O Último Final Feliz escrita por Flor Da Noite


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bom?
Trouxe mais um capítulo para vocês. Quero tentar postar toda semana, mas estou me esfoçando bastante para que essa história fique boa, então não tenho certeza ainda.
Enfim... Espero que gostem desse cap.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790819/chapter/6

Atravesso o corredor lentamente. O barulho da sola de borracha do meu tênis batendo no chão do corredor vazio ecoa e transforma aquele barulho em algo irritante, causando-me uma ansiedade crescente.

O que será que aquela bruxa quer?

“Williams, você parece bem ferrado” a voz de Megan repete-se várias vezes em minha cabeça, me causando arrepios pela espinha. A vaca ainda sorriu como se aquela notícia tivesse melhorado o humor dela.

Garota estúpida.

Vejo a porta da sala da senhorita Clark ao lado esquerdo do corredor. Engulo em seco, já precipitando uma bronca por algo que nem tenho ideia do que pode ser. Para falar a verdade, tenho tentado ao máximo ser um aluno centrado e comportado na aula daquela bruxa, até mesmo as conversas eu diminuí.

Quando estou de frente á porta de madeira estendo minha mão e bato duas vezes. Após alguns segundos ouvindo minha própria respiração – que está bem acelerada, aliás – ouço uma voz mandando-me entrar.

— A senhorita queria me ver? – Pergunto tremulante. A mulher estava sentada a mesa, corrigindo umas tarefas. Ela me olha de uma forma que pareço estar encarando o próprio diabo.

— Sim. Eu tive de mandar a senhorita Locke chamar-lhe porque aparentemente minha aula é uma grande piada para você.

Eu diria que é mais um inferno que uma piada. Mas, felizmente, fiquei bem quietinho.

— Eu não estava cabulando aula senhorita Clark. O treinador convocou todo o time para uma reunião de última hora, ele ainda nos disse que não seríamos penalizados por isso.

— Não cabe ao treinador dizer isto, continua sendo meu horário de aula. Mas não foi pra isso que lhe chamei. – Ela remexe na mesa até encontrar uma folha a qual ela bate com força na mesa. – O que é isso?

            - A minha redação. – Concluo ao analisar a folha.

— Eu estou me referindo aos garranchos nela. Palavras aleatória, sem conexões nenhuma, letras trocadas... Isso é uma piada para você?

— Não, desculpe, eu...

— Não quero ouvir desculpinhas fajutas. – Ela me interrompe e se levanta, me puxa pelo braço até a porta, parando só quando estou do lado de fora. A bruxa cruza os braços. – Detenção, senhor Williams, além de um belo zero. Uma semana de detenção para você, começando por hoje.

Não, não, não. Eu não fiz nada! E o jogo? Se eu pegar detenção hoje não posso jogar amanhã.

— Mas amanhã eu tenho jogo, senhorita Clark! Não posso perder, estão todos contando comigo! É o último jogo da temporada!

— Devia ter pensado nisso antes de brincar com a redação.

— Eu não brinquei! Aquilo...

— Não se exalte. – Ela me repreende de novo e aponta para o corredor, me despachando. Desisto de tentar argumentar com ela, parece uma mula surda. Vou andando cabisbaixo pelo corredor.

Eu não brinquei com a redação. Anne saberia como resolver, mas ela sempre fica muito chateada com essa situação, e eu não quero incomodar ela de novo.

 ...........

— Que merda você fez moleque? – O treinador aparece na minha frente enquanto saio com Tony para lhe ajudar a carregar umas caixas com o material da festa de formatura do ano anterior até o carro. Ele e alguns outros alunos vão ver o que dá pra reutilizar para a festa deste ano. – Merda, o jogo é amanha Jake.

— Eu não fiz nada de errado senhor, mas a bruxa... a professora Clark não me ouve, ela não me deixou explicar.

— Se eu não precisasse tanto de você nesse jogo te deixava nessa, moleque. Mas como eu preciso, vou tentar falar com ela. Duvido que ela vá cancelar sua detenção, contudo vou tentar adiar para segunda.

— Obrigado Treinador.

— Espero que dê o seu melhor nesse jogo – Ele aponta o dedo na minha cara e sai andando.

— É incrível como você se mete em encrenca Jake. – Tony ri. – Parece até magica.

Estou prestes a fazer alguma piada quando vejo algo ao longe. O homem que eu vi atrás de Megan também me encarava e com um sorriso arrepiante.

......

— Senhor? Senhor? Ah... Vendedor? Olá, você está aqui?

Argh, ficou me perseguindo por tempos e agora que preciso dele, o homem não da as caras.

— Vendedor? Velho do jaleco?

— Olá, Guardiã. – Vejo a fumaça colorida rastejar pelo chão e criar – o que imagino ser - uma barreira para os olhos dos outros. Viro-me lentamente e ele está lá. O homem vestido com o grande jaleco que – agora sei – tem vários objetos escondidos.

— Guardiã? Eu não estou entendendo mais nada. Nada! Eu só quero que minha volte ao normal. Eu incendiei a escola de uma forma que eu em mesmo entendo. E hoje fui abrir esta caixinha que você me deu e parecia que estava sendo atacada por uma chuva de fogos de artifícios. Essa maldita pena de ouro nem funciona!

Balanço a caixinha na frente do homem, mas ele continua com a expressão serena e tranquila. Não sei o que me faz verdadeiramente surtar, mas sei que surto. Surto de uma forma que nunca havia surtado. Taco a caixa no chão no meio disso. Mas ele não se enfurece, simplesmente me vê surtar até cair de bunda no chão, com as pernas juntas e a cabeça apoiada.

— Acalme-se Guardiã. – Estou prestes a dizer-lhe que não sou guardiã nenhuma, mas ele não me deixa tempo. – A pena designa dois guardiões por vez, não importa se estejam a milhares de quilômetros ou em casas próximas. Ela só vai parar de brilhar quando for aberta na presença dos dois Guardiões.

Ele me estende a mão e me ajuda a levantar. Estou tão cansada, três dias que eu mal durmo por causa disso tudo e ainda fingir que está tudo bem, porque se eu não fizer isso vão me achar louca. Tenho de reunir forças para perguntar:

— Como eu irei saber quem procurar?

— Você não saberá até encontrar. Talvez isso demore horas ou... talvez nunca acontecerá.

— Mas você nem disse o que devo guardar sendo Guardiã. – Murmuro.

— Mais perguntas só serão respondidas perante aos dois guardiões. – O vendedor diz e vejo a fumaça começar a dissipar-se. Ele pega a caixa do chão e a recoloca em minhas mãos. – Um presente precioso para uma mente preciosa. – Repete com uma voz já distante, de repente ele nem está mais lá.

A nuvem se dissipa e eu estou novamente no mundo normal, onde alunos circulam por todas as partes, murmurando e fofocando sobre a vida. Completamente alheios à minha existência, completamente alheios a qualquer coisa que não seja o próprio mundo.

— O que está acontecendo? – Suspiro assustada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, isso ajuda de verdade.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Último Final Feliz" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.