Casa dos Jogos escrita por Metal_Will


Capítulo 27
Capítulo 27 - Caça




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Capítulo 27 - Caça

E a largada para o Jogo das Dez Virgens havia sido dada. De forma resumida, o objetivo do jogo era ter a posse de uma Rosa da Vitória que permitia a entrada na Sala da Vitória. E não é difícil de deduzir que aqueles que entram na sala vencem, enquanto quem fica de fora perde. O problema é que só existem nove rosas para dez participantes e cinco sortudos já possuem essa entrada. E, é claro, eu não sou um deles. Por sorte, quem não possui as rosas, pode comprar as quatro restantes de um dos criados. O problema é que ninguém sabia qual dos vários criados da casa tinha as flores virtuais à venda.

— Boas novas? - perguntou Max, se aproximando de mim com as mãos no bolso e voz baixa.

— Não - respondi no mesmo tom - Não tenho a rosa...

— Hmmm...Natália? - perguntou ele, voltando-se agora para Natália.

A garota estava ali perto e também responde negativamente com a cabeça. Parece que dois da nossa equipe já estavam com problemas.

— E quanto a você? - ela perguntou a Max.

— Tive sorte.

Sorri levemente, assim como Natália. Nem tudo estava perdido. Pelo menos Max tinha alguma vantagem. Ele não só era bem habilidoso, como também muito sortudo! Mesmo que algum de nós (digo Natália ou eu) perdessemos, ainda poderíamos contar com Max! Mas ele não parecia ter o mesmo pensamento...

— Mas precisamos garantir rosas para vocês - disse ele, em tom sério - Não podemos perder outro membro da nossa equipe ou ficaremos em desvantagem.

— Mas...como podemos conseguir uma rosa? - perguntou Natália.

— Bom, uma rosa custa cinco créditos nas mãos do criado...mas, qual criado é o vendedor?

Os outros participantes também tinham a mesma dúvida. Afinal, cinco pessoas não receberam uma rosa. Só nosso grupo tinha duas. Quem seriam as outras três?

— Entendo...então nem Giovani e nem Aline possuem uma rosa - disse Alípio, reunido com o grupo em um canto mais afastado.

— Precisamos comprar duas - disse Giovani.

— Eu sei - disse Alípio - Isso vai nos custar dez créditos...isso se acharmos o criado que vende as rosas.

— Falando nisso - comentou Aline - Onde estão os criados?

Ao leitor que talvez tenha alguma dificuldade em visualizar o funcionamento daquela casa, existiam catorze criados naquela casa, pelo que pude entender, cada um era responsável por um participante e administravam o serviço doméstico (trabalhos como limpar e cozinhar eram tarefas de outros empregados que agiam nos bastidores e nunca tinhamos visto). Funcionavam como mordomos e empregadas de classe. Eram divididos em homens e mulheres, todos mascarados, o que tornava o jogo ainda mais misterioso. Os homens vestiam terno e as mulheres vestido preto. Estavam sempre dispostos a tirar qualquer dúvida, mas, naquele momento, não estávamos vendo nenhum deles por aí. Onde poderiam estar?

— Sumiram? Como assim? Eles sempre estão perambulando por aí, alheios a todos os planos e esquemas- observou Alípio.

— Como se tivéssemos tempo para isso... - reclamou Valéria.

De fato, tempo era um luxo que não tínhamos naquele momento. E todos estavam bem cientes disso. O sinal poderia tocar a qualquer momento e isso significaria a vitória das virgens sábias e a derrota das virgens loucas. Precisávamos agir rápido...mas todos os grupos pareciam estar dispostos a isso. Inclusive o grupo mais perigoso.

— Onde estão aqueles criados? - perguntou Perla - Agora que realmente precisamos deles...eu fiquei sem minha rosa.

— Acalme-se - disse Eva - Não vai conseguir nada se ficar nervosa - disse a garota, em uma postura totalmente diferente do nervosismo da derrota do jogo anterior. Apesar de tudo, ela sabia lidar rápido com frustrações e voltar suas atenções para o futuro.

— Mas...o sinal da abertura da sala pode tocar a qualquer instante e...

— Eles não vão tocar o sinal tão cedo! - disse Eva, interrompendo Perla.

— Hã? - estranhou Perla. Yumi apenas ouvia a companheira, sem falar muito. Aliás, para ser sincero, tinha mais medo da Yumi do que da Eva. Não sei bem o porque, mas tinha. A líder continuava a se pronunciar.

— Os criados se esconderam justamente para tornar nossa busca mais difícil - prosseguiu Eva - Mas se tocassem o sinal logo que o jogo começasse, o jogo perderia todo o sentido.

— Mas...esse não é um jogo que exige agilidade? Os mais rápidos que precisam vencer, não? - Perla ainda discutia.

— É verdade que precisamos ser rápidos...mas essa Casa dos Jogos trabalha mais com esperteza do que agilidade...eles sempre deixam muitas lacunas nas regras...e sempre precisamos nos virar para ver quais são essas lacunas.


— Realmente - comentou Yumi, em um raro momento de participação - Todos os jogos sempre tem alguma coisa nas entrelinhas.

— Eles não deram nenhuma pista sobre qual criado é o vendedor, mas com certeza deve ter alguma dica que não quiseram nos contar - comentou Eva - Mas, primeiro, precisamos achar os criados.

— Só tem um jeito! - comentou Giovani, vendo que os colegas não tinham mais nenhuma ideia - É sair procurando...não adianta nada ficar aqui parado!

O gordinho simplesmente sai correndo, subindo pelas escadas do saguão.

— Ei, espere! - chamou Alípio - Você pelo menos sabe onde procurar?

— Em todos os lugares! Só não vou ficar aqui parado!

— Ele tá certo! - gritou Aline - Se não corrermos logo, nunca vamos achar esses caras! - a mocinha também sai correndo atrás dos criados.

— Mas... - mesmo assim, o apelo de Alípio era inútil - ...Os créditos estão comigo...


Observamos tudo isso de onde estávamos.


— Também vou atrás dos criados - disse Max, se preparando para correr - Mas não sei se será tão fácil assim.

— Eu vou ajudar - disse, também correndo - Fique aqui, Natália! Logo vamos trazer a sua rosa.

— Esperem, não querem que eu eu ajude também?

— Você pode procurar aqui embaixo, mas não precisa se cansar muito - disse Max - Apenas não faça nada sem nos consultar.

— T-Tá - concordou Natália.

E todos começaram a procurar. Do grupo de Eva, Yumi é a primeira que se mexe.

— Se é para se mexer, podem deixar comigo. Eu vou procurar lá em cima - disse a japonesinha, já começando a se mexer - Mas...precisarei de cinco créditos para comprar a rosa.

— Eu vou com você - disse Eva

— Hã? Vai correr também? - estranhou Yumi

— Pode não parecer, mas sou boa em atividades físicas - disse ela, embora a roupa que estivesse usando fosse mais social do que para movimento - Vamos procurar juntas.

— Juntas? Mas podemos demorar mais para achar - argumentou Yumi.

— Nem tanto...eu tenho um palpite...e acho que é bem forte - Eva parecia confiante. Yumi apenas concordou com a cabeça e as duas saem correndo.

— Eu vou procurando aqui em baixo! - disse Perla, que olha para Natália. Nossa amiga apenas desviou o olhar e começa a procurar na cozinha e nas salas da parte de baixo, mas, como eu disse, a casa era bem grande.

— E a gente? O que faz? - perguntou Valéria.

— Aqueles moleques...tsc...não posso ficar correndo por aí com a minha idade. Mas vamos procurar do jeito que a gente puder também - respondeu Alípio.

Nisso, todo mundo da casa estava olhando nos cômodos, até tentar achar alguma coisa. Giovani e Aline olhavam nos quartos, mas não acreditavam que eles pudessem ter entrado nos quartos individuais.

— Ah, não, entrar nos nossos quartos seria invasão de privacidade! Poderíamos até processar essa Casa por causa disso! - questionou Aline, após passar um tempo olhando o próprio quarto.

— Mas onde eles podem estar? Além dos nossos quartos...

— Talvez no andar de cima - Aline interrompeu o gordinho.

— É verdade...mas nunca nos deixaram ir lá.

— Será que agora podemos? 

— Será?

 Mas eles não foram os únicos a lembrarem disso... 

— Não tem ninguém no meu quarto - comentei com Max - E no seu?

— Nada. Mas não acho que se reuniriam todos num lugar só

— Então..onde?

— Hmm...essa casa tem mais cômodos no andar de cima, mas não tinhamos permissão de ir lá até há pouco tempo. Você lembra?

De fato, em alguns dos meus passeios no muito tempo livre naquela casa, logo no segundo jogo, perguntei o que tinha do outro lado de umas portas no segundo andar.

— Desculpe. Não temos permissão para divulgar essa informação no momento - dizia Kiby, meu criado padrinho da casa.

Voltando a realidade.

— Será que aquelas portas estão abertas agora? - perguntei.

— Só tem um jeito de descobrir... - disse Max, saindo correndo em direção ao local.

— Oh-oh - ele parou, de repente.

— O que foi? Ei! Está aberta...olha só.

— Não, não é isso...mas é que....quando subimos aqui em cima...ela estava fechada, não sei se trancada, mas fechada.

— Quer dizer que...

— Sim. Outro grupo já passou por aqui...

E o tempo continua passando...


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Notas finais do capítulo

Capítulo curto, mas a emoção é grande. Hehe

Até o próximo!



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