Sedução aos Pedaços. escrita por Moonshine


Capítulo 20
20º Retornando, grande perigo, pensa rápido, FINAL


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito para postar o final, por isso leia logo e nos agradecimentos vai ta tudo explicado.



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    Achei meu celular na bolsa, olhei no visor, mas a chamada estava como desconhecida.

       - Quem é? – perguntou Adam, me servindo mais vinho.

       - Não sei, ta como desconhecida – atendi ao telefone. – Alô?

        - Você ta bem meu ex lindo amor? – engoli a saliva que pareceu me cortar a garganta.

    - Quem ta falando? – perguntei tentando não acreditar.

    - Já esqueceu a minha voz foi? – ele riu do outro lado da linha.

    Eu fiquei pálida, e meus olhos demonstraram tanto pavor que Adam tomou o celular da minha mão.

 

 - Quem é ? – Adam perguntou levantando-se da mesa, me dando as costas.

 

Eu não conseguia imaginar nada além de todos os rostos das pessoas que eu amava, eles passeavam pela minha mente, e uma sombra os seguiam, o rosto do Mark.

    Não era possível ele havia voltado para me assombrar de novo, eu tinha medo de sua reação. De novo eu vi meus olhos embaçarem, e lágrimas quentes queimaram meu rosto.

 

- Kira ? – A mão de Adam tocou meu ombro.

- Era ele não é ? – eu coloquei minha mão por cima da dele.

- Era... Mas não se preocupa meu amor, ele só ligou pra pedir dinheiro, ele disse que depois disso vai embora, vai deixar você em paz – Adam tentou me confortar.

- Mas Adam, a gente não pode dar dinheiro pra ele, ele vai ficar chantagiando a gente sempre. – levantei da cadeira passando as mãos sobre meus cabelos, sinal típico de preocupação.

- Não Kira, a gente vai ser esperto, a policia vai ta junto. – Adam tentou me acalmar sem sucesso.

- Como Adam, não tem como ! . – sentei novamente e chorei. – Que dia ? – perguntei tentando me acalmar.

- Segunda – ele sentou-se ao meu lado me abraçando

     Era sábado, talvez desse tempo de grampiar a ligação dele, pegar ele e prendê-lo como deveríamos ter feito antes...

                                                     (...)

# Domingo

 

Acordei na minha cama sozinha, apenas um lindo arranjo de orquídeas estava no meu criado mudo, juntamente com um recado.

 

“ Meu amor, posso até estar sendo meloso demais, e realmente sei o quanto isso pode te incomodar.  Também acharia estranho ter uma Kira muito melosa.

Mas não consegui te acordar, você estava dormindo tão linda. Aliás, adoro te ver dormir.

As orquídeas são para alegrar sua manhã, lindas flores para uma linda flor.

Ok ok, isso foi muito clichê !

Fui resolver um problema no meu condomínio, sabe como aquele povo é cricri.

Te amo demais, volto logo. “

 

Apesar de toda a preocupação da noite passada eu consegui até dormir bem, Adam ficou comigo no meu apartamento, me embalou durante o sono.  Pela primeira vez na vida eu podia dizer que amava um homem de verdade, não sei bem, mas com Adam era muito mais do que uma simples atração física, era carinho, ternura... todas essas coisa meio “viadas” que existem dentro do coração.

       Apesar de ter recebido aquela ligação de Mark ontem a noite, apesar de ter morrido de medo, algo me fez ficar mais calma hoje, logo a situação estaria resolvida, e eu poderia ficar feliz novamente, completamente, e muito mais feliz que antes.

 

Como Adam tinha deixado o recado junto a flor, nem liguei para ele, afinal devia ser mais uma daquelas reuniões de condôminos que tem direto no prédio dele, por esse motivo eu também adorava o meu apartamento, era arrumado, bem localizado, mas não tinha essas frescuras, mas também quando tinha, nem me dava o trabalho de ir, a vizinha sempre questionava tudo mesmo, nunca haveria algo de irregular.

 

Acordei meio tarde, por tanto nem vi a tarde passar, fiquei em casa o domingo todo, coisa muito rara para mim que parecia ter formigas nos pés.

 

Estava esparramada no sofá de casa, assistindo qualquer coisa que passava no tv, estava prestes a pegar o telefone para ligar para Adam,  devia ser umas 3 da tarde, e nada daquele ser humano voltar.

 

Telefone toca.

 

- Alô ? – atendi

- Alô, Kira  - era Adam – você está bem ?

- To bem, e você ? – respondi achando aquilo um pouco estranho – Aconteceu alguma coisa sua voz ta meio estranha.

- É, não claro que não. – houve um barulho, como se o telefone dele caísse no chão.

- Como ele é ruim pra mentir, que fracassado!

Meu mundo giro, e eu fiquei pálida, não sentia meu sangue passar pelas veias, o ar não enchia meus pulmões, e meus olhos não viam com clareza.

 

- Mark ? – perguntei temerosa, aquela voz não era de Adam.

- Você ainda pergunta, claro que sou eu meu amor, você deve estar bem feliz né, pena que as coisas boas duram pouco, aliás, bem pouco pra você. – ele disse com ar de psicopata na voz rouca.

- Mark, eu dou tudo que você quiser, mas por favor, eu te imploro não machuca ele. – pedi aos soluços, o choro já havia tomado conta de mim

- AH que meigo – ele riu. – Engraçado você falar isso, pois eu estava aqui pensando o que arrancar primeiro, as mãos, ou um orelha... Acho que uma mão seria legal – ele ria. Eu estava pasma, aquele cara era doente, estava com o meu Adam, e podia fazê-lo mal a qualquer momento.

- Mark, sério, vamos conversar – tentei me manter forte, coisa que estava sendo muito difícil .

- AGORA VOCÊ QUER CONVERSAR ? – ele gritou, demonstrando toda a raiva guardada

- Sério, me escuta. Eu dou qualquer coisa que você quiser, sério ! Eu passo tudo meu pro seu nome, você queria dinheiro não queria ? Então eu te dou tudo, tudo que eu tenho no meu nome. Mas pelo amor de Deus, não faz mal pro Adam, você não quer machucar ele, você quer machucar é a mim. – não agüentei e desabei de novo nas lágrimas, era quase uma suplica o que eu estava fazendo, ele podia me matar se quisesse, mas deixasse Adam em paz.

- Acabou Kira, não tem mais volta. Tudo vai terminar como o filme que nós não vimos o final. – Mark disse e ao fundo, antes dele desligar eu pude ouvir Adam gritar : Eu te amo Kira.

# Adam

Mark desligou o telefone .

  - Sabe eu acho ridículo o modo como a Kira ficou desesperada quando eu falei com ela. Claro eu sei que ainda mexo com ela – ele sorriu com sigo mesmo. Aquele sorriso nojento, malicioso – Aquela cachorra – ele riu – Aliás, você traçou ela Adam ? Bom acho que não... Você essa cara de bom moço, nem deve agüentar uns 15 minutos – ele se sentou na cadeira a minha frente, cruzando as pernas, pegou um revolver – Eu acho que ... Acho não ! Tenho certeza que ela ficou comigo ao invés de você porque eu sou bem melhor de cama. Kira o mulherzinha fogosa...

      - Na boa Mark – eu o interrompi antes que ele falasse mais merdas sobra a mulher que eu amo. – Cara eu vim trazer a droga da grana pra você, e olha a bosta que você fez ! Você acha que a policia agora não ta atrás de você ? – Na verdade eu estava me sentindo um idiota, como eu fui cair na armadilha trouxa do Mark ? Como eu fui confiar na palavra desse canalha ? Bom eu realmente devo ser um idiota mesmo ! Amarrado numa cadeira, sendo ameaçado por um doente mental como o vagabundo do Mark. - Que linda morte, pensei comigo memso.

      - Ta querendo perder os miolos antes da hora é? – Mark fez roleta russa com a pistola. – Mas eu vou ser bonzinho com você, sabe porque eu vou te matar ? – ele fez os estralinhos na língua imitando um relógio – enquanto eu permaneci em silêncio, Mark era doente demais para eu gastar minha saliva. – PEM ! PEM ! Nem pra adinha você presta. Vou te matar só pelo simples motivo de ver a Kira triste, porque pode não parecer eu fiquei “maguado” quando ela descobiu tudo do meu “trabalho” através de você e da vadia da Dafne.- disse ele se levantado.

 

 

# Kira

- O Sr. Adam saiu com celular, ou alguma coisa que dá para rastrear, sei lá, ele foi de carro -  O policial me perguntava, ele tentava me acalmar mas não adiantava, a qualquer hora Adam poderia morrer.

 - Não o celular dele eu não sei, não tentei ligar.

- Passe o numero por favor – ele solicitou.

- 6296-002*, agora de carro eu já não sei – eu afundei meu rosto em minha mãos, eu não sabia de nada que pudesse ajudar, me sentia uma inútil, de mão atadas.

- Pereira, vê se o veiculo do Adam está no estacionamento e pede no rádio para tentar localizar o numero 6296-002* - o policial disse ao telefone, dando as ordens ao pm que estava lá em baixo – Dona Érika, a senhora nos chamou porque disse que o suspeito de ligou, a senhora acha que esse Mark poderia ligar novamente ?

- Olha senhor, eu acho muito difícil, ele só ligou para me atormentar mesmo – O celular do pm tocou.

 

- Tudo bem já estou descendo ! – ele respondeu.

-Alguma novidade ? – perguntei esperançosa

- O cara dele está no estacionamento, e o celular só da fora de área, talvez não seja possível rastreá-lo. Mas o porteiro disse que ele pegou um táxi. Agora eu vou descer para ver se consigo algo a mais. Um policial ficará aqui com a senhora caso você precise de algo. Tudo bem?

- Tudo bem. Mas por favor consiga trazer o Adam de volta – eu disse entre lágrimas, vendo o policial sair pela porta, eu estava em completa agonia. O policial “reserva” ficava na porta do meu apartamento a espreita de qualquer movimento estranho.

 

 

# Adam’s flash back.

Sábado a noite, quando Mark ligou.

 

 O telefone de Kira tocou, como ela ficou muito pasma peguei o celular da mão dela, já imaginava ser Mark, por isso não foi surpresa quando ouvi a voz dele.

 

- Alô – disse eu.

- Aham ! O namoradinho da Kira, como vai Adam? Aproveitou esse mês de paz ? – disse Mark sarcástico.

- O que você quer cara? – eu me afastei da mesa para Kira não ouvir a conversa – Deixa a gente em paz!

 - OK, vou direto ao assunto para você não chorar. Quero dinheiro, só isso.

- Quanto? – perguntei firme.

- 50 mil, e não vem falar que você não tem se vira, eu descolei que você tem família rica, não quer que nada aconteça com eles né?

- Quando e onde ? – perguntei ainda me mantendo firme, Mark era manipulador o suficiente, eu não podia me dar o capricho de ser ludibriado.

 

# Adam’s flash back finish. 

 

# Adam

Eu fui um estúpido e talvez morresse, talvez Kira morresse também, talvez alguém da minha família morresse e eu não poderia fazer nada preso nessa cadeira idiota, amarrado com um louco mantendo-me refém e bricando de roleta russa com uma pistola carregada na minha direção.

 

- Não sei se te mato só com um tiro, ou se mato com mais... No começo eu tava pensando na sujeira que ia fazer quando eu estourar seu cérebro, mas agora que se dane – Mark falava comigo como se realmente houvesse algum diálogo, mas na verdade acho que ele murmurava para si mesmo. Eu permanecia calado, porque tudo o que eu dizia podia ser um afronto para ele, assim eu ganhava mais socos cortes e chutes pelo corpo, no fundo da minha boca eu sentia o gosto de sangue.

 

# Kira

 

 Eu estava de mãos atada, não tinha o que fazer embora minha maior vontade fosse de sair correndo para encontrar  o Adam, só de imaginar qualquer coisa ruim com ele já me dava calafrios, embora a maior parte da minha cabeça estivesse tomada de pensamentos para Adam a outra parte queria pegar uma arma e matar Mark, eu seria presa porém estaria bem feliz com Adam são e salvo.

 Afundei meu rosto novamente em minhas mãos novamente e chorando lembrei da noite passada, Adam lindo e sorridente me fazendo distribuir sorrisos como nunca, ai então me lembrei dos telefonemas, o primeiro me deixou com medo e o segundo me casou pavor, medo agonia, e todas a sensações ruins possíveis.

 

 - E tudo vai acabar como o filme que nós não vimos o fim... – aquela foi a ultima frase que Mark me disse

                                  

 

Minha cabeça  deu um estralo !

 

Abri a porta de casa, o policial apostos na entrada se assustou.

- Preciso falar com o sargento, é urgente ! – eu disse num grito de desespero.

15 minutos depois.

 

- Tudo bem senhora Érika, nós cercamos o local, nós conseguiremos trazer o senhor Adam bem – o sargento me assegurou.

- Eu posso ir com vocês ? Por favor vai ser muito importante para mim, talvez eu sirva em algo – eu insisti, quase implorei. - Eu não posso permitir...- ele tentou dizer.

- Eu estou implorando – eu o cortei já indo em direção a viatura.

 

# Adam

Soco, soco, soco! Chute, chute, chute!

Mark estava louco, podia-se dizer que estava possuído.

- Vou matar você seu intrometido, e depois vou matar a Kira – ele dizia no intervalo das agressões, eu nem dava mais o trabalho  de gritar de dor, estava calejado, e isso irritava Mark mais.

- Você é um merda, nem se dá o trabalho de gritar, ta me tratando como uma porta, mais eu sou mais que você, Então me responda! – disse Mark salivando de raiva, e eu apenas o olhei com o meu olhar mais puro de desprezo e pena e logo um soco me desacordou, e antes do vazio tomar conta da minha mente, o rosto de Kira me veio, eu estava prestes a morrer.

 

# Kira.

 

Tudo está cercado, peço que saia daí com as mãos para o alto e ninguém mais se machucará. - O negociador falava ao megafone do lado de fora do Drive de cinema.

 

# Mark.

 

Meus olhos rodaram, e eu fiquei com muito mais raiva. Adam desacordado, talvez quase morrendo, eu não me importava, mas o que tinha fugido dos planos eu não esperava. Porém a voz que vinha até mim através de um megafone me fez ter certeza. – Eu a subestimei.

Como Kira tinha descoberto o local onde eu estava com o idiota do Adam ? Eu havia tomado todas as precações. Droga !

Eu não tinha muito o que fazer, a policia já devia ter cercado todo o local, então só me restavam duas opções. Ou eu matava o Adam e fugia, ou eu matava o Adam e me matava, por que preso eu não ia.

 

 

# Kira.

 

O som de um disparo ecoou pelo pátio do Drive tornando possível ouvir-se do lado de fora também. E logo em seguida um segundo disparo também foi feito.

 

- INVADE ! INVADE ! – os policiais gritaram, enquanto corriam e arrombavam a porta de ferro que fechava o Drive.

Meus olhos paralisados com a ação, meus ouvidos chocados pelo estrondo, e o medo inundava minha mente.

 

ADAM ! – corri em direção da porta, eu precisava entrar no Drive.

 

Na pequena parte coberta que ficava atrás da grande parede onde os filmes passavam havia um quartinho e era ali que a maior parte dos policiais estavam aglomerados enquanto outros corriam em outra direção da qual eu não me dei ao trabalho de olhar.

Correndo furei o bloqueio que estava montado na frente da portinha. Tentaram me segurar, mas eu não sei como arrumei forças e me livrei das mãos de dois homens que davam dois de mim, o medo tomava conta de mim.

 

- ADAAAM ! – gritei entre  soluços enquanto o via caído no chão com as mãos amarrados para trás do corpo, a cadeira o segurava. Ele estava desacordado e sangue reluzente brilhava abundante no chão, segui o rastro vermelho com os olhos e com os olhos sem acreditar no via, enxerguei a fonte do sangue vir de Adam.

Me ajoelhei no chão junto a ele, deixando que manchas de sangue penetrassem no meu jeans, mesmo com a cadeira impedindo um abraço completo, eu o abracei e chorei.

Minhas vistas escureceram, e no fundo da escuridão eu vi a luz que trazia o rosto de Adam para mim, e ele sorria...

 

(...)

 

# Mark.

 

Dois disparos, e eu corro e fujo, e fico livre e ainda tenho dinheiro. Isso, plano bom. – pensei comigo.

                                         Puxei o gatilho, e mirei em Adam.

Corri, pulei a janela do pequeno quarto que me encontrava, eu iria conseguir fugir, eu sabia, a porta de ferro lá na frente daria conta dos idiotas dos policiais. Eu teria tempo para fugir.

 

Corri, pulei a janela, ofegante escalei a mureta que me separava da rua.

- Eles não vão me pegar. Só preciso pular uma grade e pronto... – pensei em voz alta, confesso estava um pouco atordoado, estava falando sozinho demais. E logo vi, duas viaturas paradas uns 5 metros da grade, bom era verdade eles haviam cercado o terreno mesmo. 5 policiais estavam parados atrás das portas abertas da viatura, mirando as armas bem nos meus miolos, mas eu não morreria por eles, e nem eles me pegarião

 

- Larga a arma Mark, se entrega, você vai ficar bem cara ! – provavelmente o negociador gritava pelo megafone .

- Não sou idiota, vocês vão atirar, vocês vão me matar – retruquei pela grade, enquanto levantava meu revolver em direção a minha cabeça.

- Não, nós não vamos, só queremos conversar com você ! Larga a arma e chuta ela pra gente, que você vai ficar bem, nós não queremos machucar você cara. – o policial insistiu.

- CALA BOCA, vocês estão me irritando. – Ótimo lindo fim para mim, eu não vou preso, e se eu me render eu vou ser preso, eu não quero ficar lá, lá é sujo, horrível, eu... Eu... Eu...  Respirei fundo, e apertei o gatilho. Escuridão.

 

# Kira. / dia seguinte.

Uma luz forte estava sobre o meu rosto, imaginei ter morrido. Mas aquele era o céu ?

Nossa que cheiro estranho tinha  aquele lugar, um cheiro de soro.

Abri os olhos de vagar, e vi que estava numa sala, enclinando a cabeça com cuidado tentei examinar meu corpo, as roupas de cama azul e uma camisola azul...

Respirei fundo.

- Adam – chamei baixinho enquanto olhei para o lado, eu imagina estar morta então no lugar de descanso em paz ele estaria comigo também, isso foi o que me fez ficar tão tranqüila.

- Ele vai ficar bem – disse uma voz feminina que vinha do lado contrário, uma moça bonita e alta vestida de branco, ela não me era estranha, já havia visto em algum lugar.

- Existem enfermeiras no céu ? – perguntei fechando os olhos.

- Só vou saber quando eu morrer Érika – ela riu.

Passei a mão na cabeça entranhando meus dedos no cabelo.

- Você disse que Adam vai ficar bem? Eu posso vê-lo para saber que não é uma mentira?

- Claro, mas ele está dormindo, tente não fazer barulho. – ela me ajudou a levantar, fiquei um pouco tonta, eu desmaiei quando vi Adam jogado no chão daquela sala de Drive, então me trouxeram para o hospital junto.

Entramos no quarto vizinho, Adam estava deitado, seu rosto sereno machucado, suas mãos com alguns pequenos cortes, sua boca uma pequena escoriação marcava que ali havia si cortado, um pouco de sangue coagulado ainda restava.

Apesar da cena não ser das melhores, mesmo Adam estando deitado numa cama de hospital com uma aparência não das melhores pois estava machucado, com inúmeros fios controlando seus batimentos cardíacos, e algumas seringas lhe injetando soro, mesmo assim eu fiquei feliz ao ver o aparelho que mostrava os batimentos cardíacos funcionar perfeitamente, mostrando seu coração bater forte e saudável.

 

Me aproximei da cama levando comigo meu tripé de soro, me senti uma velha, porém uma velha feliz. Fiz menção de abraça-lo queria poder sentir sua respiração, eu apoiaria minha cabeça em seu peito largo.

- Cuidado – alertou-me a enfermeira – Ele levou dois tiros.

Meus olhos assustados percorreram o corpo dele novamente, procurando ver se tudo estava no lugar como deveria estar, e encontrei os curativos no ombro.

- Dois tiros no ombro ? – perguntei sem olhar para ela, estava ocupada enquanto examinava com os olhos o rosto sereno de Adam “dormir”

- Ele deu muita sorte, o cara que atirou tinha uma mira horrível, ou então estava muito agitado. – ela falou cortando as palavras. – Mas não se preocupe, está tudo bem, a bala já foi removida, e uma só pegou de raspão.

 

- Você pode me deixar um pouco sozinha com ele ? Preciso conversar... – pedi enquanto pegava a mão direita de Adam e segurava dando espaço para que eu pudesse sentar-me ao lado dele na cama.

- Claro, mas não pode ser por muito tempo, vocês dois precisam descansar. – disse ela enquanto sai e fechava a porta do quarto.

 

- Adam, meu amor... Não sei se te peço perdão, ou se te agradeço primeiro.

Talvez eu tenha que agradecer, você sempre esteve comigo, e até mesmo quando eu não quis mais escutá-lo você me protegeu, e olha onde você está agora, e como você está agora. Você me tornou uma pessoa melhor, talvez mais sensível e muito mais feliz.

Mas eu não te trouxe nada de bom até agora, ao contrário, você está aqui agora por minha causa, se tivesse acontecido algo com você mais grave... Eu não agüentaria. – levantei da cama para que eu pudesse por minha cabeça junto a dele sem fazer qualquer peso. Minhas lágrimas rolaram por meus olhos fechados, mas eu não me dei ao trabalho de limpá-las, minhas mãos estavam ocupadas segurando a mão de Adam.

 

- Você me tornou o homem feliz que eu sempre quis ser. – uma voz rouca e baixinha falou ao meu ouvido e em seguida lábios tocaram meus cabelos.

- Meu amor – eu não estava acreditando, ele havia acordado, ele estava lá, ele estava ficando bem, e eu o teria de volta, só podia ser um milagre.  Ele sorriu para mim, aquele sorriso bobo que só Adam conseguia ter, o sorriso do resto dos meus dias. – não faça força, você tem que descansar. – ele fez menção de falar algo mais, mas meus lábios tocaram os dele e naquele simples ato todas as palavras que poderia serem ditas foram faladas.

# 3 anos depois 

Realmente tudo tem um porque de acontecer, se eu tivesse planejado tudo como eu pensava, agora eu não estaria nem com a metade da felicidade em que me encontro.

Dois anos se passaram desde que toda a história começou, e eu poderia desejar jamais ter conhecido Mark, mas se eu não tivesse o conhecido, não teria me aproximado de Adam, e hoje eu não o teria.  O poeta mesmo diz que “ todo grande amor só é bem grande se for triste “ bom, talvez essa frase se encaixe para mim, mas ao invés da tristeza tudo o que aconteceu foi mesmo um bom risco de vida.

 

Mark morreu no mesmo dia que ele atirou em Adam, e o que me faz sentir-me melhor é que nenhum policial e nem ninguém precisou sujar as mãos com ele. Mark mesmo decidiu limpar o mundo tirando mais um canalha do planeta, ele próprio deve se sentir bem agora, talvez não seja mais doente como era aqui na terra, talvez agora ele esteja em um lugar bem melhor agora, pelo menos é isso o que eu espero.

 

Adam se recuperou, agora não está mais machucado, seu rosto voltou a ser perfeito como sempre fora. Depois de um mês que ele havia deixado o hospital, Adam me levou em um lugar lindo, na verdade foi em um parque farroupilha que fica em porto alegre, um lugar lindo, considerado por muitos um parque poético e romântico. E foi bem ali, no recanto roseiral que Adam me pediu em casamento.

Nos casamos um ano depois...

 

 # Dias depois 

O sol batia em nossa janela, refletindo sua luz amarela em nossos lençóis brancos e nossos cabelos claros. Abraçados deitados na cama, nosso ninho de amor e paz, eu olhei Adam dormir como um anjo sorrindo.

E logo para mim que jamais pensei em viver qualquer coisa como essa, hoje não me cabia de alegria ao saber que um pequeno fruto de amor cresci dentro de mim.

Eu contaria hoje para Adam, e com certeza ele ficará tão chocado quanto eu ao saber dessa noticia. Mas deixa ele dormir mais um pouco, que enquanto isso eu aproveito o perfume de seu corpo e imagino nosso fruto com seus olhos cor de mel, iguais ao do pai

 

Adam e Kira


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