Impossível escrita por kjuzera


Capítulo 1
"Eu só encontrei ela aqui dentro"


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Então... Essa história é bem diferente do que eu escrevo normalmente, mas eu estou AMANDO escrevê-la. Eu já tenho muitos capítulos prontos e está tudo fluindo bem rápido então pretendo postar com bastante frequência. Aproveitem bastante e me contem o que estão achando ♥

AVISO IMPORTANTE:
Nessa história tem gente que morre sim, mas ninguém importante. Tem violência mas o angst é bem de leve, fiquem tranquilas/os. Se quiserem ou precisarem podem me pedir uns spoilers que eu conto ;)



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Liberdade é o que define a vida de Katsuki Bakugou. Fazer a porra que ele quisesse a hora que ele quisesse era exatamente o que tornava sua vida tão interessante. Voando devagar e baixo nas costas do seu fabuloso dragão vermelho, ele dava risada quando as pessoas das vilas abaixo dele gritavam em pânico. 

    Apesar de se divertir vendo as pobres coitadas das mulheres largando roupas e cestos no chão para recolher crianças em desespero, Katsuki jamais vandalizaria aquele tipo de lugar. Que graça teria, afinal? 

    Com um puxão num dos inúmeros chifres do dragão, Bakugou o fez bater as asas forte, ganhando altura. O vento ficou frio e cortante, mas o loiro já estava acostumado. Mais de cima podia ver mais longe, e assim escolher seu próximo destino. 

    Viu ao longe em uma estrada uma pequena caravana acompanhando uma carroça, carregando estandartes vermelho e branco que Bakugou fazia a menor questão de saber qualquer coisa sobre. Sorriu de lado.

    - Bora lá, escamoso. 

    Aquele sim era o tipo de gente que Bakugou gostava de aterrorizar. 

    Em poucos instantes o dragão alcançou a caravana e pousou ruidosamente à frente deles na estrada, rugindo intimidadoramente. Bakugou saltou da cabeça do dragão com a espada curva em mãos. Usava botas pesadas e calças grossas de inverno, apesar do torso desnudo. No pescoço vários colares de dentes e garras, e uma capa vermelha escura. Seus braços ainda eram adornados também por tatuagens com linhas e formas que os cobriam do bíceps até os punhos. 

    A caravana tinha cerca de uns 15 soldados, devidamente equipados com armaduras completas e armas, e todos sem exceção se borraram de medo. Bakugou sabia que sua presença era terrivelmente intimidadora, mas tinha que admitir que o dragão vermelho com dentes do tamanho da cabeça de uma pessoa talvez causasse tanto medo quanto ele. Eram a dupla perfeita.

Bastou o dragão dar uma patada no soldado mais próximo e Bakugou pular em cima de outro fincando a espada curva na fresta clássica que toda armadura tinha na axila, para todos os demais soldados saírem correndo em pânico. 

Bakugou nem se afetou quando todos saíram correndo, mas fez questão de fincar a espada na garganta do homem terminando rapidamente com seu sofrimento. O dragão vermelho fez o mesmo partindo o corpo do sujeito em múltiplas partes com uma simples bocada. 

Katsuki limpou a espada no tecido encardido da capa e a guardou na cintura. Se aproximou da carroça onde dois cavalos estavam inquietos. O bárbaro sempre se impressionava como os animais se mantinham mais íntegros que os próprios humanos. 

— São cavalos excepcionais. - Katsuki comentou passando a mão pela crina tosada de um deles. - Você quer comer eles?

O dragão aproximou a cabeça dos animais que tentaram se afastar com medo, mas não conseguiram pois o bárbaro segurava as rédeas. As largas narinas do dragão inspiraram fundo para em seguida ele se afastar balançando a cabeça. 

— Depois não venha me reclamar que está com fome. - Bakugou disse irritado, começando a desatar os animais da carroça. - Depois que eu estiver comendo a merda de um peixe você vem me dizer que quer também. Aposto que você nem sente o gosto de algo tão pequeno, faz só pra encher a porra do meu saco. 

O dragão fungou algumas vezes balançando a cabeça de maneira que Bakugou reconhecia como uma risada, ou um deboche. Era sempre assim, dragão safado. 

Os cavalos saíram correndo na primeira oportunidade. Talvez ele pudesse os ter guardado para vender pra alguém mas era um saco viajar por terra, não valia a pena. Se desse sorte encontraria outras coisas valiosas na carga da carroça.

Deu a volta no carro e subiu, vendo que o espaço estava cheio de caixas até o teto de lona. Abriu a primeira caixa e se deparou com um monte de livros e papéis. Simplesmente a jogou pra trás, a fazendo cair e quebrar. Os papéis de dentro saíram voando com a brisa. 

Repetiu o processo com a próxima caixa que revelou interior semelhante. O dragão deu a volta também curioso pelos papéis voando, e se divertindo tentando abocanhar as pequenas páginas que voavam diante de seus olhos enormes.

Que merda de carga era aquela? Estavam movendo a porra de uma biblioteca? Depois de mais umas várias caixas arremessadas pra fora, ele viu um baú. Era grande e bem ornado, talvez ali sim tivesse algo de valor. 

— IIIYAA!!

No instante que ele se aproximou, a tampa do baú se abriu e uma pessoa o acertou com um pedaço de pau, completamente desajeitada. Talvez tivesse mirado em sua cabeça, mas a pouca altura e falta completa de técnica fez com que acertasse apenas em seu peito. Bakugou nem se moveu.

Com uma mão segurou o pedaço de pau como se o tivesse ofendido. A pessoa tinha fechado os olhos para bater e agora os abria para ver o resultado de sua investida. 

— Arhhhm? - foi mais um grasnado que uma pergunta. 

Quem tinha tentado lhe golpear era uma garota, muito esquisita por sinal. Tinha olhos e cabelos marrons na altura dos ombros, a cara redonda como uma lua cheia. Ela usava uma roupa muito esquisita. Era de tecido, lembrava um pouco algo que Katsuki já tinha visto generais usarem, mas era mais simples, era bem confuso. Nas pernas era como um vestido que as mulheres usavam normalmente mas era curto, nem chegava aos seus joelhos. Da onde diabos aquela garota tinha vindo?

Seus olhos arregalados o olhavam com pavor, ela parecia querer gritar mas nem isso conseguia. Ele tirou facilmente o pedaço de madeira da mão dela, jogando-o para o lado, e se aproximou da garota. 

Ela finalmente começou a gritar tentando se afastar dele, mas ele a segurou pelo pedaço de tecido vermelho que ela tinha em volta do pescoço com facilidade. Aproximando o nariz dela, concluiu que a garota definitivamente cheirava a algo doce, o que não era possível. Desde quando pessoas tinham cheiro doce?

— Me solta, me solta…! - ela tentava se soltar da mão forte do loiro, inclusive chutá-lo mas sem sucesso. 

— Que merda é essa, mulher, cala a boca! - ele disse segurando o rosto dela, sua mão grande e grosseira tapando sua boca.

Ela continuou a gritar e tentar se soltar, enquanto Katsuki a levava para fora da carroça com facilidade. O dragão já tinha ouvido os barulhos e tinha perdido interesse nas páginas que voavam, esperando impaciente para ver o que o loiro iria tirar de dentro da carroça. 

— Olha só, Kirishima! Você não quis comer os cavalos, eu encontrei uma carne bem mais macia. - ele disse jogando a garota para fora da carroça sem delicadeza. 

Os níveis de pânico da menina pareceram só aumentar quando a enorme cabeça do dragão se aproximou dela, a cheirando. Bakugou não conseguiu deixar de ficar desapontado quando ela literalmente desmaiou de pavor. Kirishima apenas olhou para ele confuso. 

— Eu também não sei, escamoso, eu só encontrei ela aqui dentro. Vou ver se acho alguma coisa que presta nessa carga, não deixa essa doida fugir. 

Kirishima grunhiu concordando e voltando a cheirar a menina desacordada. Torceu seu focinho gigante ao sentir o perfume doce dela, irritando seu sentido mais apurado. Se afastou um pouco emburrado. Afinal quão difícil seria impedir que uma mulher desmaiada fugisse?

Bakugou continuou arremessando caixas para fora, encontrando um total de zero coisas que prestavam. Perdeu as contas de quanta merda tirou daquela carroça. Acabou guardando um tecido que talvez pudesse lhe ser útil em algum momento e uma corda de qualidade. 

Já que aquela carga tinha lhe rendido bosta nenhuma, talvez pudesse tirar o prejuízo vendendo aquela garota. A corda seria útil. 

Saiu da carroça para ver Kirishima segurando firmemente a garota entre suas duas patas da frente com os olhos focadíssimos nela. Suspirou fundo.

— Ela quase fugiu, não foi?

Kirishima balançou a cabeça positivamente, sem tirar os olhos dela.

— Você tinha uma única tarefa, dragão burro. - Bakugou reclamou irritado - Sorte a sua ser um dragão, porque se você fosse um cavalo eu já tinha te trocado. 

O dragão gemeu baixinho, claramente triste. 

Bakugou voltou sua atenção para a mulher com cara de bolacha, que agora já parecia mais irritada do que com medo. 

— E você mulher, porque não fugiu com o resto da sua trupe de covardes?

— Eu não… eu não era da trupe deles, ok? - ela respondeu incerta. 

— Ahhh - ele disse entendendo tudo - Então você já era prisioneira deles. Perfeito, nada mudou então. 

Bakugou se aproximou e Kirishima a liberou para o bárbaro começar a amarrar suas mãos. Ela obviamente não queria colaborar. Ele se abaixou em um joelho para amarrar com mais facilidade e foi quando ela aproveitou para acertá-lo com tudo numa cabeçada. 

Ele jamais admitiria, mas aquela porra doeu pra caralho. Se sentiu zonzo, perdendo um pouco do equilíbrio. A garota rapidamente se esquivou das patas frouxas do dragão e começou a correr desengonçadamente. 

— Ô merda!! - o bárbaro reclamou levando a mão à cabeça de onde um fio de sangue escorria. Se levantou focando a visão no dragão que parecia preocupado com ele. 

— Qualé que é Kirishima? Você não viu que a mulher tá fugindo?!

Satisfeito pois seu mestre parecia bem, o dragão levantou vôo e num rasante abocanhou a garota que já estava a uns 20m de distância. Ele pousou novamente, abrindo a boca e cuspindo a garota toda babada na saliva espessa, de maneira que ela nem sequer conseguia se mover direito. Exasperado, Bakugou olhou para o dragão enquanto este abanava a cauda feliz como um cachorro grande e bobão. 

— Espero que não tenha machucado ela. - o loiro disse preparando a corda de novo - Eles vão pagar menos se ela tiver marcas. 

Bakugou se aproximou para avaliar o estado da garota no chão e se deparou com o rosto de bolacha completamente ensanguentado. Olhou para o dragão Kirishima com um olhar fuzilante que fez a besta se encolher. Com cuidado, ele se aproximou e lambeu a cara da garota, cobrindo não só ela com uma nova camada de saliva como Katsuki também. 

O sangue saiu, mas logo a ferida na cabeça começou a escorrer de novo. O dragão grunhiu descontente sem saber o que fazer para deixar a garota "limpa". 

— Já chega! - Bakugou disse irritado, usando a própria capa para tirar o excesso de saliva de cima dos dois. - Você, fique quieta se não quiser passear na boca dele de novo. 

A menina apavorada apenas concordou com a cabeça enquanto permitiu o bruto amarrar seus punhos e pernas. Ele pegou o tecido que achou dentro da carroça e a enrolou nele, como um charutinho.

— Ei, o que você vai fazer comigo?! - ela gritou de dentro do enroladinho de tecido.

— Vou achar algum idiota que pague ao menos umas 10 peças de ouro por você. Para pelo menos fazer valer a pena esse trabalho todo. 

O loiro jogou ela nos ombros como um saco de batata e a levou até a espécie de cela que tinha no pescoço do dragão. Amarrou-a por ali de qualquer jeito e fez o dragão levantar vôo na direção leste. Já tinha mais ou menos em mente quem poderia ser seu comprador. 

Kirishima levantou voo e logo percebeu  para qual direção estavam indo. Fez um muxoxo virando a cabeça para trás que lhe rendeu um puxão em um dos chifres. 

— Você é ridículo, Kirishima, é só uma mulher esquisita. Com o dinheiro que vamos ganhar com ela posso até te comprar umas ovelhas. Há quanto tempo que você não come ovelhas? 

O dragão lambeu a boca cheia de dentes pontudos e se pôs a voar mais rápido para o leste.


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Notas finais do capítulo

Imagem da capa: https://twitter.com/Echo1069479/status/1051880116371038209

Yey!! Espero que tenham gostado ♥

AGRADECIMENTO especial a Patty Potter que sempre corrige meus milhares de erros ortográficos e a Pretty Izzy por me inspirar com idéias maravilhosas. Obrigada amores da minha life!

Próximo capítulo: "Dorme que passa"



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