta. Depois de passar por todos os cômodos, ele finalmente encontro minha suíte.

- Droga Blair, seu quarto tinha mesmo que ser o último do corredor? - Ele falou, ofegante, enquanto me empurrava para dentro. Antes que eu pudesse responder, ele estava me beijando novamente. Ele me empurrou, e eu caí sentada na beirada da minha cama. Ele não perdeu tempo, procurando apressadamente os botões da camisa que eu usava, e os abrindo sem nenhuma delicadeza. - Por que você tem uma cama de casal? - Chuck perguntou enquanto estourava um dos botões da minha camisa que se recusava a abrir amistosamente.

- Para minhas visitas eventuais. - Ele franziu o cenho, e eu gargalhei levemente. Tinha minhas visitas, mas elas não eram tão eventuais assim com Carrie sempre por perto. - Carrie tem medo do escuro e dorme comigo a maioria das vezes. - Ele pareceu mais satisfeito com essa explicação, e jogou minha camisa em algum canto, e logo a dele foi lhe fazer companhia. 

- Eu senti falta disso. - ele falou, beijando meu pescoço.

- Eu senti falta de você. - retruquei.

- Eu senti falta do seu cheiro.

- Eu senti falta do seu toque.

- Eu te amo. - O encarei, sorrindo, e o beijei.

- Eu te amo mais. - Murmurei contra aqueles lábios cuja falta eu tanto senti.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? espero que sim!

XOXO. Neli ;*



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