I'll Get It Back escrita por Arcchan


Capítulo 1
Single Chapter — She Is The Only One




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I’ll Get It Back

By: Archie-sama

Single Chapter — She Is The Only One

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Capítulo Único — Ela é a única

 

Eu não quero perder parte de mim
Irei recuperar aquele pedaço quebrado?
Liberte-se e libere todos os sentimentos
Será que esperávamos por isso? 
Iremos deixar isso ir?
Estamos enterrados em sonhos quebrados
Estamos ajoelhados sem um apelo
Eu não quero saber como é viver sem você
Não quero conhecer o outro lado... 
...de um mundo sem você
The Other Side — Ruelle

 

Eren Jaeger não tinha tempo para pensar em romance. No mundo caótico em que vivia, e nas circunstâncias em que estava inserido, até mesmo ter tempo para respirar podia ser considerado um privilégio. Estar vivo, e lutar para permanecer assim, era tudo o que importava. Porém, quando se pegava imaginando o futuro que desejava para si, ou ansiando o momento em que teria sua família completa outra vez, Mikasa era a única que aparecia em sua mente. 

Ele estava sempre ansioso para dar mais um passo à frente em relação ao futuro da humanidade. O fardo em seus ombros era pesado demais para suportar e muitas vezes não conseguia nem dormir; seu desejo de que aquilo chegasse ao fim estava sempre lá, espezinhando-o, tornando-o alguém desesperado por mudanças e resultados. 

Eren era humano, afinal. Ainda que possuísse poderes de titã, sua natureza mundana seria sempre predominante. E, como tal, ele não podia evitar ser acometido por aquela enxurrada de sentimentos. Eren sabia que não podia fugir da própria consciência, a qual vivia cobrando dele algo que, na maioria das vezes, não estava sob seu controle. Seu único alívio era saber que não estava sozinho, que tinha amigos preciosos com quem contar. Era quando se lembrava disso que ele percebia que não adiantava sofrer em antecipação, as coisas aconteceriam quando tivessem que acontecer — mesmo que para isso precisasse forçar certas situações. 

Então, quando chegavam as noites em que estava livre — o que realmente não acontecia com muita frequência —, finalmente se permitia parar e deitar. A exaustão fazia-lhe companhia madrugada adentro, e tudo em que se dava ao luxo de pensar, tentando fugir das cobranças que sua própria mente impunha, era no futuro. 

Como as coisas seriam quando tudo aquilo acabasse? Isto é, se ele ainda estivesse vivo... De que forma ele gostaria que fossem? E, como algo que estava além de sua compreensão naquele momento, se lembrava dela.

“Eren… Quando recuperarmos a muralha Maria… e derrotarmos todos os inimigos que nos atacam… Seremos capazes de voltar? Voltar àqueles dias…?”

Não. Por mais que quisesse, as coisas não poderiam ser como antes… Tinha plena consciência disso. Muito havia acontecido e mudado até ali. Nada mais era o mesmo. Eles não eram os mesmos. Mas, por aquele ser o seu desejo, e principalmente o dela, faria de tudo para torná-lo realidade. 

Porque era ela quem estava ao seu lado desde o começo. 

Foi com Mikasa que Eren compartilhou diversos tipos de momentos, fossem bons ou ruins — ainda que a tragédia prevalecesse em suas vidas na maioria das vezes. Mas ele ainda se lembrava de quando, ambos sentados à mesa observando a mãe dele cantarolar enquanto preparava o jantar, a garota se virou e os olhos dela brilharam. Em seguida, um sorriso amável e tranquilo surgiu nos lábios pequenos. Era a primeira vez que ele via Mikasa com uma expressão tão confortável. "Isso é divertido", ela disse. E, para aquele garoto encrenqueiro e sem amigos, saber que ela gostava de sua companhia foi como ganhar o melhor dos elogios.  

Sempre que Eren estava prestes a colapsar, era ela quem o pegava e o erguia, incentivando-o a continuar. O dia em que descobriu que Annie era uma traidora, por exemplo... Não era exatamente algo de que ele gostava de lembrar. Foi naquele fatídico dia que ele tomou um choque de realidade, percebendo que não deveria distribuir sua confiança tão facilmente. 

Entretanto, seu coração se acalmava quando pensava em Mikasa. Poderia depositar toda sua confiança nela e sabia que nunca seria decepcionado. Quando se via a ponto de perder as esperanças, de desistir e entregar as armas, era Mikasa quem o trazia de volta à razão. E, se ela não tivesse feito isso naquele dia, talvez ele continuasse a hesitar... E certamente as coisas teriam se complicado. 

No fim, Mikasa Ackerman estava sempre lá, fosse em momentos de paz ou nos presentes tempos de tragédia. E ele não poderia desejar que fosse diferente. 

Era ela quem o impulsionava adiante. Para a luta. Sempre em frente. Muitas vezes não suportava ser protegido, porque julgava ser esse o seu papel — como foi no dia em que se conheceram —, não o dela. Queria estar à frente dela, ser o seu muro de defesa, contudo era ele quem constantemente estava às suas costas, tentando alcançá-la. Isso o irritava muitas vezes, porque detestava sentir-se inútil. Queria ser forte o bastante para protegê-la. Porém, mesmo quando descontava suas frustrações nela, Mikasa nunca desistia e nem se distanciava.

Ela se dizia grata por tê-la ensinado a viver, por não ter deixado que ela desistisse, por ter enrolado aquele cachecol em volta dela… Mal sabia ela que, por todas essas coisas, era ele quem estava mais grato. Porque, na verdade, ele foi o único a ser salvo por ela. Mikasa era a forma física da sua sanidade, e estar com ela, poder tê-la ao seu lado, era o suficiente para que seguisse em frente.

“Eu vou envolvê-lo em torno de você novamente. De novo e de novo. Para sempre”ele havia dito. Porque o para sempre era sua resposta definitiva para demonstrar o que sentia por ela. Era a prova de que, não importando as circunstâncias, estariam sempre juntos. 

Mikasa não era sua irmã, muito menos algo parecido com uma figura materna, mas ela era sua família. Era seu apoio, seu aconchego… Algo como um forte onde ele buscava refúgio. Um porto-seguro. Por ela sempre voltaria para casa, para onde pertencia. Porque pertencia ao lugar em que ela estivesse, fosse em presença ou mesmo em lembranças. Ela era a única que tinha tudo de si. 

Suas responsabilidades estavam sempre batendo à porta, sempre lhe lembrando de que tinha deveres a cumprir. Todavia, era quando anoitecia e tudo se silenciava, e quando todas as luzes se apagavam, que ele podia mergulhar dentro de si mesmo e revisitar seus desejos mais profundos e não ditos. 

Um lar para o qual voltar, e uma família para dizer “estou em casa”. 

E, qualquer que fosse a cena que conjeturasse, Mikasa era a protagonista principal. 

Ele não sabia ao certo quando começou a se sentir assim em relação a ela, pois, no fim das contas, continuava sendo alguém com muitas outras coisas em que pensar, com muito mais a se preocupar. Mas foi assim que aconteceu e era assim que a enxergava.

As coisas jamais poderiam ser como eram antes, isso era um fato. Eles estariam marcados para sempre pela dor… Pelo ódio e sofrimento do presente. Mas aqueles tempos… Aqueles dias em que viviam como uma família, em que sonhavam e o mundo era pequeno demais para eles, em que eram jovens e as preocupações dos seus dias eram outras totalmente diferentes… Ele os traria de volta. Iria pegá-los e agarrar-se a eles num aperto de ferro, sem nunca soltar. Faria o possível para colocar um fim naquela guerra que era travada há séculos.

E não importava se Eren não tinha tempo para pensar em romance. Porque, no fim de tudo, sempre seria ela. Mikasa. Ela era a única a estar gravada em seu coração de semelhante maneira. Não havia ninguém que representasse para ele tudo que ela era ou haveria de ser. 

“Não importa o que aconteça, ou quanto tempo passe... Tudo o que perdemos… eu pegarei de volta.”

E o restante de seus dias seriam totalmente dedicados a isso. 


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