Zodíaco escrita por Dafne Federico


Capítulo 1
Capítulo 1: Matriarcado


Notas iniciais do capítulo

Essa fic vem rondando minha cabeça faz tempo...
Como boa amante de romance policial

Espero que gostem
Xoxo



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Sakura Haruno

 Você tem 1 chamada perdida de Hiruzen Sarutobi.

 Encarei a notificação sabendo exatamente do que se tratava. E não era como se eu pudesse ignorar a chamada de Hiruzen e continuar minha noite. Passava das onze horas da sexta-feira e em algum lugar da cidade tinha outra garota morta. 

 Sai analisou minha expressão decepcionado.

 - Querida, não ouse me dizer que você vai cancelar nossa noite para trabalhar. - ele ralhou sem acreditar, afinal nós tentávamos nos ver há semanas - E falo sério, Sakura, só vou deixar você sair por aquela porta se for para dar uma chave de boceta no loiro sentado ao bar.

 Eu estava secando aquele homem na última meia hora, esperando apenas Sai encontrar alguém com quem dividir os lençóis, para dar o bote. Era realmente uma pena, mas teria que ficar para a próxima.

 - Encontraram outro corpo. - expliquei com a voz baixa enquanto vestia meu casaco e pegava a carteira para pagar a conta - Você sabe o que significa.

 Sai forçou uma expressão triste.

 - Mas esse caso não estava nas mãos dele?

 Assenti encostando o cartão prateado na maquininha.

 -  Você usou o pronome no gênero correto. Amanhã quando todas as âncoras femininas do jornal das oito estiverem utilizando a expressão feminicídio para atacarem a polícia local e o FBI, eles vão precisar de um rosto feminino para acalmar os ânimos.

 Essa era uma característica marcante na minha personalidade: eu era realista. E por sê-lo sabia que o FBI não estava livre de ser uma instituição machista e nepotista. E Hiruzen possuía uma dezena de agentes para escolher, no mesmo nível ou melhores do que eu, mas ele queria uma mulher para causar empatia dos civis para com a polícia. 

 - Tudo bem. - Sai deu-se por vencido - Tome cuidado.

 Anui.

 - É meu sobrenome. - respondi dando-lhe um beijo no rosto - E você não vá embora dessa merda de bar antes de dar o seu telefone para o yuppie moreno na sacada. Ele não parou de te olhar a noite inteira. - completei baixinho antes de ir embora. 

 Assim que entrei no meu carro troquei as sandálias de salto pelo par de botas baixas que deixava embaixo do banco do carona. Não teria tempo de passar em casa para vestir algo mais formal, por tanto fechei o casaco para esconder o vestido justo e dei partida.

 Primeiro mandei uma mensagem para minha colega de apartamento, pedindo que separasse uma muda de roupas para mim, e depois disquei o número de Hiruzen Sarutobi, diretor do Departamento Federal de Investigação, e coloquei a ligação no auto falante. 

 - Boa noite, Sakura. - ele desejou caloroso e educado como de costume - Atrapalhei sua noite? 

 - Sim. - respondi com honestidade, apesar de ele ser o homem mais respeitado e temido de toda a instituição, para mim era como um pai - Encontraram o corpo da menina de Saint Vicente? 

 Ele assentiu.

 Isso significava uma grande merda.

 - Encontraram o cadáver nas margens de uma autoestrada, próximo a Long Island. - Hiruzen continuou com sua voz madura, gentil e genuinamente triste - A perícia já está no local.

  - E eu devo ir para a cena do crime ou para a força tarefa? - perguntei embora já estivesse a caminho do décimo sétimo departamento de polícia do estado de Nova York.

 Hiruzen riu. 

 - Você nunca me decepciona, Haruno. - ele confirmou a minha suspeita - Preciso que você vá direto para a força tarefa, precisamos nos adiantar em relação a mídia. Você tem meu aval para tomar as decisões que ache necessárias, já os comuniquei sobre.

 Assenti desconfortável.

 - Vou te fazer apenas um pedido. - e novamente eu antecipei quais seriam as suas palavras, muito embora eu não acreditasse que poderia cumpri-lo - Pegue leve. Não precisamos de uma investigação com lideranças divididas. Tudo bem?

 - Tudo bem. - aceitei meu martírio. 

 - Nos vemos em breve, Sakura. - Sarutobi deu a deixa para desligarmos, mas eu ainda tinha minhas dúvidas.

 - Por que não colocou o Kakashi no caso? 

 Ele demorou um pouco para responder.

 - Você sabe o porquê. - e desligou.

 Suspirei.

Estava a algumas quadras de distância do prédio policial onde havia sido montada a força tarefa do caso de desaparecimento de Katie Hall há três meses, quando parei em frente a uma cafeteria vinte e quatro horas.

  Era 00h05 da manhã de sábado. 

 Seria uma madrugada longa. 



Suigetsu Hozuki 

 

 Estava sendo uma noite de merda.

 Não bastasse o meu plantão ter caído justamente em uma sexta-feira, essa estava sendo a sexta-feira mais agitada dos últimos três meses. Para começar um homem ligara afirmando ter encontrado um corpo a beira de uma estrada em Long Island. E por causa disso precisei empatar a foda do Sasuke para que ele fosse até o local. 

 Não o bastante, Hiruzen Sarutobi, apenas a porra do diretor do FBI, ligara comunicando que ele estava colocando outro agente para auxiliar nas investigações. 

 E agora a mulher mais atraente que eu havia visto em muitos meses entrava na delegacia, com um vestido coladíssimo ao corpo e um revólver preso a coxa por uma faixa escura. Ela aproximou-se mostrando o distintivo e se apresentou:

 - Agente Sakura Haruno. - disse com uma voz firme fechando a carteira escura onde guardava a identificação - Estou assumindo a investigação. Espero que tenham recebido o comunicado do Diretor. 

 Ela era rápida.

 Hiruzen Sarutobi havia telefonado a cerca de meia hora nos comunicando, enquanto enviava um comunicado oficial para toda a corporação. E embora eu houvesse reconhecido o nome, jamais imaginara que a dona dele era uma tremenda de uma gostosa.

 Não conseguia imaginar como Sasuke podia não gostar daquela mulher. Honestamente, ela parecia uma modelo da Victoria'a Secret com posse de arma. 

 

 

 Sasuke Uchiha

O cadáver a minha frente parecia me advertir: você nunca irá se acostumar com a morte. E o fato de ser o corpo de uma menina de dezessete anos tornava a situação ainda mais difícil. Uma menina de dezessete anos que eu deveria ter encontrado com vida.

  - Boa noite, investigador. - a perita Ino Yamanaka contornou a faixa amarela de restrição para me cumprimentar, como se não estivéssemos dividindo a mesma cama uma hora e meia antes - A descrição bate.

 Suspirei.

 - Tem certeza? 

 Ino assentiu com um olhar triste.

 - Tenho certeza, Sasuke. O corpo está conservado, provavelmente porque ela não foi morta duas semanas atrás e sim há um ou dois dias, no máximo. - ela cravou desviando o olhar do meu.

 Nosso trabalho exigia que nós conseguíssemos separar extremamente bem vida pessoal e profissional, mas era difícil não se sentir culpado sabendo que se você tivesse feito melhor, talvez não houvesse uma pessoa morta, sobretudo a porra de uma criança que, seguindo a expectativa de vida norte americana, viveria mais cinquenta e oito anos.

 As vezes meu trabalho era uma merda.

 - A morte foi a parte menos dolorosa. - Ino continuou detalhando o que tinham conseguido até o momento - O corpo tem diversas escoriações e indícios de abuso sexual, marcas nos pulsos, tornozelos, maxilar e uma perfuração na região esquerda do peito, que acreditamos ter sido a causa da morte.

 - Perfuração de bala?

 - Ainda não conseguimos dizer com precisão qual é o objeto. - a loira negou - Eu apostaria em algo como uma besta.

 Suspirei derrotado.

 Três meses antes havíamos sido designados a ajudar a polícia local no caso de desaparecimento de uma adolescente de dezenove anos, encontramos o corpo um mês após a data de desaparecimento. E há duas semanas identificamos um segundo desaparecimento com as mesmas características do primeiro. Nossa postura foi desassociar os dois casos enquanto fosse possível para não causar pânico, mas agora não teríamos mais como negar.

 - Você disse que houve abuso sexual. Conseguimos material genético?

 Ino abaixou os olhos.

 - Ele a limpou. - disse minando minha esperança - Exatamente como a primeira vítima.

 Novamente nós não tínhamos nada.

 Meu telefone celular tocou pela vigésima vez aquela noite. Pedi licença a Yamanaka e me afastei da cena.

 - E aí, Sasuke. - a voz conhecida de Suigetsu cumprimentou - É ela?

 - Sim. - assenti 

 Suigetsu suspirou.

 - Que merda.

 - Algo a mais? 

 O homem levou alguns instantes para retomar a fala e naquele momento eu soube que a merda estava apenas começando.

 - Fala logo, Suigetsu. - pedi impaciente - Não tem como piorar.

 Ele riu nervoso.

 - Na verdade tem sim, cara. - continuou com a voz entre a preocupação e o riso - Sarutobi não ficou muito contente com a notícia de que a vítima foi encontrada morta e mandou outro agente para auxiliar no caso.

 Perfeito, pensei ironicamente.

 Sarutobi acabara de assumir minha incompetência. 

 - Quem o velho mandou? - inqueri imaginando o nome masculino e conhecido que era enviado para solucionar casos em que a equipe primária não obtinha sucesso.

 Honestamente? Não sabia se conseguiria passar mais de meia hora na companhia do Doutor Hatake sem mandá-lo para a puta que o pariu.

 Suigetsu riu.

 - A Haruno. 

 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?
Continuo?



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