Out On The Town escrita por Mavelle


Capítulo 21
Capítulo 21 - Caroline


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Voltei hoje com um capítulo mais curtinho, maaaas quinta feira tem outro!
Por que, Mavelle?
Então, esses dois capítulos eram pra ser só um, porém estava muito grande e achei melhor dividir em dois. Resumindo, essa semana teremos dois capítulos um pouco menores ao invés de um grandão.
Beijos,
Mavelle



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14 de julho de 2022

Quando eu ouvi o que estavam falando sobre Klaus, eu sabia que de alguma forma aquilo estava relacionado com Hope. Alguém deveria ter visto algo onde não existia. Já tinha terminado de fazer as compras com Elena, mas, mesmo que não tivéssemos terminado, tenho certeza que ela entenderia se eu fosse embora.

Assim que cheguei no hotel, percebi a moça da recepção me encarando. 

— Boa tarde, Genevieve. - disse, com um sorriso afetado. 

— Boa tarde, senhorita Forbes. - ela respondeu. - Sua filha não desceu para a piscina hoje. - percebi que ela estava jogando verde, então eu precisava me fazer de sonsa. 

— Que estranho. Ela geralmente está lá essa hora. Deve ter se sentido indisposta.

— Quer que chame um médico? 

— Para uma indisposição? Não é necessário. Com certeza, tudo o que ela precisa é de um pouco de cuidado materno.

— Espero que ela fique bem logo.

Peguei meu cartão de acesso ao quarto e subi pelo elevador. Não encontrei ninguém pelo caminho, mas, mesmo assim, tentei andar o mais rapidamente possível sem parecer que eu estava desesperada ou correndo. Simplesmente entrei no quarto, trancando a porta atrás de mim. As luzes estavam todas desligadas, então por um momento comecei a me questionar se Hope realmente estava ali, até que ouvi sua voz. 

— Mãe? - ela estava sentada numa das cadeiras, mexendo no telefone.

— Hope! - ela se levantou e eu a abracei forte, beijando sua testa. - Você está bem?

— Sim. Estou aqui dentro com tudo fechado tem uma meia hora. Ainda estou tentando entender o que aconteceu. Na verdade, não o que, mas por que isso aconteceu.

— Alguém queria abalar a imagem do seu pai ou da empresa ou sei lá. Quem quer que tivesse visto vocês dois juntos resolveu distorcer as coisas.

— Sim, mas qual o objetivo? Quão baixo alguém tem que ser para inventar algo desse tipo para prejudicar uma outra pessoa? 

— Bom, algumas pessoas só querem fazer o mal pelo mal. Nesse caso, eu acho que foi para se promover, gerar mais cliques e, consequentemente, mais dinheiro.

— Isso é horrível. 

Respirei fundo e, apesar da loucura que estávamos vivendo, não podia deixar de pensar que tinha feito um bom trabalho criando ela. Quer dizer, minha filha sabe que é errado fazer o mal a alguém só para ganhar dinheiro, o que demonstra que ela tem mais limites morais do que muita gente. 

— O que vamos fazer? - ela perguntou. - Não acho que possa me esconder aqui no quarto para sempre.

— Eu falei com Klaus e dei a ele carta branca. O que quer que decidam que é melhor fazermos ou contarmos, eu assino embaixo.

— Mãe... 

— Nós não vamos te expor mais do que já te expuseram, Hope. Nisso todos concordamos. - na verdade, não tínhamos falado exatamente com essas palavras, mas eu sabia que ele tinha essa mesma opinião. Ele não queria expor Hope nem a um jantar na casa da família dele, então não acreditava que faria o mesmo com toda a cidade.

— Ok. - ela disse. - Eu acho que poderia ajudar, mas...

— É melhor assim. Dá para ver bem seu rosto nas fotos, mas com um vídeo circulando, você vai estar ainda mais reconhecível.

— Tudo bem, mas eu fico como a operadora da câmera. 

— Essa função era sua antes mesmo de você pedir. 

— Muito esperta. Agora pergunta, por favor, que eu quero saber o que a gente vai fazer. 

Mandei a mensagem para Klaus, torcendo para ter alguma direção. Eu honestamente estaria perdida tentando resolver algo do tipo. Como se resolve um escândalo online, pelo amor de Deus?

"Caroline: Resolveram o que fazer?"

Esperei um momento para que ele respondesse.

"Klaus: Sim.

Klaus: Estava vindo te contar agora.

Klaus: O plano é que nós dois façamos uma live explicando tudo.

Klaus: Se você concordar, claro.

Caroline: Eu faço o que for preciso para nos tirar dessa bagunça. 

Klaus: Ótimo.

Klaus: Ainda bem.

Caroline: Vamos para a sua casa ou você vem aqui?

Klaus: O que você prefere?

Caroline: Talvez seja melhor na sua casa.

Caroline: As coisas estão estranhas por aqui.

Klaus: O que você quer dizer?

Caroline: Que eu estou preocupada. 

Caroline: A recepcionista do hotel me encarou tanto quando cheguei que eu quase pude escutar as engrenagens girando no cérebro dela."

Pensei em concluir com "tive que me fazer de sonsa e fingir que Hope estava doente", mas achei melhor não.

"Klaus: Você não acha que ela pode vender informações como o nome de vocês e há quanto tempo vocês estão hospedadas aí?

Caroline: Em qualquer outro dia, eu diria que você está sendo exagerado e paranoico, mas hoje eu realmente tenho medo disso acontecer.

Klaus: Acho que o hotel não é mais um bom lugar para vocês ficarem.

Klaus: Se vocês concordarem, podem ficar na minha casa depois da live.

Klaus: Tem uma cama de casal no quarto de hóspedes." 

Mordi o lábio inferior. Definitivamente o clima no hotel não estava bom e eu não queria voltar para cá depois que esclarecessemos a situação. Genevieve podia até ser curiosa, mas Leith, o cara que ficava lá durante a noite, era pior ainda. Ele queria saber tudo e conseguia fazer você contar de um jeito que você nem percebia que estava contando. A CIA definitivamente precisava do talento desse homem. 

— Klaus está oferecendo para dormirmos na casa dele hoje. - eu disse a Hope, antes de responder a mensagem dele. Aceitaria de qualquer jeito, mas seria bom que Hope concordasse e soubesse logo. 

— Acho que é melhor mesmo. - ela respondeu. - Uma pessoa veio bater na porta dizendo ser um camareiro, mas, quando olhei pelo olho mágico, vi que estava sem uniforme e com uma câmera na mão. Quem sabe o quão pior esses doidos não podem ficar? 

— Meu Deus do céu, Hope! Por que não me contou?

— Ficou tudo bem, mãe, relaxe. Só fingi que não estava aqui até ele cansar e ir embora. Na verdade, quando você chegou, eu ainda estava fingindo não estar aqui.

— Isso é horrível. 

— Sim. E eu tenho impressão que, enquanto estivermos aqui, não vou ter mais privacidade, mesmo depois que tudo estiver esclarecido. 

— Podemos torcer para que quando voltarmos da viagem alguma outra coisa tenha acontecido e o foco saia de nós.

— Espero que sim. 

Peguei o telefone para responder Klaus e vi que ele seguia tentando citar as razões pelas quais aquela era uma boa ideia.

"Klaus: Já vamos viajar juntos amanhã. 

Klaus: Além disso, se você e Hope não quiserem dividir a cama do quarto de hóspedes, você dorme no meu quarto e eu no sofá da sala. 

Caroline: Não precisa nos convencer.

Caroline: As coisas aqui realmente não estão bem, então é melhor irmos. 

Klaus: Aconteceu alguma outra coisa?"

Pensei bem antes de contar para ele sobre o cara com a câmera e decidi que era melhor pessoalmente, ou seja, de uma forma que eu pudesse conter a reação dele.

"Caroline: Na verdade, sim, mas é melhor eu não te contar em detalhes agora.

Caroline: Mas não se preocupe.

Klaus: Você não pode me dizer que é melhor eu não saber agora e esperar que eu não me preocupe.

Klaus: Vocês estão bem?

Caroline: Sim, só não queremos mais estar aqui. 

Klaus: De quanto tempo precisam para arrumar tudo e fazer o check-out? 

Caroline: Acho que pouco mais de uma hora. 

Klaus: Ok. 

Klaus: Me avise quando estiver descendo para o check-out que eu saio daqui. 

Caroline: Ok."

Avisei a Hope que sairíamos em uma hora e começamos a organizar o quarto. Como iríamos viajar no dia seguinte e desocupar o quarto, muitas coisas já estavam separadas, então só precisamos terminar de guardar o que estávamos usando com frequência e procurar por coisas perdidas debaixo da cama. Em meia hora, estávamos prontas para ir embora. Avisei a Klaus e fizemos o possível para agilizar o check-out. 

Quando terminamos, ele já estava do lado de fora do hotel. Simplesmente colocamos nossas coisas dentro do carro e fomos embora. Não queria arriscar que alguém estivesse vendo e isso criasse mais repercussão de alguma forma. Ficamos em silêncio até chegar na casa dele. Eu mal tinha terminado de descer do carro quando vi ele chamando Hope para conversar. Comecei a tirar as malas do carro e levá-las para a sala, mas ainda peguei um relance deles se abraçando.

Como o momento começou a parecer pessoal demais para eu interromper por acidente, resolvi ficar dentro da casa. Quando aquilo estivesse terminado, eles viriam e trariam o resto das malas. 

Resolvi ir ao banheiro e quando estava prestes a sair, dei de cara com Klaus na porta. Ele tinha um olhar obstinado no rosto.

— Você estava esperando pra usar o banheiro? - perguntei, tentando adivinhar o que aquele olhar no rosto dele queria dizer. 

— Não. Eu preciso falar com você.


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