Enquanto Você Dormia - Coleção de One-shots escrita por Auto Proclamada Rainha do Sul


Capítulo 1
Deja Vú


Notas iniciais do capítulo

Eu to com a ideia dessa história desde que assisti o último episódio ontem, mas tava ocupada demais pulando pela casa que nem pipoca para escrever, então perdão.
Espero que gostem.



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Tudo havia acabado, o mundo de Etéria estava em paz e ela finalmente poderia descansar junto de seus amigos. Talvez isso explicasse toda a paz que sentia em seu coração enquanto escovava os cabelos dourados refletidos em uma grande cachoeira em seu quarto.
Ela quase conseguia sorrir em frente a sua própria imagem no belo vestido branco e dourado com um decote profundo, tanto na frente como nas costas e a coroa que remetia a She-ra.
Ela suspirou com aquele pensamento, há alguns meses apenas ela se sentiria estranha por vestir aquilo. Nos últimos anos perdera a conta de quantas vezes se sentira desnecessária e deslocada, acreditando que todos só a mantinha por perto por causa da heroína dos primeiro, mas agora eles não precisavam mais de uma heroína e ainda a queriam por perto.
Levou a mão ao peito, onde uma vez estivera a chave para desligar o Coração de Etéria. A chave que poderia tê-la matado se não fosse por…
— Só me deixe penteá-lo — ela ouviu a correria no corredor e não pode evitar de sorrir com a voz de Glimmer ocupando os corredores.
— Não! — e lá estava ela, o motivo por ter continuado viva após tudo. Um calor tomou conta de seu peito ao ver a cena de Catra fugindo da rainha de Lua Clara — Não deixe que ela me toque, ela me torturará.
No passado, Adora não duvidaria da verdade daquelas palavras, mas Glimmer não parecia tão ameaçadora com uma escova de cabelo em mãos enquanto a gata se escondida atrás do corpo de Adora, a usando como escudo enquanto espiava por sobre os ombros.
— Você sempre é tão dramática? — perguntou a rainha apoiando o peso do corpo sobre uma das pernas e balançando a escova a sua frente — Vamos, eu só quero aprontá-la.
— Não! — Catra resmungou, mas podia ouvir um ronronar de satisfação em sua voz — Adora faça alguma coisa.
Ela sabia que estava sorrindo abertamente ao tocar os dedos da gata em seus ombros, mas então uma coisa apareceu em sua mente, um deja vu que não acabava nada bem. Um aperto no peito fazendo seu rosto se fechar e o coração bater mais rápido.
— Vamos pessoal. — falou Bow, cruzando o quarto com sua roupa de festa e parando próximo a Glimmer com as mãos em sua cintura — Scorpia nos matará se nos atrasarmos para o baile.
Glimmer se acomodou nos braços dele, encostando a cabeça na curva do pescoço. Adora sentiu as mãos de Catra escorregarem por seus braços e a abraçar pelos ombros, repetindo a ação da rainha a sua frente e apoiando a cabeça no ombro da heroína.
— Está bem! Eu te dou uma trégua — a rainha falou, contrariada e então esticou a escova ameaçadora outra vez — Desta vez.
Os dois saíram de mãos dadas, atravessando a porta enquanto Catra se afastava de Adora, mas foram só alguns passos antes dela se virar e estender a mão.
— Você vem?
Adora estava pronta para pegar a mão dela, o sorriso se formando em seu rosto, mas então a imagem a invadiu de novo e a fez recuar. Era como se ele estivesse ali, o Mestre da Horda, parado em sua frente de novo.
— O que foi…? — ela correu para amparar o corpo da amada que despencou sobre os joelhos — Adora o que houve? Você está bem? Eu tenho que chamar…
— Não, não precisa chamar ninguém — ela disse sorrindo, enquanto Catra a ajudava a voltar a seus pés.
— Tem certeza? — a gata a guiou até a cama, onde se sentaram lado a lado ainda abraçadas — Você não parece bem.
Adora sorriu ao sentir as pontas das garras de Catra roçando o seu rosto de forma sutil.
— Eu só preciso de um tempo — ela disse, mas isso não pareceu convencer a gata a sua frente — Tudo bem, eu… Eu tive uma visão quando estava no Coração de Etérnia.
— Você não deveria mais pensar nisso.
— Eu sei, mas eu vi isso — respondeu Adora — Eu vi você fugindo de Glimmer e nós estávamos todos felizes, mas não era real… Eu tive medo…
— Tudo bem — ela disse, apertando a loira em seus braços — Você não precisa mais se preocupar, nós estamos bem. Todos nós estamos juntos.
— E se isso for tudo outro sonho? — ela perguntou, acariciando as pontas do cabelo curto que começava a crescer e lhe cair sobre os ombros.
— Eu consigo pensar em uma forma de te convencer que isso não é um sonho.
Ela apenas sentiu a maciez da cama quando caiu de costas, os cabelos se espalhando ao redor da cabeça enquanto Catra se aproximava dela, uma das mãos postas em seu quadril, acariciando para cima e para baixo enquanto a beijava.
— Nós não podemos nos atrasar — Adora sussurrou, correndo as mãos pelos ombros da namorada até afastar o casaco que estava em seu ombro — Scorpia vai nos matar.
— Não vai não — ela disse se aproximando mais ainda e selando a distancia entre elas.
Teriam ficado assim o resto do dia não fosse o jato da água que saiu da cachoeira de encontro ao pescoço exposto da gata que se afastou em um salto, quase partindo para cima de Marmista que se defendeu com um escudo de água.
— Me mandaram levar vocês por bem ou por mal.
Catra ainda resmungou enquanto juntava o seu casaco do chão e ajudava Adora a se recompor e então, as duas passaram pela princesa d’água que as acompanhava com um sorriso sarcástico nos lábios.
— Ela tem sorte que estamos do mesmo lado — murmurou depois de passarem pelos olhos atentos, com o braço ao redor de Adora que lhe beijou o rosto.
— Eu sei e é tão bom saber disso.
A gata sorriu para sua amiga mais antiga e a trouxe para mais perto, caminhando lado a lado pelo corredor como nos velhos tempos, completamente alheias a qualquer outro.
Elas finalmente estavam juntas de novo e nada poderia separa-las outra vez.


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