Training days escrita por Nati Miles


Capítulo 12
Saindo com o bakusquad




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Uraraka acordou sozinha exatos cinco minutos antes do despertador. Bufou alto, inconformada com seu relógio biológico, e foi em direção à sua porta-balcão. A manhã estava ensolarada, o céu estava azul, os pássaros cantavam nas árvores.

Tudo perfeito e em seu devido lugar para o grande passeio.

Se arrumou rápido e saiu, encontrando Mina no corredor. As duas desceram para a cozinha, prontas para tomar um café da manhã reforçado antes de sair. As amigas conversavam alegremente enquanto o local se enchia de estudantes prontos para começar mais um dia, um deles indo em direção às duas.

— Ochako, não surta, mas o Deku tá vindo aí — Mina tentou sussurrar sem mover muito os lábios.

A morena levantou a cabeça e virou-se em direção ao amigo, sorridente. Ele sorriu de volta e parou ao lado delas.

— Bom dia, Ashido-san e Uraraka-san!

— Bom dia! — A rosada sorriu marota para a amiga e começou a se levantar. — Se me dão licença, eu já terminei de comer. Senta aqui, Deku, faz companhia pra Ochako!

Mina praticamente empurrou o garoto sentado na frente da amiga, onde antes ela estava sentada, e saiu andando rápido e rindo sozinha.

— Bom dia, Deku! — ela respondeu ao cumprimento dele, sorrindo sem graça pelos atos da amiga. Ela pagaria por isso depois.

— Então... Você... Tem planos pra hoje? A gente tava pensando em almoçar no shopping.

— Bem... — Ochako quis bater a própria cabeça na mesa por estar perdendo essa oportunidade de sair com Deku e seus amigos, mas não iria furar com seus novos amigos assim. — Na verdade, eu tenho. Vou sair com o pessoal.

— Pes... soal? — A pergunta do esverdeado foi respondida no mesmo instante, quando três garotos chegaram na cozinha.

— E AÍ, URARAKA! — um loiro com raio preto no cabelo sentou-se ao lado dela, gritando animado.

— Bom dia, Kaminari! — Ela riu, tampando o lado do ouvido que ele estava.

— Preparada para a diversão? — Kirishima perguntou, puxando uma cadeira e sentando do outro lado da morena.

— Ah, sim! Bom, espero que sim. Me lembro de ter ido num parque assim apenas uma vez.

— Não se preocupe, Uraraka-chan! Nós vamos te guiar!

— Isso mesmo! Vai ser sua melhor ida a um parque de diversões! — O ruivo jogou o braço por seus ombros, se aproximando e fazendo a garota se envergonhar. Não que sentisse algo pelo novo amigo, mas presenças do sexo masculino assim tão próximos dela a deixavam desconfortável.

Deku apenas observava sem entender muito bem. Sabia que Uraraka era sociável e fazia amigos com facilidade, mas não achou que estava tão amiga do outro grupo. E não sabia que o outro era assim tão... expansivo. Um sorriso triste brotou em seus lábios ao pensar que ela só havia se aproximado tanto do bakusquad por culpa dele e dos outros, mas no fundo estava feliz por ela ter conseguido bons novos amigos.

— Bom... Te vejo depois, Uraraka-san… — O esverdeado se levantou e saiu.

— Vamos logo, seus fudidos. Um loiro rabugento entrou na cozinha em seguida, com as mãos enfiadas nos bolsos. — Quanto antes formos, antes voltamos.

— Preparados, bakusquad? — Sero perguntou e todos (menos o Bakugou, óbvio) levantaram a mão, até mesmo Mina que estava se aproximando novamente.

— E Uraraka também! — A morena riu enquanto erguia seus braços.

Sero, Kirishima, Mina e Kaminari olharam para a morena e abaixaram os braços. Se entreolharam e depois a encararam de volta, a deixando um pouco sem graça.

— Isso pode ser meio estranho, mas... você sabe... bakusquad. — Sero apontou o dedo indicador para todos, incluindo a morena. Ela soltou um pequeno “oh" em surpresa e sorriu.

— Você sabe, todos que sobrevivem ao Bakubro acabam virando bakusquad — Kaminari completou.

— Ou que dão um pau nele — Kirishima comentou, levando um tabefe na cabeça pelo loiro explosivo.

— Parem de falar essas malditas abobrinhas e vamos logo, caralho!

O grupo saiu animado, com Bakugou mais atrás com as mãos no bolso e a cara irritada, do jeitinho de sempre. Andaram um bom tempo juntos até chegar ao parque, mas o caminho passou rápido com as brincadeiras bobas que Kaminari fazia. Uraraka sentia como se já estivesse no grupo há tempos e fossem amigos de longa data.

Quando chegaram ao seu destino, a morena não pôde conter a expressão maravilhada. Se lembrava de ter ido apenas uma vez num parque de diversões quando era criança, afinal gastos supérfluos sempre foram cortados do orçamento em sua casa, e agora mal podia esperar para ir nos brinquedos.

— Vai ser o máximo, Ochako! — Mina a agarrou pelo braço, animada.

— Eu quero ir em todos os brinquedos possíveis e imagináveis! — a morena respondeu deslumbrada.

— Nunca viu um parque antes, cara redonda? — o loiro perguntou sorrindo sarcástico.

— Bom... só uma vez — ela respondeu dando de ombros.

— Muito bom, meu povo, e por onde começamos? — Sero perguntou.

Uma pequena discussão se instalou no grupo, já que cada um queria ir num brinquedo diferente. Uraraka estava um pouco perdida, então apenas ouvia a tudo quieta. Bakugou ameaçou explodir todo mundo se não fossem na montanha russa escura primeiro, porque já que foi obrigado a vir ao menos escolheria o primeiro brinquedo.

— O que é a montanha russa escura?

— Exatamente o que o nome diz, Bochechuda.

— Não liga pra ele, Uraraka-chaaan! — O outro loiro passou o braço pelo ombro dela, fingindo estar ofendido pelas palavras do amigo. Bakugou apenas revirou os olhos, sem paciência pra todo aquele drama. — É uma montanha russa temática. O carrinho faz todo o trajeto dentro de uma pirâmide, por isso a gente não vê para onde está indo, apenas sente.

Kaminari terminou sua explicação com um sorriso e Ochako terminou de ouvir com os olhos brilhantes. E por conta de sua empolgação, a montanha russa escura foi a primeira atração que o grupo decidiu ir, por ganhar dois votos a favor.

Eles foram para a fila do dito brinquedo, que não estava das menores, mas estava suportável. Ochako conversava animada com Mina e Kirishima, que estava acompanhado de Bakugou, que apenas ouvia calado. Então, chegou a vez do grupo e todo mundo saiu praticamente correndo até os carrinhos, deixando uma Uraraka confusa para trás.

Todos se acomodaram nos carrinhos do meio, sobrando apenas uma vaga no primeiro carrinho, ao lado de Bakugou. A morena deu de ombros e foi, afinal não tinha medo dessas coisas e muito menos do amigo loiro. Sentou-se ao lado dele sorridente, passando o cinto pela cintura.

Com todos acomodados, uma barra de ferro desceu até a altura da cintura de Ochako, que a segurou. O carrinho deu um pequeno tranco e começou o trajeto. A morena estava empolgada, o que não passava despercebido por Bakugou, que apenas a olhava de soslaio antes de adentrarem na pirâmide escura.

O trajeto começava com uma subida, o que significava que logo teria uma boa de uma queda. E assim foi. Ochako ria e gritava com todo mundo, enquanto apenas sentia pequenos trancos para trás e para os lados. Em um determinado momento, o carrinho saiu por uma pequena fresta no topo da pirâmide, que era o único local por onde entrava um pequeno facho de luz — que ainda não era suficiente para iluminar lá dentro. Nessa hora, a morena olhou para o lado e percebeu que seu amigo estava com a mesma expressão de sempre, como se nada fosse capaz de atingí-lo. Uraraka deu um cutucão nele com o cotovelo, chamando a atenção do loiro, que a olhou irritado.

— Sorria, Bakugou-kun! — ela falou alto, para que ele ouvisse. E logo já estavam de volta na parte escura. — Você tem que se divertir! — A última palavra saiu mais alta e arrastada, devido a enorme descida que veio em seguida.

E com isso, o carrinho voltou ao ponto de partida. Algumas pessoas saíram com dificuldades e outras saíram praticamente saltitando, como Uraraka. A garota certamente estava empolgada para o próximo brinquedo. Antes que alguém pensasse em sugerir um, Mina já havia enroscado seu braço no braço de Uraraka e a arrastou pelo parque, com a absoluta certeza que o resto do grupo as seguiriam, e não precisou de nenhum esforço para perceberem para onde a alienígena queria ir e começar mais uma discussão.

— Vai ficar todo mundo encharcado o resto do passeio, Mina! — Kaminari reclamou.

— Mas é melhor ir agora, porque quando for na sorveteria a gente já vai estar mais seco — Kirishima defendeu.

— Mas se for depois, pelo menos vai estar mais próximo da hora de ir pro dormitório e ninguém vai ficar muito tempo molhado — Sero rebateu.

— Eu acho que tanto faz, porque de qualquer jeito vamos ficar um bom tempo molhados. — Uraraka apaziguou com sucesso. — E aqui, pelo menos, ainda está solzinho e podemos nos secar mais rápido do que na sorveteria.

— Então vamos agora! — Kirishima bateu as mãos e sorriu.

E lá se foi o bakusquad no Splash, com Uraraka novamente tendo que ficar perto de Bakugou. Estava começando a achar que o grupo tinha medo de ficar muito perto dele nos brinquedos, mas acabou rindo internamente e pensando que era besteira. Bakugou podia ser explosivo, mas não seria capaz de nada.

O carrinho subiu mais alto do que parecia e a morena esperava, descendo rápido e em direção à água segundo depois, deixando todo mundo completamente encharcado. Por mais incrível que pareça, quem mais reclamou depois foi Kaminari.

— Para de ser chorão, cara. — Sero revirou os olhos.

— Se quiser te seco rapidinho. — Bakugou estava claramente irritado, como sempre, mas dessa vez não era o único. Ergueu as mãos na altura do peito e pequenas explosões começaram a sair.

— Nunca reclamei de nada… — Kaminari desconversou, encerrando o assunto, para alívio de todos.

Uraraka apenas observou a discussão e riu. Era engraçado como qualquer coisinha virava uma discussão naquele grupo.

E assim foi o restante da manhã e parte da tarde. Na hora do almoço, quem diria? Mais uma discussão para saber em qual lanchonete comer. Uraraka sugeriu cada um pedir o que gosta onde queria e depois se encontrarem para comerem juntos, e todo mundo pareceu chocado com a ideia, o que a fez rir de novo. Apesar das diferenças, sabia que todos eram unidos e gostavam de passar o tempo juntos. Até mesmo Bakugou, que tentava pagar de descolado que não ligava para ninguém, mas no fundo se importava — se não ele nem teria ido a esse passeio, não é mesmo?

Já estava chegando perto das 16h e eles já haviam ido em todos os brinquedos que queriam e ainda faltava ir na sorveteria. Pela primeira vez no dia, a decisão foi unânime em ir embora do parque. E assim o grupo foi andando tranquilamente até o próximo destino. Mas ninguém esperava que o tempo fosse fechar de repente e os pegar desprevenidos. Um vento forte começou quando eles estavam na metade do caminho e o céu escureceu. E quando estavam quase chegando na sorveteria, uma chuva forte começou.

Grossos pingos caíam do céu, molhando rapidamente tudo e todos, incluindo o grupo de amigos, que até tentou correr, mas ficou molhado de novo. Entraram às pressas na sorveteria, mas já estavam encharcados novamente.

— E não é que não fez diferença ter ido no splash antes ou agora? — Uraraka começou, colocando as mãos na cintura e segurando a risada.

— Eu não vou nem comentar nada! — Kaminari respondeu com um tom de voz ofendido, virando de costas pra ela e bufando.

— Melhor você nem começar nada, Cara Redonda — Bakugou ameaçou, mas não surtiu efeito e a menina soltou a risada.

O grupo foi para a fila de pedidos, ainda conversando sobre o estado que estavam agora. Uraraka olhava atenta o menu na parede e o balcão cheio de sabores de sorvete. Eram tantas opções que ela nem sabia por onde começar. Depois de olhar todo o balcão pela terceira vez, reparou em um sabor que não havia visto antes. Seus olhos brilharam e a morena apontou logo o que queria e pagou, indo para a mesa também.

— Mas até aqui vai comer mochi, Ochako? — Mina perguntou rindo.

— O que posso fazer? Foi a melhor coisa que já vi na vida! — Ela riu, pondo um pedaço na boca. — E que comi também!

— E o Bakugou pegou um de chocolate — Sero comentou. — Eu tava achando que ia pegar algo mais apimentado, tipo aquele de wasabi.

— Não é tão bom. — O loiro deu de ombros. — E não que seja da tua conta, mas é de chocolate com pimenta isso aqui.

— Sério? — a morena perguntou impressionada, se virando com aqueles olhos grandes na direção dele. O loiro ficou um pouco incomodado, mas não reclamou. — E é bom?

— Se eu tô comendo, né, Cara Redonda. — Ele revirou os olhos. — Claro que é!

A morena pegou a colherzinha que a balconista tinha lhe dado e enfiou no potinho do loiro, pegando um pedacinho e levando à boca. Todos arregalaram os olhos e esperaram que Bakugou fosse explodir Uraraka, mas nada aconteceu. Ela degustou como se estivesse em um programa culinário, dando seu veredicto no final.

— É, eu gostei. Acho que vou comer dele na próxima.

— Lógico que gostou, eu não como coisa ruim e sem gosto como você. — Ele sorriu de volta, com aquele ar prepotente.

— Mas como você sabe que não tem gosto? Aqui, pega um pedaço. — A morena esticou o próprio potinho para o loiro, que apenas olhou com desprezo. Ela chacoalhou o pote, como se estivesse insistindo. — Vai logo, não vai morrer por isso.

— Não vou comer essa merda — ele retrucou.

— Eu também quero, Bakugou! — Kaminari se esticou para tentar experimentar o sorvete do amigo também.

— Nem vem com essa porra de colher pra cima de mim. — Bakugou ameaçou, puxando o pote para mais perto de si. — Você sempre reclama quando come pimenta.

— Pode experimentar do meu, se quiser, Kaminari-kun. — A morena ofereceu, esticando o potinho.

— Obrigado, Uraraka-chan! Sabia que você era gentil! — O loiro deu uma colherada e depois fez uma leve careta. — Desculpe, Uraraka-chan, mas tem gosto de nada.

— E é por isso que ninguém divide nada com o Kaminari. — Kirishima riu, vendo o bico que a morena fazia.

— Então, eu não queria alarmar ninguém... — Mina começou.

— E quando você faz isso, acaba alarmando todo mundo — Sero respondeu.

— Mas a chuva não parou. — Ela ignorou o amigo. — E eu realmente queria ir pro meu quarto tomar um banho quentinho e descansar.

— Dois. — Kaminari levantou o dedo indicador.

— E vocês são de açúcar, por acaso, caralho? — Bakugou revirou os olhos e se levantou.

O grupo não discutiu, apenas levantou com o loiro explosivo e foram andando até o Heights Alliance. A chuva parecia ficar mais intensa e os estudantes apertaram o passo para chegar mais rápido, mas não é como se tivessem corrido ou tivessem um simples guarda-chuva consigo. Todos chegaram pingando água no dormitório e ouviram do Iida que deveriam tomar mais cuidado e cuidar da sua saúde. Obviamente Bakugou deixou o presidente de classe falando sozinho e foi para seu quarto. Talvez fosse por ter passado o dia com esses idiotas e ouvindo as idiotices do Kaminari, mas seu corpo estava bem cansado e sua cabeça começava a latejar.

 

xxx

 

Bakugou acordou com o corpo todo doendo, sua cabeça estava pior que no dia anterior e sentia seu rosto congestionado. Era cedo até demais, principalmente por ser domingo, mas acabou levantando e foi para a cozinha. Esperava não encontrar ninguém pelo caminho e deu graças a Deus que realmente não encontrou.

Fez um omelete de qualquer jeito e voltou para o quarto para comer. Sua cabeça pesava e seus olhos estavam doendo pelo simples fato de estarem abertos. O omelete estava mais sem gosto do que aparentava, talvez por estar com a garganta doendo a cada vez que engolia.

Não estava doente. Não podia estar doente. Heróis não ficam doentes. Tomou um analgésico para melhorar a dor de cabeça que aqueles idiotas haviam lhe causado no dia anterior e que ainda persistia. Talvez devesse se distrair com alguma coisa e esquecer aquele bando de babacas.

Pegou seus cadernos e começou sua lição de casa, mas nem se deu conta que o remédio estava fazendo efeito e acabou dormindo em cima dos deveres. Acordou só um tempo depois, perto da hora do almoço. Esfregou a mão na cabeça e bufou. Ao menos a dor de cabeça havia passado um pouco.

Tomou um banho rápido para lavar o suor que não sabia de onde vinha, afinal não estava todo esse calor. Se arrumou rápido, pegou o prato sujo que havia usado mais cedo e desceu para o almoço. Dessa vez não teria como evitar, acabaria vendo a cara de todo mundo. Ou quase. Sentou no canto mais isolado que conseguiu e comeu sua refeição com a feição irritada de sempre, o que dava certo para espantar idiotas — menos os seus idiotas, claro.

— Oi, Bakugou! — Uma Mina sorridente sentou-se à sua frente, junto com Kirishima.

— Não enche — ele respondeu, sua voz saindo mais rouca que o normal.

— Tá tudo bem, bro? — o ruivo perguntou, estranhando a aparência cansada e a voz do amigo.

— E por que não estaria? — retrucou irritado. E lá vinha a dor de cabeça voltando.

— Você parece cansado.

— Parece é doente. — Mina disse com uma não no queixo, pensativa. — É por causa da chuva de ontem? Depois a gente que é de açúcar!

— Vai se foder, Alienígena maldita! — Bakugou se irritou e levantou da mesa. Já tinha acabado mesmo, não tinha motivos pra ficar ali ouvindo abobrinhas. — Eu não fico doente.

O loiro saiu batendo os pés, deixando os dois amigos intrigados para trás.

— Ele com certeza tá doente — a garota reafirmou para o amigo, que apenas acenou com a cabeça.

Bakugou saiu do prédio, já que não estava afim de ficar no quarto fazendo nada e nem na sala de convivência tendo que ver e ouvir todos aqueles figurantes malditos. Fez alguns exercícios de alongamento e correu uma volta ao redor do Heights Alliance, já sentindo seu corpo vacilar. Se xingou mentalmente e tentou forçar mais uma volta, mas uma crise de tosse o impediu. Xingou mais e resolveu entrar.

— Oi, Bakugou-kun! — Uma cara redonda e com olhos enormes o observava do sofá, com um leve sorriso. Estava sozinha, aparentemente fazendo alguma lição de casa.

O loiro apenas a olhou e deu um leve aceno de cabeça, o que já era muito pra ele. Uraraka estreitou os olhos e se levantou, indo na direção dele. Ele bem tentou começar a andar rápido, mas ela foi ágil e se colocou na sua frente, barrando sua passagem.

— Você está bem?

— Tô, cara redonda. — Ele voltou a andar, mas ela se colocou em sua frente, o impedindo de novo.

— Tem certeza? — Ela arqueou uma sobrancelha. Parecia que estava falando com uma criança e tentando a fazer confessar que havia feito algo de errado. — Você não parece bem.

— Já disse que tô bem, caralho — ele praticamente gritou, irritado. — Por que tá todo mundo achando que eu tô doente?

— Oh, você está doente? É por causa da chuva de ontem? — Ela deu um passo na direção dele, tentando estender a mão na testa do amigo, mas Bakugou desviou.

— Tá louca, caralho? Eu não tô doente. Agora sai da minha frente que eu quero ir pro meu quarto.

A morena deu uma última analisada em seu rosto, como se estivesse avaliando se estava ou não dizendo a verdade, o que o fez revirar os olhos. Ela deu um passo para o lado, liberando o caminho, e ele voltou a caminhar na direção da ala masculina.

Bakugou sumiu por aquele lado, mas uma Uraraka desconfiada ficou parada ali, olhando para onde ele tinha sumido.


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Notas finais do capítulo

Sorvetes de mochi existem: é de baunilha, com uma fina camada de mochi em volta. Segundo o site que eu vi, se chama Yukimi Daifuku.

Sorvetes de wasabi também existem!



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