Destined by The Stars escrita por DantaKun


Capítulo 3
Que tal um banho e um passeio?


Notas iniciais do capítulo

IMPORTANTE!!!!! LEIAM AQUI ANTES DE IR PRO CAPÍTULO, POR FAVOR!!!!!!

Fui dar uma olhada nas estatísticas da fanfic e percebi que o número de acessos do primeiro capítulo é maior do que o prólogo... Isso não acontece nas minhas outras fanfics, que sempre tem um número "equilibrado" de acessos por capítulo (ou normalmente os capítulos mais antigos têm mais :V), então concluí que muita gente pulou o prólogo e.e

Gente, o prólogo não é a mesma coisa que "dedicatória" de um livro ou coisa assim, onde só tem falação do autor e você pode simplesmente ignorar, prólogo é um texto de introdução explicativo/informativo, que contém detalhes de antes do início da narrativa. Assim como o epílogo é um texto que vem após a narrativa, e contém informações sobre o desfecho. Por exemplo, o destino de cada personagem depois dos acontecimentos da história normalmente fica no epílogo, e você não vai terminar um livro sem ler o epílogo, né?

Sim, eu sei que tem muito livro ou fanfic aqui do Nyah! que só coloca uma frase genérica no prólogo, uma poesia (?), um trecho de algum capítulo que virá mais adiante ou só falação desnecessária, mas GERALMENTE o prólogo é importante e faz parte da narrativa, então, eu aconselho que vocês não apenas pulem direto pro capítulo, mas pelo menos cliquem e só vejam rapidamente se é algo importante.

Eu tive que mudar o nome do capítulo de "Prólogo" para "O Acidente" (seguindo a dica da minha amiga Lala Clark, a fanfic de SK dela é muito boa, vão lá ler pfvr /propaganda), pra ver se assim as pessoas clicam... Então, por favor, quem não leu ainda e está acompanhando a história, volte lá e leia o prólogo ;u; a não ser que você não ligue de continuar a história sem saber sob quais circunstância os pais de Manta morreram, porque ele se culpa pelo acontecimento ou de que modo ele foi parar na pousada... Porque isso tudo foi explicado no prólogo, mas não será dito no decorrer da história.

Enfim... Desculpe o textão, mas era algo importante.
Muito obrigado pela atenção, e uma boa leitura! ^^'



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— Manta, voltei! — Yoh anunciou quando entrou no quarto.

— Oi... — Manta murmurou em resposta e se remexeu embaixo do edredom, ficando de frente para ele.

Estranhou um pouco que ele não tivesse voltado para vê-lo antes de sair, como havia dito que faria, porém não teve vontade de questioná-lo sobre.

— Que dia exaustivo! — Yoh passou o antebraço pela testa, para enxugar os vestígios de suor que havia nela. — Estou indo tomar banho agora. Vamos lá?

Manta fechou os olhos, respirou bem fundo, foi soltando o ar em um suspiro longo e arrastado e, ao terminar, abriu-os novamente, para só então responder:

— Você pode ir, eu vou mais tarde.

— Ah, não! Nada disso! Você diz que vai "mais tarde", mas eu sei que não vai. Um bom banho é do que você precisa agora, Manta. Confie em mim, você vai se sentir muito melhor depois!

— Yoh-kun... — Manta apenas o encarou, cansado. A expressão em seu rosto deixava óbvia sua falta de vontade em fazer aquilo.

— Não tem "Yoh-kun"! Vem! — Yoh segurou-lhe o pulso e o puxou para cima, dessa forma o obrigando a ficar de pé, mesmo contra sua vontade, pela primeira vez desde que acordara. — E não me olhe desse jeito — ele disse, notando a cara de desânimo que Manta fez ao ser puxado. — Não gosto de ser duro com você, mas... Estou fazendo isso pro seu próprio bem.

Manta não disse nada. Apenas soltou mais um suspiro.

Yoh começou a andar, puxando-o pelo braço para fora do quarto. Manta não teve escolha senão acompanhá-lo, já que Yoh era bem mais forte e estava com preguiça de resistir. Atravessaram o corredor, desceram a escada e seguiram todo o restante do caminho, até chegarem à fonte termal.

Manta tirou suas roupas devagar, tentando demonstrar que não estava muito animado para entrar na água, e fez a mesma coisa quando sentou-se no banquinho em frente aos chuveiros na parede para se ensaboar. Percebendo que ele estava fazendo tudo na velocidade de uma lesma, Yoh decidiu ajudá-lo por conta própria. Pegou uma esponja e a ensaboou bastante para esfregá-la nas costas de seu pequeno amigo, que não protestou contra aquilo. Manta apenas fechou os olhos, ficando em silêncio e imóvel, permitindo que Yoh passasse a esponja em suas costas. Pelo visto, aquilo o deixou mais relaxado, Yoh sorriu satisfeito.

Minutos depois, os olhos de Manta se abriram de repente com o pequeno susto que tomara quando sentiu água morna cair sobre seu corpo, retirando toda a espuma que o cobria. Manta virou o rosto para trás e olhou para cima, Yoh estava de pé atrás dele, segurando uma bacia de madeira enquanto sorria, com os olhos fechados.

— Vamos entrar — ele disse, colocando a bacia no chão, e foi se dirigindo até a fonte.

Ainda em silêncio, Manta se levantou e o seguiu.

Sentados lado a lado dentro da água quente, recostados contra as pedras que rodeavam a fonte, os dois garotos observavam o imenso céu noturno por trás da silhueta das árvores, com seus rostos erguidos. O vapor das termas envolvia seus corpos nus, mantendo-os aquecidos apesar do frio que fazia do lado de fora.

— Você está tão quieto hoje, Manta... Tem algo que gostaria de me dizer? — Perguntou Yoh, como quem não quer nada. Queria dar a ele a oportunidade de desabafar o que estivesse sentindo, já que não fizera isso nenhuma vez desde que chegara à pousada.

— Não sei... Acho que não — Manta o respondeu, sem tirar seus olhos do céu.

— Não mesmo, tem certeza? — Insistiu Yoh. — Você nunca comentou nada sobre o... Acidente.

— Porque não há nada que eu precise comentar sobre isso, Yoh-kun. Fico feliz por ter sobrevivido, principalmente por ter saído sem nenhuma sequela. Também fico aliviado em saber que a Mannoko está bem, apesar de que me preocupa um pouco pensar que ela está morando na casa desses meus tios que eu nem conheço. Mas... Apenas espero que cuidem bem dela. O tempo que passei no hospital foi tedioso, ainda mais porque nem sempre você podia me visitar, e eu passava a maior parte dos dias sozinho ou com a companhia do Faust... Então, graças a Deus que já saí de lá e agora posso voltar à minha vida normal.

Enquanto Manta dizia tudo aquilo, Yoh ficou o tempo todo olhando para ele com um misto de preocupação e seriedade.

— Eu não sinto que seja só isso... — Ele disse. — Mas acho que você talvez ainda não esteja bem o suficiente pra tocar no assunto. Tá tudo bem, não precisa dizer nada agora, se não quiser. Não vou te forçar, ok? Mas não se esqueça... Quando sentir que já está pronto pra falar sobre, estarei aqui pra ouvi-lo.

— É, talvez você tenha razão... Não sinto mesmo muita vontade de falar sobre isso agora.

— Vamos apenas relaxar um pouco. Nós dois tivemos um dia cheio, mesmo que você não tenha saído da cama. Pensar demais também cansa — Yoh reclinou o corpo para trás, se apoiou com os dois cotovelos sobre as pedras e, com um sorriso tranquilo se abrindo em seu rosto, largou o peso da cabeça entre os ombros, fechando os olhos devagar.

— Está bem... — Manta se afundou um pouco mais dentro da água, ficando de fora somente do pescoço para cima, e também fechou os seus.

⟣──────⟨ ✮ ⟩──────⟢

Com o banho terminado, os dois retornaram juntos ao quarto de Manta, vestindo os roupões brancos que costumavam usar para dormir. Yoh caminhava devagar, com as mãos entrelaçadas atrás da nuca e, como sempre, sorrindo calmamente. Manta o seguia, andando alguns passos atrás dele.

Quando entraram, Yoh parou no meio do quarto, mas viu que Manta continuou em direção ao futon que não havia sido recolhido. Percebendo sua óbvia intenção de voltar a se deitar, Yoh segurou em seu ombro e o impediu de continuar.

— Hei, Manta! — Disse ele. — A gente ia sair pra dar uma volta depois do banho, se esqueceu?

— Ah... — Manta ergueu o rosto para olhá-lo, com uma expressão nem feliz e nem desanimada. Apenas... Neutra. — Acho que não estou com vontade.

— Como não?! — Yoh levou suas mãos à cintura. — Faz um tempão que a gente não sai juntos, só nós dois, e está uma noite tão agradável!

— Não, não está. Está frio, e eu também estou com sono. Só quero ir pra baixo das cobertas.

— Como pode estar com sono, sendo que dormiu o dia inteiro? Ah... Vai, Manta! Dê uma chance, você vai ver como vai ser divertido!

Abrindo um grande sorriso, Yoh foi até o armário, abriu-o e começou a revirar as roupas de Manta que estavam lá dentro, arremessando algumas para trás, por cima dos ombros, sem se importar com a bagunça que estava fazendo.

— Vista isso! — Ele pediu, entregando a Manta calças e casaco de inverno, luvas, um cachecol e uma touca. E com "entregando" eu quero dizer "jogando tudo em cima dele".

— H-Hei...! Yoh-kun... Eu disse que não quero ir! — Bufou Manta, segurando as roupas. — Você não pode ficar me obrigando a fazer coisas que eu não queira!

Ouvindo aquilo, após fechar o armário, Yoh se virou para trás e deu a ele um olhar meio triste, porém sério ao mesmo tempo.

— Eu não queria ter que te obrigar, mas você também não está cooperando — ele disse. — Se eu não tomar uma atitude, você também não toma. Fica o dia inteiro aí deitado nesse futon. Eu não posso continuar deixando isso pra lá, ignorando sempre e agindo como se nada de errado estivesse acontecendo. Não depois da promessa que te fiz...

— Ah... A promessa de novo — resmungou Manta, revirando os olhos e fazendo um leve beicinho.

— Então, vista-se depressa e vamos sair. Também podemos comprar algo pra comer. Sei que você não almoçou e nem comeu nada hoje... Anna me contou — na última frase, Yoh estreitou um pouco os olhos, por lembrar que ele havia mentido.

Manta nada o respondeu de imediato. Por alguma razão, o modo como Yoh o estava tratando aquele dia não o agradava... Nem um pouco. Nem parecia seu velho amigo bobo e descontraído, e às vezes até meio idiota, com quem era acostumado. Por que ele estava sendo tão rígido e mandão daquele jeito? Mandando-o fazer coisas, ignorando seus protestos, o arrastando à força quando já havia dito "não"... E, ainda por cima, alegando que "só estava fazendo aquilo para o seu bem". Estava até parecendo um adulto! Yoh achava o quê? Que havia se tornado seu pai, por acaso?? Ele podia até ser alguns meses mais velho... Mas os dois tinham a mesma idade!

Se não quisesse, Manta poderia simplesmente não obedecê-lo. Afinal, de certo modo, ele não precisava. Yoh não mandava nele, tecnicamente seu tutor legal era Faust, mas Faust o estava deixando em paz!

— Eu não quero ir — ele disse, enfim, de modo firme e direto.

— Podemos ficar aqui a noite toda até você decidir se vestir... Ou... Eu posso te ajudar a fazer isso, se for demorar muito — Yoh começou a se aproximar dele e se inclinou para baixo, esticando os braços em sua direção, como se fosse pegá-lo.

— H-Hein?! N-Não...!! — Assustado, Manta arregalou os olhos e recuou rapidamente. — Afaste-se! — Exclamou, irritado. — Eu posso me vestir sozinho. Mas não significa que tenha concordado em sair com você!

— Ótimo — Yoh parou e se endireitou, fechando os olhos e sorrindo, satisfeito com a resposta. Virando as costas para o amigo, foi saindo de seu quarto tranquilamente. — Vou me trocar também enquanto você faz isso, volto daqui alguns minutos.

Manta ficou apenas observando, quieto, enquanto ele saía pela porta e depois a fechava, com uma expressão de raiva que era impossível disfarçar. Estava sendo tão fácil para Yoh convencê-lo a fazer as coisas... Bastava que ele dissesse "faça isso", e não tinha como recusar, por mais que quisesse muito. Custava simplesmente deixá-lo quieto na sua?! Ficaria bem dentro de alguns dias, talvez mais algumas semanas, no máximo... Manta sabia disso. Não havia a necessidade de ser forçado a nada!

Yoh voltou ao quarto depois que Manta já havia se vestido, ambos estavam bem agasalhados em suas roupas de inverno. No entanto, como o próprio o avisara anteriormente, Manta não pretendia sair de casa apesar disso. E, ao que tudo indicava, estava disposto a dificultar a situação por mais um tempo...

— Por que se vestiu se não quer sair? — Perguntou Yoh, com bastante calma, sorrindo para ele.

— Porque você me obrigou, é claro — Manta resmungou a resposta, com seus bracinhos cruzados, fazendo uma carinha de birra. — E você ia tentar fazer isso por mim se eu mesmo não tivesse feito!

— Não ia não! — Sem conseguir resistir, Yoh soltou uma leve gargalhada. — Aquilo foi só uma ameaça, pra ver se você se apressava. Mas, já que está vestido... Que tal irmos andando?

— Não. Já disse que não vou! — Manta afirmou, fechando os olhos e virando o rosto para o lado, apenas reforçando que não ia mesmo facilitar.

— Vai, Manta... — Yoh mantinha o sorriso, fazendo esforço para que ele não se desfizesse, porém uma gota escorreu ao lado de sua cabeça. — Seja bonzinho e apenas me obedeça dessa vez, está bem? Não gosto de sentir que estou te forçando...

— Então não me force! Me deixe ficar em casa — Manta voltou a encará-lo, de um jeito muito brabo, franzindo a testa em expressão irritada. — E não me peça pra "ser bonzinho e obedecer". Já disse que não sou nenhuma criança!

Yoh suspirou.

— Não é, mas está agindo como uma — depois disse, soando sincero. Àquela altura, não conseguia mais forçar o sorriso, que já havia desaparecido.

Ouvir aquilo apenas fez o sangue de Manta ferver e o deixou ainda mais irritado.

— NÃO ESTOU!

— Entendo que esteja aborrecido, você passou por uma situação estressante, e juro que estou tentando ver as coisas pelo seu lado... Mas também quero te ajudar! E pra isso você precisa me dar uma chance. Eu quero ter uma conversa séria com você, Manta... Não nos falamos direito desde o dia em que você foi internado.

— Ah!! Tá vendo só?! De novo você está agindo como se fosse um adulto com esse papo de "eu quero ter uma conversa séria com você". Não tenho mais nada pra conversar contigo, Yoh-kun. O que eu queria ter dito, já disse no banho. — Manta novamente fechou os olhos. — Waaah!!! —... Mas tomou um susto e voltou a abri-los um segundo depois, quando sentiu que estava sendo levantado do chão pelo cangote.

— Vamos logo, antes que fique muito tarde — declarou Yoh, enfiando Manta embaixo do braço e o carregando para fora do quarto, fechando a porta.

— Me solta!!! Yoh-kun, me coloca no chão!!! — Manta protestava aos berros, sacudindo as perninhas no ar e agarrando o braço preso em volta de sua cintura, em uma vã tentativa de soltá-lo. — Yooooh-kun!!! Tá me ouvindo?? Não me ignore!! Eu mandei me soltar!!!

— Estamos saindo — Yoh avisou ao passar pela sala, onde Anna estava deitada no chão de costas para a porta, assistindo à televisão.

— Não demorem muito pra voltar — pediu Anna, sem se virar.

— Anna-saaaan!!! Olha o que ele está fazendo! Ele é seu noivo, mande-o parar!! Aaahh!!! — No desespero, Manta tentou gritar pela ajuda dela. Não surpreendentemente, Anna apenas fez que não ouviu.

Yoh carregou o garoto se debatendo até a porta da frente, calçou seus sapatos e pegou os dele. No instante seguinte, eles estavam com o pé na estrada.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo: Yoh e Manta conversam sobre o passado, Manta parece um pouco mais feliz e mais calmo...

Dica importante~
Se você tem um amigo depressivo, ou que esteja passando por uma período ou fase de depressão, é importante NÃO FORÇAR a pessoa a desabafar ou falar sobre o que está sentindo. Você pode (e deve) se oferecer para ouvi-la, porém não a obrigue se ela disser que não quer, ou que não está bem para falar no momento. Às vezes, falar sobre pode deixá-la pior, por trazer à tona sentimentos que ela prefere evitar, por isso não é bom forçar. O que você pode fazer é deixar claro que estará ali para ouvir QUANDO ela estiver bem para desabafar. É um pouco complicado, eu sei... Porém, lembre-se de que a pessoa está lidando com sentimentos dos quais ela não tem controle e, muitas vezes, não conseguindo pensar direito.



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