Casa do Cascão, 15 h

Cebola foi pra casa do sujinho depois da aula, jogaram e conversaram coisas aleatórias até que o mesmo resolveu contar seu plano de conquistar a Mônica ao amigo que o ouvia atentamente.

— Então cê vai usar o fato de que eu e a Magali estamos mais próximos, oque deixou a turma mais unida nesses últimos meses, pra poder ficar mais perto da Mônica e conquistar ela as nossas custas? - pergunta indignado.

— Isso mesmo! - afirma sorrindo e depois se da conta do que o amigo falou – Opa! Não é bem assim, não quero usar vocês, eu só queria aproveitar a situação.

— Sabe que é muito mais fácil chamar a Mô pra sair logo e ver no que dá em vez de bolar esses planos infalíveis que nunca dão certo – diz revirando os olhos.

— Ah, sim. Igual oque você e a Magali andam fazendo ultimamente né? - pergunta dando um sorriso malicioso nos lábios.

— Exatamente! - arregala os olhos ao se dar conta do que havia dito – Q-quer dizer, igual mas diferente, a gente não tá saindo, bom a gente tá saindo, mas não saiiiindo, não daquele jeito.

— Acho que alguém ficou nervoso – diz em meio as risadas – Não tem problema vocês estarem saindo cara, são solteiros e desimpedidos.

— Sei lá, careca… é complicado – fala se sentando - Nunca vi ela de outra forma, nos aproximamos mais recentemente. Mas ela não me vê dessa forma também, ela só esta me ajudando, mesmo que eu sinta que não precise mais, ainda quero a companhia dela, quero estar com ela… - dá um sorriso - Ela me faz bem e me faz esquecer os problemas a minha volta, mas é apenas amizade, nada mais.

— Se ela te faz sentir tudo isso, deve ter algum sentimento ai no fundo, ainda mais que agora as coisas podem ser diferentes, vai que essa amizade vira algo a mais – sugere ao amigo.

— Não viaja, careca. Somos apenas amigos… - será? Pensou.

— Só acho que podem ser mais que isso, vai que ela sente o mesmo mas não se abre por pensar o mesmo que tu? E dai que se conhecem desde criança e sempre foram amigos? Eu e a Mônica é o mesmo, mas ainda não criei coragem o suficiente pra mudar isso, então é aquele ditado, faça oque eu falo e não faça oque eu faço. Então não perca essa chance de tentar ser feliz de novo – diz e deixa Cascão de queixo caído ao ouvir aquilo de Cebola, não esperava que o amigo soubesse tanto sobre esses assuntos, já que sempre ficava naquele chove e não molha com a dentucinha.

— Bah, careca… Estou surpreso contigo ein – diz dando uma risada – Mas acho que tu possa estar certo, talvez eu deva tentar algo.

Casa da Magali, 15 h

Enquanto os meninos estavam conversando na casa do Cascão, Mônica e Magali faziam o mesmo, estavam comendo besteiras, ouvindo música, rindo e falando coisas aleatórias até que a comilona resolve perguntar.

— Ei, Mô… Como tu soube que gostava do Cebolinha? - pergunta relembrando o apelido de infância.

— É difícil dizer ao certo, tu só sente… Na verdade, teu corpo sente antes de ti – explica – teu coração acelera ao ver a pessoa, tu sente borboletas no estômago. É uma sensação única e gostosa. Tu nunca sentiu isso com o Quim? - pergunta estranhando esse questionamento do nada.

— Não sei dizer, estamos juntos desde criança, então era normal estar com ele. Gostei muito dele, mas não senti nada disso – diz dando de ombros.

— Entendi. Mas essa pergunta do nada…. Ta gostando de alguém, amiga? - pergunta arqueando as sobrancelhas.

Estranhou essa pergunta repentina, fazia um ano que Maga estava solteira, claro que já havia saído com outros caras, mas só agora vinha com esses papos, notou que desde que começara a passar mais tempo com o Cascão, seu semblante havia mudado, estava mais feliz, saía mais, sorria mais. Talvez ela nem saiba ainda, mas com certeza estava sentindo algo a mais pelo sujinho, mas duvido que ela vá admitir esse sentimento tão facilmente.

— E-eu não, só queria saber caso um dia goste ué – diz olhando pro teto tentando evitar o olhar de Mônica.

— Sei… Ta me parecendo meio nervosa, deve ser porque tem um encontro com o Cascão hoje né? - pergunta como quem não quer nada.

— E-encontro? Isso não é um encontro! Só vamos ao cinema! - diz ficando vermelha.

— E se for um encontro, oque tem de mais? Vocês dois estão solteiros mesmo, não teria nada demais – diz dando de ombros.

— Sempre fomos muito amigos, Mô. A gente não tem nada a ver, só estou dando uma força pra ele, por isso o chamei pra ir ao cinema – diz normalmente.

— Aiai… Então tá bom, se tu tá dizendo – diz suspirando e jogando os braços pra cima em sinal de rendição – Mas ainda acho que seriam um casal lindo, não tem nada de errado em ser feliz – da uma risada e recebe um travesseiro na cara.

— Sabe quem mais seria um casal lindo? Você e o Cebolinha! - diz e da um sorriso malicioso recebendo de volta o travesseiro na cara.

— Tu sabe jogar sujo ein, Magali!! - diz Mônica parecendo um pimentão.

  Logo em seguida, ambos começaram a se arrumar pro seu “encontro” no cinema que estava combinado para mais tarde. Ficaram pensando no que seus amigos haviam dito hoje a tarde e se realmente poderia ter algo a mais, Cascão realmente gostava da companhia dela, mas não a tinha visto de outra forma até então, bom… pelo menos era oque achava até Cebola lhe falar aquelas coisas, talvez realmente pudesse sentir algo, mas será que a comilona sentia o mesmo que ele?

Magali não podia negar que achava o amigo lindo e engraçado, até admitia que sentira uma certa atração por ele no passado, mas tirou esses pensamentos da cabeça ele era seu melhor amigo de infância, aquilo não poderia acontecer entre eles de modo algum, não poderia correr o risco de se magoar de novo e ainda por cima perder um amigo que prezava tanto.