Um vira-tempo com defeito escrita por Lady M


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver." Dalai Lama



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790849/chapter/13

Pov Scorpius Malfoy

O menino sentiu-se grato e aliviado quando aquela versão mais nova da sua mãe trouxe aquele vira-tempo para as mãos dele. Ele nem deu ouvidos a ameaça de castigo dela. Scorpius pensou naquela véspera de Natal onde ele e sua irmã mais velha Rose mexeram nas coisas da mãe deles sem permissão. Estar de volta em casa foi uma sensação tão boa que ele não ligou para os protestos da sua irmã, saiu porta a fora tomado pela euforia e alívio, mas Rose entrou em seu caminho. O menino travou naquele exato momento, segurou o vira-tempo na palma da mão e desviou-se da irmã a tempo. Nenhum tombo ou queda, o objeto permaneceu intacto e seguro dentro das suas mãos. 

Ele disse olhando para Rose com raiva: 

— Nem pense nisso! Vou devolver esse troço para o lugar dele e me prometa que nunca mais vai mexer nele.

Rose olhou para o irmão de cima a baixo.

— Acho que você esqueceu quem manda aqui não é pirralho. 

Ele consertou sua postura e mesma sendo mais baixo do que ela pareceu muito mais sábio.

— O tempo não é um brinquedo Rose. Você não gostaria de voltar para o passado e por acidente acabar impedindo o seu nascimento. 

A menina deu de ombros. 

— Vamos dizer que você está certo e colocar essas coisas de volta no lugar.

Scopius assentiu e ajudou a irmã naquela tarefa.

Ela o abraçou forte e disse:

— Feliz Natal sua peste! 

Ele devolveu o abraço e respondeu:

 — Feliz Natal sua praga!

Os dois desceram as escadas da casa de três andares indo para a sala. Deparando-se com cômodo todo enfeitado, sua mãe levava aquela data bem a sério! Ela estava ali vestindo um vestido vermelho soltinho e colocando os presentes debaixo da árvore, mas o que ele queria mesmo era abraçar o pai dele.

Scorpius conseguia se lembrar de maneira vaga das conversas que teve com a versão mais nova do seu pai e como desapareceu e reapareceu dias no passado dentro daquele enorme dejavù.

 

Pov Hermione Malfoy

Ela estava terminando de arrumar os presentes debaixo da árvore de natal quando escutou os passos apressados dos seus filhos descendo as escadas. Os dois estavam estranhamente quietos, Hermione estava acostumada com as discussões e risadas dos filhos pela casa. Quando eles estavam na escola, ela sentia que faltava algo muito importante em sua casa. Draco sempre sugeria mais um filho nessas raras ocasiões, deixando-a desconcertada.

Os dois estavam juntos a tanto tempo que ela sabia diferenciar até os mínimos movimentos do loiro. Ela via-se rendida pelo sorriso dele, pelas palavras doces, pelas risadas, pelos gestos singelos e pelos espalhafatosos, Draco sempre tinha uma carta na manga para convencê-la. Quando ele a pediu em casamento Hermione achou que ele estava brincando, por isso preferiu deixar aquele anel guardado, mas no final de tudo ele realmente estava falando sério.

Ela recebeu três grandes notícias naquele ano, ela foi pedida em casamento, tornou-se a Ministra da Magia mais nova da história do mundo bruxo e descobriu a sua primeira gravidez. Draco apoiou ela com muito amor e carinho, sendo um noivo paciente e compreensivo, um funcionário exemplar e um pai maravilhoso. Hermione não conseguia imaginar uma vida mais perfeita! Sem o loiro ela seria incapaz de ir tão longe, de ser tão feliz e completa, de conhecer-se tão bem e descobrir novas experiências.

Os filhos dela jogaram-se no sofá. Scorp largado e Rose com a postura altiva digna de uma rainha.

Scorpius com seus fios loiro platinados, olhos acinzentados e porte físico atlético. Seu filho era a cópia perfeita do pai, um xerox capaz de arrancar muitos suspiros pelos corredores do velho castelo de Hogwarts. Ele estava vestindo uma blusa do time de quadribol da Sonserina e uma calça de moletom cinza, calçando meias pretas e com o cabelo bagunçado.

Ele olhou para ela e disse:

— Mãe, o que vamos comer hoje?

Rose riu do irmão.

Com os fios de cabelos ondulados, menos armados do que os da mãe naquela idade, lisos até a altura da orelha e descendo cacheados pelas suas costas até a altura dos cotovelos, estavam presos em um rabo de cavalo alto. Usando uma calça jeans clara, um suéter rosa claro e calçando pantufas brancas. Os olhos amendoados e astutos, ela podia parecer-se com Hermione, mas Rose era sagaz como Draco Malfoy. Outra herança do seu pai era aquele sorriso torto que ela exibia sempre que estava certa ou vencia alguma partida de quadribol.

Hermione era extremamente grata a Merlin por seus filhos terem herdado a sua vontade de estudar e as habilidades atléticas do pai deles, pois ela era uma negação voando sem o seu loiro no comando.

Rose respondeu:

— Vamos ter uma ceia de Natal Scorp.

Hermione assentiu e completou:

— Teremos alguns convidados especiais essa noite. Então preciso que vocês arrumem a bagunça do quarto de vocês.

Sacorp assentiu e disse:

— Mais tarde, preciso falar uma coisa com você e com o papai. Ele ainda não chegou?

Ela avaliou o filho de cima a baixo, ele estava feliz, mas parecia extremamente inquieto. Ele olhava para os porta retratos procurando alguma mudança.

Hermione respondeu:

— Tudo bem.

Ele assentiu e subiu as escadas indo para o quarto dele.

Percebendo que Rose também estava com uma cara estranha ela disse:

— O que aconteceu com vocês?

 

Pov Rose Malfoy

Ela não sabia muito bem por onde deveria começar. 

Ela sentia que já tinha vivido aquele dia, não só ele, como as duas próximas semanas. Rose sabia que as visitas resumiam-se a sua avó Narcisa, sua Tia-avó Andrômeda com Ted, os Potter e os Zabini. Ela sabia todos os presentes que estavam embrulhados debaixo da árvore e que sua mãe estava grávida de novo.

Ela sabia de tudo isso, mas tinha medo de dizer, porque talvez Scorp tenha consertado tudo.

Rose disse incerta:

— Mãe, quantos meses?

Os olhos da sua mãe arregalaram-se e piscaram incertos.

Gentilmente ela sentou-se ao lado dela no sofá.

— Três meses Rose, mas não planejamos isso, o seu pai…

Rose cortou a mãe de maneira rápida:

— Ele não faz ideia, eu sei. 

Ela apontou para os embrulhos debaixo da árvore e listou:

— Papai comprou um colar para você, Sacorp vai ganhar uma vassoura nova, eu vou receber um kit de poções que eu tanto queria, Ted um Skate trouxa…

Antes que ela pudesse continuar sua mãe colocou as mãos sobre os ombros da filha e disse:

— Você também está sentindo que esse dia está se repetindo?

Rose assentiu.

Sua mãe suspirou derrotada.

— Sinto que isso tem alguma coisa a ver com você e Scorp. Raramente a minha intuição falha quando o assunto diz respeito a vocês.

Rose deu de ombros e o irmão dela apareceu na escada segurando o vira-tempo.

Ao olhar para Scorp parado no topo da escada com o objeto em mãos ela sentiu uma baita dor de cabeça e fleches dele sumindo no meio da estação de trem vieram para sua mente. Ele reapareceu em alguns sonhos dela, sempre confuso e chorando. Deixando Rose com um enorme sentimento de culpa e preocupação.

Rose saiu do sofá na mesma velocidade que sua mãe, as duas correram e abraçaram o menino. Scorp abraçou-as de volta.

 

Pov Draco Malfoy

Algo estava muito estranho naquela véspera de Natal.

Draco dirigiu-se para acasa depois de um turno extra no Ministério da Magia e sem saber porque comprou um grande urso de pelúcia branco com um laço azul, ele sabia que em algum lugar da sua mente Hermione lhe contaria que mais um Malfoy estava a caminho. Draco sempre foi filho único e vendo a interação dos seus filhos percebeu que uma família cheia, barulhenta e calorosa era muito mais agradável. 

A diferença de idade entre aquele bebê e a primeira filha deles seria de 14 anos, mas ele não se importava com isso. O loiro sempre sugeriu um terceiro filho, mas ele entendia que Hermione era uma mulher muito ocupada, ele assistia o Ministério inteiro confrontá-la diariamente, ele não queria ser mais alguém para cobrá-la, mas para entendê-la e confortá-la. 

Chegou em casa deparando-se com a sua esposa e filha agarradas a Scorp na escada.

Sentiu as lembranças enterradas acertarem ele como um raio. Scorp na enfermaria de Hogwarts, seu filho e futuro ruindo diante dos seus olhos. Um medo que ele nunca havia sentido na vida apossou-se dele. Draco subiu as escadas e abraçou-os com carinho, se dependesse dele nunca mais soltaria-os.

Ele disse:

— Vocês também estão sentindo isso?

Scorp desvencilhou-se deles e começou a desculpar-se. Rose seguiu o irmão, mas como ela não tinha as informações depois que ele desapareceu ela deixou ele continuar sozinho. Draco abraçou Hermione por trás, ele sabia que ela estava muito mais sensível do que o normal.

No fim da narrativa ela disse perplexa:

— Eu não me lembro de tê-lo ajudado Scorp.

Ele assentiu e disse:

— Deve ter sido a correção temporal.

Draco negou:

— Não, sua mãe deve ter pedido para apagar as lembranças do futuro que ela viu. Eu acabei de me lembrar dos dias que passei com você, mas não tenho lembrança alguma do momento em que ela te ajudou. 

Rose apontou para o sofá.

— Nós deveríamos sair da escada.

Hermione assentiu e Scorp completou:

— Mamãe quase caiu dela, não foi isso que aconteceu no Natal?

Draco também estava lembrando daquele Natal e das duas semanas seguintes, aquele bebê era um menino. Eles ainda iriam discutir muito para decidir o nome dele.

Devidamente sentados Draco viu sua esposa ser severa com os seus filhos, os dois ouviam calados e assentindo para ela. Ele não se cansava de observá-la e principalmente de amá-la. 

 

Pov Hermione Malfoy

A noite correu como da última vez, mas sem o desmaio na escada. Ela não precisou contar para Draco que estava grávida, ele sabia e sentia-se muito feliz por ser pai pela terceira vez. Rose e Scorp não agiram de forma intempestiva, dessa vez eles foram extremamente carinhosos e independente da diferença de idade entre eles e o irmãozinho eles ficaram felizes. E até sugeriram nomes para o pequeno.

Antes de dormir uma coruja parou no parapeito da sua janela.

Hermione pegou a carta e o frasco transparente que brilhava, a coruja não esperou por uma resposta.

 

Olá Senhorita Granger (Senhora Malfoy), 

Acredito que saiba do que se trata esse frasco. 

                              Minerva Mcgonagall

 

Como Draco estava tomando banho, ela aproveitou aquele momento para entrar no seu escritório e usar a penseira dele. Hermione dispensou esse artefato, não achava ele útil nas suas tarefas diárias, mas para sua sorte o seu marido não concordava com ela. Por isso, eles eram tão bons juntos, eles completavam-se amplamente.

Ela abriu o pote e pode ser invadida por um misto de emoções. Aquelas lembranças carregadas de dúvidas, medo, dor, incertezas foram aos poucos tornando-se calorosas, amorosas, um mar de esperança e uma promessa doce de felicidade. Hermione suspirou e sentiu braços em volta de si.

Com lágrimas nos olhos virou-se de frente para os olhos tempestuosos que ela tanto amava.

Fungando ela declarou:

— Isso é injusto.

Ele limpou as lágrimas dos olhos dela com os polegares.

Com a voz serena ele questionou:

— O que é injusto, Herms?

Ela colocou as mãos sobre os ombros dele. Depois de sair do banho, com o cabelo bagunçado, blusa cinza e calça de moletom preta ele ainda continuava lindo.

Ela declarou:

— Eu acabei de me apaixonar novamente por você.

Ele sorriu amplamente para ela.

— Eu fico feliz por isso.

Ela tirou as mãos dos ombros dele e cruzou-as abaixo dos seios.

— Era para você dizer algo como: “Eu me apaixono por você todos os dias.”.

Ela fez uma tentativa de imitar a voz rouca dele, mas falhou miseravelmente rindo de si mesma.

Ele beijou o pescoço dela e sussurrou:

— Não tenha dúvidas Granger, eu sempre estou de joelhos por você.

Ela assistiu ele afastar o rosto dele dali, ficando corada quando os seus olhos encontraram-se.

Draco sorriu para ela e apontou para a penseira.

— Posso ver?

Ela assentiu e deu a mão para ele. Os dois assistiram aquela confusão temporal e ele viu-se surpreso por entender o que sua esposa tinha acabado de dizer.

Os dois voltaram para o quarto e depois que ele adormeceu, Hermione viu-se admirando as linhas do seu rosto.

As mãos de Draco estavam pousadas de forma protetora sobre o seu ventre ainda liso por cima da camisola de seda preta que ela vestia.

Hermione disse sonhadora:

— Você pode ter os olhos dele, os lábios curvilíneos, o jeito despreocupado e essa aura angelical.

Ela traçou o rosto dele suavemente com as pontas dos dedos. Draco sorriu e virou-se puxando ela para junto de si.

Ele sussurrou:

— Pode ter a cor do cabelo amendoado da sua mãe, os cachos delicados como os da Rose e essa alegria doce e contagiante do seu irmão Scorp.

Hermione riu da declaração sonolenta do seu marido.

Ela colocou as mãos sobre as dele.

— Por favor, seja menos bagunceiro que eles.

Draco riu e colocou o nariz na curva do pescoço dela.

— Boa noite Granger.

Ela sorriu e respondeu:

— Boa noite Malfoy.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Scorp voltando para o futuro, assim nos despedimos dessa história. ^.^
Espero que tenham gostado dessa história!
Até uma próxima Dramione Bruxinhos e Bruxinhas...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um vira-tempo com defeito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.