Casamento da Morte escrita por HatsuneMikuo


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da leitura. ♥



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O amor é quando começamos por nos enganar a nós próprios e acabamos por enganar a outra pessoa. 
Oscar Wilde

A brisa gelada da noite era tão confortante, os galhos balançando era tão harmonizaste de se ouvir, a mão passando por seu cabelo o fazia se render aquilo, e aquela voz tão bela recitando uma linda canção enquanto adormecia, era tão familiar esta lembrança tão doce que sentia.  
Aos poucos acordava com vontade de voltar a dormir.  
Não conhecia aquela canção, mas o tom da melodia era familiar a que sua mãe costumava cantar para si quando criança.  

Como se esta melodia desenterrasse algo que estava tão fundo em sua alma. 
Despertara descobrindo que não estava em seu quarto ou num local conhecido, era mais como um bosque.  
A mão que fazia cafuné em cabeça parou, e percebeu que estava deitado sobre folhas secas apoiando q cabeça no colo de uma mulher, seu rosto estava contra a iluminação da lua dificultando de ver.  
Sentia-se tão seguro ali, mas queria saber quem era a moça. 

  
— Acordou meu amor? 

 
Ela afastou a franja de sua testa e afagou com as costas da mão seu rosto. Sua voz era tão carinhosa, mas não lembrava se a conhecia. Sorriu retribuindo como um sim para ela.  

 
— Sim...  
— Ah que ótimo, fico feliz que descansou tão bem. - Ela sorriu meigamente e voltou a fazer cafuné em seu cabelo. Aquilo era golpe baixo com o rapaz, ele adorava aquilo. Mas algo estava errado e sentia aquilo, não conhecia aquela mulher, e não entendia porque estava cochilando em seu colo  
— Senhora... me desculpe...Senhorita, eu não sei, devo estar sonhando. Mas eu não sei quem é você. — Levou uma das mãos para massagear a testa. 
— Ora? Como você não sabe quem eu sou? - disse calmamente, a primeira coisa que viera em sua frente era a imagem de sua mãe, mas nos tempos atuais isso seria impossível. - Sou sua esposa, querido. Estamos casados meu bem. — Ela mostrou a mão com o anel de ouro sobre o rosto do loiro e as lembranças vieram à tona.  

 
Levantou-se rápido deixando sua cabeça rodando e a visão ficando negra, virou-se para a mulher com o estômago congelando e vira uma belíssima mulher de cabelos cacheados bem volumosos, seu rosto era redondo com lábios rosados, sobrancelhas bem finas e olhos azuis. Vestia um vestido branco encardido e um espartilho que suspendia seus seios formando um belíssimo decote. O que chamara atenção era a cor azulada de sua pele que parecia prateada com q luz da noite.  

 
— Algo de errado, querido? 
 
Hyoga coçou a cabeça com as duas mãos riscando seu coro cabeludo com as unhas colocando a cabeça em ordem 

 
 Você, você era aquela mulher que eu coloquei a aliança? Não era? 
— Sim, amor. Você gentilmente colocou esta linda aliança em meu dedo e recitou os votos do sagrado matrimônio, cantou e dançou a música de casamento para mim. E agora somos marido e mulher, eu sou sua esposa agora. -ela apaixonadamente dizia abraçando a aliança no dedo contra o peito como se tivesse realizado um conto de fadas. Hyoga por outro lado lutava internamente para dizer que aquilo não bastava de uma brincadeira com seu amigo, mas ela parecia tão apaixonada e realmente n sabia como lidar com aquilo. E pensava na confusão que se metera.  
Agora estava preocupado de por onde Isaak estivesse, e se ele teria conseguido fugir, rezava para o amigo tiver buscado por ajuda.  

 
... 

 
 Camus você tem que acreditar em mim! 
— Isaak, tens 14 anos, e queres mesmo que eu acredite numa desculpa esfarrapada dessas? Que Hyoga foi sequestrado por um morto-vivo?  
— E verdade Camus, eu estava lá. Hyoga corre perigo, temos que chamar a polícia para resgata-lo daquele demônio! ! 
— Cale-se Isaak, acha mesmo que as autoridades iriam acreditaria nisso? Você andou novamente contando histórias de terror para o menino?  
— Não! !! 

 ...

 
Após o macabro beijo entre Hyoga e o monstro, Isaak tentou procurar por eles pelas proximidades por um período, estava apavorado com a aquela assombração, foi em direção a estrada até onde prendeu o cavalo e a carroça e começou a bater com a correia no animal para que ele andasse ainda mais rápido.  
Precisava buscar ajuda, e seria de Camus. Estava tão desesperado que quando chegara à mansão da propriedade onde ele, Camus e Hyoga estavam hospedados que acabou chamando atenção demais. 
Camus, sempre frio e calculista ouviu a história de seu irmão, mesmo sendo o responsável pelos dois desde criança, era difícil aceitar uma história daquelas. 

 
 Isaak, seja sincero comigo, não há ninguém aqui, vocês por acaso inventaram essa história para que Hyoga fugisse do casamento? 
— Camus, se eu vim até você primeiro do que a polícia é porque você é o único que eu confio para isso! Eu não estou mentindo. Um monstro, demônio, sei lá o quê, saiu do chão e seguiu a gente, ele beijou Hyoga e depois disso sumiu com ele... Camus, eu estou com muito medo. 
— Está ficando bem tarde, e isso é perigoso para Hyoga. Estou preocupado com ele... e o que acontecerá se os pais da moça descobrirem isso... 
— Camus, por favor, esquece isso, Hyoga é mais importante. Como podemos salva-lo? 
— Isaak, lembra-se de onde parou a carroça?  
— Não muito, mas ainda deve ter os rastros da roda da carroça na neve da estrada. 
 
Aquela história era estranha demais, e só estava considerando apenas três coisas, a segurança de Hyoga, o desespero de Isaak e o que Mitsumasa Kido fará ao saber de que seu filho fora sequestrado nas vésperas de seu casamento financeiro.  
Na visão de Mitsumasa, Hyoga era apenas um filho de seu sangue e que no futuro lhe daria ótimas oportunidades de contrato financeiros. Mas para Camus, Hyoga era como seu irmão caçula, e a responsabilidade que possuía era mais como a sua obrigação como um pai, o mesmo para Isaak. E se for para proteger os dois, moveria até montanhas se possível fosse. 

 
 Isaak, pegue o meu casaco. Vamos. - Ordenou indo em direção a porta de saida, no salão foram surpreendidos por alguns parentes da familiares da noiva e que por sinal estavam com um detestável senso de humor desde que Hyoga assumira irresponsabilidade, usando o injustamente como ofensa à Mitsumasa.  

 
— Camus Verseau, você é ilustre professor tão magnifico pessoalmente quanto as recomendações positivas que já ouvi falar, uma pena que o apresentável noivo de minha querida sobrinha não tenha seguido seus passos como deveria.  
— Quisera eu ter um genro irresponsável como aquele moleque, estava na expectativa dele ser exemplar como o mentor.  
— Oh senhor Camus, não é sua culpa se o filhote ruim nasceu de uma ninhada ruim, má educação não é diretamente culpa do mentor, e sim é genético. Já ouvi falar de uma pesquisa sobre isto. 
— Caros senhores, eu adoraria continuar ouvindo vocês, mas preciso me retirar nesse momento. Por sua licença. 

 
Isaak que até agora demonstrava apenas uma fria e paralisada expressão para cada insulto direcionado à Hyoga, observou que Camus não movia absolutamente nada em seu rosto, apenas 

Sua fria expressão de sempre. Camus ordenou que Isaak o seguisse e juntos foram para a carroça que o mais velho nem repreendeu por deixar a carroça e cavalos de qualquer jeito, a segurança do mais novo era mais importante. 

Isaak segurou-se para falar até que eles saíssem de perto da residência. 

— Camus, como você pode deixar que falassem aquilo de Hyoga? Ele não fez nada de errado. 

— Ele não cumpriu com suas responsabilidades e mostrou isso na frente dos familiares da noiva. 

— Sim, ele fez isso. Mas na verdade ele não perdeu o papel dos votos de propósito, ele só não estava preparado 

— Eu sei disso, já sabia, eu o conheço desde criança e você sabe disso. Mas o que ele deixou de fazer foi extremamente falta de responsabilidade. 

— camus, Hyoga tem 14 anos, minha idade. E você sabe como é ter esse peso em suas costas? Eu nunca vi você em um noivado. 

— isaak, lembre-se que diferente de nós, Hyoga tem uma posição diferente do que a sua e a minha. E esse "peso" de responsabilidade o qual você diz está decidido a ele antes mesmo de vir a esse mundo. Ele é o herdeiro da fábrica, por isso eu fui destinado à sua educação e etiqueta. 

— Camus..., Mas Hyoga não deixa de ser um ser humano. - Exclamou- ele não queria casar, mas também não tem como falar não, apenas sim. Você sabe como é ser obrigado aceitar todas as coisas que... o obrigam, sem nenhumas chances de rejeitar...? - lacrimejava. 

 Isaak, vocês são muito novos ainda. Quando ficarem adultos vocês perceberão o significado disso. 

— Eu não entendo... não entendo isso. 

— Não tem necessidade de entender agora de como o mundo funciona, mas é bom ter um conhecimento sobre isto. Eu estava detestando ouvir aqueles alheios destilando palavras odiosas sobre Hyoga, mas eu não poderia perder minha postura diante deles. Eu não posso manipular e nem o obrigar a ser como uma marionete perfeita, nunca faria isso com o menino, porém Hyoga foi apenas ele mesmo naquele lugar errado, e isso causou péssimas impressões a quem estava ali. 

— Péssimas impressões? 

— Eles querem que a filha deles se casem com um homem que traga imponência e exale responsabilidade como um legítimo mestre, mas eles esquecem que os dois são apenas jovens. De outro ângulo, eles tinham expectativa de que Hyoga fosse um clone de Mitsumasa e meu. 

—. ... 

— Esse, esse é o peso das responsabilidades que nós adultos devemos carregar. Você entenderá isso no futuro, meu caro irmão. 

— Camus... 

... 

As nuvens negras saiam de frente da lua espalhando sua luz sobre o bosque de pinheiros e arvores mortas com trepadeiras. 

— Oh... Olha que lindo — a mulher levantava-se arrastando algumas folhas secas e assustando Hyoga que se afastava mais. - Amor, olhe esta lua, a lua cheia... tão maravilhosa. 

 É... - Hyoga que tinha a espinha congelada de medo apenas olhou para a lua por segundos e voltou a encarar a cadáver temendo que ela fizesse algo com ele. Estava muito confuso e não sabia o que ela era, e como parara naquela situação, ainda mais ela que parecia uma calma e apaixonada mulher que tudo a deixava feliz. 

— Eu passei tanto tempo presa no escuro da terra que eu havia esquecido de como a lua cheia era tão linda. 

Ela que estava de costas apreciando a lua prateada virou se de lado para sorrir para seu noivo. A luz então dando claridade ao seu rosto e refletindo a seda estragada de seu vestido chamou total atenção ao garoto. 

Dentro de si aquele sorriso acalmou todo o medo dentro de si, e a doce e calma voz. Mas a sua pele de tons cinza e azulados mostrava que ela não era uma mulher, ela estava morta, e Hyoga tinha medo dela. Ela poderia ser perigosa e o loiro desconhecia o que ela poderia fazer com ele se dissesse que não estava casado com ela. 

O loiro engoliu seco e com um esforço iniciou a fala 

— Eu... Eu não fiz os v-vot... eu realmente não sei o seu nome. Me desculpa, foi tão rápido. — Coçou a cabeça encabulado. 

A moça achou a timidez do noivo adorável, ela voltou a caminhar para perto dele e Hyoga retrocedendo alguns passos. 

— Sim, foi tudo tão rápido que esquecemos de dizer nossos nomes um para o outro. 

Ela sorriu - Meu nome é Eris, e o seu nome, querido? 

— Meu nome é Alexei Hyoga Kido... Mas o meu nome mesmo é Hyoga. - disse com voz ligada no automática, mas a última parte disse sem jeito por ter a liberdade de conversar assim com outra pessoa. 

Éris parecia que cada vez que Hyoga demonstrava desconforto ou timidez em sua fala e ações, ela se apaixonava cada vez mais. E ao descobrir o nome de seu amado ela imaginou um padre imaginário em sua cabeça perguntando se a aceitaria Hyoga como seu legitimo marido. 

Era tanta alegria que não cabia em seu coração que não batia a anos que ela graciosamente rodopiou como uma bailarina. 

— Hyoga... Seu nome é tão lindo... Sabe o que pensei agora mesmo um padre no altar dizendo os votos para finalizar a cerimônia do casório. Ah, como eu sempre sonhei com isso... 

Ela se aproximou tão intimamente que abraçou o loiro que não queria contato físico com ela, além de estar morta, ela exalava o cheiro de carne podre putrificada que fincava nas narinas. 

— Éris.. eu não posso me casar! — a empurrou deixando-a sem reação. - Digo, me desculpe... Me desculpe, eu não queria dizer isso.. 

— Não pode? Mas você prometeu seus votos a mim. 

— Éris, é que não é isso... não podemos nos casar porquê... Não nos casamos numa igreja! - o loiro fechava os olhos com força temendo o que a mulher faria caso dissesse que ela estava morta ou se estava noivo de outra garota e fugir daquele lugar, dar a desculpa da igreja foi como um alivio e liberar o folego depois de tantos minutos prendendo. 

Gostas de suor deslizavam de seu rosto esperando a resposta de Eris até a mesma tapar a boca com os dedos surpresa. 

— Minha nossa, é verdade! Eu esqueci totalmente, não podemos nos casar aqui neste lugar. Exatamente aqui onde me... - Ela parou por um tempo e sua expressão mudou para uma triste de cabeça baixa. Por mais que ela não sinta dor, lembrar daquilo machucava muito. 

— É-Éris...? 

— Deixa para lá, é passado. Agora eu tenho um presente feliz e um futuro promissor ao seu lado... Vamos para a igreja, você sabe para que lado fica? 

Hyoga por algum motivo ficou comovido com a tristeza repentina da noiva, nunca conversara assim tão próximo de uma mulher, conversava tão abertamente com Isaak e Camus que estranhava isso. 

Com a ideia de ir para ideia com a desculpa de fugir estava dando certo. Caminhava com Èris em busca da estrada que dava acesso à cidade, a noiva sempre dançando tão alegre e cantarolando uma canção de amor. 

... 


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Notas finais do capítulo

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