Invisible Play - Press Start escrita por Douglastks52


Capítulo 4
Fragilidade


Notas iniciais do capítulo

E lá vamos nós de novo!



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Kurokawa abriu os seus olhos e percebeu que estava completamente sozinho na escuridão, ele abriu seu inventário e sacou Eclipse: 

—Milena, você poderia me dar luz? 

—O meu nome é Hikari...mas sim... -Respondeu a espada começando a brilhar. 

—O tio teve a audácia de me chutar aqui do nada...e para variar, me separei do Takeda... -Reclamou Kurokawa observando o ambiente ao seu redor. -Eu vou descer a porrada nele quando voltar... 

As paredes eram feitas de uma espécie de argila castanha, ele olhou para cima e viu o buraco de onde havia caído, se ele não tivesse aparado a sua queda usando as paredes, teria de certeza morrido. Sem sequer conseguir ver a luz do sol, ele sabia que tentar subir de volta era impossível, só lhe restava explorar esse lugar. Com um caminho à sua frente, outro atrás e diversas ramificações, ele concluiu que era fútil tentar aplicar algum tipo de lógica e começou a caminhar aleatoriamente. 

A luz emitida pela sua espada não era forte o suficiente para lhe permitir ver tudo a sua volta: 

—Você não consegue fazer uma luz mais forte? 

—A luz não vem do nada, seu animal. -Respondeu agressivamente a outra voz de dentro da espada. -Não vamos ficar gastando mana à toa num lugar perigoso desses. 

Kurokawa suspirou decepcionado e continuou caminhando até ouvir um estalo vir de baixo do seu pé, ele apontou sua espada nessa direção e viu que tinha acabado de pisar em um crânio humano: 

—Ok...isso é macabro... -Comentou Hikari. 

—Se ele morreu num lugar desses, era porque ele não era muito inteligente. -Comentou Kurokawa não impressionado pela situação. 

—Você podia ter um pouco mais de respeito por vidas humanas... -Interferiu Yami. 

—Você acha que ele se importa? Ele está morto. 

Kurokawa deu continuidade a sua caminhada até chegar ao fim do túnel onde se encontrava e entrar numa gigantesca caverna subterrânea conectada a dezenas de outros túneis. Enquanto observava o cenário, ele viu pegadas humanas e rastros de fogueiras: 

—Então existem pessoas vivas aqui. -Concluiu ele. -Mas esse lugar é muito estranho, parece um formigueiro gigante. 

De um momento para o outro, o chão e as paredes começaram a tremer. Kurokawa não sabia exatamente o que estava se aproximando, mas percebeu que as vibrações viam do túnel de onde ele havia acabado de sair. Ele apontou Eclipse nessa direção e preparou-se para desferir um ataque. Os tremores intensificaram-se e ele começou a ser capaz de discernir algo movendo-se na sua direção nas sombras. No instante em que estava prestes a cortar aquilo, ele percebeu algo: 

—Takeda? 

—KUROKAWA?! -Gritou Takeda correndo. -CORRE!!! 

Kurokawa ainda confuso permaneceu parado com sua espada na mão, conforme a distância entre eles diminuía, ele foi capaz de ver outras formas se movendo atrás de Takeda. Finalmente, ao perceber o que o se aproximava e a quantidade, ele também começou a correr: 

—Não traga isso na minha direção! -Gritou. 

—Eu não tenho outro lugar para correr! -Retrucou Takeda. 

Os dois pularam do túnel para o centro da caverna e segundos depois, grandes quantidades de formigas gigantes vieram atrás. Com vários túneis a frente, Takeda hesitou em escolher uma direção, enquanto isso, Kurokawa decidiu tentar algo. Ele diminuiu sua velocidade deixando uma daquelas grandes criaturas se aproximar e tentou cortá-la com sua espada. A carapaça dura do inseto fez com que Eclipse causasse algum dano, mas não fosse capaz de executar um golpe fatal. Outras formigas rapidamente se aproximaram e tentaram atingir Kurokawa com as suas patas e mandíbulas. 

—Elas são duras demais! -Reclamou ele desviando dos ataques e se aproximando de Takeda. -Precisamos de outro plano! 

—Vamos correr para um túnel e tentar lidar com elas uma por vez lá dentro! -Respondeu Takeda. 

Eles continuaram correndo na direção dos túneis quando Takeda percebeu que a formiga que Kurokawa havia atingido estava agindo estranho. Entre grunhidos de dor, aquilo abriu suas asas e começou a voar na direção de Kurokawa. Num efeito dominó, rapidamente todas as outras formigas fizeram o mesmo. A distância entre eles e as criaturas rapidamente começou a diminuir: 

—ELAS VOAM! -Gritou Takeda correndo com todas as suas forças. 

O túnel estava próximo, mas alguns metros antes da entrada, uma das formigas foi capaz de alcançar Kurokawa, o que fez com que ele tivesse de se separar de Takeda para desviar do ataque. Essa separação fez com que eles tivessem que entrar em túneis diferentes. Os túneis eram estreitos, mas mesmo assim havia espaço para aproximadamente três formigas atravessarem-no ao mesmo tempo. Kurokawa concentrou mana na sua espada e deu o golpe final na formiga ferida que o perseguia. 

Duas outras voaram na sua direção, ele cortou as asas de uma, não teve tempo de atacar a outra e teve um de seus braços mordidos: 

—Formiga maldita! -Gritou ele cravando a sua espada no pescoço da criatura. 

Kurokawa ativou a sua única habilidade e utilizou uma das suas garras para bloquear o ataque da última formiga viva. Logo em seguida, concentrou mais mana na sua espada e dividiu o inseto ao meio. Ele respirou fundo e viu mais três criaturas se aproximarem. Um corte, menos um inimigo. Outro corte, não houve força o suficiente, a sua lâmina fica presa na carapaça do monstro. Um deles ataca o seu braço, sangue escorre. Ele grita em dor, finaliza um inimigo e retira a sua espada. Outro corte, mais um deles começa a desintegrar-se em partículas brilhantes. Mais três se aproximam. 

Três, seis, nove, doze, quinze, dezoito, vinte e um, vinte e quatro e finalmente Kurokawa começa a duvidar se isso vai acabar. Ofegante e coberto de feridas, ele percebe que talvez não tenha chances de vencer: 

—Yami...Me dê mana negra... 

—Estamos no subterrâneo, se você explodir coisas aqui, tudo vai desabar! 

—É isso que eu estou tentando fazer. 

—Tudo bem então... 

Tatuagens negras se alastraram pelos seus braços, ele concentrou o pouco de mana que restava no seu corpo e liberou uma onda de energia negra que explodiu ao entrar em contacto com uma das formigas. Tudo à sua volta tremeu e pedaços de pedras começaram a cair do teto do túnel. Kurokawa posicionou a sua espada acima da sua cabeça e correu na direção contrária das formigas. Uma pedra acertou o seu braço, outra a sua perna e várias Eclipse.  

Ao avistar o fim do túnel, ele aumentou a sua velocidade. Alguns metros antes, uma grande pedra atingiu a sua espada, fê-lo perder o equilíbrio e cair no chão. Kurokawa não teve tempo de levantar e dezenas de outras pedras soterraram seu corpo. 


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Notas finais do capítulo

Capítulo curto. Kurokawa quase morto. Clássico.



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