Lucky Charm escrita por ladyenoire


Capítulo 1
Lucky Charm


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790904/chapter/1

Eu não esperava que fosse me apaixonar por alguém que não fosse a Ladybug.

No começo eu neguei com todas as minhas forças. Eu amava a Ladybug e por mais que Marinette fosse incrível, eu não podia simplesmente ignorar tudo que eu sentia pela my lady e passar a gostar de outra pessoa. Era errado. Meu amor por Ladybug era forte, tinha que ser forte. Eu disse à ela que esperaria o tempo que fosse e eu faria isso.

— Não posso me apaixonar por outra pessoa! – disse à mim mesmo várias vezes em frente ao espelho.

Mas aí tudo mudou.

Não foi de repente, não foi da noite para o dia. Foi aos poucos. Quanto mais eu negava, mais a paixão crescia e depois eu percebi o quão inútil foi ter lutado contra.

Nunca me esqueço do dia em que eu realmente caí na real que poderia sentir algo por Marinette. Era verão, numa manhã de sexta-feira, a temperatura estava quente, mas ao menos tinha uma brisa fraca batendo contra nossos rostos. Eu e o pessoal estávamos na frente da escola, esperando a aula começar. Marinette e Alya começaram a conversar sobre as roupas que Marinette confeccionava.

— Eu posso pedir pra Juleka passar lá em casa depois da aula e tirar algumas fotos pra colocar no meu Instagram. – Marinette tinha uma conta para divulgar os seus projetos. Eu, como um bom amigo, sou um dos seus seguidores.

— Eu sei, a Juleka é ótima. Mas quem sabe você não tira uma foto sua com ela e posta?

— Você sabe que eu tenho um pouco de vergonha, Alya.

— Vergonha do quê? Você é linda, Marinette! Sem contar que você ia ficar tão bem com aquela regata rosa bebê e os babadinhos nas mangas. É a sua cara! Já consigo imaginar você nela. – eu também imaginei. E o meu rosto ficou vermelho. Eu sabia que era algo diferente, porque se fosse ao contrário e eu tivesse que imaginar Alya usando uma regata, eu só imaginaria ela usando a regata. Não teria calor, não teria uma súbita sensação de euforia.

— Tudo bem, cara? – Nino questionou ao me ver puxando o colarinho, na tentativa de fazer com que o ar refrescante adentrasse a minha blusa.

— Sim, sim. Está quente hoje.

— Nem me fala.

Aquele dia foi apenas um indício do que estava por vir.

— Acho que você só se sente e atraído por ela. Nada demais. – Plagg opinou, enquanto comia seu queijo.

— Mas eu amo a Ladybug.

— Amor e atração são coisas diferentes. É bom quando estão ligadas, mas uma pode acontecer sem a outra. E tem mais, você pode se sentir atraído por várias pessoas e continuar amando apenas uma. – a fala do kwami me deixou mais aliviado, contudo era estranho ele saber todas essas coisas.

— Onde aprendeu tudo isso?

— Internet. – deu de ombros.

Depois da conversa com Plagg, repeti para mim mesmo que era só uma atração momentânea. Logo tudo ia passar, eu iria rir disso e voltar a sofrer pelo meu amor não correspondido pela Ladybug. Analisando agora, era um pensamento um tanto quanto deprimente.

Peguei o celular e decidi dar uma olhada no Instagram. Relembrando esse momento, eu acho que o meu subconsciente sabia o que eu procurava. E lá estava ela. A foto de Marinette usando a regata rosa. Não sei quanto tempo fiquei encarando a imagem. Cinco segundos, cinco minutos, cinco horas? Só sei que passei muito tempo perdido em cada detalhe. Cada perfeito detalhe.

Será que era mesmo só uma atração? Na época eu tentava me convencer de que sim, mas no fundo, lá no fundo, eu sabia que não. Sempre foi mais do que eu achava que era.

Nas primeiras semanas depois da foto, tive que me esforçar para agir normal na presença de Marinette. Depois eu notei que eu não teria que fingir estar normal se de fato eu não sentisse nada, além de carinho pela nossa amizade. Então, eu concluí que talvez – só talvez – poderia ter algo a mais nos meus sentimentos por ela.

— E se eu me apaixonasse por outra pessoa? O que você faria? – questionei Ladybug, em um de nossos descansos noturnos, após uma patrulha pela cidade.

— O que eu deveria fazer? – ela perguntou, risonha.

— Não é o que deveria, quero saber o que você faria. – a heroína notou que a minha pergunta não tinha sido feita no tom provocativo de sempre, aonde eu esperava arrancar reações de ciúmes dela. O que nunca acontecia. Ladybug suspirou.

— Nada.

— Essa doeu!

— Não, eu não quis dizer dessa maneira. Eu não faria nada, porque a gente não manda no coração, Chat. – ela segurou a minha mão – Sabe, eu gosto muito de você. E queria muito retribuir os seus sentimentos por mim. Mas, o meu coração simplesmente ama o de outra pessoa.

— Eu sei.

— Por isso eu digo que não faria nada, caso você se apaixone por alguém que não seja eu. O que eu mais quero, é que seus sentimentos sejam retribuídos e que você seja feliz. – sorri – Você está apaixonado por alguém?

— Não! – sim, eu estava. Mas eu neguei e não quis mais falar sobre. Ladybug, sendo uma ótima amiga como sempre, respeitou a minha vontade e não tocou mais no assunto.

Depois da fase de negação dos meus sentimentos e da conversa com Ladybug, passei a semana em silêncio, refletindo. Ainda conversava com os meus amigos e com Nathalie, porém eu falava menos. Era uma situação estranha, porque eu tinha certeza sobre os meus sentimentos por Ladybug, mas ao mesmo tempo, tentar impedir que os sentimentos por Marinette crescessem, era como nadar contra a maré – nadar contra a maré, se eu não soubesse nadar, ainda por cima.

Qualquer coisa que Marinette fazia, me deixava confuso e sem saber o que fazer – em outras palavras, apaixonado.

— Não acho certo eles terem deixado a Chloé terminar o trabalho em casa, sendo que todo mundo teve que terminar na aula. – Marinette pontuou enquanto debatia o assunto com Alya. Ela senta atrás de mim na sala de aula e naquele momento eu parei de fazer o que estava fazendo para ouvir a conversa. Honestamente, não estava muito interessado no assunto. Acho que eu só quis ouvir a voz dela.

— Você vai falar para os professores? Sabe, você é a representante.

— Eu sei, eu sei. Vou tentar falar com a Srta. Bustier depois da aula.

— É isso aí, amiga!

— Adrien? – Nino chamou minha atenção e eu dei um leve pulo de susto – Que isso, parece que viu uma assombração! Você tá bem?

— S-Sim, eu estou. Eu só... Estava pensando em uma coisa. – comecei a escrever na folha, meio nervoso pelo susto de ser “pego” observando Marinette, e meio triste por não poder continuar escutando ela falar.

— De boa!

Logo depois do período imerso em pensamentos, comecei a ficar desesperado. Ok, eu gostava de Marinette. Mas o que eu faria depois disso? Eu não podia ir lá e simplesmente dizer. Ou será que podia? Ela me rejeitaria, ou diria que gosta de mim? Eu estaria assustando ela? Seria precipitado? Tantas perguntas! Infelizmente, eu não sabia a resposta de nenhuma delas.

— Cara, é só dizer o que sente. – Nino deu de ombros. Fiz o que toda a pessoa confusa faz, pedir conselhos ao melhor amigo. – Você sabe que, mesmo que não sinta o mesmo, a Marinette não iria te tratar mal.

— Você acha que ela não sente o mesmo? – questionei desesperado.

— Não, eu não quis dizer isso! – ele se corrigiu rapidamente – Eu quis dizer que caso ela não sinta o mesmo, não vai rir ou fazer algo do tipo. – Nino colocou a mão no meu ombro – Mas há uma possibilidade de ela sentir a mesma coisa. E você nunca vai saber se não dizer nada.

— É, você tem razão. Vou dizer à ela.

— É isso aí! – mas eu não disse. Não naquele dia. Nem no outro.

Depois de uma semana, a professora pediu para que eu e Marinette levássemos os livros que a classe utilizou, de volta para a biblioteca. Eu estava completamente tenso, andando ao lado dela. Acho que Marinette tinha notado, ou sei lá, pois parecia estar desconfortável.

— Trouxemos os livros que a Sra. Mendeleiev usou. – a bibliotecária apontou a direção e deixamos os livros ali. Depois saímos juntos novamente.

— Ei, Marinette? – não sei o que aconteceu comigo. Uma onda de coragem invadiu meu corpo.

— O que foi?

— Eu... Eu gosto de você. Só quero que saiba. – depois de confessar o que eu sentia, da pior de todas as maneiras que eu tinha imaginado na minha cabeça, eu voltei para sala em passos rápidos e sentei no meu lugar. Quando Marinette passou por mim alguns segundos depois, eu baixei a cabeça. Naquele momento, eu achei que tinha feito a maior burrada da minha vida, que a pessoa com quem eu mais me importava, nunca mais olharia na minha cara novamente.

Mas felizmente, eu estava errado sobre isso também.

— Eu sempre gostei de você, Adrien. Quero dizer, depois que você se desculpou comigo no começo do ano. – Marinette sorriu tímida e eu pisquei os olhos, atordoado com o que tinha acabado de escutar. Estávamos afastados do resto dos nossos amigos, no intervalo. Nino praticamente me arrastou pera orelha para conversar com ela. E eu o agradeço por isso.

— No dia do guarda-chuva? – ela assentiu.

Marinette me esperou por tanto tempo. Por que eu não fiz o mesmo pela Ladybug?

Eu ainda sentia algo pela minha parceira – que fiquei claro que, de forma alguma eu estava usando Marinette como uma segunda opção –, só que, parecia que uma força invisível me empurrava para Marinette e eu não tinha como negar o quanto eu a amava.

Era difícil explicar, nunca senti nada assim por ninguém antes. Nem mesmo por Ladybug. Plagg disse que é possível sentir atração por várias pessoas e amar apenas uma, contudo, eu sentia que amava duas. Só que enquanto o amor por Ladybug é mais atrelado à admiração que eu sempre senti por ela, com Marinette é puro, é... Só é.

— No que está pensando? – Marinette entrelaçou os dedos nos meus, enquanto eu encarava o teto do quarto dela, deitado em sua cama fofinha.

— No dia em que confessamos nossos sentimentos. – ela sorriu. – Foi assustador pra mim.

— Imagine pra mim, então! Sabe por quanto tempo eu ensaiei dizer tudo aquilo pra você? – me aproximei de Marinette, que estava deitada de bruços e passei a mão pelas suas costas. Ela usava uma blusa fina, então eu quase que podia sentir a sua pele macia enquanto acariciava o local.

— Podíamos ter ficado juntos há um bom tempo atrás.

— É, mas qual seria a graça? – ironizou.

— Não me importaria de não ter graça. Desde que estivéssemos juntos, estaria tudo bem pra mim. – a garota virou de lado e me encarou com um sorriso doce.

— Mas estamos juntos agora. – senti a mão dela sobre o meu rosto. – E é isso que importa.

Era impressionante como eu me sentia quando estava com ela. Marinette nunca me tratou como o modelo intocável, o filho perfeito, o aluno nota dez. Com ela eu era só o Adrien. Nem mesmo quando descobrimos a nossas identidades foi um drama. Apenas rimos da nossa própria burrice e nos beijamos depois.

— Finalmente! – lembro da reação de Plagg. O pior de tudo, é que eu concordava com ele. Mas é claro que eu não disse isso alto.

Nossa relação não ficou mais fácil, muito menos, mais complicada. Essa é a melhor coisa. As coisas com Marinette só acontecem e nós dois vamos levando e resolvendo juntos. Somos parceiros, uma dupla, uma equipe, um casal. E é claro, ela era o meu amor. Meu tudo. Minha sorte. Meu Talismã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OOOOOOOOOOINNN QUE AMOOOOORRR!!!!

Como vocês sabem, eu estou em processo de escrita do meu livro. E eu estou testando novos recursos narrativos e formas de escrita, indo além do que eu costumo ir com as fanfics. E essa oneshot, além de ser um mimo pra vocês, é um teste. Acredito que vocês perceberam como ela não é tão linear. Enfim, espero que tenham gostado e entendido *-*

Muito obrigada por terem lido, nos vemos nas próximas fanfics ♥ xoxo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lucky Charm" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.