Curiosidade? - CIP escrita por Casais ImPossíveis


Capítulo 1
Capítulo Único - Curiosidade?




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— Eu entendo a curiosidade, Spencer. Todo mundo tem pelo menos uma vez na vida. — disse Aria depois de ouvir atentamente o discurso muito mais longo que o necessário da amiga nervosa. — O que me deixou confusa é: porque você tá pedindo pra mim e não pra Emily?

— É que não seria a mesma coisa, sei lá... A Em já é lésbica consciente e assumida, o que eu quero é alguém pra experimentar, viver essa experiência comigo. — Spencer respondeu com as bochechas corando ainda mais, ela realmente queria aquilo, mas conversar sobre era muito constrangedor. — E eu tenho mais... Curiosidade por... Você. Não aja como se não soubesse que é uma garota bem bonita e... Sexy.

Aria riu envergonhada e ao mesmo tempo lisonjeada com os elogios, depois disse. — É, isso é verdade. E eu tenho que admitir, você tem um corpinho de capa de revista. Eu sou hetero, mas é difícil não te olhar quando você tá de biquíni.

— É sério? — Spencer deu um sorriso involuntário e fofo, o que fez a proposta parecer bem tentadora. — Olha, se você acha isso e eu já disse o que penso sobre você, a gente pode só tentar, né? Se der certo, ótimo e se não der... A gente faz um monte de pipoca e chocolate pra acompanhar uma maratona de Brooklyn 99, como uma noite de sexta-feira das melhores amigas que somos. Que tal?

— Geralmente as garotas fazem isso na faculdade, mas... Agora que você me chamou, eu to curiosa também. — Aria mordeu o lábio inferior e refletiu um instante. — Tá bom, eu topo. Vamos fazer isso. Juntas.

(...)

A noite estava muito bonita com uma linda lua crescente e várias estrelas enfeitando o céu, o clima estava agradável e Rosewood estava silenciosa e tranquila, mas mesmo assim Aria estava com as mãos suadas e o corpo trêmulo, o nervosismo dominava cada uma de suas células desde os pés até a cabeça.

Spencer já tinha trocada três vezes o vinho que escolhera e estava voltando pela quarta vez da adega dos Hastings quando viu a melhor amiga caminhando pelo seu gramado em direção ao que antes era um celeiro e agora, depois de reformado, era sua nova casa.

— Oi. Você tá linda. — disse, se aproximando dela com um sorriso que, no entanto, logo se desmanchou ao ver que a baixinha estava um tanto quanto pálida. — Você tá bem?

— Eu... Eu... — Aria não conseguia falar, estava ofegando.

— Ei, calma. Respira. — Spencer inspirou fundo fazendo sinal para ser imitada, prendou o ar por um instante e espirou devagar, ajudando a amiga a se acalmar. — Melhor?

— Sim.

— Agora me diz, o que é que você tem?

— Desculpa, Spencer. — Aria disse com uma expressão culpada. — Não é que eu não queira, eu só estou muito nervosa. Acho que eu não vou conseguir. Me desculpa.

— Relaxa. — a Hastings pediu, sorrindo com gentileza. — Eu nunca insistiria se não tá tudo bem pra você. Somos melhores amigas e eu vou gostar de passar tempo com você mesmo que a gente não vá... Fazer. Não tem que me pedir desculpa por nada, ok?

— Obrigada.

— Quer entrar? Eu deixo você escolher um filme preto e branco. — ela mantinha aquele sorrisinho gentil e ao mesmo tempo tão charmoso. — Tem pipoca de micro-ondas e vários doces na geladeira.

— Eu já disse que você é a melhor? — Aria perguntou sorrindo de volta.

— Já. E o pior é que eu sei que é verdade. — respondeu, rindo convencida e puxando pela mão para o antigo celeiro.

Quando Spencer abriu a porta, Aria mal pode acreditar no que estava vendo. Havia velas vermelhas espalhadas deixando a iluminação fraca e sensual, pétalas de rosas foram espalhadas pelo chão sem exagero, então o cheiro estava agradável e suave, na bancada repousavam um balde de gelo o lado de duas taças de cristal. Todo o ambiente estava aconchegante e ao mesmo tempo sexy.

— Ah é. Isso aqui... — disse Spencer, atraindo o olhar da amiga pra seu rosto corado. — Eu sabia que você provavelmente ia estar nervosa, como eu também estava, então quis... Sei lá, dar um clima. Pelo menos a casa tá super cheirosa. E a gente ainda pode tomar vinho. Você gosta de vinho, não é?

Aria sorriu e não se deixou hesitar mais, se atirou em Spencer e pela primeira vez provou a macies dos lábios femininos. A Hastings quase derrubou o vinho em sua mão com a surpresa, mas logo seus dedos recuperaram a firmeza em volta da garrafa de vidro ao mesmo tempo em que sua mão livre envolvia e cintura de Aria, puxando-a para colar seus corpos.

— Acho que eu mudei de ideia. Eu consigo fazer isso sim. — a Montgomery murmurou com um sorriso tímido.

Spencer acariciou delicadamente os cabelos de Aria e sussurrou. — Você tem certeza?

— Tenho.

Sorrindo as duas seguiram para o quarto de mãos dadas, Spencer riu ao perceber que ainda estava segurando o vinho, mas logo o deixou em cima da escrivaninha e segurou Aria pela cintura, puxando-a para si novamente e tomou os lábios dela em um beijo calmo e confortável, um beijo que parecia se encaixar com perfeição. Não demorou muito para ambas começassem a deslizar as mãos pelo corpo uma da outra sentindo a textura macia da pele quente por baixo das roupas, roupas que logo foram parar no chão enquanto as garotas foram parar na cama.

Claro que àquelas alturas a Hastings não era mais virgem e antes de pedir para ter uma experiência lésbica com uma amiga ela pesquisou, assistiu e leu sobre o assunto. No entanto, o que sentiu não era parecido com nada que já tivesse sentido antes, nem de longe. E os vídeos que estudara tanto, as cenas eróticas que lera na internet sequer passavam por sua mente. Mas não era o que diziam sobre garotos terem um instinto sobre o que fazer ou o autoconhecimento ajudar a saber naturalmente o que a outra gosta. Não.

Era como se Spencer estivesse adorando Aria com as mãos e os lábios, ela percorria cada centímetro do corpo feminino desvendando o sabor e textura como algo sagrado, puro, lindo e único. Como uma deusa e sua serva sortuda.

E ser tocada por ela foi igualmente diferente. Diferente de um jeito maravilhoso. Intenso e também tão delicado, quente e suave, forte e apaixonante, sensível e sensual. E certo.

Tão certo.

Demorou algum tempo para as duas garotas saírem do torpor pós-sexo e recuperarem o fôlego, então Spencer sorriu e disse:

— O vinho não está tão gelado quanto eu pretendia, mas você aceita uma taça?

— Sempre. — Aria respondeu com uma risada leve.

Spencer se levantou e, sem se dar ao trabalho de vestir as roupas, foi até a cozinha para pegar as taças em cima da bancada. Quando ela voltou, Aria ficou muito feliz de ter acabado de transar com ela, pois assim não precisava disfarçar o olhar para o corpo magnifico que a Hastings exibia, até se permitindo morder o lábio com aquela visão. Mas nenhuma das duas disse nada por um longo momento, apenas sentaram-se lado a lado na cama e começaram a beber.

— Sabe... — Spencer por fim quebrou o silêncio enquanto olhava para o fundo de sua taça vazia. — Depois que a adrenalina passou, eu pude pensar no que senti no instante em que você me beijou. Foi forte o bastante pra arrancar a máscara tão confortável que andei usando. Eu só estava me enganando chamando isso de curiosidade. A verdade é que eu gosto de você, Aria. Gosto mais do que como amiga, o que eu sinto por você vai muito além do tesão. Preciso te pedir desculpa por não dizer isso antes da gente transar, era bem mais justo você saber antes de decidir topar ou não. É que a ficha da realidade só caiu pra mim agora.

— Olha pra mim. — Aria pediu com um sorriso miúdo e um tom de voz suave, logo sendo obedecida. — Eu não sei dizer o que estou sentindo por você agora, na minha cabeço é tudo tão novo e confuso. O que eu sei agora é que o que aconteceu essa noite não foi algo que eu fiz. Foi algo que senti. Preciso de um tempo pra pensar, arrumar essa bagunça aqui dentro e entender esses sentimentos novos.

Spencer suspirou aliviada e sorrindo deu um abraço na amiga. — Eu entendo. Fico feliz que podemos ter uma conversa tão tranquila sobre isso. Como você sabe que eu gosto, espero que não fique estranho entre a gente agora. Não quero que nada mude.

Aria mordeu o lábio e deslizou suavemente os dedos pelo rosto de Spencer, da têmpora até o queixo, então disse em um claro tom de sedução. — Olha... Se não for difícil e nem confuso pra você, eu não me importaria se uma coisinha mudasse entre nós.

A Hastings riu e roçou de leve suas bocas, de um jeito lento e sensual. — Acho que posso lidar com isso.


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