La Lumière Au Bout Du Tunnel escrita por Mercenária


Capítulo 11
Capítulo 11 - Meias verdades!




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Pensei e isso nao ajudou em nada. Se pelo menos eu tivesse uma chance de chamar pelo Greg, ele a convenceria de ser fruto de sua imaginação. Não sei qual era a minha expressão, mas eu ouvi um arquejo dela e dar mais alguns passos para trás.

-É você?! - perguntou assustada. É, eu estava num beco sem saída! ¬¬

 

11 - Meias verdades!

PDV ANNIE

Estava tudo muito confuso e eu via, que ele queria esconder alguma coisa de mim. Pra mim, Bryan, sempre foi muito transparente, era como se eu visse a verdade através dele. E eu estava certa... ele me escondia algo! E com toda a certeza desse mundo, essa coisa era muito grave.

-Por favor... - implorou com a voz torturada. Porque eu estava sentindo medo? - Vamos entrar, esta frio aqui fora e... e...

Só ai eu notei que estava batendo queixo de tanto frio. O vento nao era uma brisa, mas também nao era uma ventania. Era um sopro frio que fazia eu passar os braços fortemente pelo meu tronco. Mas porque eu sentia o maldito medo!?

-Por favor?! - pediu de novo, estendendo-me a mão. Por reflexo, dei um passo para trás. - Cuidado... pode se machucar! - disse com a voz tensa.

Olhei para trás para me certificar do que ele disse era fato. Eu estava perigosamente perto da beirada. Quando olhei para frente de novo, pronta para entrar, eis que Bryan estava a minha frente, com o corpo rente ao meu. A imagem de seus olhos azuis perto demais e seus lábios se entreabrirem com a respiração chamou-me totalmente a atenção.

O desejo que reprimi durante toda a semana que atingiu em cheio. De repente senti a necessidade de provar outra vez... mais demoradamente... sem pensar nas conseqüências! Respirei o ar e seu perfume de alguma marca famosa, adentrou minhas narinas. E eu me perdi entre razão e emoção.

-Me...

Levei meus dedos a tocar seus lábios. Eu estava ignorando o que aconteceu mais cedo. Eu só queria o momento! Acariciei seus lábios levemente e vi seu rosto estampar surpresa e o mesmo desejo que eu estava sentindo. "Em um só movimento e..." pensei. Eu queria tanto e...

E ele tomou a atitude esperava por mim. Fechei meus olhos, ao sentir sua boca na minha. As borboletas em meu estomago se agitavam, loucas e extasiadas. Bryan avançou um curto passo e colou seu corpo másculo no meu. Isso quase fez minhas pernas cederem. Ele  passou um braço por minha cintura e a mão oposta estava em minha nuca.

Eu segurava em seus ombros, quando o beijo se tornou um pouco mais exigente. Era ousado, mas ao mesmo tempo tímido... era selvagem, mas ao mesmo tempo suave... era paixão, quando na verdade o que eu sentia era... amor!

DESESPERO!

O abracei com todas as forças e entrelacei meus dedos em seus cabelos, trazendo-o para mim. Estava nas pontas dos pés, nunca tinha reparado como ele era alto. *.* Ele passou lentamente a ponta da língua em meu lábio inferior, e isso quase me fez desfalecer. Meu coração batia freneticamente, ameaçando explodir pelas costelas! Eu sentia o sangue correr cheio de adrenalina pelas veias e artérias, fazendo-me sentir um fogo me consumir em suas chamas sem dó nem piedade.

Algo se rompeu dentro de mim, fazendo o ar de meus pulmões desaparecer. Eu só podia ter enlouquecido de vez! Alegria, emoção e... paz. Eu senti tudo isso, enquanto o beijava, como se ao lado dele, eu não sofresse mais! Tudo era apenas um borrão sem nexo que não fazia sentido...

A intensidade do beijo foi sumindo aos poucos e... nos separamos com selinhos melosos. Eu colei minha testa na dele. Eu estava ofegante e desorientada. Confusa! Mas eu sei bem o que eu fiz... fiz o que EU queria! Eu ainda estava de olhos fechados, apenas curtindo a áurea de paz que se instalava envolta de mim...

-Me desculpe! - ele disse num sussuro. Abri os olhos e fite-o confusa. "Pelo o que?" pensei. - Não pelo beijo, mas por isso...

Franzi a testa. "O que diabos ele estava falando?" Foi quando senti sua mão mais forte em meu pescoço. Tá, tudo bem, aquilo estava me dando um prazer surreal e ele nem fazia idéia disso! ¬¬ Seus dedos fizeram uma pressão num ponto sensível e eu amoleci, totalmente entregue aquele homem. Apaguei completamente!

[...]

-Eu não sei, pode ser que eu não consiga! Eu... - o murmúrio ficou mais baixo. - Entende?! E se... - e voltou a ficar baixo. - Sei não Luke... - ouvi bem!? Luke de novo?

-Ela esta acordando... - ouvi a voz dele. Meu coração deu uma pirueta. - Tente convencê-la de que é algo da mente dela, pelo menos!

-Você esta alegre! - o amigo dele disse, com malicia. - Então você...?

-POR FAVOR!? - pediu meio exasperado. - Agora não... é, eu ti falo mais tarde!

Cansei de ouvir a discussão dos dois e abri os olhos lentamente. A primeira coisa que vi foi o tecido preto e liso, do sofá. Depois, visualizei a mesinha, logo à frente. Levantei um pouco a cabeça e apos o tronco. Sentei-me de lado, observando atentamente o ambiente. "Cadê os dois?!”

-Aqui...  - ouvi a voz do Bryan atrás da minha cabeça. Olhei para trás tensa de repente. - Oi! - ele disse abrindo um sorriso maravilhoso.

-Érr... oi! - falei num fio de voz. "Burra! Burra! Burra... porque ficou tímida!?" me perguntei.

-Não tive a oportunidade de apresentar-lhe... - disse ele, colocando seu lado cavalheiro para fora. - Annie, este é meu amigo Gregory... Greg, esta é Annie! - falou

-Prazer! - ele disse, vindo se sentar em minha frente, na mesinha de centro, para ser exata. - Tudo bem Annie? - perguntou num tom diferente.

-S-s-sim... - gaguejei ao sentir a NECESSIDADE de dizer a verdade. O que estava acontecendo comigo? O_O

-Conte-me o que aconteceu! - pediu no mesmo tom. Cerrei os lábios e crispei os olhos. Eu não ia contar... enrijeci o corpo, era como lutar com algo invisível! - Conte Annie... - pediu novamente.

Fechei os olhos e cerrei os punhos. Eu não iria contar. Eu estava decidida! A minha respiração saiu tremula, devido ao esforço que estava fazendo para não falar. Por que ele queria saber!? Eu podia muito bem dizer: "não é da sua conta..." mas tinha medo de soltar a verdade.

-Nã-não! - minha voz saiu engasgada. Só a minha respiração era ouvida agora.

-Eu sei que você disse, não precisa lembrar! - Bryan disse a contra gosto. - Nos de privacidade, por gentileza! - pediu. Gregory assentiu e saiu rápido da sala e do apartamento. Quando digo rápido, foi tipo: num piscar de olhos literalmente! - Quer alguma coisa? - ofereceu cordialmente. Neguei. - Posso me sentar ao seu lado? - afirmei com a cabeça. - Diga alguma coisa, esse seu silencio esta me frustrando! - confessou.

-O que quer que eu diga? - sussurei me ajeitando no sofá, dando mais espaço para ele.

-Não sei...

-Talvez fosse melhor VOCE começar a falar! - falei e saiu como uma acusação. Ele suspirou.

-Tudo bem... espero que você entenda a maioria dos motivos! - disse como se falasse consigo mesmo. - Tudo começou...

 

PDV LUKE


-Terei que contar a historia inteira... - falei morrendo de medo dela sair correndo e acusando-me de ser um monstro sem piedade.

-Tudo bem. - disse simplesmente. Respirei fundo e tomei coragem.

-Meu nome não é Bryan Fernandez... - falei e ela arregalou os olhos. - Chamo-me Luke Sunders.

-Ah... ér... oh... - ela estava chocada e isso era explicito e que também queria perguntar alguma coisa. - Você não é um terrorista né? - eu gargalhei alto. Ann permaneceu seria.

-Não... - me controlei.

-Tem problemas com a policia?

-Também não...

-Então...? - ela franziu a testa frustrada por não acertar nenhum chute.

-É complicado Ann... não sei se estou pronto para ti contar! - desabafei cobrindo o rosto com as mãos. E esse seria o momento em que ela me vira às costas e...

-É muito grave? - perguntou num sussuro muito, e perigosamente, perto do meu ouvido. Arrepiei-me todo.

-Sim - respondi num sussuro também. Não tinha coragem para encará-la.

-Olhe pra mim, Bry... Luke! - eu sorri. Senti suas mãos tirarem as minhas mãos do rosto. - Vou demorar um pouco, mas vou me acostumar!

-Tudo bem! - falei desolado. - Sei que não quer ferir meus sentimentos, mas se quiser já pode sair correndo daqui e me acusando. - falei. Porque ela não esboça uma reação!? O_O

-Eu sempre senti que Bryan não era seu real nome... - e Annie deitou a cabeça em meu colo. - Pra mim, você sempre foi muito transparente! - e riu.

-Você esta me confundindo... - declarei com a testa franzida. - Me xingue, me bata... faça QUALQUER coisa, por favor!

-Porque diabos eu faria isso? Luke, qual o seu problema? - perguntou, mas não se levantou do meu colo. - Não quero ti pressionar, quando você se sentir pronto para me contar, simplesmente conte!

-... - "Eu com toda a certeza, não mereço essa criatura!" pensei.

"Mas eu gostaria de saber e... Ah Ann, dê um tempo a ele!"

-Obrigado! - agradeci. E logo apos mordi minha língua.

-Gozado, as vezes parece que você lê minha mente... - comentou com a voz risonha. E ficou tensa. - Você... você...? Oh... tudo bem, deixa pra lá!

-É demais para você saber, Ann - falei acariciando seus cabelos claros.

-Mesmo assim, eu quero... - disse convicta, mas antes de eu abrir a boca eu soltar o: eu sou um vampiro. - Mas não agora, você não quer e eu ti entendo!

-Você não existe... - falei sorrindo. Ela se sentou ao meu lado, mas minha mão continuou grudada em seus cabelos. Ela era tão... quente! Tão... macia! Tão... humana! Revirei os olhos com o ultimo pensamento e sorri de canto.

-Tem certeza? - perguntou mordendo SENSUALMENTE o lábio inferior. Agora era o que me faltava, ela ter virado uma copia de Greg ¬¬

-TEORICAMENTE, sim... - falei. A troca de olhares foi intensa. Minha sala de repente se tornou minúscula para o que estava presente.

O mesmo cheiro que senti quando Megan chegou perto de mim, senti emanar de Annie. Ela estava...? Fiquei boquiaberto. Ela se inclinou em minha direção e nem percebi que acabei fazendo a mesma coisa. Sua face estava próxima a minha, respiração pesada... O ser mais irresistível do mundo em minha frente.

Toquei meus lábios nos seus. E a mesma explosão de sentimentos me bombardeou sem piedade. "Sempre será como dá primeira vez..." Ann espalmou suas mãos em meu rosto e eu segurei sua cintura. O fogo me consumia com tanta ferocidade que me deixava embriagado e sem vontade de parar. Fui aprofundando o beijo, tornando-o mais exigente...

Quando dei por mim, estava deitado sobre o corpo de Annie, sem camisa e com suas pernas enlaçadas em minha cintura. Parei o beijo e encostei minha testa na dela, ofegante.

-Eu... não quero... ti... forçar a... - antes mesmo de eu terminar de falar, ela me beijou de novo, abraçando meu pescoço. Soltei um pouco do peso do meu corpo sobre ela, e pensei ter ouvido um gemido. Mas... de quem foi?! Meu ou dela?

Ann mordeu meu lábio inferior e em seguida o sugou me fazendo sentir-me nas nuvens. Minha mão desceu de sua cintura e foi para sua coxa e a apertei suavemente. Annie arfou! E confesso, eu estava pegando fogo! E toda essa excitação estava acordando alguém... nos países baixos e...

-AI MERDA! Desculpem... desculpem, eu não sabia! Eu não vi nada... - Greg falou em desespero. "CASSILDA!"

Annie me empurrou para sair de cima dela, levantei-me e ela tentou sair de baixo, rolou no pequeno sofá e caiu no chão. Cocei a cabeça amaldiçoando ate a décima geração de Gregory Jackson. "Mais que maldito!" ¬¬

-É serio... eu não sabia e...

-Greg, cala a boca! - falei antes que Ann tivesse uma hemorragia pelo rosto de tão vermelha que estava.

-Érrr... e-eu... - gaguejou olhando para baixo. E seus olhos encontraram os meus, ou virão através de mim, ou virão o volume dentro de minhas calças. Maldição! Eu pensei que não fosse possível ela ficar mais vermelha e... - E-e-eu... hãn... érrr... - coçou a cabeça constrangida.

-Finjam que nem estive aqui, ok? - Greg falou dando um sorriso amarelo.

-Impossível... - resmunguei.

-Espero que isso não se torne rotina... - ouvi Annie gemer fazendo uma cara engraçada. Eu quis gargalhar, mas isso só pioraria a situação.

-Devo... sair!? - Greg perguntou hesitando na soleira da porta.

-NÃO! - Ann gritou arregalando os olhos. -Ér... digo, não... não precisa! - consertou a frase. Eu mordi as bochechas para não rir. Eu estava simplesmente adorando ver o ataque histérico dela.

-Então...?

-Luke, por favor, acompanhe-me ate o meu apartamento? - ela pediu com os olhos grandes, implorativos e brilhantes. "Tem como dizer não?"

-Mas é aqui do lado e...

-GREG! Cala a boca... - pedi de novo. Que saco, ele não tava vendo que a garota ia explodir se ele falasse mais alguma coisa maliciosa?!

-Ok... Tchau para vocês... - e quando estava chegando ao quarto, gritou. - SEUS PERVERTIDOS!

Suspirei.

-Por favor, vamos sair daqui? - pediu num choramingo. Assenti, a peguei pela mão e levei para fora. Eu teria que esclarecer mais algumas verdades...

PDV PETER

Suspirei pela zilionesima vez.

Tocar no assunto dos meus pais era doloroso. E ver minha única irmã chorar tão abertamente por sentir falta deles era mais torturante ainda. Entendam, eu não podia me dar a esse luxo...

Eu me tornei o responsável. Eu me tornei o amargo. Mas eu não pedi nenhuma dessas coisas... eram responsabilidades que eu pretendia ter só quando casasse. Tudo bem, eu não pretendia me tornar amargo após me casar, mas... eu ia mudar de um jeito né? Eu sei, seria de um jeito bom, mas...

 

Eu ainda não tinha pedido nada! Devo agradecer por eu e Emy não termos ido a um orfanato, ficamos sob a supervisão de Murphy por um ano... ai eu fiz dezoito anos e minha vida deu um giro de 360º. Desde então eu não sei o que é ter... liberdade! Emillya não me impede de nada, mas eu...

 

Ouvi a campainha tocar. Mas eu não me movi. Estava sentado no parapeito da janela, tinha desisto de sair. Eu me sentia... sozinho! E viver com sua irmã às vezes, na maioria dos casos, repeli as mulheres ¬¬ Por isso eu sou um cara de 24 anos e solteirão...

 

E eu sabia que minha pequena e indefesa irmã estava acordada. Preocupei-me. "Quem teria sido ao tocar a campainha?" perguntei-me. Mas logo relaxei... se fosse algo grave ela já teria gritado.  Não, ela não teria gritado... ela teria metido a porrada na pessoa, afinal Emy faz aulas de esgrima e defesa pessoal.

 

Respirei fundo e olhei pro céu num tom de azul escuro sem nuvens e sem estrelas. Escuro. Nem a lua estava ali, para se deleitar com a imensidão azul... o céu estava solitário. Assim como eu. Abaixei a cabeça e uma brisa gelada beijou meu rosto.

 

Sorri sem humor. Eu sabia que isso significava algo. Afinal, minha mãe sempre disse que apos morrer todo o tempo estaria por perto para me dar forças para continuar. Paciência quando essa me faltar. Era incrível como eu ainda os podia sentir... era tão intenso, que me fazia ter a súbita e impiedosa sensação de que logo eles estariam chegando do teatro, sorrindo e meio trôpegos. Mandariam eu ir me deitar. Mas a realidade era dura...

 

Fechei os olhos com força. "Merda..." eu apenas estava sensibilizado com o choro de minha irmã.

 

Entrei novamente no meu quarto e tranquei minha porta. Eu precisaria de privacidade. Liguei o som numa musica suave e baixa, apenas uma musica de ambiente, para não ficar aquele silencio miserável e chato. Minha visão se embaçou.

NÃO! Eu não ia chorar... respirei fundo e me concentrei na musica baixa. Nas notas do piano, nos acordes do violino e trompetes, o som agudo do violãocelo... tudo muito suave e tranqüilizante. De repente eu já não estava mais acordado e sim sonhando. Na verdade, eram lembranças... daquele dia... e tudo não era um sonho e sim o meu pesadelo.

Flashback

-Não, deixe-a ai... - falei me referindo a Emy, que já tinha os olhos quase se fechando devido ao sono. Ela estava no meu colo. Eu era o ser mais carinhoso do mundo.

Eu fui meio que obrigado a me tornar isso. Papai se importava mais com o trabalho e sempre chegava à noite cansado. Nos dava um pouco de atenção e ia dormir. Mamãe era o contrario... ela pintava quadros e por isso, trabalhava no ateliê aqui do prédio. Perto de nós. E eu não queria que minha irmã tivesse uma má impressão de nosso pai. Por isso o carinho excessivo de minha parte.

-Tudo bem... deixe-a na cama e vamos! Esta ficando tarde e não quero adiar isso por mais tempo... - mamãe disse amorosamente.

-Sim... - murmurei e caminhei ate o quarto decorado de lilás e branco de minha pequena irmã. Emillya já estava dormindo quando a coloquei na cama e depositei um beijo em sua testa. Logo Emy se agarrou ao "gatxinho" (nome dado a um urso azul de bolinhas rosas). Sorri e sai do quarto apos embrulhara corretamente. - Vamos!

Sem pressa, saímos do apartamento e papai o trancou, murmurando algo como: "não quero que nada de mal aconteça a minha princesa...". Caminhamos devagar ate o elevador. Entramos. Lentamente, ele desceu ate o térreo, onde sabíamos que Murphy estaria, com seu sorriso murcho e simpático. E foi assim que botamos os pés para fora...

Eu os vi!

Eram três caras, não muito mais velhos que eu. Eu tinha 17 e eles deviam ter seus 19 anos. Pareciam drogados ou estar se drogando. Afinal, isso é normal aqui... drogas são liberadas. E o bairro é famoso pelo índice de marginais e sei lá o que mais. Foi só o tempo de nós andarmos ate o carro. Eles avançaram em nossa direção...

-Querido...? - mamãe o chamou, com a voz manchada de medo e pesar. Ela estava apreensiva.

-Entre! - nós dois dissemos ao mesmo tempo.

-Ora, vejam... a família feliz! - um deles ridicularizou.

-É o seguinte burgueses abusados, isso é um assalto e se eu fosse vocês...

-Não reagiria! - o outro completou. Estremeci.

-Por favor, eu...

-CALA A BOCA! - um deles gritou, colocando uma das mãos atrás das costas e eu soube. Ele estava armado! Não pensei... apenas agi por um idiota impulso.

-EI...

-NÃO!

E foi um zumbido de confusão ao meu redor. Meus pais gritando... os marginais incentivando... ate que eu cai no chão e o mais inexperiente puxou a arma prateada e brilhante e disparou um tiro. O estampido foi alto e feriu meus ouvidos. Como eu estava de olhos fechados, esperei a dor. E em seguida houve mais dois estampidos, passos apressados que logo sumiram. Abri os olhos...

E lá estavam... meu pai caído no chão inconsciente e uma marca de sangue no local do coração. Minha mãe estava estirada na calçada e ainda respirava rápido e curtamente. Mais parecido com um arfar. Corri para salva-la.

-M-mãe... - solucei.

-Tudo bem... tudo bem, meu anjo! - reconfortou-me. Ela fora atingida duas vezes: perto do coração e o outro no abdômen. Sangrava demais... - Pro... pro-m-meta-me u... uma coisa... - pediu arfante. Assenti.

-PETER! - gritou Murphy. - OH MEU DEUS... ESTOU LIGANDO PARA A EMERGENCIA! - e pessoas começaram a se juntar ao nosso redor.

-Diga, mãe... - pedi num sussuro, afagando seus cabelos castanhos levemente avermelhados. Exatamente da mesma cor dos de Emy.

-Cuide de sua irmã... - e parou para tomar fôlego. - Diga que promete Pete... diga! - pediu num choramingo.

-Sim mamãe, eu prometo! - falei baixinho.

Mamãe respirou fundo e fechou os olhos, derramando as lagrimas que ali continham. E soltou o ar... e então ficou imóvel, apos seu ultimo suspiro. Eu não chorei, acho que ainda estava em choque. Ouvi sirenes, gritos de horror... tudo muito confuso. Senti braços me tirarem de perto de minha mãe e então eu comecei a gritar.

-Cerquem a área! - o policial disse cobrindo os corpos dos meus pais com um plástico luminoso. Eu percebi que quem me agarrara por trás fora Murphy, com um semblante triste.

-Cadê sua irmã, Pete?

Flashback

Abri os olhos. Eu ainda me martirizava. Sonhava quase todas as noites com isso... me incomodava sentir esse peso. Não tivera a devida coragem para contar a Emy, que tudo o que houve foi culpa... minha!

Eu "matei", ou assinei a sentença, meus pais. E a culpa... era quase sufocante!

FIM DO CAPITULO!


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Notas finais do capítulo

Tão vendo!? Não odeiem o Peter... ele não pediu para se tornar o que virou! humpft...
ASHAUHSUAHSUAHSUAHSUAHUSAHSUAHSUAHSUAHSUSHAU
obrigada a todas que estao comentando!
E Deia, obrigada meu xuxu por recomendar a fic! Surtei quando li... fiquei realmente emocionada!
Eu aceito:
reviews, estrelinhas e recomendações...
Vamos meninas... a trama esta se desenrolando agora...



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