Duty escrita por Siaht


Capítulo 1
Duty


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas!!! ;D
Tudo bem com vocês?
Bom, aqui estou com mais uma one-shot e espero que gostem! ♥

ALERTA DE GATILHOS: essa história tem muuuita misoginia enraizada, homossexualidade reprimida e vários pensamentos supremacistas (direcionados a minorias do mundo mágico de HP, mas fico o aviso mesmo assim) e menções a sexo que não sei se podem ser considerados consensuais, já que embora a personagem consinta não é algo que ela deseja. Tudo isso faz parte da forma de pensar e ver o mundo da Narcisa e, caso precise ser falado, eu não concordo ou defendo nada disso. Na verdade, o tom da história é bem triste.



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{duty}

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Ela abre as pernas e fecha os olhos, esperando que ele a toque. A respiração se agita, enquanto aguarda o corpo dele se sobrepondo ao dela, enquanto aguarda que a penetre, enquanto aguarda que tire dela o seu prazer. Esse é seu dever como esposa, sua função como mulher. Então, ela fecha os olhos e espera até que tudo termine. É o que sua mãe lhe ensinou que deve ser feito, é o que seu marido deseja que faça, é o que sua família espera dela. Essa é a regra. E Narcisa Black – agora Malfoy – sempre segue as regras. Alguém em sua família precisa seguir.

As irmãs, afinal, são calamidades. Bellatrix é uma anarquista. Alguém incapaz de se contentar com a ordem natural das coisas e com seu lugar social. Alguém incapaz de se submeter, de obedecer. Ela anda entre os homens, clamando para si um lugar entre eles, ocupando as filas dos que servem diretamente ao Lorde das Trevas. Torturando, matando e se divertindo, enquanto derrama sangue-ruim. Negligenciando deliberadamente seus deveres como esposa. Negligenciando deliberadamente o marido.

Bellatrix parece feliz apenas quando mata e tortura e Narcisa não consegue conceber a ideia. Para ela, servir ao Lorde é um dever. Um dever de homens. E se há uma lição que ela aprendeu muito cedo na vida é que não se deve nunca tirar prazer do seu dever.  Talvez a cela escura, na qual a irmã reside agora, a ensine alguma coisa. Narcisa sabe que Bella não estaria ali, se tivesse simplesmente se contentado com seu lugar natural. Não fosse sua insistência tola em fazer parte das primeiras fileiras do exército de Voldemort, ela poderia ter dissimulado inocência e submissão e se salvado. Poderia estar em casa, esperando o retorno de seu Lorde e o triunfo que se seguirá a isso. Poderia, se não fosse Bellatrix Black. Porque Bellatrix Black não é do tipo que se contenta com seu lugar, não é do tipo que abraça a inocência ou a submissão (mesmo que fingidas) e não é do tipo de espera.

Andrômeda, de qualquer forma, é ainda pior. Uma desgraça para toda a linhagem Black. Para todos cujas vidas tocou. Andrômeda que nunca teve decoro ou decência. Andrômeda que, assim que saía do campo de visão dos pais, diminuía o cumprimento das saias e tingia os lábios de escarlate. Andrômeda que entregava o corpo a rapazes com o quais não tinha nenhum compromisso. Andrômeda que se deitou com um sangue-ruim. Que fugiu com um sangue-ruim. Que se casou com um sangue ruim. Que engravidou de um sangue-ruim. Andrômeda que se deixa guiar pelo prazer e é incapaz de seguir as regras e cumprir seus deveres. A irmã que já não pode ser nomeada, que trouxe desgosto e ruína a seu nome, que agora é apenas um rosto queimado em uma velha tapeçaria.

Então resta apenas Narcissa. A caçula, a sensata, a obediente. A última esperança de seus pais. A última esperança de toda sua família, já que os primos não foram muito melhores. Sirius os desonrou se provando a devastadora mistura da anarquia de Bellatrix e da traição de Andrômeda. E Regulus encontrando a morte cedo demais. Criminosos ensandecidos, traidores deserdados e cadáveres desesperadoramente jovens: essa era a geração da qual ela fazia parte. Uma geração perdida. Uma geração da qual só ela se salvara.

E é por isso que todo o peso de seu nome se equilibra sobre seus ombros frágeis. Cabe a Narcisa proteger seu nome, seu sangue, seu legado. Cabe a ela ser uma boa esposa. Cabe a ela ter um filho. O filho homem que sua mãe nunca conseguiu trazer ao mundo. O filho homem que será o que os primos nunca conseguiram ser.

Cabe a ela dar a Lucius tudo o que ele desejar. Deixar que a dispa, que a toque, que a clame para si. E se, enquanto as mãos dele percorrem o corpo dela asperamente, Narcisa imaginar mãos suaves de garotas a tocando; ou se quando os lábios dele tocarem os dela, ela desejar que eles se transforem em lábios cor de rosa de menina; tudo bem. O desejo, afinal, é algo perigoso.

Bellatrix e Andrômeda sucumbiram ao desejo. Sucumbiram ao fogo que corria por suas veias e transformaram suas vidas em cinzas. Narcisa, habitando as ruínas deixadas por suas irmãs, sabe que precisa ser mais esperta do que isso. E promete a si mesma jamais deixar que o fogo a consuma. Ela é feita de gelo e no frio irá prosperar. E se nunca vier a desejar Lucius, tudo bem. Aquele casamento, afinal, não passa de dever. O seu maior e mais doloroso dever.


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Notas finais do capítulo

Não acho que essa seja a Narcisa da J.K.Rowling, mas (nesse ponto da vida quem se importa?) simplesmente me pareceu algo que combinaria com a personagem e com todo o contexto da vida dela.
Espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos,
Thaís



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