O Crime da Rainha escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 17
Quase tudo pronto




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Voltemos ao dia anterior, logo após a rainha ter ordenado á Jade passar uns dias no Sky Temple. Ela pediu para que chamassem Erron Black na sala do trono.

— Sei que você foi um homem leal a Shao Kahn e a todos que lhe pagaram bem pelos seus serviços. – disse Sindel na tentativa de levantar um pouco a moral do mercenário que já temia ser enviado de volta ao Plano Terreno para sempre.

— Apenas faço jus pelo que me pagam. – ele respondeu sem olhá-la nos olhos.

Sindel anuiu com a cabeça. Levantou-se de seu trono e ficou frente a ele sentindo seu perfume viril. Olhou para ele e disse com um sorriso nos lábios:

— Preciso que você me traga um ninja dos Lin Kuei com o nome Tundra.

— Não quer que eu já o traga morto?

— De maneira nenhuma! – respondeu a rainha categoricamente – ele ficará no lugar de Jade.

Erron estranhou um pouco aquele pedido, mas fez uma vênia e saiu da presença de Sindel indo em direção à saída do palácio.

A rainha precisava de alguém que nem ao menos a conhecia direito para fazer o serviço de guardião de sua filha. Assim Kitana saberia de tudo no tempo certo.

(...)

A urgência do surgimento de uma boa ideia sobre o que fazer com Sindel latejava em seu cérebro. Depois de muito pensar Liu resolveu que iria levar a rainha para casa de uma prima de segundo grau, que morava aproximadamente duas horas de distância da Academia Wu Shi. Pretendia manter Sindel lá até o nascimento do bebê. Depois resolveria o que fazer.

Caminhar para Liu Kang era uma terapia e o acalmava mesmo diante do que estava acontecendo. Quando avistou a casa de sua prima sentiu um alívio em seu peito.

A fachada da casa era uma das mais simples que ele já havia visto. Era de madeira pintada de branco com um jardim na frente, onde havia algumas hortaliças e mudas de árvores frutíferas. A porta se abriu e saiu de lá uma mulher atarracada de pele bronzeada vestindo um vestido estampado de flores brancas com um fundo vinho. Os cabelos estavam amarrados em forma de coque deixando alguns fios novos se rebelar. Ela carregava uma bacia com roupas para estender no varal.

Quando viu Liu Kang largou a bacia no chão e foi de encontro ao primo. Abraçou quase o derrubando.

— Liu Kang! Quanto tempo! - ela disse olhando para o primo com brilho nos olhos.

Ela puxou a mão em direção à casa e disse:

— Venha primo!

— E sua bacia de roupas? Pode haver ladrões por aqui.

— Quem irá querer essas roupas?

Liu Kang deu um sorriso e entrou.

A mobília era simples e as paredes mal rebocadas, mas isso não impedia da casa ser aconchegante. Ele sentou-se no sofá enquanto esperava Mei trazer alguns biscoitos que haviam feito no dia anterior.

— Sei que você não veio aqui à toa. — disse Mei enquanto colocava a cesta de biscoitos no sofá.

— Por que diz isso?

— Depois que você ficou noivo daquela princesa de outro mundo não me mandou cartas e nem veio me visitar.

Liu Kang engoliu seco quando Mei citava o seu noivado com Kitana, ela mal sabia o que estava acontecendo.

— Preciso te dizer o que realmente está acontecendo.

— Não me diga que terminou com ela?

Liu Kang respirou fundo e contou tudo o que está acontecendo entre ele e a rainha.

Mei ficou calada por alguns instantes depois que ele disse tudo, para entender o que estava acontecendo. Olhou para Liu e perguntou:

— E o que você quer que eu faça?

— Fique com a rainha aqui até ela ter o bebê.

— O quê você está louco?

— Por quê?

— As coisas não são tão simples assim. Preciso falar com meu marido sobre isso. E o risco que posso correr de ser denunciada por manter a rainha aqui caso queiram achá-la.

— Mas eles saberão que ela ficará fora por um tempo. Não virão aqui atrás dela.

— E depois o que vocês vão fazer?

— Eu ainda não sei, mas então você topa me ajudar?

Mei balançou a cabeça em sinal afirmativo. Mas disse:

— Você vai ter que esperar um pouco, pois tenho que consultar meu esposo.

— Não posso esperar muito, pois tenho que…

— Então volte para sua casa — atalhou Mei já impaciente — ligarei do telefone de uma vizinha te dando a resposta.

Antes de Liu se levantar para ir embora, Mei o puxou pelo braço dizendo:

— Tenho certeza que minha tia não ensinou a você isso que está fazendo.

— O que?

— Trair alguém apaixonado.

Liu voltou para estrada com o psicológico preparado para enfrentar duas horas de caminhada. Muitas coisas se passaram por sua cabeça: a incerteza de poder manter Sindel na casa de Mei, a forma de explicar para Kitana que sua mãe precisará ficar ausente do palácio e como Raiden reagiria se descobrisse o segredo. Seu coração se apertava em cada situação que vinha em sua mente.

(...)

Já era por volta de dez horas da manhã quando Liu chegou à academia com a roupa molhada de suor por causa do mormaço. Os seus alunos estavam treinando junto com os de Kung Lao. Mesmo Liu subestimando Lao, ele estava conseguindo lidar com as duas turmas. Quando Lao viu seu amigo pediu para que eles continuassem os exercícios sozinhos e foi em direção a Liu.

— Ei Liu! Onde você estava?

— Tive que resolver uma coisa de manhã e por isso sai cedo. Não te falaram?

— Sim me deram o recado, mas pensei que viria cedo.

— Eu também, mas cá estou eu.

— E para onde você foi? – perguntou Lao curioso.

A cabeça de Liu já latejava de dor, respirou fundo, olhou para o amigo e soltou:

— Por que você quer saber?

Lao se assustou com a resposta malcriada e percebeu pela feição e jeito na voz que ele estava estressado com algo ou alguém. Não querendo provocá-lo respondeu:

— Relaxa só perguntei por curiosidade.

— Desculpe vim nesse sol e estou com dor de cabeça.

— Tudo bem pode ir se deitar, você está precisando.

Liu foi caminhando em direção ao seu quarto. Lao o acompanhava com olhar e concluiu que havia algo acontecendo que ele precisava saber.


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