Renascença escrita por Nunuzes


Capítulo 10
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

É... Chegou o dia.



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Após poucos dias de repouso, Raphael já se sentia bem melhor. Eloise o visitou diariamente, dando-lhe seu sangue. Por fim, o vampiro nem precisava mais ficar de cama, mas fez um pouco de manha para aproveitar uma última noite assim com a garota.

— Mais uma vez, obrigado por toda a atenção durante esses dias.

— Não é nada. – Ela respondeu, dando-lhe um beijo na têmpora. – Estou aqui para o que precisar.

— Falando nisso... Eu precisava que você trouxesse algo para mim da cidade.

— Claro, trago sim. O que seria?

— É... Eu preciso de... - “Pense rápido!” – Cola de madeira. Para amanhã.

— Cola de madeira? – Eloise arqueou uma sobrancelha ao questionar. – Por que precisa de cola assim com tanta pressa?

— Para arrumar a perna de uma cadeira. Fico angustiado se não o fizer logo.

— Certo, então... – Disse, desconfiada. - Trarei cola de madeira amanhã.

— Obrigado.

 

—--xxx---

 

No dia seguinte, Eloise acordou durante a tarde. Precisava comprar algumas coisas e como Raphael havia lhe feito um pedido “urgente” iria aproveitar a oportunidade. Vestiu-se com uma calça, blusa de mangas longas, chapéu e óculos de sol. O dia estava se tornando cada vez mais insuportável para ela, mesmo que estivesse perto do crepúsculo.

Após comprar o item solicitado, passou horas no mercado e ainda pegou trânsito na volta. Quando chegou em casa já era noite. Estacionou perto da porta da cozinha e entrou procurando alguém para ajudar a levar as sacolas. Ficou surpresa ao encontrar os seis vampiros reunidos no grande salão.

— Eloise! Bem a tempo, venha, jogue conosco. – Beliath pousou a mão no ombro da garota, trazendo-a para dentro do cômodo.

— Ah... Na verdade eu preciso tirar as compras do carro antes.

— Então ajudamos você. – Exclamou dirigindo um olhar aos demais homens, como se os intimasse a se juntarem aos dois. – E em troca, você joga conosco! – Ele a arrastou pelo punho, rumo à saída da mansão.

— Ok, ok. Mas gostaria de saber que jogo é esse primeiro.

— Ah, não se preocupe. Você vai gostar.

— É um jogo cheio de desafios – Disse Aaron, que se aproximava.

— Cheio de decepções... – Foi a vez de Ivan se pronunciar.

— Cheio de... Dinheiros!

— Como? Vocês fazem esse tipo de aposta, é? – Os três gargalharam.

— Você já vai entender. Agora vamos levar logo essas... Olha isso, Ivan! Você sabe pra quê serve? – Beliath havia tirado uma caixinha azul de dentro de uma das sacolas e chacoalhava na frente do jovem vampiro. Na embalagem estava escrito em grandes letras brancas: “Tampax”.

— Beliath! – Eloise exclamou, enraivecida. - Se puder foque só em levar as sacolas, por favor. – O vampiro riu e os quatro voltaram para a mansão, guardando apenas os itens que precisavam de refrigeração. Eles pareciam ansiosos para mostrar logo o tal jogo para a garota.

— Finalmente vocês chegaram. – Ethan estava de pé, terminando de organizar a mesa enquanto Raphael e Vladimir estavam sentados.

— Nossa, você conseguiu convencer o Vlad?! Essa vai ser boa! – Exclamou Aaron, também tomando um acento. – O meu vai ser o amarelo, já sabem. – Eloise sorriu ao ver que até o seu vampiro estava ali e resolveu participar. Convidaram-na para sentar e ao olhar para a mesa Eloise percebeu que ali estava um tabuleiro de jogo da vida.

“Eles fizeram tanto mistério para um jogo da vida?”. – Estava um pouco decepcionada, mas acreditou que seria divertido mesmo assim.

— Vladimir, você é solteiro ou é casado? – Ethan perguntava ao vampiro carrancudo enquanto distribuía os pinos azuis e rosas pelos carrinhos coloridos.

— Ethan, você sabe que já não estou com muita paciência-

— Ih, sem paciência... Então é casado.

— Hahaha! Ethan, senta aí. Ninguém começa casado. Vamos logo. – Ordenou Aaron. Eloise já sabia as regras então dispensou as explicações dos vampiros.

Ethan escolheu o caminho da rua, ao contrário de todos os outros que foram pela escola. Por ser uma rota mais curta, seu carrinho estava na frente, apesar de seu salário baixo.

— Minha vez! – Eloise girou a roleta. – Seis... Você ganhou uma aposta!

— Ih, pra quem você vai pedir? – Perguntou a voz calma de Raphael logo ao seu lado.

— Ethan! Paga duzentos.

— O QUÊ? Menina, eu tenho doze dinheirinhos e quatro dívidas no banco!

— Pois volte dez casas, então.

— Ah, não... – Todos da mesa riam do fracasso do vampiro no jogo, até mesmo Vladimir. – Eu só me fodo nessa vida, viu? – O seu carrinho, antes o primeiro, ficou atrás de outros quatro. – Vai, Aaron.

— Três... Você adotou um cachorro. Uhul! Todo mundo me pagando. – Ivan, que cuidava do banco, deu-lhe um pino para simbolizar o cachorro adotado.

— Um cachorro adotando outro? Que ironia. – Aaron rosnou para Beliath como resposta, arrancando mais risadas dos outros da mesa.

— Minha hora de voltar pra frente. – Ethan girou a roleta. – DEZ! Não acredito, deeez! – Ele avançou com o carrinho. – Dia dos namorados. Receba os presentes. Todo mundo pagando o vampirão. Ivan, saca uma namorada aí pra mim. – Ao receber o pino cor de rosa o vampiro o beijou. – Minha Leandra...

Sussurrando perto do ouvido de Raphael, Eloise perguntou. – Quem é essa?

— A irmã gostosa desse filho da puta. – Respondeu Ethan, que havia escutado a pergunta. Ele apontara para Beliath e Eloise ficou surpresa ao saber que o mesmo possuía uma irmã. – Pensa numa mulher que... Ah... Que mulher. – Beliath e Aaron abafaram uma risada. – Calem a boca.

— A minha irmã é uma succubus, Eloise. Uma espécie de demônio que se alimenta da energia sexual das pessoas, o que faz com que ela queira pegar todo mundo.

— Menos ele. – Aaron explodiu de rir após dizer essas palavras. Os demais lhe acompanharam, com exceção de Ethan.

— É... Ninguém me quer mesmo. – O vampiro dirigiu um olhar a Eloise, que percebeu e desviou constrangida.

— Beliath... Como você tem uma succubu se você é um vampiro?

— Simples, somos filhos da mesma succubu. Só que o meu pai era vampiro, o que me faz ser meio a meio.

— Espera, você nasceu vampiro?

— Sim. Não me pergunte como, biologia não é minha área.

— E você é meio inccubu?

— Exato.

— Uau... – Eloise estava surpresa com tais informações. – Bom, isso explica bastante coisa.

O jogo seguiu de forma divertida, terminando com a falência de Ethan e vitória de Aaron. Os meninos guardaram todas as peças enquanto conversavam animadamente.

— Raphael, eu trouxe a cola que você pediu.

— Ah, sim, obrigado. Eu agora vou voltar e descansar um pouco. Me acompanha?

— Com prazer.

Ao chegarem ao quarto, Raphael tirou a peça de roupa dourada que costumava usar, ficando apenas com uma fina camisa bege de algodão.

— Pronto, aqui está seu pedido urgente, sir. – Eloise estendeu a mão em sua direção, entregando o tubo amarelado.

— Obrigado, senhorita, mas... Pensei melhor e acredito que não seja o material ideal para o conserto. O melhor seria usar parafusos.

— E você quer que eu vá à cidade de novo? Procurar parafusos? – A garota estava com as mãos na cintura, sem entender que Raphael pretendia.

— Se possível... Pode trazer seis parafusos ingleses? – Ele se aproximou, envolvendo sua cintura com as mãos.

— Tudo bem... – Eloise desfez o nó do lenço, descobrindo os olhos do vampiro. – Seis parafusos ingleses...

— Isso. – Ele a beijou com paixão, surpreendendo a garota, que retribuiu igualmente. Sua desconfiança já tinha ido pelos ares quando as mãos do outro começaram a passear pelo seu corpo. - Adoro esse vestido. Fica muito bem em você. Principalmente... Essa parte.

Entre um beijo e outro, Raphael deslizava os dedos pelo decote em v do vestido, que deixavam aparecer parte dos seios da garota. Ela arrepiou com o toque e logo sentiu a boca do vampiro descer por seu pescoço.

— Achei que você fosse descansar...

— Mas devo tomar minha dose de sangue antes, não acha? – O corpo quente de Raphael a apertou com tanta força que Eloise podia sentir os botões da camisa dele apertarem sua pele. Ele a segurou enquanto sugava seu sangue pelo pescoço, fazendo a garota revirar os olhos de prazer. Caminhando a passos lentos, Eloise só voltou a si quando caiu de costas na cama. – Ainda me sinto fraco. Vou ter que te morder de novo...

Eloise puxou o rosto do vampiro e o beijou, sentindo o gosto de seu próprio sangue. – Me morda o quanto você quiser. – Raphael tornou a beijá-la enquanto abria os botões da camisa. Eloise o ajudou e logo ele já estava sem a peça.

— E eu posso te morder... Em qualquer lugar? – Ele deslizava a mão pela coxa da garota, quase chegando a seu glúteo.

— Em qualquer lugar. – Sussurrou a resposta e sentiu beijos molhados invadirem seu peito enquanto uma mão atrevida apertava seu bumbum. Ela abriu o botão que prendia as alças do vestido atrás de seu pescoço, dando mais liberdade ao homem, que abaixou o vestido e tomou um de seus mamilos com a boca.

O gemido que ela soltou instigou mais Raphael a continuar com as carícias ali. Chupava e mordia o seio de seu cálice, que só reagia com suspiros de prazer. Parou o que estava fazendo apenas para tirar o vestido da garota e logo deitou seu corpo sobre o dela novamente.

Sua língua deslizava pela parte de baixo dos seios de Eloise enquanto uma mão ameaçou puxar a calcinha dela. Seus dedos a apertaram por cima da renda, fazendo com que ela queimasse cada vez mais.

— Raphael... – Ela o puxou pela nuca e o beijou com fervor. Seus corpos suplicavam um pelo outro. Suas mãozinhas tímidas chegaram ao gancho da calça do vampiro, tocando-lhe por cima do tecido.

— Hum... É isso mesmo que você quer?

— Pergunte menos, faça mais. – Com uma coragem que não sabia de onde veio, ela empurrou o cós da calça do homem, que logo a terminou de tirar, junto com a peça íntima. Eloise pôde observar seu corpo pálido, magro e um pouco definido. Olhou curiosa para a parte inferior de seu corpo, sabendo que ele não perceberia.

Raphael voltou a distribuir beijos pela barriga da garota enquanto seus dedos abaixaram sua última peça de roupa. Separou suas pernas e beijou o interior de uma das coxas de Eloise, trilhando um caminho até sua vulva, aonde lambeu lentamente.

Ela gemeu e se apertou os lençóis da cama, tentando se agarrar a algum resto de sanidade que já não havia mais em seu âmago. Precisava daquele homem, precisava se juntar a ele o mais depressa possível.

— Raphael... – Ela levantou o queixo no rapaz e sentou na cama para poder encontrar com seus lábios. – Eu te quero...

— Eu também te quero, Eloise... Tanto... – Beijando-se, ele voltou a deitar sobre ela, afastando suas pernas e forçando-se contra o corpo da garota.

Ela quase gritou quando Raphael mordeu seu seio no mesmo momento em que se tornaram um. Com os braços enlaçados em seu vampiro, Eloise sentiu um prazer até então desconhecido. Ele ficou parado, sugando o sangue por um momento. Quando parou, roçou os lábios na orelha da garota.

— Me avise qualquer coisa. Se te machucar, se quiser parar...

— Shiii... – Ela o calou colocando um dedo sobre sua boca. – Você fala demais e faz de menos. – Raphael sorriu diante da provocação.

— Ah, é? Quer que eu faça como?... Assim? – Ele havia se retirado quase por completo e entrado de novo no corpo da garota com força.

— Ah! Não... – Ela sorria o instigando e deixando-o cada vez mais excitado. Ele repetiu o gesto, agora várias vezes seguidas.

— As-ssim?

— Uhum... – Os gemidos de ambos foram abafados por um beijo caloroso enquanto seus movimentos aumentavam ainda mais a velocidade. Seus corpos se chocavam várias vezes, causando em ambos sensações únicas que tornariam essa noite inesquecível.

 

—--xxx---

 

Eloise acordou depois de excelentes horas de sono. Após ficar até o último minuto nos braços de Raphael, a jovem decidiu ir dormir em seu quarto, já que precisaria acordar durante o dia. Foi até a cidade e vasculhou todas as lojas possíveis em busca dos tais parafusos ingleses que Raphael pedira.

— Moça, nós já vamos fechar. O que você procura?

— Oi, estou procurando parafusos ingleses. Já é a terceira loja que venho. Não consigo encontrar.

— Hahaha! É porque não existe parafuso inglês.

— Oh. É...

— Devem ter lhe falado o nome errado.

— Bom, então... Eu vou verificar com quem pediu. Obrigada.

Eloise saiu bufando da loja após saber que o que tanto procurava não existia. A lua reinava no céu, lembrando-a que Raphael já estaria acordado e ela poderia lhe perguntar sobre essa história. Ao chegar em casa, não precisou se esforçar muito para encontrar seu vampiro.

— Boa noite, Raphael.

— Boa noite. O que houve? Você parece-

— Frustrada? Procurei o tal parafuso inglês que você pediu em três lojas, fiquei duas horas rodando a cidade pra descobrir que ele não existe.

— Ah, eu disse parafuso inglês? Quis dizer parafuso francês. – O vampiro mantinha um sorriso no rosto. – Talvez amanhã você-

— Raphael, você parece que está tentando me tirar de casa, o que está havendo? – Perguntou, cruzando os braços. O homem suspirou, derrotado.

— Tudo bem. É verdade, eu quis que você saísse.

— Ué, mas... Pra quê?

— Por favor, não se zangue... Eu queria te preparar uma surpresa. – Foi apenas nesse momento que o humor de Eloise mudou. Uma surpresa? O que ele estaria inventando? – Venha cá... – Ele ofereceu a mão e ela prontamente aceitou. Seguiram até o grande salão. Raphael puxou uma cadeira e ofereceu para a garota sentar. Ela o fez, curiosa.

— Então, o que seria essa surpresa?

— Por favor, considere que sou apenas um cego iniciante. – Ainda com o sorriso no rosto, Raphael virou-se e caminhou até o piano. Após se acomodar e colocar as duas mãos no teclado, as notas iniciais tão conhecidas de “Fur Elise” começaram a ecoar no ambiente.

Os olhos de Eloise se encheram d’água ao ver seu amado tocar sozinho a música que ela havia preparado com partituras em relevo. Então era isso o que ele estava fazendo, era por isso que ele queria que ela saísse da mansão... Para praticar sozinho.

Raphael parou antes do final da música, após ter errado alguns tempos e atrasado poucas notas. Antes que pudesse falar qualquer coisa o corpo de seu cálice o envolveu.

— Você conseguiu, meu amor. Eu sabia que você era capaz. – As lágrimas escorriam e molhavam o rosto do vampiro que, desta vez, estava sem a venda nos olhos.

— Eu chamo essa música de “Fur Eloise”, para Eloise. Aquela que me inspirou, me ensinou e me trouxe de volta uma paixão abandonada. – Uma lágrima também escorreu de seus olhos brancos. – Você é minha musa inspiradora, Eloise. Eu te amo. Com você eu pude enxergar a beleza do mundo novamente. - Eloise sorriu encantada com a declaração.

— Eu também te amo, Raphael. Você é meu novo mundo, minha razão de viver.

Abraçados, se beijaram com toda a paixão acumulada em seus corações. O amor mais sincero prevalecia entre os dois. Amor pela música. Amor pela arte. Amor um pelo outro. Ambos renasceram juntos, e viveriam juntos todo esse amor.


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Notas finais do capítulo

No cômodo ao lado, Vladimir gritava.
— RÁPIDO, IVAN! É O CAMINHÃO DO GÁS, VAI LÁ COMPRAR PRA NOIS!
.
.
E então, o que acharam? Leriam outra fic minha nesse mesmo universo?
Obrigada à todos que acompanharam essa saga o/ Voltar a escrever me fez um bem danado, ainda mais nessa quarentena, e ter vocês aqui lendo me encheu de alegria. ♥



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