Frisk's Adventures in Underland escrita por Amurat


Capítulo 1
One-shot




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791176/chapter/1

Frisk estava em sua casa observando o dia através de sua janela, estava um dia lindo lá fora, havia pássaros cantando e flores desabrochando anunciando o inicio da primavera. "Em dias como estes, crianças como eu deveriam está brincando lá fora." pensou Frisk. Ela fechou as janelas e foi até o espelho para terminar de se pentear, Frisk tinha por volta de 11 anos sua pele era morena e tinha cabelos curtos e castanhos da mesma cor de seus olhos. Ela estava usando um vestido azul que havia ganhado como presente de aniversário de sua mãe, e um avental branco por cima, calçava sapatos sociais pretos junto de meias da cor branca.

Ao terminar de se pentear, Frisk amarrou um laço preto em seu cabelo e encarou seu reflexo, suas roupas e cabelo estavam em seus devidos lugares. Ela estava se dirigindo a porta, mas teve a idéia de levar Dinah consigo para que as duas brincassem juntas, Dinah era a gata de Frisk que lhe foi dada em seu aniversário de nove anos. Dinah tinha o pelo negro como a noite e seus olhos eram azuis como os céus e usava um laço no pescoço da mesma cor de seus olhos. Dinah estava dormindo em sua caminha que ficava ao lado da cama de Frisk, ela tentou acordar a gata que não parecia muito contente ao ser acordada, mas logo melhorou seu humor quando Frisk a pegou no colo e afagou o seu pelo. Então Frisk saiu de sua casa com Dinah no colo e trancou a porta, escondendo a chave debaixo do tapete para caso sua mãe retornasse antes dela e seguiu em direção ao bosque que ficava perto de sua casa.

Após mais ou menos dez minutos de caminhada Frisk chegou ao bosque, lá a vista estava ainda mais bonita, o sol fazia as folhas das árvores brilharem, as flores enfeitavam as árvores com suas pétalas coloridas e havia borboletas de diferentes tamanhos e cores. Frisk realmente adorava aquele lugar, ela e sua irmã costumavam ir lá brincar juntas desde sempre, porém sua irmã estava parando de ir ao bosque brincar com ela, pois esta já estava se tornando uma adolescente e não tinha mais tanto interesse em brincadeiras infantis, para Frisk ela apenas estava se tornando uma adulta chata.

Frisk tentou brincar de esconde-esconde com Dinah, mas a idéia não foi muito efetiva, pois como Dinah era uma gata ela não entendia que tinha que se esconder, Frisk logo desistiu da brincadeira e foi até um rio que havia no bosque para beber água, quando chegaram ao rio Dinah começou a miar como se tivesse visto algo, Frisk não deu muita importância a isso e presumiu que Dinah devia ter visto apenas algum animal que vivia naquele bosque.

Ao terminar de se refrescar, Frisk pegou Dinah no colo e se sentou na sombra de uma árvore, ao redor da árvore havia várias flores douradas, Frisk teve a idéia de colher algumas flores e fazer coroas de rosas para ela e Dinah, mas ela estava com preguiça demais pra isso, então apenas ficou lá parada sentindo a brisa em seu rosto enquanto acariciava sua gata.

─ Sabe Dinah, eu gostaria de ser rainha de um país, lá as pessoas nunca cresceriam e todos os dias seriam divertidos. ─ Frisk apenas recebeu um miado sonolento em resposta.

─ Se estivéssemos no meu país você me responderia com "Sim, dona Alice" em vez de um miau e as flores iriam formar coroas e se porem em nossas cabeças magicamente, seria o nosso país das maravilhas. ─ Frisk disse sorridente, então um barulho entre os arbustos a tirou de seus pensamentos.

─ Quem está ai? ─ A única resposta que teve foi outro barulho, ela olhou na direção do barulho e teve o vislumbre de duas orelhas brancas e compridas, mas elas logo sumiram.

─ Dinah espere aqui. ─ Frisk retirou Dinah de seu colo, a deixando perto da árvore de onde estava e foi em direção ao arbusto onde vira o barulho, chegando lá ela viu uma coelha de pelo branco, ela tinha olhos verdes brilhantes, estava usando um vestidinho branco formal e segurava um relógio de bolso, quando a coelha percebeu a presença de Frisk ela começou a correr para longe.

─ Ei espera. ─ Frisk começou a perseguir a coelha bosque adentro, mas a coelha estava bastante rápida. Frisk se lembrou de um atalho que conhecia e seguiu por ele, a coelha olhou para trás e diminuiu um pouco a velocidade depois de notar que Frisk não estava mais a segui-la, mas quando olhou para frente ela sentiu duas mãos a levantando.

─ M-me s-so-solte, e-estou atra-atrasada. ─ A coelha falou enquanto se debatia tentando se soltar. Frisk ficou bastante surpresa, pois ela nunca viu um animal falar antes, ela achava que isso acontecia apenas em livros de contos de fada.

─ Você é uma coelha mágica? Há outros animais falantes como você?

─ N-não t-t-enho tempo, estou a-atrasada. ─ A coelha continuava a repetir, ela parecia não estar muito para conversas.

─ Atrasada para o que? Você vai a algum tipo de baile? ─ Frisk falou se referindo as roupas que a coelha usava. Frisk começou a imaginar como seria um baile só de animais falantes, seria uma cena que ela adoraria ver, perdida nesses pensamentos Frisk acabou se descuidando e a coelha conseguiu fugir de suas mãos e voltar a correr, quando se deu conta disso, Frisk começou a correr, voltando a perseguir a coelha.

─ Senhorita coelha volte. ─ Frisk tentou convencê-la a parar, mas tudo o que a coelha dizia era que não tinha tempo, pois estava atrasada.

Depois de um tempo perseguindo a coelha, Frisk acabou se cansando e a perdeu de vista, ela parou para avaliar onde estava e se deu conta de que tinha entrado bem fundo no bosque, bem longe de onde ela estava, mas por sorte Frisk conhecia o lugar com a palma da mão e poderia achar o caminho de volta sem problemas.

Frisk ficou algum tempo procurando pela coelha, mas não obteve sucesso, ela estava para desistir quando percebeu achou ter ouvido o som de algo, ela seguiu o barulho até uma trilha que subia um monte que havia perto do bosque, o monte Ebott.

─ Bem, eu já estou aqui então não fará mal subir. ─ Então Frisk começou sua caminhada pela trilha com a esperança de que acharia a coelha.

 

                                                                                                               [...]

 

Frisk estava caminhando ao que parecia serem horas, ela estava se amaldiçoando mentalmente por não ter trazido nenhuma comida de casa, mas ela estava determinada a achar a coelha e estava quase no topo, ela não iria parar quando estava tão perto.

─ Só.....mais...... alguns..... passos.... isso..... cheguei.....─ Frisk finalmente chegou ao topo do monte Ebott, ela estava ofegante. Frisk se sentou um por alguns minutos para tentar recuperar o fôlego e depois voltou a sua busca pela coelha.

─ Senhorita coelha, você está aqui? ─ Frisk chamou, mas ninguém veio. Lá não havia vegetação em que a coelha pudesse se esconder e também não havia muito chão, a maior parte dele era tomada por uma enorme cratera que parecia não ter fim. Frisk estava quase se convencendo de que sua busca tinha sido inútil e que a coelha estaria bem longe dali, ela estava prestes a fazer seu caminho de volta quando teve o pensamento de que talvez a coelha tivesse caído na cratera, movida por este pensamento e sua curiosidade Frisk se aproximou da cratera, mas para seu azar ela acabou tropeçando num galho e caiu lá dentro.

Frisk gritou e fechou seus olhos o mais apertado que podia, a única coisa que se passava em sua mente era que ela iria morrer, não havia como ela sobreviver a uma queda daquela altura, mas ela estava aliviada por ter deixado Dinah no bosque, pois se ela a tivesse trazido provavelmente as duas estariam caindo agora e Dinah era uma gata inteligente e conhecia aquele bosque tão bem quanto Frisk, ela acharia o caminho de volta. Então Frisk apenas aceitou o que viria a seguir e apenas continuou caindo, caindo, caindo.....Espera, a algo de errado nisso.

Frisk estranhou o fato de que parecia estar caindo infinitamente e abriu seus olhos, ela então se deu conta de que, não só estava caindo mais lentamente, como também as "paredes" do local não eram mais de terra e sim de uma linda madeira e haviam vários objetos flutuando ao seu redor, relógios, cadeiras, mesas, livros e até mesmo um espelho em que seu reflexo estava de cabeça para baixo. Frisk estava maravilhada com tudo aquilo, ela teria morrido e ido ao paraíso? Estaria sonhando? Ela ficou tão concentrada em seus pensamentos que o impacto com o chão a pegou totalmente de surpresa.

Ela estava em uma sala bastante elegante, as paredes e as portas eram de madeira e tinham uma arquitetura digna de uma mansão, havia uma mesa de vidro com um frasco e algum tipo de bolo e no centro do teto tinha um lustre luxuoso. Frisk tentou abrir as portas, mas todas estavam trancadas e não havia nenhuma chave a vista, então ela viu que havia uma última porta bem pequena, ela tentou abrir a porta e teve uma surpresa.

─ Ei cuidado, isso dói. ─ A fechadura da porta estava viva! Tinha boca, olhos e a maçaneta parecia ser seu nariz, que Frisk acabou puxando ao tentar abrir a porta.

─ Me perdoe senhor fechadura, eu apenas estava tentando achar uma saída e a sua porta foi à única que não tentei abrir. ─ Frisk disse fazendo uma reverencia.

─ Está tudo bem criança, mas você é grande demais para passar por esta porta.

─ Oh é verdade, o senhor poderia me ajudar de alguma forma?

─ Vê aquela mesa? Se você comer um dos dois você vai encolher o suficiente para passar pela porta. ─ Frisk se dirigiu a mesa e lá estavam o que parecia ser um bolo bastante saboroso que tinha escrito em seu topo "Coma-me" e uma garrafa media cheia de um liquido incolor, com um papel escrito "Beba-me" amarrado a ela.

─ Senhor fechadura qual dos dois eu devo consumir?

─ O frasco te fará crescer e o bolo te fará diminuir. Não, não, não, engano meu, o bolo que te fará crescer e o frasco te fará diminuir.....Não, não é isso......Desculpe criança, eu acho que não vou poder te ajudar nisso. ─ Frisk então resolveu optar por comer o bolo, ela mal terminou de mastigar sua primeira mordida e seu corpo começou a crescer instantaneamente, ela cresceu tanto que seu corpo bateu no teto.

─ Socorro senhor fechadura, o que eu faço agora?

─ Não se preocupe, beba um pouco do frasco e você irá diminuir. ─ Frisk pegou o frasco, que estava quase sumindo em suas mãos por causa de seu atual tamanho, e o bebeu, mas ela acabou o tomando demais e ficou menor do que o necessário.

─ Isso parece que não vai ter fim, agora você vai ter que escalar a mesa para comer o bolo.

─ Mas eu estou pequena demais, não acho que vou conseguir chegar até lá. ─ Frisk começou a ficar desanimada e começou a chorar, ela estava começando a ficar com saudade de sua família e de sua gata, mas parecia que ela não iria sair dali tão cedo.

─ Ei ei, se acalme, não chore. As pernas da mesa não são tão difíceis de escalar, você irá conseguir. ─ A fechadura tentou animar Frisk que parou de chorar. Frisk enxugou seus olhos com seu avental e foi até a mesa para escala – lá. Não foi uma tarefa muito fácil, pois ela caiu algumas vezes, mas depois de algumas tentativas frustradas, ela finalmente conseguiu alcançar o topo e comer o bolo, só que dessa vez com o pouco mais de cautela para não acabar virando um gigante de novo.

─ Você conseguiu criança! Você agora está do tamanho certo, venha, eu abrirei a porta para você. ─ Para descer Frisk apenas deu um salto, já que, com o tamanho que se encontrava a queda não parecia ser tão alta. Frisk foi até a porta, agradeceu a fechadura e se despediu dele, quando entrou na porta ela pensou em perguntar a fechadura se a coelha branca havia passado por ali, mas quando se virou a porta já estava fechada, então ela apenas decidiu seguir em frente e tentar descobrir o que era aquele local onde ela havia ido parar.

Ela estava maravilhada com aquele lugar onde se encontrava, ela já tinha visto vários lugares bonitos na vida, mas nada se comparava com aquele lugar em que estava. Haviam flores dos mais variados tamanhos e cores que Frisk nem imaginava que pudessem existir, árvores de formatos engraçados, cogumelos multicoloridos que pareciam se estender até além das nuvens, também havia várias plantas de várias cores e formatos que ela nunca havia visto na vida, o lugar parecia um paraíso. Frisk ficou tão concentrada em admirar toda essa beleza da paisagem que não percebeu quando um vulto branco correu em sua direção e colidiu com ela.

Frisk só percebeu o que tinha acontecido quando já estava no chão, ela ficou um pouco atordoada da queda, mas logo se recompôs. Quando já estava de pé, Frisk observou o que havia batido nela, parecia ser uma lebre, a lebre usava um terno nas cores verde e amarelo, ela tinha algumas mechas amarelas em seu pelo e tinha um sorriso largo no rosto, chegava a ser um pouco assustador.

─ Olá senhor lebre, você se machu...... ─ A lebre nem esperou Frisk terminar de falar e se pós a correr pelo caminho de onde tinha vindo e Frisk tentou segui-lo, mas acabou por se perder já que ela não conhecia o local.

Frisk se deparou com uma relva multicor e andou confusa entra a densa e luminosa floresta até se deparar com uma figura incoerente, uma lagarta com um olhar decente. Robusto e de pele branca azulada e corpulenta, a lagarta estava a dependurar-se numa flor ao redor de cogumelos pequenos, grandes e invertidos que fazia Frisk se perguntar o que estava havendo naquele recinto.

─ Quem vem acolá? Por onde voltas e pra onde vais?

─ Quem é você senhora lagarta? ─ De senhora não tinha nada, de corpo robusto e nariz ouriçado, o boi lagarta estava irritado.

─ Que faz tu aqui? Não sabes que não se pode me ver a menos que não seja dia de todos os santos?

─ Eu não compreendo, mas poderia me ajudar? Estou cansada e perdida, preciso me achar!

─ Está à procura de si mesma? É fácil então, apenas olhe para baixo e vera teu corpo ou a menos teu dedão.

─ Não! Eu não sou do seu tamanho, sou maior que você, por favor, me ajude, não sei o que fazer.

─ Ora, menina burra, por que não me falaste logo? ─ A lagarta então, do cogumelo invertido lhe tirou um tostão e lhe deu em sua mão.

─ Mas antes, aonde vais?

─ O certo não seria de onde vens ou onde estais?

─ Lógico só as terça feiras, hoje é um quarto de segunda, então, de onde estais?

─ Estou a procurar uma lebre branca que vinha aqui a correr, mas a pequena astuta soube bem se esconder.

─ Vais acolá pro chá tomar, mas segura tuas saias, convidados são de matar. ─ Frisk agradeceu a grande lagarta que estranhamente se parecia um boi, mas de lógica não lhe adiantaria nada, melhor pensar nisso depois.

Frisk continuou a seguir em frente, ainda sem um rumo certo, até que se deparou com uma bifurcação de dois caminhos, as placas estavam muito gastas para se ver, então ela resolveu pensar um pouco em qual caminho seguir.

─ Veja só se não é Alice. ─ Frisk se virou em direção à voz e avistou uma cabeça flutuante de... Um homem? Não, um gato? Também não, parecia uma mistura dos dois. O "homem gato" deixou o resto de seu corpo visível, ele usava uma capa preta que cobria seu corpo e boa parte de seu rosto, deixando amostra somente seus olhos negros e um sorriso estático sem emoção.

─ Olá senhor, eu não me chamo Alice e sim Frisk. ─ O homem então desapareceu do galho onde estava deitado, então aquele sorriso se materializou ao lado de Frisk, que acabou se assustando, então logo se materializou o resto do corpo do homem que parecia está rindo do susto de Frisk.

─ Te assustei Alice? Hehehe. E é claro que você é a Alice, todos que vem a este mundo são Alice, então você também é Alice. ─ Frisk ficou ainda mais confusa, mas apenas resolveu ignorar, ela tinha outras prioridades no momento.

─ Então senhor gato, poderia me ajudar? Qual o caminho certo a seguir?

─ Não existe caminho certo ou errado, existe apenas o caminho que você resolveu seguir e o que aconteceria se você não o seguisse.

─ Então, para onde cada caminho vai dar?

─ Por que isso importa tanto? Aonde quer ir?

─ Na verdade não tem nenhum lugar específico.

─ Então não importa o caminho que irá seguir, bem, agora te deixarei seguir seu caminho.

─ Espere, não vá ainda, poderia me explicar que lugar é esse e como faço para voltar para casa?

─ Esta é a morada da beleza e da loucura. Hehehe, querida Alice, você não pode voltar para um lugar que acabou de chegar. Ah, como fui rude, esqueci de me apresentar, eu me chamo Gaster, mas todos me chamam de Cheshire, espero que nos encontremos de novo Alice. ─ O homem então sumiu, deixando visível apenas o seu sorriso marcante até que depois de alguns segundos este também sumiu.

Frisk decidiu tomar o caminho da esquerda, enquanto caminhava pelo que parecia ser uma trilha, ela começou a pensar nas palavras que o homem lhe dissera. "Esta é a morada da beleza e da loucura" , fazia bastante sentido, aquele lugar era um mundo completamente insano, mas tinha uma enorme beleza. "Acho que até a loucura tem a sua beleza" pensou Frisk.

Ela se perdeu de novo em seus pensamentos enquanto caminhava e quando se deu conta, havia chegado a um local que parecia estar bastante agitado. Havia uma extensa mesa repleta de doces que Frisk jamais tinha visto antes e pareciam bem apetitosos, xícaras e bules das mais variadas formas, tamanhos e cores, e claro, muitas cadeiras, apesar de apenas três delas estarem sendo ocupadas.

Frisk se aproximou um pouco mais do local e pode ver que a coelha do bosque e a lebre com quem esbarrou eram dois dos ocupantes da mesa parecia que sua teoria sobre uma festa de animais falantes estava certa e ela estava bem feliz por isso.

─ Olha só, parece que Alice resolveu se juntar a nós, bem-vinda a nossa festa do chá. ─ Falou o terceiro ocupante da mesa com um largo sorriso enquanto caminhava em sua direção. Ele era um homem por volta dos 20 anos, seus cabelos eram castanhos e seus olhos eram vermelhos, mas estranhamente eles eram mais calorosos do que assustadores, vestia um terno nas cores verde e amarelo que Frisk achou bem engraçado, seu chapéu combinava com o terno e nos pés usava botas marrons. Mas talvez o que mais despertou a atenção de Frisk foi o fato de ele parecer ser um humano, coisa que, até o momento, Frisk pensou não existir nesse mundo, mas parecia que aquele lugar era uma caixinha de surpresas.

─ Venha Alice, sente-se. ─ O homem a puxou pelo braço e a levou até uma cadeira e logo em seguida lhe entregou uma xícara de chá, nunca tirando aquele largo sorriso do rosto.

─ Você chegou bem na hora do chá, certo Flow?

─ Hora, hora, hora. ─ A lebre disse e jogou um relógio de bolso no homem que apenas desviou e sorriu em resposta.

─ Bem, deixe-me nos apresentar, eu sou Chara, Chara o Chapeleiro, aquela ali é a lebre de março, mas você pode chamá-lo de Flowey, esta bela dama ao meu lado é a Alphys e essa coisinha aqui é a Mallymkun. ─ Ele disse enquanto pegava um bule e o sacudiu, de lá saiu uma ratinha branca com roupas de montaria, por alguns segundo Frisk podia jurar que tinha visto mais olhos ─ olhos de aranha ─ no rosto da ratinha.

─ Mally é feio dormir na hora do chá.

─ Quem é ela? ─ Ela disse, enquanto saia do bule e se sentava em um lugar da mesa, se referindo a Frisk.

─ Está é a Alice, ela apareceu para a nossa festa do chá.

─ Na verdade eu me chamo Frisk, prazer em conhecê-los, eu queria que minha gata tivesse vindo comigo, acho que vocês poderiam ser bons amigos. ─ Frisk disse animadamente, então todos seguiram com a festa do chá pelo que pareceram horas, Frisk se divertiu muito, havia muitos doces deliciosos e todos naquela festa pareciam ser tão loucos, mas ao mesmo tempo tão engraçados e legais, Frisk simpatizou até mesmo com Mallymkun que parecer não ter gostado muito de Frisk, provavelmente por causa do comentário de Frisk sobre Dinah.

─ Eu agradeço pela hospitalidade, mas agora eu tenho que ir. ─ Frisk disse se levantando de sua cadeira.

─ Por que está indo embora? Se você for embora vai perder a festa do chá, está bem na hora, certo pessoal?

─ Desculpe, mas eu preciso ir para casa, minha mãe deve está preocupada. ─ O sorriso do rapaz se desfez pela primeira vez, Frisk se sentiu um pouco mal por ele, mas ela precisa voltar para casa.

─ Voltar.......Para casa......Claro.....Entendo. ─ O rapaz repetia as palavras quase como um sussurro enquanto andava em direção a mesa.

─ Olha só o que você fez! Chapeleiro você está bem? Chapeleiro. ─ Mallymkun disse visivelmente irritada com Frisk.

─ Está tudo bem, a festa acabou. ─ O chapeleiro jogou tudo que estava em seu alcance no chão e foi para um local afastado, Flowey a lebre ficou mais eufórica ainda e Alphys a coelha apenas ficou com uma expressão assustada pela atitude do amigo.

─ Me desculpe, eu não queria chateá-lo.

─ Humf, você não queria ir embora? Parece ser a hora perfeita para isso.

─ N-não seja t-tão cru-cruel com e-ela Mally, e-ela não f-f-fez de pro-propósito. ─ Alphys a defendeu, mas Mallymkun apenas fechou a cara e se virou, Frisk compreendeu que ela estava apenas chateada por causa de seu amigo e foi até o chapeleiro para tentar levantar seu ânimo.

─ Senhor Chapeleiro eu sinto muito se te chateei me desculpe.

─ Esta tudo bem, vamos, está na hora da festa do chá. ─ O rapaz magicamente recuperou seu sorriso e personalidade alegre e estava voltando para a mesa enquanto puxava Frisk pelo braço.

─ Senhor Chapeleiro, você gostaria de me mostrar o resto deste mundo? ─ Frisk fez a proposta, pois achou que se ele não ficaria chateado se ela o convidasse, e ela também precisava de algum guia já que não conhecia quase nada daquele lugar.

─ Não seja boba Alice, se eu sair quem será o anfitrião da festa do chá? Mas vá com Alphys, ela sabe onde está o lugar que você procura. ─ O chapeleiro disse sorridente enquanto chamava Alphys.

─ O-olá A-Alice, s-se qu-quiser eu p-posso te mostrar o-onde i-ir.

─ Eu adoraria. ─ Frisk disse dando um sorriso caloroso enquanto pegava Alphys no colo. As duas se despediram do restante dos participantes da festa do chá e fora em direção a trilha que Frisk fizera para chegar até lá.

─ Des-boa sorte, des-mandem um abraço meu a rainha. ─ Frisk ouviu o Chapeleiro falar enquanto seguiam sua caminhada.

O caminho todo de volta foi bastante silencioso, elas refizeram toda a trilha que levava a festa do chá e passaram pela bifurcação indo pelo caminho da direita, Frisk então se lembrou que o Chapeleiro falou de uma rainha e resolveu perguntar a Alphys sobre ela.

─ Senhorita Alphys o senhor Chapeleiro falou sobre uma rainha, quem é ela?

─ Oh, é a r-rainha d-este mundo, r-ainha T-toriel, ta-também c-conhecida c-como R-rainha B-branca. ─ Este mundo tinha uma rainha, isso era uma verdadeira surpresa, Frisk queria saber se podia conhecê-la, mas havia outras dúvidas em sua mente que ela teria que dar prioridade.

─ Eu gostaria de saber, porque todos me chamam de "Alice"? Como irei voltar para casa e porque você fugiu de mim mais cedo no bosque?

─ A cha-chamamos de A-Alice p-porque é q-quem vo-você é, e v-você n-não p-pode v-voltar a um l-lugar em q-que já e-está. S-sobre o b-bosque, e-eu es-estava a-atrasada para a fes-festa d-do chá. ─ "Você não pode voltar para um lugar em que já está." Era a segunda vez naquele dia que ela ouvia aquela frase e ainda não conseguia entender o seu significado, ela não poderia está em casa, sua casa ficava em um pequeno vilarejo perto de um bosque, embora aquele mundo fosse fantástico Frisk ainda sentia saudade de Dinah e sua família. Outra coisa que a deixava confusa era isso de que ela era "Alice", ela não entendia o significado disso e talvez nunca fosse entender.

─ Ch-chegamos A-Alice. ─ Alphys falou a tirando de seus pensamentos, Frisk olhou em volta e ficou maravilhada com o local. Elas estavam no que parecia ser o jardim da frente de um castelo enorme, haviam roseiras com flores brancas por toda a parte, o chão era de um tipo de mármore branco e havia uma bela fonte no meio do pátio, também haviam várias pessoas e animais por toda a parte, mas o mais maravilhoso de tudo era o castelo, ele era da cor branca e tinha uma arquitetura incrível, mais bonito que todos os castelos de contos de fadas que Frisk leu.

─ Ei veja, Alphys está de volta.

─ Sim.....ela está acompahada... ─ Frisk olhou na direção da voz e viu dois homens, aparentemente gêmeos, bastante baixinhos vindo em sua direção, ambos usavam macacões pretos e camisas listradas, mas também tinham diferenças notáveis, um tinha cabelo preto e o outro branco, o de cabelo preto parecia ser decidido e seguro de si, enquanto o de cabelo branco parecia ser um pouco inseguro e tímido.

─ O-olá r-rapazes, es-está é a A-Alice. Alice, e-esses s-são T-tweedledee e Tw-Tweedledum.

─ Prazer em conhecê-los. ─ Frisk disse e fez uma reverência.

─ A Alice é mesmo legal, certo Tweedledum?

─ Sim....Tweedledee.....

─ Vamos, a rainha está lá dentro.

─ Sim.... Nos sigam.... ─ Frisk colocou Alphys no chão e ambas seguiram os rapazes para dentro do castelo. Se o lugar parecia grande por fora, por dentro ele era enorme e bem mais bonito, lá haviam vários móveis de madeira branca, lustres luxuosos, tapetes fofinhos e plantas com cores vivas e vibrantes. Depois de alguns minutos, finalmente encontraram a rainha que estava regando algumas flores douradas na estufa que havia dentro do castelo.

─ Nós trouxemos a Alice. ─ Tweedledee disse animadamente para a rainha. A rainha parecia ser uma espécie de humano meio cabra, ela tinha um pelo branco como a neve, seus olhos eram verdes e ela usava um lindo vestido branco que combinava com sua coroa.

─ Obrigado por trazê-la aqui rapazes e Alphys. Vocês poderiam me deixar a sós com ela? ─ Eles nem precisaram responder, apenas se retiraram como a rainha havia pedido.

─ Prazer em conhecê-la senhora rainha. ─ Frisk fez uma reverência, Toriel deu uma leve risada.

─ Vejo que você é muito educada, mas não precisa de todas essas formalidades minha criança.

─ Eu gostaria de saber por que todos me chamam de Alice e por que quando pergunto sobre como voltar para casa me dizem que eu não posso retornar para um local que eu já estou.

─ Tudo em seu tempo minha criança, não se preocupe, na hora certa você irá ao lugar aonde quer ir, mas por agora venha, eu preparei um banquete especialmente para você.

Algo na voz da rainha fez Frisk crer em suas palavras e parar de se preocupar em como voltaria para casa, então ela apenas passou o resto do dia se divertindo com seus novos amigos.

 

                                                                                                               [...]

 

À noite enfim chegara e Frisk nem se dera conta, ela havia passado o resto do dia brincando com a rainha, os gêmeos, Alphys e outras crianças que moravam em um reino que havia ali, Frisk não teve muito tempo para explorá-lo direito, mas deixaria isso para um outro dia, até o Chapeleiro havia aparecido junto de Mally e da lebre, eles tentaram confeccionar um chapéu juntos, mas acabou sendo um verdadeiro desastre. Frisk agora estava na varando do quarto que Toriel a havia designado para que passasse a noite, Toriel a convenceu a ficar por aquela noite, aquele dia foi realmente o mais incrível de sua vida, embora provavelmente ninguém fosse acreditar nela, ela sabia que era real e que ela viveu aquilo e isso era o suficiente.

─ Parece que você achou o que estava procurando Alice. ─ Frisk se virou e viu a cabeça flutuante do homem ao seu lado.

─ Eu não tenho certeza, eu ainda não consegui voltar para casa.

─ Eu já disse você não pode voltar para um lugar onde você já está, aliás, não era a isso a que eu estava me referindo.

─ Não?

─ Não. Você queria um mundo para poder comandar, um mundo onde adultos fossem legais, um mundo onde animais pudessem falar um mundo onde cada dia fosse uma surpresa, então você chegou aqui, a morada da loucura e da beleza.

─ Espera como você sabe disso? ─ Frisk se virou para encarar o homem, mas ele já havia sumido, tão rápido quanto apareceu e deixou Frisk cheia de dúvidas, mas ele estava certo Frisk finalmente havia achado seu país das maravilhas.

─ Hm....não, país das maravilhas não, já sei, Underland, este é um nome perfeito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Frisk's Adventures in Underland" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.