O Crime da Rainha escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 21
O pedido da princesa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790671/chapter/21

Kitana pegou um acesso que dava direto para o jardim leste do palácio onde passava por alguns quartos de hóspedes, entre eles o de Jade. Ela abriu a porta devagar, ligou a luz e olhou ao redor. A cama estava arrumada da forma que ela sempre gostou, mas as janelas fechadas. Jade iria abrir de imediato.  Uma imensa vontade de visitar a amiga invadiu lhe o peito, queria saber se estava tudo bem, se poderia ajudar em algo. Nunca havia se separado de sua guardiã por tanto tempo e não podia negar: estava com saudades dela. Sentiu um nó na garganta, apagou as luzes e fechou a porta  prosseguindo o seu caminho até o jardim.

A vista do jardim era algo indescritível. O vilarejo principal podia ser visto por completo dali até os arredores. Tundra estava ali encantado com a vista. De repente um perfume adocicado invadiu lhe as narinas e ao olhar para o lado viu a princesa. O rapaz sentiu seu coração pulsar mais forte e isso acontecia todas as vezes que se aproximava dela, mas sabia que não poderia ter nada com ela a não ser lealdade e servidão. Era grato pela máscara que estava em seu rosto esconder o sorriso que soltara ao vê-la.

— Passou bem a noite? – perguntou Kitana olhando a paisagem.

— Sim, Alteza – Tundra respondeu – fiquei até... sem jeito, pois não sou acostumado com tanto conforto assim.

— Ora, Tundra! Você precisa de conforto. Sua função não é das mais fáceis – ela falou dando um sorriso.

Tundra assentiu e silenciou, divagando em seus pensamentos enquanto ainda sentia o aroma adocicado vindo de Kitana. Esta continuou:

— Bem, eu precisava conversar com você. – Ela puxou-o pela mão e tirou mascara de seu rosto – Tenho que lhe fazer um teste de lealdade, mas antes peço que me chame pelo nome quando estivermos a sós.

Tundra ficou surpreso com o comportamento da princesa, mas disse sem titubear:

— Como quiser, Al... Kitana.

— Ótimo! Preciso que me escute. – ela suspirou – Faz algumas semanas que minha mãe anda estranha comigo, como se estivesse escondendo alguma coisa de mim. Até mandou Jade passar uns dias no Sky Temple, alegando que ela estava estressada e precisava meditar... Mas ela estava tranquila... Se bem que dois dias antes dela partir notei que ela estava cabisbaixa, mas não queria dizer o motivo...

Tundra notou que algumas lágrimas queriam cair dos olhos da princesa e seus gestos com as mãos denotavam angustia por não saber o que estava acontecendo e preocupação pela amiga. Kitana colocou as mãos na cabeça para tentar controlar o choro que insistia em vir. Mas de ímpeto Tundra segurou levemente os pulsos da princesa e disse com uma voz tranquila:

— Acalme-se, princesa.

O peito de Kitana arfava, tamanho o nervosismo que aquela situação lhe trazia.

— Apenas respire fundo.

Ela obedeceu e depois de se acalmar disse:

— Tente descobrir o que realmente estava acontecendo. O que escondem de mim, mas ninguém deve saber.

Tundra sabia que aquela missão não seria fácil, mas tentaria o impossível, pois por mais que conhecesse Kitana por pouco tempo já tinha grande afeição por ela. Não queria vê-la angustiada.

— Farei o possível, Kitana.

A princesa deu um sorriso agradecido e o abraçou dizendo em seu ouvido:

— Confio em você.

(...)

Da janela do escritório, Liu Kang observava o jardim e notou Kitana junto com um homem que ele até então não conhecia, deixando-o intrigado. A porta do escritório se abriu e Sindel entrou rapidamente trancando a porta atrás de si. Liu foi ao encontro da rainha beijando-lhe os lábios.

— Como você esta?

— Acordei com um pouco de mal estar, mas já estou melhor.

O shaolin estava com olheiras e tinha uma feição aflita, não deixando despercebido por Sindel.

— O que houve? Pedi que não viesse aqui até resolvermos isso. Ainda bem que Kitana não apareceu.

— Eu sei, mas é que aconteceu um acidente essa noite. Eu nem dormi.

Sindel pegou Liu pelas mãos e o fez sentar no sofá junto com ela

— Me conte.

— Chang, o monge que me orientava, caiu de um penhasco enquanto discutimos.

— Mas por que discutiam?

— Ele... já sabia sobre nós e vivia me repreendendo. Eu saí de lá antes que alguém me procurasse.

— Então você o empurrou?

— Claro que não! Tentei ajuda-lo, mas... sem sucesso. E agora não sei o que fazer.

Sindel se levantou e começou a andar pelo escritório pensando no que poderia fazer com relação a essa situação.  Uma ideia lhe veio a cabeça, mas pensou na possibilidade de ele relutar. Encostou-se em uma das mesas e disse:

— Liu, eu... quero que você resolva essa situação antes de tomarmos qualquer atitude.

— Como assim? Você precisa se retirar logo do palácio antes...

— Calma Liu – a rainha se aproximou do shaolin sentando ao lado dele – minha barriga não vai crescer de uma hora para outra. Você ira conseguir resolver isso e poderemos seguir em frente com o nosso plano.

A rainha ia beija-lo, mas ele a afastou.

— Antes preciso que me responda. Quem é o rapaz que está com Kitana?

Sindel não entendia a preocupação de Liu, mas respondeu:

— É o novo guardião dela.

— Ora? E Jade, onde ela está?

A rainha se levantou novamente e respondeu:

— Precisei afastá-la. Está sabendo demais.

Liu Kang deu uma risada de sarcasmo, recostou-se no sofá e perguntou:

— Quantas pessoas estão sabendo?

— Sinceramente – ela sentou novamente no sofá ao lado dele — eu não sei.

— Você tem que fazer alguma coisa.

— Passou algo pela minha cabeça, mas não sei se faço ou não.

— O que seria?

— Bem, digamos... queima de arquivo.

Liu Kang se ergueu assustado

— Você a mataria?

— Não queria chegar a tanto, mas farei isso se for necessário.

O diálogo é interrompido por duas batidas fortes na porta fazendo Sindel se assustar. Ela se levantou e foi abrir, era Sheeva.

— Majestade, Raiden está aí em busca de Liu Kang.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Crime da Rainha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.