Charlie Weasley é o segundo filho de Arthur e Molly Weasley, frequentou Hogwarts entre os anos de 1984 até 1991 e teve grandes realizações. Foi selecionado para a casa da Grifinória como toda sua família, se tornou apanhador do time de quadribol de sua casa  no final de seu segundo ano cobrindo uma substituição necessária e garantiu a taça naquele ano e a vaga pelos anos seguintes até sua formatura.  No seu quinto anos ele se tornou monitor, e no sexto capitão do time de Quadribol da Grifinória. Seu sétimo ano foi mais tranquilo, não virou monitor chefe, mas teve todas as conquistas que desejava. 

Segundo semestre de 1988 

Era uma noite de quinta-feira durante o mês de outubro, quinto ano de Charlie, ele fazia sua ronda pelo castelo. Ser monitor dava um grande prestígio, mas em sua opinião aquela era a parte mais chata do trabalho. Ficar acordado mais tarde e andando pelo castelo tendo que punir alunos que faziam o mesmo que ele costumava fazer no passado parecia um tanto quanto hipócrita. 

Escutou alguns barulhos longe de si, tinha certeza que vinha da biblioteca. Resolveu ir investigar, e não surpresa nenhuma quando de fato encontrou alguém lá. Ele sim esperava encontrar provavelmente dois alunos se pegando ou algo do tipo, não achava que a cena que veria seria uma estudante sentada em uma mesa bem ao canto com diversos livros a sua frente. 

—Não acha que está um pouco tarde para estar estudando fora de seu salão comunal, Srt... - Charlie levantou a sobrancelha enquanto espera que a garota lhe respondesse. 

Essa por sua vez tinha levado um susto com a aparição inesperada do ruivo. Colocou a mão acima do peito antes de respirar fundo e responder. 

—Wenlock. - Ele se aproximou dela um pouco surpreso. 

—Como Bridget Wenlock? - A garota ponderou por um tempo. 

—Bom, sim. Ela é algum tia avó muito distante afinal tem séculos que estava viva. - Fechou os livros a sua frente e se levantou. 

—Me chamo Eleanor. - Disse estendendo suas mãos para o garoto a sua frente. Ela não era alta, na verdade era mais baixa que a maioria das garotas. Possuía olhos castanhos em tom mais amendoado, seus cabelos lisos e castanhos estavam amarrados em um rabo de cavalo frouxo e ela usava o suéter do time de quadribol da Lufa-lufa. 

Charlie apertou a mão da menina, quando pareceu lembrar o motivo de estar ali. 

—Então Eleanor, eu sou monitor da minha casa e se me lembro bem, alunos não devem estar fora da cama depois do horário de recolher. A não ser claro que exista uma explicação extremamente plausível. - Ele levantou a sobrancelha esquerda como quem esperava por uma resposta e abriu um sorriso de canto. 

—Eu tenho um trabalho de Trato de Criaturas Mágicas para ser entregue amanhã. E como esse final de semana a Lufa-Lufa pretende detonar a Grifinória no quadribol, o nosso capitão nos fez treinar todo tempo livre que tivemos ao longo do dia. - Nos lábios de Eleanor surgiu um sorriso sem mostrar os dentes mas extremamente confiante. 

—Hum, entendo. E provavelmente você não possui esse livros e a biblioteca já está fechada então você não pode retirá-lo para estudar no seu salão comunal. - 

Ela afirmou. 

—Justo. Até porque a Lufa-Lufa vai ter que treinar muito para ganhar de nós esse sábado. - Charlie provocou em tom de brincadeira. A garota riu. 

—Vai acreditando. - Ela fez uma cara desafiadora que fez Charlie rir. 

—Eu posso te ajudar se quiser. Sou muito bom com Trato de Criaturas Mágicas. - Era sua matéria preferida. A garota aceitou sem pensar duas vezes, gostava muito da matéria mas às vezes tinha dificuldade. Seu cérebro tava a maior parte do tempo ocupado com plantas e poções, já eram nomes e características demais para lembrar. 

Charlie deveria ter cumprido seu papel de monitor e ter dado uma detenção para a Lufana. Não foi o que fez, muito pelo contrário. Ajudá-la com tarefas de Trato de Criaturas Mágicas durante o horário de suas rondas se tornou algo constante. Isso explica o porque o garoto não se tornou monitor chefe. 

No dia do jogo entre Lufa-Lufa e Grifinória, Carles ficou surpreso ao ver Eleanor com um número sete estampando na parte de trás de suas vestes. Então ela era a nova apanhadora da casa preta e amarela. Charlie gostou do desafio. Seria legal competir com ela pelo pomo de ouro. 

Ela sorriu e acenou para ele de dentro do campo. Ele fez o mesmo. 

Aquele foi o jogo mais longo entre Grifinória e Lufa-Lufa que Charlie já tinha tido a chance de jogar 

A competição pelo pomo foi acirrada e mesmo que tanto ele quanto ela estivessem extremamente concentrados, uma hora ou outra gerava algum tipo de brincadeira entre eles para tentar desestabilizar o outro. Charlie foi quem capturou o pomo depois de nove hora de jogo mas a Lufa-Lufa que ganhou já que no fim os artilheiros amarelos foram capazes de fazer pontos os suficiente para ficarem com 10 pontos de folga. 

Quando o jogo acabou, Eleanor parabenizou Charlie. Ela estava genuinamente feliz por ele ter conseguido pegar o pomo e aquilo fez com que ele ficasse feliz por ela ter ganho o jogo. Afinal sabia o quanto a casa lufana vinha praticando.

Naquele ano Grifinória ficou em terceiro lugar no campeonato de quadribol. Atrás da Lufa-Lufa e da Corvinal que levou a taça.  A última vez que a Grifinória ganhou tinha sido no segundo ano de Charlie, quando ele entrou para o time e conseguiu trazer a vitória para casa no último jogo da temporada. Desde então a vitória sempre tinha sido da Sonserina ou da Corvinal. 

Uma amizade começou a crescer entre os dois. Agora não se viam apenas para que ele lhe ajudasse a estudar mas também se falavam nos corredores, e assistiam jogos de quadribol das outras casas juntos. Charlie estava lá torcendo por Eleanor no jogo contra a Sonserina e ficou muito feliz quando ela ganhou. Eleanor estava lá quando torcendo por Charlie no jogo contra a Corvinal e mesmo que ele não tenha ganhado achou uma maneira de deixá-lo feliz. 

Charlie gostava de Eleanor, e as únicas pessoas que sabiam disso era seu melhor amigo John e seu irmão Bill. 

Bill era o irmão com quem Charlie mais se dava bem. Ambos sempre compartilhavam tudo um com o outro. Quando surgiu alguma dúvida em relação a garotas era entre eles que essa dúvida era tirada. Quando cada um deles deu o primeiro beijo o irmão foi o primeiro a saber e quando Bill perdeu a virgindade, Charlie foi o único com quem ele compartilhou o ocorrido. 

Era óbvio que eles se gostavam, ambos sabiam disso mas ao mesmo tempo os dois tinham medo de estragar aquela amizade que tinha se formado casos as coisas dessem errado. Charlie nunca tinha tido uma amiga, e Eleanor nunca tinha tido um amigo. Ela vivia acompanhada de Louise, sua melhor amiga. Mas fora isso, mais ninguém. Eles amavam a companhia um do outro e a cumplicidade que existia. Perder isso seria pior do que não consumir o amor que ali existia. 

Quando o natal chegou, Eleanor comprou um kit para treinamento de dragões como um presente para carlinhos. Possuía diversas coisas que ela não fazia a menor ideia para o que servia, a única coisa que ela identificava era uma luva de couro vermelha. Ela tinha certeza que ele iria adorar. Ele por sua vez deu duas coisas para a menina. Uma pulseira de prata com três pingentes, um pomo de ouro, um texugo e uma mandrágora. Explicou que ali representava os três amore que ela possuía: quadribol, Lufa-Lufa e Herbologia. Ela ficou emocionada e ao mesmo tempo que achou que seria rude não aceitar o presente, pensava que isso era o certo a se fazer afinal sabia da condição financeira dos Weasley. No fim ela aceitou pois não queria parecer indelicada e também ela tinha amado muito aquele bracelete, mas não amou tanto quanto amou o suéter que Molly Weasley tinha tricotado para ela a pedido de Charlie. Era amarelo com uma letra “E” em preto no meio.

Foi depois da troca de presentes no meio de uma escura biblioteca depois do horário de recolher no último dia antes das férias de inverno que aconteceu o primeiro beijo entre eles. Foi calmo, doce e cheio de carinho e amor. 

Charlie nunca tinha voltado tão radiante para A Toca. Decidiu que não queria comentar com a família ainda. Era a primeira vez que gostava de uma garota naquelas proporções, era a primeira namorada que tinha. Talvez por isso queria manter mais reservado, tirando sua mãe e Bill que ele resolveu contar do ocorrido, nenhum outro Weasley ficou sabendo. 

Talvez Percy soubesse ou fosse descobrir já que ele também ia para Hogwarts, mas o garoto estava apenas em seu segundo ano e ele nunca fez o tipo bisbilhoteiro, fora que provavelmente ele nem se importava com o que o irmão fazia ou deixava de fazer. 

Quando as aulas voltaram, Charlie tinha que começar a pensar em seus N.O.M’s agora além de treinar o quadribol e namorar, ainda tinha que achar espaço para estudar. Eleanor estava no quarto ano, e não podia ajudar Charlie com nada além de apoio moral. E foi isso que ela fez, ficou ao lado dele em cada momento livre que tinha, aproveitava enquanto ele estudava para adiantar suas próprias lições de casa, e algumas vezes até usava as anotações dele para fazer chamada oral de conceitos, o que fez com que até ela aprendesse. 

O resto do ano letivo correu bem. Charlie conseguiu passar pelas duas semanas de prova, ele realmente acho que não iria sobreviver. Antes das aulas acabarem eles ainda conseguiram passar duas semanas apenas aproveitando a companhia um do outro. 

Charlie estava feliz, já tinha tido um casinho aqui ou ali. Porém nunca tinha se sentido assim. Talvez esse fosse uma nova maneira de amar, diferente de todas as outras que ele já tinha experimentando.