O Príncipe de Slytherin escrita por BPortela


Capítulo 1
CAPÍTULO 1 - A Reunião Começa


Notas iniciais do capítulo

Harry Potter e o Príncipe de Slytherin é uma releitura da saga Harry Potter escrita por J.K Rowling, na qual Harry tem um irmão gêmeo, James Jr. (ou Jim), e foi selecionado para a Slytherin (como já deixado claro na sinopse). Esse Harry é muito diferente do Harry dos livros. Ele é mais amargo, mais inteligente e tenta a todo custo se provar melhor que o irmão.

COISAS IMPORTANTES: Essa fanfic atualmente possui 132 capítulos e o autor está quase no final do 3º livro, então ainda vem muita coisa pela frente. Eu provavelmente irei postar todos os capítulos nessa mesma história, mas, se for do desejo de vocês, eu posso dividí-los de acordo com cada livro. O primeiro capítulo se passa durante o 4º ano e é o Prólogo da história. No segundo capítulo, nós voltamos para 1981 e é mostrado o porque que Sirius, mesmo com os Potters vivos, acabou indo pra Azkaban. E no terceiro capítulo, o 1º ano de Harry finalmente é iniciado. Então, não se preoucupem com a linearidade da história nesses dois primeiro capítulos porque ela vai ser bem linear a partir do terceiro.

Espero que gostem e boa leitura!



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28 DE JUNHO DE 1995

(SETE DIAS DEPOIS DE LITTLE HANGLETON)

ESCRITÓRIO DO DIRETOR

Harry parou em frente a um espelho convenientemente colocado em frente à gárgula que guardava a entrada para o Escritório do Diretor. Ele já estava atrasado, mas como estava um pouco zangado com Professor Dumbledore, colocou estar apresentável acima de ser pontual e tomou certo tempo para ajustar a gravata verde e prata e para ajeitar alguns fios de cabelo que estavam fora do lugar. Os homens da família Potter eram tipicamente conhecidos pelos seus cabelos rebeldes, uma das muitas razões pelas quais ele sentia prazer em não carregar mais esse sobrenome. Satisfeito com sua aparência, Hadrian Remus Potter (“Harry” para seus amigos, seus professores e praticamente qualquer outra pessoa no mundo, exceto um pequeno punhado de burocratas particularmente oficiosos) voltou-se para a gárgula, disse a senha — “Goo-Goo Clusters”, um doce americano, cujo nome o fazia parecer horripilante, descoberto pelo diretor — e subiu as escadas.

“Entre, Harry”, disse Dumbledore de dentro do escritório antes mesmo que Harry tivesse a oportunidade de bater na porta. O jovem Slytherin suspirou. Ele nunca seria tão mal-educado ao ponto de falar isso em voz alta, mas em privado, sempre achou rude que o Diretor convidasse as pessoas a entrarem antes delas sequer baterem na porta, como se fosse uma maneira do velho afirmar dominância sobre seus visitantes antes mesmo deles entrarem em seu escritório. Também, já haviam se passado quatro dias desde o desastroso fim do Torneio Tribruxo (cujo nome original havia sido preservado, por alguma razão boba que Harry não conseguia entender, mesmo depois da adição de dois outros participantes) e só agora que o Diretor finalmente havia decidido que era hora de falar com ele novamente.

“Um pouco relaxado demais,” Harry pensou, “visto que um homem-cobra lunático acabou de voltar dos mortos e está à solta com um exército de Puro-Sangues terroristas em seu encalço.”

Não que ele estivesse ansioso por essa reunião. Harry havia perdoado Dumbledore anos antes por ter o colocado para viver com os Dursleys, mesmo que o Diretor tivesse sido apenas indiretamente responsável por isso, mas o Slytherin ainda se irritava com os esforços do velho homem em fazer com que ele perdoasse a família de onde ele tinha sido expulso e da qual ele havia orgulhosamente se afastado. Por isso, Harry não ficou surpreso com a tensão instalada no ambiente assim que ele abriu a porta.

No centro da sala estava Dumbledore que, pela primeira vez, não estava com os olhos azuis cintilando em direção a Harry. Em vez disso, ele parecia sério. Na verdade, hoje, o Diretor aparentava ter sua real idade. Por um segundo, Harry se sentiu quase preocupado, mas lembrou que tinha suas razões para estar zangado com o homem e reprimiu essa preocupação.

“O retorno do Lord das Trevas já era ruim o bastante! Mas usar o torneio do velho para conquistar esse retorno? E com a ajuda de um dos melhores amigos do Diretor, que se revelou um Comensal da Morte que estava agindo bem debaixo do nariz dele? Ridículo! Isso nunca teria acontecido se Dumbledore fosse da Slytherin!”

Então, irritado com seu próprio aborrecimento, Harry levou um tempo para se recompor. “A emoção desenfreada é inimiga da astúcia e adversária da ambição”, as memórias de Slytherin haviam dito e Harry tinha tomado essas palavras como lema de vida praticamente desde o primeiro dia em que ele as havia lido. Se ele soubesse bordar, a frase estaria pendurada sobre a sua cama, bordada e emoldurada. Em todo caso, a volta de Voldemort fez de Harry e Dumbledore aliados, independentemente de seus conflitos passados.

À direita de Dumbledore havia uma cadeira vazia, aparentemente guardada para ele. Sentadas ao lado da cadeira, haviam duas pessoas que Harry ficou satisfeito em ver: Severus Snape e Sirius Black. Snape, obviamente, era o Diretor da Casa de Harry. Depois de uma introdução conflituosa, Harry e o Mestre de Poções estabeleceram uma trégua que eventualmente serviu para o florescimento de uma relação relativamente amigável (nos conceitos Slytherin, pelo menos) de mentor-aprendiz. Lord Black, pálido e magro, ainda mostrava sinais do tempo que havia passado preso injustamente em Azkaban, mas isso não o impediu de adotar Harry como seu Herdeiro, para o choque de praticamente toda a população bruxa da Grã-Bretanha. Harry via o seu papel no bem-sucedido resgate de Sirius e na reivindicação do título nobiliárquico de Black como um de seus maiores feitos, superado apenas pela difícil tarefa de fazer Sirius e Snape deixarem o ódio que era recíproco desde a adolescência de lado para formarem uma aliança um tanto instável. Os inimigos mútuos dos três foram um importante fator para essa conquista.

Falando em inimigos, à esquerda da mesa do diretor sentavam os Potters — James, Lily e o filho deles, James Jr. (Jim para seus amigos, O-Garoto-Que-Sobreviveu para seu adorado público e O Idiota Supremo do Universo de acordo com uma camiseta que Harry havia dado para ele como presente de seu décimo terceiro aniversário). Apesar de ser gêmeo de Harry, os dois podiam ser facilmente diferenciados pelos cabelos bagunçado de Jim, pelas constantes atitudes tipicamente Gryffindor do garoto em relação à vida e pela pequena cicatriz na têmpora esquerda dele que se assemelhava bastante à letra “V”. Harry também tinha uma cicatriz para chamar de dele, um pequeno relâmpago sem relação aparente com o Lord das Trevas, atribuída a um pedaço de alvenaria que havia, supostamente, caído no garoto. Assim pensava a maioria das pessoas — a Professora de Runas Antigas de Harry sabia perfeitamente que a cicatriz em forma de raio não poderia ser uma representação melhor de Sowilo, a runa nórdica do poder e da vitória, mas, sendo tão astuta quanto o próprio Salazar Slytherin, ela tinha guardado essa informação para ela, já que, afinal, conhecimento é poder.

Assim que Harry entrou, Potter Pai e Potter Filho voltaram-se para ele com olhares raivosos, que eram tão característicos quanto previsíveis. “Honestamente”, ele pensou “Não é minha culpa se os dois continuaram confiando nas pessoas erradas.” Lily Potter nem sequer olhou para o filho mais velho, mas ele também não fez questão de estabelecer contato visual com a mulher. As razões que separavam ela e Harry eram muito diferentes das que separavam ele e seus antigos pai e irmão. Ainda, elas eram, talvez, até mais difíceis de serem deixadas no passado.

“Você está atrasado”, disse James friamente.

“Estou?” Harry respondeu de forma animado enquanto ocupava o lugar vazio “Na verdade, não me lembro de ter sido me dado uma hora específica para chegar aqui. Apena instruções para vir o mais cedo possível. Esperei até que Theo tivesse partido para Grimmauld Place e depois vim imediatamente.”

“Isso não é desc - !”

“Sim, obrigado, Lord Potter”, Harry disse ainda mais alegre com o sorriso que ele geralmente reservava para pessoas densas demais para sutileza. “Suas observações foram assimiladas. Vou esforçar-me para ser mais pontual no futuro.” Depois, dirigiu-se ao Diretor, enquanto seu pai biológico fumegava. “Felizmente, estou aqui agora. Diretor?”

Dumbledore permaneceu em silêncio por vários segundos. Harry arqueou uma sobrancelha. Finalmente, o velho diretor falou. “Antes de tratarmos do assunto, me diga — como está o jovem Theo?”

O sorriso de Harry vacilou por um segundo antes de se recompor. O tratamento que a escola tinha oferecido a Theo havia sido … Um tópico doloroso para ele durante algum tempo. Embora isso não tivesse sido culpa de Dumbledore, ele também não fez muito para ajudar.

“Theo Sem-Nome está tão bem quanto o esperado, senhor. Não sei se Sirius lhe contou, mas assumindo que as questões legais podem ser resolvidas, ele o adotará formalmente sob o nome de Theo Black. O que acho excelente porque, francamente, sempre quis um irmão.” Harry resistiu a tentação de lançar um olhar de desdém em direção a Jim depois dessa última afirmação. Afinal, há um bom tempo ele estava fazendo campanha para os Slytherin desdenharem das coisas com menos frequência. De qualquer jeito, era mentira — assim como Neville Longbttom, há anos que Theo já era um irmão para Harry em todos os aspectos que importavam. É claro, ele não poderia esquecer daquele breve intervalo de tempo em que Harry realmente pensou que ele e Jim … Mas não, esse tempo tinha passado e não fazia o mínimo sentido remoê-lo.

Jim fungou. “Vocês, cobras, merecem uma à outra”, murmurou ele. “Deveriam até tatuar Marcas Negras iguais.”

Harry revirou os olhos. Aparentemente, o outro garoto ainda estava chateado pelo que havia acontecido no cemitério em Little Hangleton, mesmo que a astúcia Slytherin de Harry os tenha salvado depois de o complexo Gryffindor de herói de Jim os ter conduzido ao desastre, de novo. Realmente, típico. Sirius rosnou de forma audível em resposta à provocação de Jim e James ficou tenso em resposta. Felizmente, antes que as varinhas se tornassem visíveis, Dumbledore estourou.

“Já chega! Todos vocês! O tempo para esse conflito já passou! O Lord das Trevas está de volta, e esse é um fato que o Ministro da Magia se recusa a reconhecer. Voldemort está recrutando Comensais da Morte para o lado dele à medida que nós nos falamos. As coisas … As coisas mudaram.” A voz do Diretor quebrou nessa última palavra, surpreendendo todos aqueles que o consideravam um exemplo de autocontrole. “Por causa disso, Jim, você vai cessar com essa constante implicância com seu irmão e o resto dos Slytherin. Apesar de ser verdade que a Casa de Salazar Slytherin sempre teve fortes laços com o Lord das Trevas no passado, não posso ignorar tudo que Harry fez para persuadir muitos dos colegas de classe dele e suas respectivas famílias a rejeitarem Voldemort. E eu não vou tolerar que essas frágeis alianças sejam minadas pelo preconceito da Casa Potter, o qual eu venho tolerando por bastante tempo!”

Jim se encolheu na cadeira em que estava sentado, assim como James. Após explodir, Dumbledore pareceu se esvaziar a medida que sua raiva se dissipava. Harry esbugalhou os próprios olhos. Ele nunca tinha visto o Diretor falar com O-Menino-Que-Sobreviveu daquela maneira.

“Agora, antes de tratarmos do assunto principal dessa reunião, eu gostaria primeiro de discutir as atuais atitudes do DELM e do Wizengamot em relação ao retorno de Voldemort. Nós … Nós talvez não tenhamos uma oportunidade para falarmos sobre esses assuntos mais tarde.” Black e Potter Pai se encararam friamente antes de Sirius acenar com a cabeça ao seu antigo amigo. James voltou-se a Dumbledore novamente e começou seu relatório sobre o estado do DELM. Harry se inclinou para trás na cadeira.

As coisas mudaram” Dumbledore havia falado. Harry olhou para as três pessoas que deveriam ter sido a família dele. Mas, de algum modo, eles nunca estiveram à altura dessa tarefa, então Harry desistiu deles e saiu a procura de uma família própria. “Algumas coisas nunca vão mudar.” À medida que a voz de seu pai biológico foi se fazendo menos presente na mente do garoto, Harry pensou nas escolhas — algumas dele, a maioria feita por terceiros — que o levaram até ali.


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Notas finais do capítulo

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