Out On The Town escrita por Mavelle


Capítulo 8
Capítulo 8 - Klaus


Notas iniciais do capítulo

Oii!!
Acabei de ver que tem uma pessoa acompanhando agora, então estou muito feliz askdjakljsjd
Sem mais delongas, voltei com mais um capítulo.

Beijos,
Mavelle



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1° de julho de 2005

Era mais uma sexta feira normal. Sabia que tinha que me levantar e ir trabalhar, mas acordar com Caroline nos meus braços ainda era surreal demais para eu não querer ficar mais tempo. Poucos minutos depois de eu acordar, meu segundo alarme tocou, o que queria dizer que eu realmente tinha que me levantar e sair. Tomei banho e passei um café antes de sair, sem conseguir evitar beijar a testa de Caroline quando estava de saída. Ela estava tão tranquila que fiquei um pouco apreensivo de acordá-la, mas ela sempre teve um sono pesado. 

Por fim, saio de casa e vou para a empresa.

Chegando lá, a primeira pessoa que vejo é Rebekah, o que não faz absolutamente nenhum sentido. Além dela só ter 17 anos, ela nunca quis ter nada a ver com a empresa, o que torna sua presença lá antes das 8 em plena sexta-feira uma ocorrência ainda mais estranha.

— Nik, você perdeu a cabeça? - ela perguntou.

— Você já perguntou isso um bilhão de vezes, Rebekah. Qual o motivo dessa vez?

— Sua noiva chegou dizendo que você não ia casar com ela e que tinha uma outra noiva. Caroline. Por favor, me diga que isso não é verdade. - fiquei em silêncio, uma sobrancelha levantada em desafio para ela. - Você não fez isso, Nik. - ela pausou. - Certo?

— O que você acha?

— Puta que pariu! Klaus, você tá louco? Não tem noção do que fez?

— Sim. Eu fiz o que ia fazer dois anos atrás. O que deveria ter feito na noite do acidente.

— Você ia pedir ela em casamento naquela época? - Rebekah parecia incrédula. 

— Sim. - ficamos em silêncio por um momento. - O que você está fazendo aqui? 

— O pai acha que me trazer aqui vai me interessar nos negócios da família. - ela revirou os olhos. - Não sei por que ele imaginou que me trazer aqui antes das 8 no meio das férias seria um bom jeito de conseguir isso. 

— Não foi o plano mais brilhante dele.

— Eu estava para chamar um táxi e ir pra casa quando Camille chegou aqui chorando, então eu resolvi ficar para ver o teatro se desenrolar.

— Você ficou para ver o circo pegar fogo?

— Claro. - ela deu de ombros. 

Chegamos na sala de reuniões, cujo barulho podia ser ouvido de longe, apesar desta mesma sala ter a reputação de ter um dos melhores isolamentos acústicos do prédio. Isso era só mais um sinal de que eu estava ferrado. Respirei fundo antes de entrar na sala (cuja porta estava aberta) e fechar a porta atrás de mim. 

Por um momento, fez-se silêncio absoluto enquanto todos na sala olhavam para mim. Eu tive que sorrir, fingindo que não sabia o que estava acontecendo.

— Bom dia. Qual o tópico da reunião? 

Todos recomeçaram a falar ao mesmo tempo e meu pai veio na minha direção, puxando a gola da minha camisa quando ficou perto o suficiente.

— Niklaus Mikaelson, mas que porra você quer fazer com a sua vida?

— Estou tentando viver, se me derem essa liberdade. - ele afrouxou um pouco o aperto e eu me soltei dele. - Eu estou noivo de Caroline, sim. E não ligo para o que vão fazer sobre a O'Connell. Vocês que se virem pra consertar essa bosta que arranjaram para mim sem que eu realmente quisesse.

Meus irmãos só me encararam, claramente confusos com a última parte. Mikael rolou os olhos. Ele sabia que eu ia contar.

— Nik, tem certeza que você não bebeu nem um pouquinho ontem à noite? - Kol perguntou, recebendo um tapa no braço. - Ai! Por que você fez isso? - ele perguntou, se virando para Rebekah, a responsável pelo tapa.

— Porque você é um idiota. Deixe Klaus falar. 

— Eu não estou bêbado. - eu disse, minha voz firme. Todos estavam prestando atenção em mim agora. - Enfim, eu realmente quis dizer o que todos vocês ouviram. Eu nunca quis nada com a Camille, muito menos um casamento arranjado. Infelizmente, eu fui coagido a aceitar, se não perderia meu emprego.

Ninguém disse nada, mas todos estavam olhando para mim (na verdade para trás de mim) com expressões de surpresa no rosto. 

— Oh, céus. - Elijah murmurou. - Lá vamos nós de novo. 

— Parabéns pra vocês! Eu não posso passar um ano e meio longe que vocês fazem merdas colossais!

Aquela voz tão conhecida falou, sua dona já entrando na sala e parando do meu lado. Não podia ser.

— Esther. - falamos em uníssono, alguns mais alegres do que outros. E, com isso, eu quero dizer Finn alegrinho, quase pulando de alegria e o resto quase morrendo de tédio.

— O que você faz aqui? - Mikael perguntou, um pouco com raiva por ela ter se juntado à reunião familiar.

— Eu vim para o casamento do meu filho, não é óbvio?

— É daqui a dois meses, mãe. - Freya falou.

— Não posso estar em casa até lá? - todos a encaramos. 

— Você é fisicamente capaz de passar mais de 30 dias em Mystic Falls? - eu perguntei, sarcástico, mas ela só ignorou o que eu tinha dito.

— Klaus, estou tão feliz que você resolveu tomar juízo e fazer algo útil com sua vida. - ela me abraçou e me deu um beijo estalado na testa. - Sempre soube que vocês ficariam juntos. Ah, parabéns pelo bebê. Você e Caroline devem estar muito felizes!

A sala toda ficou em um silêncio mortal. A única coisa que podíamos ouvir era o barulho da animação de Esther. Eu estaria fudido de verdade assim que eles falassem. A sala ainda ficou em silêncio por alguns segundos, até que Mikael falou.

— Caroline está grávida?

— Sim. - respondi, minha voz quase falhando no meio da palavra. Não estava com vergonha, mas não tinha ideia de como ele podia reagir.

Mikael passou as mãos pelo cabelo, enquanto Esther não entendia nada.

— Mas vocês não estão felizes com isso? - minha mãe perguntou, claramente confusa com as expressões mistas de choque e raiva que pareciam tomar conta dos meus irmãos e pai. Nenhum bebê merecia ter esse tipo de reação quando a família descobrisse que ele estava vindo, muito menos o meu.

— Esther, Niklaus vai casar com Camille O'Connell. - Mikael falou. Então, isso queria dizer que ele não tinha desistido da ideia de me fazer casar com a puta da O'Connell. Lindo.

— Mãe, onde você ouviu isso? - perguntei.

— Marie Lescheres me contou. - ela respondeu. - Eu imaginei que fosse algo pelo qual todos estivessem esperando, já que eu tive que descobrir pela nossa vizinha fofoqueira.

Estava claro que Viviane tinha contado para a mãe que eu tinha ido na farmácia com a minha noiva comprar um teste de gravidez. Não sei quem inventou a parte de que o teste tinha sido positivo, mas não importava. A raiva fervia em mim. Como eu pude esquecer da rede? Viviane sempre contava tudo para a sua mãe, que por sua vez contava tudo para a minha. Não sabia dizer quantas vezes tinha sido pego por causa da rede.

— Niklaus Mikaelson, você... - meu pai começou, mas eu o interrompi, completando a frase.

— ...só sabe fazer merda? Olha, depende muito do seu conceito e da sua concepção de merda, porque, a meu ver, tudo o que eu faço é por um bom motivo, se não for certo. Por exemplo, eu pedi a Caroline em casamento porque eu adoro o chão em que ela pisa e casar com ela seria provavelmente a primeira coisa certa que eu faria na vida. Era algo que eu ia fazer no dia daquele acidente miserável, muito antes de vocês enfiarem a Camille na minha vida e me obrigarem a casar com ela. Mesmo eu já sendo um adulto e dizendo que não quero casar com ela, vocês parecem continuar tentar me forçando a isso. Eu quero a Caroline. Se pra fazer isso eu tenha que sair daqui, sumir da vida de vocês e nunca mais olhar para trás, ótimo. Eu faço. O que eu não aceito é continuar desse jeito, tendo que seguir em frente com esse “relacionamento” - fiz aspas com os dedos. - com a O'Connell.

A sala caiu num silêncio e todos me encaravam, mas o olhar de Mikael era ainda mais intenso.

— Ótimo. - Mikael falou, pegando o telefone dele do bolso. - Você sabe que, por causa de outras ocasiões, eu tenho um assassino de aluguel de plantão. Eu nunca disse quem era por questões de segurança, mas ele está na discagem rápida e, pelo que ele me disse, mora perto de você. - engoli em seco, enquanto Mikael digitava algo em seu telefone, fazendo a ligação. - Aqui é o Mikael. Daqui a um minuto eu vou te dizer se precisa mesmo fazer o que já tínhamos combinado. - meu coração parou. Puta. Que. Pariu. - E então, Klaus? O que vai ser? Vai deixar a garota ser morta por que você não aceita abrir mão de uma coisinha? - eu estava atordoado. Não podia dizer não e não podia dizer sim. - Trinta segundos, Niklaus. A escolha é sua.

— Eu caso com a Camille. - falei, depois engoli em seco. Eu não sei quantas vezes fui forçado a dizer essas palavras, mas todas as vezes que eu as dizia, me arrependia. - Eu caso com ela. Só deixe a Care em paz, por favor.

— Ótimo. - Mikael retornou o telefone para a orelha, um sorriso vencedor estampado em seu rosto. - Está dispensado, vá dar uma volta no parque. - ele desligou o telefone. - Estou tão feliz que tomou a decisão certa, filho. - ele tentou me abraçar, mas eu apenas desviei dele e saí da sala, olhando para a minha família no caminho.

Freya e Elijah pareciam revoltados, mas não iriam agir. Eu sabia que Elijah estava segurando a língua por causa de Hayley, afinal, se Mikael não tinha problemas em machucar uma nora, por que teria com outra? Já Freya, eu não tinha certeza, mas podia ser alguma coisa na mesma linha, exceto que Camille estava mais protegida que Hayley e Caroline, já que ela era parte essencial do contrato e que não era algo realmente assumido. 

Rebekah tentava (sem sucesso) disfarçar seu nojo do que estava sendo feito, enquanto minha mãe só parecia indiferente ao que estava acontecendo. Finn e Kol pareceram não concordar completamente com a situação, mas ao mesmo tempo também não disseram nada. 

Eu nunca tinha parado para pensar nisso, mas eu preferia a Caroline viva do que estar com ela. Não podia simplesmente deixar ele matá-la por minha causa. Seria egoísta demais e, apesar de eu não ser o melhor exemplo de altruísmo, eu a amo demais para deixar que isso aconteça.

Elijah me seguiu para fora da sala, tentando conversar comigo. 

— Agora não, Elijah. - resmunguei, já pegando o telefone para ligar para ela, antes de perceber que isso era uma péssima ideia. Se ela estivesse dormindo e não atendesse, as chances de eu fazer merda cresceriam ainda mais. Guardei o telefone de volta no bolso e continuei meu caminho até a garagem.

— Desculpe por não dizer nada contra o que ele está fazendo. - ele disse, já caminhando ao meu lado, muito ciente de que não seria uma boa ideia tentar me parar agora. - Espero que você entenda o porquê.

— Eu entendo. Você também tem alguém na sua vida. Eu também ficaria com medo se nossos lugares estivessem trocados. 

Meu irmão me acompanhou até a garagem do prédio, sem falar nada, e depois me deu as chaves do próprio carro quando viu que o meu estava com a saída bloqueada. Ele só me entregou as chaves do carro e voltou para o prédio como se nada tivesse acontecido. 

Para a minha alegria, tínhamos praticamente a mesma altura, então não tive que ajeitar o banco, só o retrovisor do meio, mas, mesmo que precisasse, não acho que faria isso. Tudo o que eu queria era chegar em casa logo e ter certeza de que tudo estava bem. 

Levei menos de 5 minutos para chegar em casa, mas antes mesmo de descer do carro, eu sabia que tinha algo de errado: a porta da frente estava escancarada e ela não estava do lado de fora, que era a única circunstância em que deixávamos a porta aberta. Saí correndo do carro e comecei a chamar e procurar por Caroline em todos os cantos da casa, mas ela não estava lá. Era como se tivesse desaparecido. 

Toda a preocupação que eu estava sentindo foi substituída por raiva. Comecei a jogar tudo pro ar, literalmente. Isso não podia estar acontecendo, não de novo. Eu não podia perder Caroline mais uma vez. Da primeira foi insuportável, mas, dessa vez, seria impossível.


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Notas finais do capítulo

Não me matem.



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